quinta-feira, setembro 28, 2006

Avaliação Espacio-Temporal dos riscos de Alterações Climáticas Baseada num Índice de Aridez - Zona Sul de Portugal Continental

Realizou-se no dia 28 de Setembro de 2006, a defesa do estágio de fim de curso "Avaliação Espacio-Temporal dos riscos de Alterações Climáticas Baseada num Índice de Aridez - Zona Sul de Portugal Continental" da aluna Márcia Filipa Vitorino Gonçalves do Curso de Engenharia do Ambiente da Universidade dos Açores.
Fizeram parte do júri a Doutora Maria João Pereira do Instituto Superior Técnico, o Doutor Eduardo Brito de Azevedo e o Doutor Félix Rodrigues do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores.
Este trabalho foi orientado pelo Doutor Amílcar Soares e Engenheira Júlia Carvalho do Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa e pelo Doutor Eduardo Brito do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores.
Sendo a desertificação um processo persistente, abrangente e quase irreversível de degradação da terra, afecta na actualidade tanto as zonas sub-húmidas como as semi-áridas e áridas do planeta. A UNCCD (Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação) aponta a variabilidade climática e algumas actividades humanas como as principais causas da desertificação.
O conceito de desertificação remete para a análise das interacções entre três componentes fundamentais: o clima e os recursos hídricos, o solo e vegetação, e as práticas sociais no que se refere ao uso do solo e da água.
As adaptações permanentes e, muito especialmente, as respostas ocasionais da vegetação à aridez e à variabilidade climática deverão ser avaliadas com pormenor: o intervalo de tempo deverá ser o suficiente para encontrar anos de maior ou menor disponibilidade hídrica, para estimar a severidade com que a vegetação é afectada e, ainda, para identificar a sua capacidade e celeridade de regeneração. A manifestação dessa capacidade poderá ser vista como um indicador de qualidade ambiental, enquanto que a manifestação de insuficiente capacidade ou de lentidão no seu decurso poderá ser considerada como um sinal, de primordial importância, de riscos acentuados de desertificação.
Os problemas de aridez e desertificação em Portugal tem-se acentuado nos últimos anos, daí que seja pertinente estudar este fenómeno à luz das Alterações Climáticas Globais, estudando a variabilidade espacio-temporal da vegetação e a sua capacidade de regeneração. A construção de um índice de aridez poderá tornar-se uma ferramenta poderosa nesse estudo.

Neste estudo, e tendo em conta os resultados obtidos, a metodologia adoptada comprovou que existem vantagens na utilização da informação contida nas imagens de satélite para a produção e actualização de cartografia, designamente de tipos de coberto vegetal, para a prevenção e combate aos incêndios florestais, bem como para a análise do risco de desertificação em que se encontram as diversas zonas do território nacional.
Com este trabalho identificaram-se três zonas em que é clara a contínua perda de vegetação: A Serra do Caldeirão, a Serra de Monchique e a margem esquerda do rio Guadiana, podendo afirmar-se com a segurança suficiente que se encontram com elevado risco de aridez, e por consequência, em regime de desertificação.
Na figura seguinte apresenta-se o mapa da susceptibilidade à desertificação do território continental português, onde a cor mais intensa corresponde a maior susceptibilidade (in http://www.dgrf.min-agricultura.pt/v4/dgf/ficheiros/mapade1.gif).