terça-feira, dezembro 19, 2006

Subida do Nível Médio das Águas do Mar

Realizou-se no dia 28 de Novembro de 2006, pelas 21:30H uma palestra, proferida pela Professora Doutora Manuela Juliano, sobre a "Subida do Nível Médio das àguas do Mar". Essa palestra foi proferida no novo Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores.

O aumento do nível médio das águas do mar, a nível global, é hoje um facto observado através de medições efectuadas no oceano com diversos equipamentos. As principais causas que contribuem para este aumento, devem-se a: expansão térmica (provocada pelo aquecimento das águas do mar) e trocas de água com os continentes provocadas pelo gelo da Gronelândia, do Antárctico, pelos glaciares e através das águas residentes nos continentes. Por exemplo, se todo o gelo do Antárctico derretesse, verificar-se-ia um aumento do nível médio do mar da ordem dos 60 m.

Os últimos estudos efectuados já quantificaram este aumento. Assim, na ultima década, o nível médio das águas do mar está a subir a uma taxa de 3.2 mm / ano. No século XX, este aumento foi de 1.8 mm/ano, o que indica uma aceleração do processo, só na ultima década. Este dados já são baseados em observações e não em estimativas. Cerca de metade deste valor deve-se à expansão térmica dos oceanos e a outra metade à adição de águas ao oceano através do degelo.


quarta-feira, dezembro 13, 2006

Desertificação Mental: Processos Cognitivos envolvidos

No dia 28 de Novembro de 2006, pelas 21:00 H, realizou-se no novo Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, uma palestra intitulada "Desertificação mental: Processos cognitivos envolvidos", proferida pela Mestre Letícia Leitão.

No Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação, ao paralelizarmos a importância da «água vs. desertificação» com a «estimulação cognitiva vs. desertificação mental», quiz-se chamar a atenção para a importância do contexto matricial de estimulação cognitiva no desenvolvimento da criança. Através de uma abordagem piagetiana revisitou-se, com algum detalhe, as diferentes etapas do desenvolvimento cognitivo, tendo-se detido nos estádios sensório-motor, pré-operatório e operacional concreto. Em contraste, analisou-se um estudo de caso que poderá ser considerado como exemplificativo e paradigmático de uma situação de «desertificação mental», com total ausência de estimulação cognitiva aculturada e socializante: trata-se de uma criança que no final do século XVIII foi encontrada, em França, supostamente tendo-se desenvolvido sem qualquer inter-relação social até aos 11/12 anos – Victor de Aveyron .
Esta criança foi alvo de um estudo aprofundado e bem documentado, realizado por um cientista francês, Jean Itard, cujo legado chegou até nós, e o catapultou para fundador da Educação Especial.





Filme de François Truffaut, L’Enfant Sauvage, (1969)

terça-feira, dezembro 12, 2006

Desertificação: Problemas e Estratégias

Realizou-se no dia 26 de Novembro pelas 21:00H, uma palestra sobre "Desertificação: Problemas e Estratégias", proferida pelo Professor Doutor Alfredo Borba, Director do Departamento de Ciências Agrárias, no novo Campus da Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores.

A desertificação, segundo a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, é a degradação da terra nas zonas áridas, semi-áridas e sub-húmidas secas, resultante de vários factores, incluindo as variações climáticas e as actividades humanas. É, também definida como uma perda progressiva da fertilidade do solo, pela destruição da sua estrutura e composição, o que não permite boas produções agrícolas, nem a existência de uma vegetação com variedade de espécies naturais.
O maior agente da erosão é o homem, se a sua pressão sobre a natureza não diminuir, a técnica não poderá ultrapassar os danos irreversíveis que ele está a produzir.
Mais de metade dos países do mundo enfrentam problemas de aridez. Estas zonas áridas ocupam cerca de um terço da superfície terrestre, suportando cerca de 18% da população mundial.

Em Portugal, 36 % do país apresenta riscos de desertificação, encontrando-se já 28% desta área bastante afectada por este fenómeno. O problema é maior no Alentejo, na Beira Interior e em Trás-os-Montes, zonas de solos mais pobres em matéria orgânica e mais erodiveis.
O combate à desertificação e a regeneração das áreas degradadas pode passar pela introdução de plantas arbustivas, que desempenham um duplo papel de combate à desertificação e de complemento à alimentação dos animais que delas se alimentam.
Os arbustos forrageiros são, como o seu nome indica, plantas geralmente lenhosas e perenes, que podem ser cultivadas para aproveitamento directo pelos ruminantes, nomeadamente ovinos e caprinos. Nas zonas áridas e semi-áridas, nomeadamente na Península Ibérica, a principal deficiência nutritiva é a proteína, no colmatar dessa deficiência os arbustos podem desempenhar um papel importante.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Racionalização do uso da água na Indústria Alimentar

Realizou-se no dia 27 de Novembro de 2006, pelas 21:15H, uma palestra proferida pelo Professor Doutor Airidas Dapkevicius sobre a "Racionalização do uso da água na indústria alimentar". Esta palestra decorreu no novo Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores.

