quarta-feira, outubro 17, 2007

Saneamento da Universidade dos Açores

Saneamento económico da Universidade dos Açores, situação de desequilíbrio nas contas da Universidade dos Açores não agrada ao Ministério do Ensino Superior, que quer forçar a academia a aproximar os valores das receitas e das despesas no prazo de três anos. O reitor diz que a universidade foi insultada pela tutela... O Ministério da Ciência e do Ensino Superior vai propor à Universidade dos Açores um contrato de saneamento económico e financeiro para, no prazo máximo de três anos, atingir o equilíbrio entre receitas e despesas. “À situação de desequilíbrio da Universidade dos Açores não tem correspondido uma acção sustentada com vista a adequar os custos às receitas”, justifica a tutela, em resposta a um requerimento apresentado à Assembleia da República pelos deputados do PSD Mota Amaral e Joaquim Ponte. Para resolver o desequilíbrio orçamental, já admitido pelo reitor, o Gabinete de Planeamento, Avaliação e Relações Internacionais e o controlador financeiro do ministério vão proceder a “uma análise exaustiva das causas”, para depois “propor à universidade um contrato de saneamento económico e financeiro que lhe permita, no prazo de três anos, atingir o equilíbrio”. O documento garante que o Governo “tem por certa a importância” da universidade no desenvolvimento socio-económico dos Açores e na formação de recursos humanos, mas avisa que a instituição tem beneficiado da transferências de verbas, ao abrigo do chamado “factor coesão”. Segundo o ministério a Universidade dos Açores beneficiou, em 2006, de um acréscimo de 2,6 milhões de euros na dotação do Orçamento de Estado (mais 20,1 por cento do que a dotação inicial) e mais 3,7 milhões neste ano. “Para 2008 prevê-se um acréscimo de 43 por cento da sua dotação inicial”, refere a tutela. O ministério é claro na ideia de que as necessidades de financiamento da UAç resultam do excesso de pessoal, que “excede em muito os valores-padrão nacionais”. Além disso a universidade recebe do Orçamento de Estado 4.800 euros por aluno, “muito acima da média nacional para o conjunto das universidades portuguesas, de 4.154 euros”. O reitor da UAç vê a resposta da tutela ao PSD como “um insulto à universidade e aos Açores”, alegando que Lisboa não entende a importância da instituição. Avelino Meneses negou que a UAç não tenha feito um esforço para reduzir pessoal, adiantando que em 2003 tinha 262 docentes a tempo inteiro e hoje tem apenas 237. “A UAç é a mais peculiar das universidades portugueses”, disse o responsável, frisando que o ministério “vê a questão pelo excesso de pessoal”, mas a instituição olha o problema pela “falta de alunos”. Com mais mil estudantes a UAç atingiria, segundo Avelino Meneses, o equilíbrio financeiro.

(In Primeiro de Janeiro)

Nota do Blog: O Reitor da AUç tem toda a razão. O Senhor Ministro que explique por exemplo porque razão a Faculdade de Ciências de Lisboa, de onde ele saíu, com 3775 alunos de licenciatura e 445 docentes dão mais lucro do que a Universidade dos Açores com 3000 alunos e 262 docentes. É porque faz parte da Universidade de Lisboa onde umas faculdades compensam as outras? Se sim, isso tem alguma lógica?
Porque razão o investimento em qualquer Politécnico ou Faculdade do País foi superior ao feito pelo o Estado na Universidade dos Açores, onde ainda há gabinetes de docentes, e não são poucos, onde chove dentro e os ratos roem os fios da Internet. Mesmo assim não impede que se faça trabalho científico e pedagógico de qualidade.
Porque razão foram precisos 20 anos para se começar a construir um edifício condigno na Universidade dos Açores enquanto qualquer outra Universidade Portuguesa o conseguíu logo aquando da sua instalação, como a de Aveiro, UTAD, Évora, Algarve, e muitos outros Politécnicos espalhados pelo País?
Não seria de exigir que quem teve grandes investimentos que tivesse que explicar porque razão não tem as proprinas mais baixas e lucros maiores do que quem não recebeu praticamente nada, por se considerar que serve menos população do que os outros? De facto só pode ser uma afronta, porque ninguém consegue ser super-homem com tamanha descriminação...

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Uma Universidadde para cerca de 250.000 habitantes?

4:12 da tarde  

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