sábado, agosto 25, 2007

Mestrados em Gestão e Conservação da Natureza e Engenharia do Ambiente da Universidade dos Açores em Lisboa

Estou em Lisboa, a caminho para uma semana de férias no Algarve. Mas nestes dois dias de Agosto, na capital, é possível avançar muito nos sonhos que vinhamos tendo em preparação sobre os anos que hão-de vir. Um desses sonhos é começar a fazer edições dos mestrados em gestão e conservação da natureza e em engenharia do ambiente do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores em Lisboa, no seguimento das edições que temos realizado em Bragança, Castelo Branco, Tomar e Faro. Primeiro porque Lisboa tem em torno de si quatro milhões de pessoas e os mestrados que conseguimos desenhar e desenvolver a partir dos modelos de mundo que as ilhas são, também têm procura nos mundos maiores dos espaços continentais. Depois porque a partir de Lisboa podemos alcançar o mundo lusófono e tudo aquilo the essa lusofonia consegue temperar e semear, na Europa, nas Américas, em África e na Ásia. Para as edições de Bragança, Castelo Branco, Tomar e Faro os nossos parceiros foram as instituições de ensino superior com características semelhantes ao Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores: relativamente pequenas e interdisciplinares. No entanto para abordar Lisboa e o Mundo o melhor parceiro que pudemos encontrar é o Instituto de Investigação Científica Tropical. Primeiro por causa desse mundo lusófono. Depois porque tem um grupo de bons investigadores em ciências humanas e em ciências naturais capazes de orientar algumas teses que venham a ser desenvolvidas. Finalmente porque está em processo de remodelação e os tempos de crise são sempre os mais propícios a trazer novas ideias que definem os rumos futuros das instituições. Vale a pena, assim, tresler o livro que me foi oferecido pelo Prof. Jorge Braga de Macedo, intitulado “3 anos de renovação do Instituto de Investigação Científica Tropical” para perceber melhor a instituição com a qual os Açores vão colaborar mais de perto, se assim quisermos uns e outros. O livro consta de uma série de entrevistas a elementos do IICT, uns tantos artigos, algumas fotografias, a legislação mais relevante e um CD sobre “avaliação, desenvolvimento e lusofonia”. A entrevista de Jorge Braga de Macedo é esclarecedora, pelo menos para quem tem algum conhecimento da estrutura e funcionamento de instituições públicas portuguesas: uma série de gente boa e capaz, há muitos anos organizada de forma incapaz. Não se trata, portanto, de dar uma volta de 180º mas pura e simplesmente dar rumo a instituições que estavam paradas, com cada um dos seus membros com a sua agenda própria. Pelo que percebi tratou-se de reunir 24 centros em 2 departamentos, de tentar concentrar as pessoas dispersas por Lisboa em torno de uma mesma zona e casa, de institucionalizar a avaliação externa, de nomear responsáveis e de criar uma imagem externa. Pelo vistos tem demorado tempo mas não é fácil mudar as instituições deste Estado que nos aniquila. Talvez os nossos mestrados venham ajudar a dar rumo aos muitos recursos humanos e de informação que o Instituto de Investigação Científica Tropical dispõe. As outras entrevistas feitas aos investigadores confirmam a necessidade de mudança e descrevem o que se tem feito desde há três anos. No entanto, na parte do livro sobre avaliação, vale a pena rever o relatório feito por Jorge Palmeirim que conclui com sete medidas, todas elas consistentes com a criação de edições dos mestrados em gestão e conservação da natureza e em engenharia do ambiente no Instituto de Investigação Científica Tropical. As sete medidas propostas por esta avaliação são: 1) Alargar a investigação a áreas aplicadas e multidisciplinares; 2) Manter temáticas de investigação actuais no domínio das questões tropicais; 3) Atrair jovens investigadores; 4) Aumentar o financiamento externo; 5) Publicar mais em revistas indexadas; 6) Agilizar o uso de financiamentos externos; 7) E participação em ensino de pós-graduação.

(Prof. Tomaz Dentinho em A União)

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