segunda-feira, março 05, 2007

Biodiversidade e alterações climáticas

Este foi o tema das conferências proferidas em Angra do Heroísmo e Ponta Delgada pelo Professor Eduardo Dias no 6º Encontro Regional de Eco-Escolas.
Centrando-se no ciclo do carbono, teceram-se várias considerações acerca das emissões e sumidouros naturais de carbono.
Foram referidos os processos de absorção de dióxido de carbono pelas florestas em crescimento, pelas zonas húmidas do planeta e pelo oceano. Por outro lado foram referidas as emissões resultantes da queima de biomassa e dos recursos fósseis do planeta.
Quanto aos impactos das alterações climáticas globais na biodiversidade açoriana, mais concretamente nalgumas espécies endémicas, foi referido que dada a grande amplitude ecológica e altitudinal de espécies como a Erica azorica, o Laurus azorica, Piconia azorica ou Juniperus brevifolia, não é licito pensar-se na extinção dessas espécies. Os casos mais problemáticos poderão ocorrer nas espécies que ocupam as falésias da ilha, que com a erosão e a subida do nível médio da água do mar, poderão sim estar em risco.

Laurus azorica


Erica azorica

As ameaças à biodiversidade açoriana resultantes das alterações climáticas prender-se-ão com os problemas derivados da erosão, desabamentos, alteração hidrológica, avanço de exóticas e fragmentação de habitats. Nos Açores tem-se verificado a capacidade de algumas espécies se adaptarem a zonas alteradas resultantes de desabamento e a fragmentação de habitats que ocorre desde a época do povoamento. Nesse aspectos o estudo das adaptações de espécies a essas perturbações pode ser muito importante para o estabelecimento de medidas de mitigação das alterações climáticas, a nível continental, para combater a perda de biodiversidade.