segunda-feira, novembro 27, 2006

Pobreza e Recursos Hídricos

Realizou-se no dia 25 de Novembro, pelas 21:00 H, no Edifício de aulas do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, Pico da Urze, uma conferência proferida pela Professora Doutora Emiliana Silva, com o título "Pobreza e Recursos Hídricos".
Defendeu-se que a pobreza deverá ser entendida numa perspectiva multidimensional. Ou seja, além de se considerar todos os aspectos económicos, falta de recursos materiais e naturais, deverá ser considerada a inaptidão para usar estes mesmos recursos e que são consequentes de uma falta de recursos sociais e culturais.
A pobreza tem sido associada a países densamente povoados, com altas taxas de crescimento da população, fertilidade e mortalidade infantil, fome, uma baixa esperança de vida, ao não acesso total de água potável, a um crescimento económico variável, à falta de acesso a cuidados de saúde, entre muitos outros indicadores sócio-económicos.
Não existe uma relação directa entre riqueza e disponibilidade em recursos hídricos, pois nem sempre a existência destes permite a diminuição da pobreza.
A maior parte da água existente no Planeta Terra é salina, apenas 2,5% da água é potável e a que pode ser usada para consumo humano é inferior a 1%. O que se sabe é que as disponibilidades dos recursos hídricos a nível mundial são insuficientes para satisfazer a procura de água, principalmente devido ao uso ineficiente, à má gestão e à repartição desigual da água.
Em Portugal (incluindo os Açores) a escassez de água não é tão grave quando comparada com certas regiões da África, Ásia ou América Latina.

Deve-se fomentar uma “Nova Cultura da Água”, apostando na formação (informação) dos mais jovens para ajustar os comportamentos a práticas mais conservadoras da água, no planeamento e uso adequado dos recursos hídricos e enquadrá-la numa perspectiva sustentável do seu uso, recorrendo à partilha entre os países pobres e ricos.

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domingo, novembro 26, 2006

Génese da Precipitação Açoriana

Realizou-se no dia 24 de Novembro, pelas 21:00 H, no novo Edifício do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, integrada na Semana da Ciência e Tecnologia e na Semana Nacional da Agricultura Biológica uma conferência proferida pelo Prof. Doutor Félix Rodrigues sobre a Génese da Precipitação Açoriana.

Baseando-se na análise isotópica da água da chuva dos Açores, especialmente na relação deutério-oxigénio 18, conclui-se que a precipitação dos Açores é característica de ambientes quentes marinhos, apesar do clima açoriano ser considerado temperado. Tal conclusão faz sentido quando se verifica que as massas de ar que originam chuva no Arquipélago açoriano tem que cruzar a corrente quente do Golfo, aquando do seu trajecto, mesmo que provenientes do Círculo Polar Ártico.

A precipitação orográfica tem características isotópicas que a caracterizam como local, mas o volume total de precipitação com esta origem é praticamente desprezavel face à proveniente de outras origens.

Com o degelos dos polos e a consequente entrada de água fria no Atlântico Norte, a corrente quente do Golfo poderá ser interrompida, com consequências nefastas no regime de precipitação nos Açores e em Portugal Continental.

O actual padrão de distribuição espacial da preciitação nas ilhas açorianas (na figura seguinte apresenta-se a distribuição espacial actual de precipitação na ilha Terceira) poderá alterar-se com impactos negativos a nível da captação de água ou a nível da produção agro-pecuária.

O combate à Desertificação também passa pelo estabelecimento de medidas de mitigação das Alterações Climáticas Globais, ao nível das ilhas deste Arquipélago.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Decisões políticas e Desertificação do Mar

O Professor Doutor João Pedro Barreiros defendeu no dia 23 de Novembro de 2006, numa palestra realizada na Escola Básica Integrada dos Biscoitos, que existe um desfasamento entre a visão científica e as medidas tomadas pelo poder político que coloca o mar dos Açores em perigo de desertificação. "Assiste-se a isso quer nas medidas do governo regional como nas aplicadas a nível nacional ou comunitário. Está-se a falar de um negócio que movimenta grandes quantidades de dinheiro. Para além disso, há a questão dos votos. O peso eleitoral sobrepõe-se ao peso cientifico”.