De acordo com um relatório publicado pelo World Bank em 2001, cerca de 20% da água potável extraída presentemente, a nível mundial, é para fins industriais, o que corresponde a cerca de 45 l por dia por pessoa. Verifica-se uma tendência para o aumento do consumo de água industrial com o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) dos países. A UNESCO publicou trabalhos dum grupo científico liderado pelo professor I. Shiklomanov, que revelam que a agricultura e a indústria são os principais consumidores de água a nível europeu (UNESCO, 1999). Nos trabalhos deste grupo é prevista a eficiência da utilização da água na Europa em 2010 para vários tipos de actividades económicas. Os autores acreditam que, no fim desta década, a agricultura vai atingir cerca 80% de eficiência de utilização enquanto a indústria vai efectivamente utilizar só 19% da água extraída. Esta previsão mostra que, no sector industrial, há ainda uma ampla margem para melhorar a eficiência de utilização da água, permitindo minimizar a quantidade de água potável retirada às reservas mundiais.


Em Portugal, a agricultura é claramente o maior utilizador de água, com um volume total de cerca de 6,5 quilometros cúbicos/ano (87% do total), enquanto a que indústria usa é cerca de 5% da água total. Transformando estes valores nos custos efectivos de utilização da água, verifica-se que o sector urbano passa a ser o mais relevante, com 875 milhões de euros anuais. A indústria, que usa água relativamente cara, paga cerca 484 milhões de euros por ano (INAG, 2001). Nem todo este dinheiro é bem gasto. Os custos da ineficiência de utilização representariam 39% do valor global estimado para a procura de água no nosso país, o que dá cerca de 0,64% do Produto Interno Bruto Nacional. Quase um quinto deste valor está associado à indústria, que perde cerca de 140 milhões de euros por ano por utilizar ineficientemente a água (INAG, 2001). O Plano Nacional da Água indica que o maior potencial de poupança no uso industrial da água situa-se na parcela da indústria transformadora. A indústria alimentar é o segundo maior consumidor de recursos hídricos do sector industrial (INAG, 2004).


Analisando os consumos da água na indústria alimentar, é possível indicar três grupos principais de utilização: (1) produção de água engarrafada; (2) utilização da água como ingrediente doutros produtos e (3) utilização da água como recurso tecnológico. Como recurso tecnológico, a água é utilizada em diversas operações unitárias do processamento alimentar, tais como: meio para aquecimento/arrefecimento (cozedura, arrefecimento, descongelação); meio para a transferência de matéria (salga por salmouras, demolha, adição de corantes, re-hidratação); meio para processos biotecnológicos (fermentação, cura, processos enzimáticos); agente para a limpeza e condicionamento (lavagem das matérias primas, do material e equipamento), agente de transporte (da matéria prima e de produto durante o processamento, embalagem); há ainda outros usos, como a separação por flutuação, descasque e redução de tamanhos. É neste terceiro grupo de água de uso tecnológico que residem as principais oportunidades de economia da água. A racionalização do uso das águas tecnológicas na industria alimentar tem duas vertentes: a primeira é a redução do consumo e a segunda é a reutilização de alguns dos fluxos de água já usada.

Algumas das medidas viradas para redução do consumo da água podem ser relativamente simples. Por exemplo: a revisão dos sistemas de condução da água na empresa; instalação dos medidores e "data loggers"; instalação de sistemas de fecho automático do fluxo das mangueiras; optimização da profundidade da cama de produto durante processos de lavagem e outros. Tal como para o uso urbano, na indústria também é possível optimizar o consumo de água para fins sanitários (nas instalações sanitárias, nos refeitórios, etc.). Os processos de fabrico dos alimentos também podem ser adaptados ao funcionamento com menores consumos de água. Os custos de água podem ser reduzidos utilizando passadeiras rolantes ou sistemas pneumáticos em vez de transporte por flutuação, utilizando sistemas de flutuação com secção transversal parabólica, recorrendo a vapor em vez de água nos processos de transferência de calor (branqueamento, pasteurização) e utilizando sistemas de arrefecimento por evaporação em vez de arrefecimento por água. Entre outras medidas, também podem ser mencionadas a combinação da lavagem com o transporte por flutuação; a reorganização dos processos de lavagem com o objectivo de separar as águas mais limpas para recirculação e a aquisição de equipamento novo com alta eficiência de uso da água.

