sábado, setembro 30, 2006

BIODIVERSIDADE, VEGETAÇÃO E INSTRUMENTOS DE CONSERVAÇÃO


Durante a realização do 6º ENCONTRO da Associação Lusitana de Fitossociologia ALFA – membro de FIP Fédération Internationale de Phytosociologie, organizado conjuntamente com o Gabinete de Ecologia Aplicada do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, em Angra do Heroísmo de 28 a 30 de Setembro de 2006, abordou-se o tema Biodiversidade, Vegetação e Instrumentos de Conservação, com grande importância na discussão e compreensão dos fenómenos de desertificação.
Nesse encontro, o Professor Eduardo Dias da Universidade dos Açores referiu que actualmente a Rede Natura ocupa cerca de 14 por cento da superfície do Arquipélago Açoriano . Desta percentagem, cerca de 50 por cento é propriedade privada, sendo na sua maioria, áreas com exploração agropecuária. O plano sectorial da Rede Natura não tem jurisdição sobre a propriedade privada. Perante este cenário, serão necessários incentivos para haver uma integração entre recursos naturais e produtividade. Isto porque, afirma, “os açorianos não podem perder qualidade de vida devido ao seu riquíssimo património natural”. Questionado sobre o cenário existente na Rede Natura daqui a cinquenta anos, o especialista mostra-se “positivamente admirado” com as propostas do governo para a protecção dos espaços naturais e com os sinais dos sectores envolvidos, nomeadamente a crise da agricultura: “grande parte das áreas da rede Natura com agropecuária vão ser abandonadas” reconvertendo-se e integrando novas culturas e até mesmo apostando noutros produtos e mercados. Há necessidade de sensiblizar a opinião pública para a preservação da natureza e dos recursos naturais, bem como para a importância da conservação da biodiversidade e combate à desertificação.
De acordo com o Professor Eduardo Dias, "os problemas ambientais já começaram a chegar aos quintais das pessoas" e a tocar-lhes directamente.