Os Açores compreendem a maior ZEE do País e uma das maiores da UE. A sua diversidade indica que se trata de uma região que funciona como "ponto de encontro" de faunas de diversas proveniências, tais como o Mediterrâneo, o N da Europa, o N de África e as Caraíbas para além das suas características próprias como limite N da Macaronésia. Apesar de se encontrarem à mesma latitude de Lisboa ou de NY, os Açores apresentam comunidades costeiras tipicamente sub-tropicais devido, sobretudo, à influência da Corrente dos Açores, um ramo S da Corrente do Golfo.
Entre as espécies em perigo encontram-se os cavacos, as lapas e a lagosta. “Se observarmos, estas são espécies que podem facilmente ser protegidas, mas que já estão a esgotar os stocks a um ponto que já não compensa pescar. A longo prazo, os mares dos Açores também vão ser afectados pela desertificação”.


O Professor João Pedro Barreiros defendeu ainda ser necessário tomar coragem de “tomar medidas aconselhadas pela ciência, mas que podem ser impopulares”. A ideia de que o mar açoriano tem uma forte presença de espécies marinhas é errada. “Estamos a falar de uma zona que não possui plataforma continental, é funda, tem pouca luz e poucas plantas".

Tendo em conta este cenário, a prática de pesca costeira pode ser prejudicial para os stocks do arquipélago.

Evitar a desertificação progressiva do fundo do oceano passa por um conjunto de medidas de “acondicionamento da pesca”. “Os sistemas de eleições com curtos prazos de tempo levam a que os políticos tomem decisões pelo voto, a curto prazo. Mas é preciso prestar atenção à ciência”.

As medidas adequadas passam pela criação de “pequenas reservas protegidas e patrulhadas, onde não seja permitido praticar qualquer tipo de pesca”.“Isto é algo que nunca se fez nos Açores, mas que deve ser realizado. É claro, para isso, é preciso que essa patrulha seja mesmo uma realidade”. Para a realização desse controlo das áreas protegidas, o Professor João Pedro Barreiros reconhece que a responsabilidade não reside apenas no Governo Regional. “É preciso que o Ministério da Defesa assegure os meios para a patrulha desse espaço marítimo”. Para além disso, a criação de zonas marítimas protegidas na região tem um impacte positivo nas áreas de pesca circundantes. “Ao proteger essas zonas, salvam-se espécies que depois se movimentam para as outras áreas. A médio-longo prazo a pesca da região beneficia com esta medida”.

Embora reconheça que os Açores não são a região mais ameaçada, a nível global, pela extinção dos stocks de pesca, João Pedro Barreiros considera que este cenário não é tão distante como se pensa. “Já há alguma semelhança com aquilo que se observa no resto do planeta. Para lá se caminha”. “A procura de produtos do mar é muito grande e faz-se a todos os custos. Se se continuarem a colocar os interesses económicos à frente dos científicos, pode-se chegar a uma situação de ruptura de stocks ".


Inauguração da Exposição Fotográfica Arcos d'Água

Inaugurou-se no dia 23 de Novembro de 2006 a exposição Fotográfica conjunta, Arcos d'Água, da autoria de Vasco Owsvaldo Santos (Toronto-Canadá), Maria Cristina Oliveira (Florianópolis-Brasil) e Maria de Deus Moreira (Ponta Delgada-Açores-Portugal), no novo Edifício do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores.


A inauguração contou com a presença de ilustres convidados, entre os quais a Directora Regional da Educação, Drª Isabel Rodrigues, em representação do Presidente do Governo Regional dos Açores, do Professor Doutor Tim Myles da Universidade de Toronto - Canadá, do Professor Doutor Luis Sebastião da Universidade de Évora e da Professora Doutora Graça Martinho da Universidade Nova de Lisboa.