Outra vertente de racionalização do uso da água consiste na reutilização de água de processamento para outros fins. As águas que mais facilmente podem ser reutilizadas são: as águas resultantes dos processos de extracção (p. ex. na indústria dos óleos vegetais, produção de açúcar); as águas resultantes dos processos de lavagem de produtos e de embalagens; as águas usadas nos processos de aquecimento/arrefecimento e as águas usadas para transporte dos produtos/embalagens. Algumas das tecnologias aprovadas para o reacondicionamento das águas usadas são baseadas na microfiltração, osmose inversa, oxigenação, radiação, tecnologia de biorreactores de membranas, entre outros.


Osmose inversa

Tem que ser a indústria a encontrar as suas próprias soluções para a economia da água, embora necessite para tal da cooperação da ciência, tecnologia e entidades governamentais para a pesquisa de conclusões viáveis. A educação ambiental da população alvo (isto é, produtores e consumidores) também tem aqui um papel importantíssimo. Sensibilização, informação e educação dos gerentes, operadores e consumidores, medidas económicas e financeiras acompanhadas de regulamentação técnica e legislativa devem ser aplicadas conjuntamente com soluções científico-tecnológicas de modo a obter os melhores resultados na racionalização do uso da água pela indústria alimentar.


Fontes usadas:
Eco-efficiency Toolkit for the Queensland Food Processing Industry, 2005.
Waste Management and Utilization In Food Production and Process, CAST, 1995.
The United Nations World Water Development Report, UNIDO, 2006.
Plano Nacional da Água, 20/58, 4 – II, INAG, 2004.
Prof. Igor A. Shiklomanov, UNESCO, 1999.
Executive summary of the WWDR., World Bank, 2001.
Programa Nacional Para o Uso Eficiente da Água, INAG, 2001.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Produção Animal e Desertificação

Realizou-se no dia 30 de Novembro de 2006, pelas 21:30 H, no novo Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, uma palestra proferida pelo Professor Doutor Henrique Rosa, sobre Produção Animal e Desertificação.

A temática da desertificação com origem na Produção Animal insere-se no contexto mais vasto das relações existentes entre os animais ditos zootécnicos (basicamente animais pecuários) e o ambiente. Estas relações, ou melhor dito, interacções, visto elas ocorrerem nos dois sentidos, estabelecem-se da seguinte forma; os sistemas de produção animal intensivos afectam o ambiente por via da poluição (são produzidos resíduos que contêm poluentes que poluem o ar, água e solo e provocam efeitos vários como patogenicidade, maus cheiros, efeito estufa, eutrofisação), os sistemas extensivos afectam-no por via da desertificação, enquanto que o ambiente reage aos sistemas extensivos condicionando (seleccionando) as espécies e mesmo as raças que podem ser exploradas, visto este ambiente possuir características ditas “difíceis” (i.e., temperaturas extremas, escassez de água, abundância de substâncias tóxicas e salgadas, orografia acidentada e mudanças sazonais acentuadas da composição florística que se reflecte na qualidade da dieta).

Dos animais zootécnicos, são fundamentalmente os pequenos ruminantes (ovinos e caprinos) e os camelídeos, aqueles que melhor resistem aos ambientes difíceis - áridos por possuírem um conjunto de características fisiológicas (e.g. rusticidade, resistência à desidratação, resistência a substâncias tóxicas e salgadas, elevada capacidade de termorregulação, superior digestibilidade para a fibra), anatómicas (e.g tamanho corporal, membros longos, pelagem clara, focinho afunilado, mobilidade labial e lingual, agilidade) e comportamentais (e.g grande capacidade de ingestão, capacidade selectiva para as peças anatómicas mais nutritivas das plantas, i.e. meristemas, flores e frutos, grande versatilidade alimentar, comportamento browser, posição bipedal, carácter independente, corajoso e curioso).

São os caprinos que apresentam o maior número destas características e que por isso mesmo, em associação com outras virtudes que possuem (importância social pela qualidade dos seus produtos e outras utilidades), estão mais presentes nas regiões áridas onde o processo de desertificação está em estádios mais avançados e é mais visível. Daí, a tendência para se associar a cabra à desertificação, considerando-se mesmo um dos seus agentes principais.
Ora, se por um lado a cabra pode de facto contribuir para a desertificação devido ao seu comportamento alimentar (as suas preferências vão para as estruturas anatómicas das plantas que são essenciais para o seu crescimentos, desenvolvimento e dispersão, i.e. rebentos flores e frutos) não será menos verdade que muitas vezes a cabra faz parte de uma longa cadeia do processo de desertificação onde já participaram outros animais, o clima e fundamentalmente o homem pelas más práticas agrícolas que adopta. Mas como a cabra aparece em último lugar, paga “culpas próprias e alheias” tornando-se num “bode espiatório”. Por todo o mundo, são raros os países que já não introduziram programas de perseguição e mesmo de erradicação da cabra. Portugal é um “bom” exemplo pois já “conseguiu” eliminar uma espécie selvagem (cabra do Gerês –Capra pirenaica lusitânica, extinta em 1921 numa excursão venatória promovida pelo jornal “O Século”) e agora, possivelmente com alguma justificação, tenta, se é que ainda não conseguiu, eliminar a cabra feral das ilhas Desertas da Madeira (para protecção de flora endémica).



