domingo, novembro 26, 2006

Génese da Precipitação Açoriana

Realizou-se no dia 24 de Novembro, pelas 21:00 H, no novo Edifício do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, integrada na Semana da Ciência e Tecnologia e na Semana Nacional da Agricultura Biológica uma conferência proferida pelo Prof. Doutor Félix Rodrigues sobre a Génese da Precipitação Açoriana.

Baseando-se na análise isotópica da água da chuva dos Açores, especialmente na relação deutério-oxigénio 18, conclui-se que a precipitação dos Açores é característica de ambientes quentes marinhos, apesar do clima açoriano ser considerado temperado. Tal conclusão faz sentido quando se verifica que as massas de ar que originam chuva no Arquipélago açoriano tem que cruzar a corrente quente do Golfo, aquando do seu trajecto, mesmo que provenientes do Círculo Polar Ártico.

A precipitação orográfica tem características isotópicas que a caracterizam como local, mas o volume total de precipitação com esta origem é praticamente desprezavel face à proveniente de outras origens.

Com o degelos dos polos e a consequente entrada de água fria no Atlântico Norte, a corrente quente do Golfo poderá ser interrompida, com consequências nefastas no regime de precipitação nos Açores e em Portugal Continental.

O actual padrão de distribuição espacial da preciitação nas ilhas açorianas (na figura seguinte apresenta-se a distribuição espacial actual de precipitação na ilha Terceira) poderá alterar-se com impactos negativos a nível da captação de água ou a nível da produção agro-pecuária.

O combate à Desertificação também passa pelo estabelecimento de medidas de mitigação das Alterações Climáticas Globais, ao nível das ilhas deste Arquipélago.