Também estiveram presentes no eventos ilustres bloguistas Terceirenses que já conheciam, através da net, os autores da Exposição.


O professor Doutor Alfredo Borba, Director do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores acentuou a importância de acções concertadas no âmbito da divulgação científica, como no caso das comemorações do Ano Internacional dos Desertos e Desertificação que agora finda. Referiu que o Departamento apresentou às escolas da Região Açores cerca de 40 palestras sobre essa temática, abordada nas mais variadas perspectivas.


O Professor Doutor João Madruga, Director do Centro de Investigação e Tecnologias Agrárias dos Açores, agradeceu a colaboração dos fotografos-artistas e ansiou por maiores colaborações entre a arte e a ciência.


O Professor Doutor Félix Rodrigues apresentou ao público a intenção da exposição fotográfica e das palestras proferidas durante a Semana da Ciência e Tecnologia e Semana Nacional de Agricultura Biológica. Parabenizou os fotografos pela qualidade das fotos e pela pertinência da temática.

A água continuará certamente a provocar olhares, a produzir ilusões e a fomentar inquietações, tal qual se pretende ilustrar na Exposição fotográfica Arcos d'Água.

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sexta-feira, novembro 17, 2006

Desertificação Marinha

Realizou-se no dia 16 de Novembro, Dia do Mar, uma palestra proferida pelo Professor Doutor João Pedro Barreiros, na Escola Básica e Jardim de Infância do Raminho sobre Desertificação dos Oceanos, na perspectiva de perda de biodiversidade.



Actualmente, a contínua e crescente exploração, tanto a níveis artesanais como industriais, dos recursos marinhos vivos, representa, de acordo com muitos autores, a principal ameaça ao Oceano global.
A incessante procura dos mercados por produtos aquáticos, sobretudo marinhos, fez com que os preços de muitos deles atingissem valores elevadíssimos. Deste modo, e tendo em conta que o poder comercial das pescas é uma realidade poderosa em todo o Mundo, com especial relevância nos mercados asiáticos, e que a tecnologia pesqueira permite vasculhar e explorar os mais remotos recantos do planeta, é fundamental que esta pressão seja minimamente compensada pela criação de facto de eficientes e bem patrulhadas Áreas Marinhas Protegidas.


Actualmente, a protecção eficaz dos Oceanos corresponde a uma área não superior à da Holanda.


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quinta-feira, novembro 16, 2006

Exposição Fotográfica "Arcos d'Água"

Realizar-se-á entre 23 de Novembro e 2 de Dezembro de 2006, no Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, uma Exposição Fotográfica da autoria de Vasco Oswaldo Santos de Toronto-Canadá, Maria de Deus Moreira de São Miguel-Açores e de Cristina Oliveira de Florianópolis-Brasil, com o título "Arcos d'Água".

Esta exposição é integrada na Semana Nacional da Ciência e Tecnologia e na Semana Nacional de Agricultura Biológica.

No decurso dessa exposição, serão realizadas palestras no Anfiteatro do Campus de Angra do Heroísmo, no Pico da Urze, conforme calendário que se segue:


23 de Novembro de 2006



►20:00 - Abertura oficial
►20:30 – Tuna Académica -TUSA
►21:00 – Palestra proferida pela Professora Doutora Rosalina Gabriel – “A importância da Brioflora Açoriana na retenção de água”.
►21:15 – Palestra proferida pelo Professor Doutor Paulo Borges –“A importância da Humidade na fauna artrópode Açoriana”.
►21:30 – Palestra proferida pelo Professor Doutor Eduardo Dias – “A importância da Água na Laurissilva Açoriana”.



24 de Novembro de 2006



►21:00-Palestra proferida pelo Professor Doutor Francisco Cota Rodrigues – “A importância da precipitação na modelação da paisagem vulcânica Insular”
►21:15 – Palestra proferida pelo Professor Doutor Félix Rodrigues – “Génese da precipitação Açoriana”.
►21:30- Palestra proferida pelo Professor Doutor Paulo Monjardino – “Agricultura intensiva e desertificação”.
►21:45-Palestra proferida pelo Professor Doutor João Batista – “Agricultura biológica e combate à desertificação”.