Cabra pyrenaica da Península Ibérica

Será ainda de salientar a acção positiva que a cabra pode exercer sobre o ambiente, mesmo na defesa contra a desertificação, na medida em que ela pode ser muito eficaz na luta contra incêndios, na dispersão de vegetação através das sementes transportadas nas fezes (a cabras faz grandes percursos diários), a recuperação de flora herbácea (a cabra prefere arbustos) ou o controle de infestantes.


Cabra feral das Ilhas Desertas do Arquipélago da Madeira

Desertificação dos Mares

Realizou-se no dia 29 de Novembro de 2006, pelas 21:00H, uma palestra proferida pelo Professor Doutor João Pedro Barreiros sobre a Desertificação dos Mares, no novo Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores.

A desertificação dos mares, numa perspectiva de recursos marinhos vivos, encontra-se em expansão por todo o Mundo. Para além das artes industriais pouco selectivos e com fortes impactos colaterais, tais como as redes derivantes, os arrastos de profundidade e os quilometros de palangres, todas as frotas artesanais do planeta actuam de forma excessiva nas regiões costeiras.

Ecossistemas marinhos inteiros, como por exemplo recifes profundos e bancos de angiospérmicas, bem como recifes de coral e de algas coralígenas são destruídos diariamente por estas formas, com métodos ilegais tais como o uso de venenos e explosivos.

Num curto espaço de tempo, e se não houver uma política internacional séria e concertada para o uso dos recursos marinhos, a deplecção atingirá um ponto de roptura irreversível no espaço das curtas vidas humanas.

A Importância da Brioflora Açoriana na Retenção de Água

Realizou-se no dia 23 de Novembro de 2006, pelas 21:00H, no novo edifício do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, uma palestra proferida pela Professora Doutora Rosalina Gabriel, com o tema "A importância da Brioflora Açoriana na Retenção de Água".

O QUE SÃO BRIÓFITOS?

Os briófitos são um grupo de cerca de 18000 espécies de plantas fotossintéticas, estruturalmente simples, caracterizadas pela ausência de tecidos vasculares e consequentemente sem verdadeiros caules, raízes ou folhas e pela dominância da geração gametófita nos seus ciclos de vida. Evolutivamente, são um grupo muito antigo, com características de sucesso que lhes permitiram efectuar as primeiras colonizações terrestres. Reconhecem-se três Divisões: Bryophyta, incluindo os conhecidos musgos, Marchantiophyta, com cerca de 8000 espécies de hepáticas e Anthocerotophyta, com cerca de 100 espécies de antocerotas.

QUANTAS ESPÉCIES SE CONHECEM NOS AÇORES?

Na Europa e Macaronésia (Açores, Madeira, Canárias) existem 1690 espécies, das quais 13% são endémicas. O número de briófitos no nosso arquipélago é de 487 (18 exclusivos) e prosseguem estudos de inventariação. Este valor é comparável aos dos restantes arquipélagos Macaronésicos, o que é invulgar noutros grupos biológicos (por exemplo nas plantas vasculares ou artrópodes) e ocorre apesar da reduzida área proporcionada pelos Açores para colonização, apesar da grande distância a que o arquipélago se encontra dos três continentes fonte (Europa, África, América) e apesar da sua juventude geológica. O clima açoreano, temperado e com valores de humidade relativa elevados, será o responsável pelo sucesso de colonização das espécies que terão alcançado o arquipélago, transportadas pelo vento.

ONDE EXISTEM?

Os briófitos apresentam uma distribuição cosmopolita, colonizando virtualmente todos os habitats terrestres, dos desertos árcticos e saharianos às florestas tropicais. Os Açores são riquíssimos em habitats adequados à sua presença. Destes habitats, dois merecem particular destaque, devido à sua beleza e importância ecológica: as florestas naturais e as turfeiras. As luxuriantes florestas naturais dos Açores, com a sua complexidade arquitectónica, não seriam as mesmas sem a presença maciça de briófitos, que cobrem todos os substratos disponíveis: solo, rochas, troncos, ramos e até folhas, o que é característico das florestas tropicais, mas uma excepção absoluta nas florestas temperadas da Europa. As turfeiras, zonas húmidas, comuns na maioria das ilhas dos Açores, incluem na sua composição vegetal vastas áreas de musgos do género Sphagnum (musgão, leiva). Estes musgos, graças à sua estrutura celular única, apresentam grande capacidade de retenção de água (até 20x o seu peso seco), influenciando assim a regulação hídrica das ilhas.


QUAL O PAPEL ECOLÓGICO DOS BRIÓFITOS?

Apesar do seu pequeno tamanho, os briófitos desempenham um papel preponderante nos locais onde se encontram. A sua capacidade de retenção de água e de trocas iónicas é notável, características que os tornam particularmente eficazes na modificação dos ecossistemas. Nos processos de sucessão ecológica, promovem a formação de solo e modificam as condições microclimáticas para o estabelecimento de novas espécies. Participam na reciclagem de elementos e devido à associação de certas espécies com cianobactérias promovem a fixação de Azoto atmosférico. Interagem directamente com outros organismos, fornecendo habitats e camuflagem para invertebrados e material de nidificação para aves (por exemplo a Estrelinha).
Recentemente têm sido utilizados como biomonitores de qualidade ambiental por toda a Europa. A presença de certas espécies está naturalmente associada a um certo grau de pureza atmosférica. Podemos congratular-nos pela sua presença nos troncos das árvores de jardim das nossas cidades e nos muros dos campos… Estão em curso estudos de poluição atmosférica e aquática, em que briófitos são analisados quimicamente para obter dados sobre uma vasta gama de poluentes.

AMEAÇAS E CONSERVAÇÃO

Na Europa, durante o último século, extinguiram-se pelo menos quatro espécies e um quarto da brioflora encontra-se ameaçada. Esta tendência, comum a todos os organismos selvagens, está relacionada com a alteração profunda dos ecossistemas naturais. A Comissão para a Conservação de Briófitos publicou a Lista Vermelha de Briófitos para a Europa (ECCB 1995), que cita 158 espécies ameaçadas ou vulneráveis, das quais 21 encontram refúgio nos Açores. O mesmo livro, inclui um registo de Locais com Interesse Especial para Briófitos. Para quem conhece o ambiente natural destas ilhas, não é de surpreender que 6 dos 69 principais Locais sejam Açoreanos! A conservação eficaz destes locais extraordinários é da responsabilidade da nossa região e deve ser o nosso orgulho.

PARA SABER MAIS…

ECCB, 1995. Red Data Book of European Bryophyes. The European Committee for the Conservation of Bryophytes. Trondheim.
Gabriel, R. 1994. Briófitos da ilha Terceira (Açores). Provas APCC. Universidade dos Açores. Angra do Heroísmo
Gabriel, R. 2000. Ecophysiology of Azorean forest bryophytes. Ph.D. Thesis. Imperial College, University of London. London.
Mendes, C. 1998. Contributo para a caracterização de turfeiras de Sphagnum sp. na ilha Terceira. Estágio de Licenciatura em Eng. Agrícola. Universidade dos Açores. Angra do Heroísmo.

· British Bryological Society- http://www.rbge.org.uk/bbs/
· International Association of Bryologists- http://www.bryology.org/
· Mosses and Liverworts in Wales- http://home.clara.net/adhale/bryos/
· Sociedad Española de Briología- http://www.uam.es/informacion/asociaciones/SEB/

rgabriel@notes.angra.uac.pt

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Agricultura Intensiva e Desertificação

Realizou-se no dia 24 de Novembro de 2006, pelas 21:30H uma palestra proferida pelo Professor Doutor Paulo Monjardino sobre "Agricultura Intensiva e Desertificação". Essa palestra efectuou-se no novo edifício do Campus de Angra do Heroísmo da Universiadade dos Açores, no Pico da Urze em Angra do Heroísmo.

Por definição deserto é uma zona árida ou sem população.
A tendência de desertificação a nível global tem vindo a aumentar nos últimos anos, sendo diversas as causas que a originam, das quais se destaca o aquecimento global e a agricultura.

A desertificação em várias regiões agrícolas tem-se devido a formas de agricultura não adaptadas aos ecossistemas, que têm levado, na maioria das situações, à perda de fertilidade dos solos devido à sua erosão, salinização e redução drástica do pH, assim como ao esgotamento de aquíferos; a maioria destes problemas tende a agravar-se com a intensificação da produção agrícola. Porém, em países com economia mais competitiva em que predominam condições de equidade, tem-se verificado algum abandono da actividade agrícola, o que tem implicado um incremento do êxodo rural e, em algumas regiões, à perda da sua população residente; nesse caso a perda de população ocorre mais frequentemente em regiões onde vigoram formas de agricultura extensiva, sendo de destacar a perda de competitividade com outros países e com outros sectores da economia.

São múltiplas as formas de evitar ou inverter a tendência para a desertificação, mas estas frequentemente não dependem apenas do grau de intensificação da agricultura, tendo sido enumeradas nessa palestra algumas das soluções mais relevantes para a resolução destes problemas.