25 de Novembro de 2006



►21:00 – Palestra proferida pela Professora Doutora Emiliana Silva – “Pobreza e recursos hídricos”.
►21:15 – Palestra proferida pelo Professor Doutor Tomaz Dentinho – “ A economia da água”.
►21:30- Palestra proferida pelo Professor Doutor Salvador Lima –“ Tecnologia Educativa e Educação Ambiental no Combate à Desertificação”.
►21:45-Palestra proferida pelo Professor Doutor Fernando Pires- “Balanço hídrico no organismo animal”.



26 de Novembro



►21:00 – Palestra proferida pelo Professor Doutor Alfredo Borba – “Desertificação, Problemas e Estratégias”.
►21:15- Palestra proferida Pelo Professor Doutor João Madruga – “Água e Produção Vegetal”.
►21:30- Palestra proferida pela Professora Sandra Barreto – “Incêndios Florestais e Desertificação”.
►21:45- Palestra proferida pelo Professor Doutor Moreira da Silva – “Produção Animal intensiva e desertificação”.



27 de Novembro de 2006



►21:00- Palestra proferida pelo Professor Doutor Eduardo Brito – “Alterações Climáticas Globais e o Ciclo da Água”.
►21:15 – Palestra proferida pelo Professor Doutor Airidas Dapkevicius – “Racionalização do uso da água na indústria alimentar”.
►21:30 – Palestra proferida pela Professora Maria de Lurdes Dapkevicius –“A água e as comunidades microbianas do solo”.
►21:45- Palestra proferida pela Professora Sílvia Quadros – “Reutilização de Águas Residuais tratadas e combate à desertificação”.



28 de Novembro de 2006



►21:00-Palestra proferida pela Professora Letícia Leitão –“ Desertificação mental: processos cognitivos envolvidos”
►21:30- Palestra proferida pela Professora Doutora Manuela Juliano – “Subida do Nível Médio das águas do mar”.
►21:45-Palestra proferida pela Professora Doutora Maria da Graça Silveira- “A ausência de água é necessariamente um mal?”.
►20:30- Palestra proferida pela Professora Anabela Gomes – “Combate à desertificação pelas culturas arvenses.”



29 de Novembro de 2006



►21:00 – Palestra Proferido pelo Professor Doutor João Pedro Barreiros- “Desertificação do fundo do mar”.
►21:15- Palestra proferida pelo Professor Doutor Pedro Gonzalez – “Preocupações Ambientais da Escola Moderna”.
►21:30-Palestra proferida pelo Professor Doutor Henrique Rosa – “Produção Animal e Desertificação.



1 de Dezembro de 2006



Workshop: Medidas para a Gestão e Combate das Térmitas nos Açores
9: 30 Entrega de documentação
9: 45 Abertura Oficial
10: 00 Tema I: Biologia das Térmitas
1-Palestra proferida, em inglês, pelo Professor Doutor Tm Myles- “Biologia, Ecologia e Biogeografia”
2-Palestra proferida pelo Engº Orlando Guerreiro- “Dinâmica de voo e colonização de adultos”
3-Palestra proferida pela Drª Maria Ferreira –“Construção de galerias e taxa de consumo de diferentes tipos de madeiras”.
11: 30 Tema II: Controlo
4-Palestra proferida pela Engª Annabella Borges –“Tratamento de mobiliário com gases”.
5-Palestra proferida pelo Professor Doutor Paulo Borges-“Tratamentos locais com injecção com diferentes insecticidas”.
12: 30 Almoço
13: 30 Continuação do Tema II
6- Palestra proferida, em inglês, pelo Dr Sean Brantley –“Fumigação de Habitações”.
7- Intervenções d e Profs. Paulo Borges, Tim Myles, David H. Lopes & Ana M. Simões sobre Medidas para o combate às térmitas nos Açores.
8-Discussão



2 de Dezembro de 2006


20:00- Encerramento.

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