Preocupações Ambientais da Escola Moderna

Realizou-se no dia 29 de Novembro de 2006, pelas 21:15H, uma palestra proferida pelo Professor Doutor Pedro Gonzalez sobre "As preocupações Ambientais da Escola Moderna", no novo edifício do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, sito ao Pico da Urze-Angra do Heroísmo.
As preocupações de diferentes grupos, derivadas de questões que surgem nos nossos dias como a segurança rodoviária, o comportamento sexual ou a sexualidade responsável, anorexia, obesidade ou problemas relacionados com a saúde, hábitos de consumo e problemas ambientais, entre outros, têm originado pressão no nosso sistema educativo visando introduzir conteúdos ou mesmo disciplinas como formas de intervenção para atenuar ou encontrar soluções para os problemas apresentados.
As respostas a estas questões, originárias da escola podem apresentar uma dimensão de carácter pontual através da criação de disciplinas específicas a fim de responder a cada lobby. Este tipo de resposta traz como consequência o aumento dos conteúdos a trabalhar e da carga horária dos alunos, já por si exagerada. Outra estratégia possível aponta para o estabelecimento de respostas integradas, embora possam ser apontadas de respostas de risco porque “na procura de responder a tudo não se responde a nada”. Este tipo de resposta integrada aposta no desenvolvimento nos alunos de capacidades ou competências que atendam, transversalmente, às exigências sociais.
As capacidades ou competências transversais em questão estão relacionadas com valores ou competências ou objectivos relativamente consensuais nas nossas sociedades. Esta tem sido a aposta da Escola Moderna. Algumas delas são competências relativas ao sentido social, de solidariedade. Embora já gasta, esta palavra refere um conceito fundamental relacionado com a formação do cidadão, valorizando a participação da pessoa na “polis”, como evidência de preocupação com os outros, e do “homo economicus” visando a participação em grupos ou na constituição e lideranças de equipas, tido em grande apreço pelas empresas dos nossos dias.




Uma ferramenta imprescindível para discernir esclarecidamente, para fazer previsões de evoluções a partir da análise de dados concretos em situações reais ou para tomar decisões é o sentido crítico, valorizado e centro das preocupações de todos os professores. Esta competência está relacionada com o aprender a aprender (que podemos traduzi-la pedagogicamente com o significado de aprender a investigar). Isto é, fazer o que fazem os cientistas de modo a poder lidar com uma das características do mundo de hoje que é a imensa produção de conhecimento, o que nos obriga a uma aprendizagem ao longo da vida e que relativiza o trabalho pedagógico centrado na transmissão de conteúdos. Torna-se assim, mais importante (e funcional) aprender a investigar do que a dominar uns poucos conteúdos, que rapidamente podem ficar obsoletos.
As estratégias adoptadas pela proposta pedagógica da Escola Moderna passam pela valorização do trabalho cooperativo, matriz da sua Organização Social das Aprendizagens em que assenta o desenvolvimento de actividades que promovem a autonomia dos alunos (no aprender, no procurar, arrumar e comunicar informação, na gestão das relações no seio do grupo-turma, no participar na auto e hetero-avaliação, por exemplo), entre outros.
Quando falamos em Organização estamos a pensar numa estrutura, num edifício, num sistema. Neste caso concreto, o trabalho, o ambiente na sala de aula ou na escola deve ser ou estar inserido numa Organização para Aprender. Por isso falamos de Organização das Aprendizagens. Como sabemos, os alunos não aprendem apenas do professor. Entendemos que os outros, a comunidade, o grupo, alunos e docentes, e a própria organização contribuem para a educação e para as aprendizagens. Por isso, falamos de uma Organização Social das Aprendizagens.

Na Escola Moderna, esta Organização Social das Aprendizagens assenta numa matriz cooperativa, solidária, de inter-ajuda, que é o que se pretende que seja o ambiente onde os alunos construam as suas aprendizagens. Um ambiente onde possam ser contaminados pelos valores em que a organização se apoia. É uma aposta na isomorfia.
Além desta Organização Social das Aprendizagens, de matriz cooperativa, os professores da Escola Moderna, individualmente, dependendo da sua maior ou menor consciência ambiental, poderão propor aos seus alunos actividades com diferentes graus de aproximação aos problemas ambientais.
Estas actividades poderão ter a forma de projectos que, na Escola Moderna, se caracterizam por ser, preferentemente, da iniciativa dos alunos, podendo os professores incentivar ou influenciar essa iniciativa, de curta duração e em pequenos grupos. Os diferentes tipos de projectos possíveis podem ser classificados em projectos de estudo, projectos de intervenção e projectos de experimentação.
Quando analisamos as propostas de Educação Ambiental feitas por associações, ONG's, etc., preocupadas com as questões ambientais, verificamos que, a essência destas propostas, se assemelha em muitos aspectos às formas de organização do trabalho de aprender propostas na literatura pedagógica dos nossos dias, nomeadamente no que concerne à responsabilização dos alunos nas suas aprendizagens, à participação na organização para aprender, na avaliação e na regulação do trabalho para aprender.
Por último, em modo de conclusão, a resposta da Escola Moderna quanto às exigências relacionadas com o Ambiente caracteriza-se por ser transversal e abrangente. É dizer, a Escola Moderna está preocupada em ajudar a formar um cidadão comprometido com os problemas da “polis”, com a sua participação na “polis” e, consequentemente, com os problemas ambientais porque são também problemas sociais.

terça-feira, dezembro 05, 2006

A importânia da humidade na fauna de artrópodes dos Açores

Realizou-se no dia 23 de Novembro de 2006, pelas 21:15 Horas uma palestra, integrada na semana da Ciência e Tecnologia e Semana Nacional de Agricultura Biológica, proferida pelo Professor Doutor Paulo Borges, no Novo Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, sobre a importância da humidade na fauna de artrópodes dos Açores.
As ilhas oceânicas constituem ecossistemas de grande importância para o estudo da evolução e ecologia dos organismos terrestres e marinhos. Entre as características mais interessantes das ilhas oceânicas ressalta o seu isolamento extremo, e consequentemente a sua difícil acessibilidade. Assim, as faunas e floras insulares caracterizam-se por uma pobreza relativa e eventual ausência de determinados grupos de organismos. O isolamento e a história geológica dinâmica facilitam os processos de especiação, pelo que é comum haver uma grande percentagem de espécies endémicas, restritas a uma determinada área geográfica, nos arquipélagos oceânicos.





De entre as espécies endémicas dos habitats terrestres dos Açores, 393 espécies e subespécies pertencentes aos Bryophyta, Pteridophyta, Spermatophyta, Mollusca e Arthropoda, cerca de 267 são artrópodes (aranhas, centopeias, insectos, etc.) bem adaptados aos habitats húmidos dos Açores. A natureza açoriana constitui um património da Humanidade, já que aqui sobreviveram grupos de organismos que entretanto se extinguiram durante as últimas glaciações na Europa (paleo-endemismos), e por outro lado muitas espécies se formaram aqui (neo-endemismos) a partir de uns poucos de colonos que cá chegaram usando a força das correntes aéreas, as aves e as correntes marinhas.

O uso sustentável dos pequenos territórios húmidos protegidos que constituem as nossas nove ilhas parece ser um dos desafios mais importantes desta e das próximas gerações.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Erosão e Desertificação

A convite da Ecoteca do Pico, o Prof. Doutor João Madruga, do Campus de Angra de Heroísmo da Universidade dos Açores, deslocou-se a essa ilha onde realizou várias palestras, organizadas pela Drª Carla Silva, sobre “Erosão e Desertificação”. Estas palestras decorreram nos dias 29 e 30 de Novembro de 2006.

- A primeira decorreu no dia 29 de Novembro, às 10:30H, na sede da Filarmónica Liberdade Lajense e foi dirigida a turmas de 10º e 11º anos da EBIS das Lajes do Pico (cerca de 80 alunos).


- A segunda, também no mesmo dia, decorreu pelas 15:00H, no Auditório da Escola Básica e Secundária Integrada de S. Roque do Pico, para os alunos do 3º ciclo da EBIS de S. Roque do Pico (cerca de 130 alunos).


- No dia 30 de Novembro às 10:10H, no Auditório da Escola Cardeal Costa Nunes, decorreu a última palestra, dirigida a alunos do 7º ano de escolaridade e de cidadania (cerca de 80 alunos).


Nessas conferências, o Prof. Doutor João Madruga, natural da freguesia de S. João do Pico, salientou que o problema da desertificação não afecta apenas os outros, falando das suas graves consequências humanas e de algumas formas de a evitar quer a nível local, regional ou global.

A Tecnologia Educativa no Combate à Desertificação

Realizou-se no dia 25 de Novembro, pelas 21:30 H, no novo Edifício do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, sito ao Pico da Urze, uma palestra sobre Tecnologia Educativa no Combate à Desertificação, proferida pelo Professor Doutor Salvador Lima.
Sendo o professor um comunicador por excelência, ele terá que integrar na sala de aula os meios que facilitem essa comunicação.
Numa época em que as tecnologias e as técnicas da imagem, do som e do grafismo circundam alunos e professores fora da escola, pretende-se uma dinamização da comunicação na sala de aula.




Exigência demográfica, exigência cultural e ambiental, exigência tecnológica, novos alunos, novos professores e novas matérias pedem uma renovação da pedagogia, das concepções e dos métodos.
Não são apenas os meios que contam, mas sim a capacidade de se apropriar desses meios, da metodologia com que são usados e como se integram numa estratégia educativa coerente e global, nomeadamente na Educação Ambiental de Combate à Desertificação.
Freinet levava os alunos à realidade…
As tecnologias e a linguagem audiovisual permitem ao Homem ver mais longe e mais perto, no espaço e no tempo, com toda a precisão e rapidez. Permitem trazer para a sala de aula a realidade distante: previsão de furacões, maremotos, “scaner” de uma tempestade, os fundos do mar, imagens de microscópio electrónico, glaciares, vulcões, planetas, inundações, seca, desertificação, etc,. Também poderão ser utilizadas para despertar consciências, motivar, sensibilizar, intervir, criticar, reflectir.
Na impossibilidade de levar a realidade à sala de aula e de conceber e produzir os seus próprios documentos, o professor poderá servir-se de meios que não foram produzidos com o objectivo didáctico, mas que depois de seleccionados, adaptados, avaliados e integrados, serão sem dúvida, excelentes recursos auxiliares do discurso pedagógico. Estes poderão ser extraídos da televisão, cinema, revistas, jornais, publicidade, animação, banda desenhada, etc.
É neste sentido que privilegiamos uma comunicação didáctica que possibilite um verdadeiro processo didáctico de ensino e de aprendizagem.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Ilhas e Alterações Climáticas Globais

Realizaram-se no dia 28 de Novembro de 2006, três conferências, promovidas pela Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, organizadas pela Ecoteca de Santa Maria e grande envolvimento das Drªs Mafalda Moniz e Rita Gago da Câmara, sobre Ilhas e Alterações Climáticas Globais. Essas palestras foram proferidas pelo Professor Doutor Félix Rodrigues do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores.
Duas das palestras foram proferidas na Escola E/B 2,3/S Bento Rodrigues, em Vila do Porto e destinadas a alunos dos 8º e 9º anos de escolaridade enquanto a outra foi destinada a alunos do 10º ano de Escolaridade.
Pelas 20:30, no Auditório da NAV (Empresa de Navegação Aérea sedeada em Santa Maria) foi proferida uma conferência sobre a mesma temática para o público em geral.
Nessas conferências foram apresentados os impactos das alterações climáticas globais a nível planetário e exploraram-se os possíveis impactos a nível local.
A subida do nível médio das águas do mar trará consequências negativas para as zonas litorais da ilha, como a Praia Formosa ou a Baía de São Lourenço.


A alteração do regime de pluviosidade, muito dependente da estrutura e transporte de calor pela Corrente Quente do Golfo, poderá incrementar os processos de erosão e desertificação nessa ilha.

Um aumento de temperatura da superfície terrestre incrementará a actividade ciclónica na bacia do Atlântico, aumentando a probabilidade de Santa Maria ser assolada por ciclones tropicais, como recentemente pelo ciclone Gordon.



Exemplificaram-se alguns desses impactos nas ilhas Tuvalu, no Pacífico e estabeleceram-se alguns paralelismos com o caso de alguns locais das ilhas açorianas.

Agricultura Biológica e Desertificação

Realizou-se no dia 25 de Novembro, pelas 21:45 H, no Edifício de aulas do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, Pico da Urze, uma conferência proferida pelo Professor Doutor João Guilherme Ferreira Batista, com o título "Agricultura Biológica e Desertificação".

A designação de agricultura biológica, importada de França nos anos sessenta do século passado, está por vezes associada à nostalgia do passado, quando não a um certo fundamentalismo metodológico. Trata-se sim e na essência, de uma forma agricultura alternativa, baseada na manutenção da fertilidade do solo sem recurso a fertilizantes químicos de síntese. A agroecologia, enquanto ciência, constitui o principal suporte da agricultura biológica (que no nosso entender se deveria designar como ecológica). Por seu lado, a desertificação deixou de ser entendida como um processo de disseminação de condições idênticas às existentes nos desertos, em regiões áridas ou semiáridas, para passar a constituir um processo de degradação ou alteração de utilização do solo para outro tipo de categoria, contribuindo para a redução do seu potencial produtivo.
A agricultura intensiva tem vindo progressivamente a contribuir para a diminuição do potencial produtivo dos solos, constituindo assim o principal agente de desertificação.
Utiliza indiscriminadamente recursos naturais, com implicações de natureza ambiental, a que não é alheio o chamado efeito de aquecimento global.


Uma agricultura assente em princípios ecológicos, permite a utilização mais parcimoniosa de recursos naturais, a diversidade cultural e utilização sustentável do solo, conjuntamente com novas tecnologias ambientalmente correctas, podendo constituir solução para garantir de modo equitativo a segurança alimentar, sobretudo nos locais do mundo onde ela está em risco.