quinta-feira, janeiro 31, 2008

A ABORDAGEM À LEITURA E À ESCRITA NO JARDIM-DE-INFÂNCIA: CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DOS EDUCADORES DE INFÂNCIA

Foi apresentada e defendida, no Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores a tese de Dissertação de Doutoramento em Educação, na especialidade de Metodologia do Ensino do Português de Ana Isabel da Silva Santos, intitulada “A ABORDAGEM À LEITURA E À ESCRITA NO JARDIM-DE-INFÂNCIA: CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DOS EDUCADORES DE INFÂNCIA”.Esse trabalho de investigação teve por objectivo principal caracterizar as concepções dos educadores de infância sobre a forma como as crianças constroem a linguagem escrita e sobre a forma como deve ser feita a abordagem à leitura e escrita no jardim-de-infância, as suas práticas pedagógicas neste domínio e a possível relação entre estas e a evolução das concepções infantis sobre a leitura e a escrita num grupo de crianças em idade pré-escolar.Neste sentido e, em termos metodológicos, a investigação constrói-se numa análise progressivamente mais aprofundada do contexto em questão, tendo como quadro de referência uma abordagem compreensiva, incluindo metodologias qualitativas e quantitativas que, organizada em duas fases distintas mas complementares, vai adequando abordagens distintas consoante o tipo de informação que se pretendeu recolher em cada uma delas.A informação recolhida nestas duas fases foi, posteriormente, organizada em quatro estudos distintos que, dando corpo ao estudo empírico, veio permitir perspectivar a forma de ser e estar dos educadores de infância da Ilha Terceira, Açores, no domínio da abordagem à linguagem escrita.Assim, os Estudos 1 e 2 centraram-se na análise das concepções dos educadores de infância acerca da abordagem à linguagem escrita, considerando as perspectivas destes docentes sobre aquilo que consideram dever ser as suas práticas no domínio em questão, as perspectivas acerca daquilo representam as suas práticas pedagógicas reais e os conhecimentos expressos sobre as concepções infantis de leitura e escrita, sobre a sua evolução e sobre a forma pedagogicamente mais consentânea para intervir em prol do desenvolvimento dos diversos processos nelas inscritos. No Estudo 1 participaram 74 dos 75 educadores de infância a exercerem a sua actividade profissional em jardins-de-infância da rede pública da Ilha, que foram inquiridos através de um questionário e no Estudo 2, 18 educadoras de infância, seleccionadas de entre esses 75, que foram observadas e entrevistadas.
Os Estudos 2, 3 e 4 debruçaram-se sobre a análise das práticas pedagógicas dos educadores de infância no âmbito da linguagem escrita, procurando destrinçar, fundamentalmente, qual o papel que estes docentes desempenham no processo de abordagem emergente à linguagem escrita no jardim-de-infância. Focando aspectos como a forma de conceber o projecto de intervenção, a organização e gestão de espaços e tempos, a implementação de estratégias de intervenção junto dos grupos de crianças que frequentam cada uma das salas observadas ou as estratégias de articulação família/escola, estes Estudos oferecem-nos uma visão alargada acerca do papel dos educadores de infância neste domínio, permitindo pormenorizar os elementos que se constituem como privilegiados em termos de intervenção pedagógica. Os resultados apresentados no Estudo 4 permitem-nos, ainda, estabelecer alguma relação entre as práticas pedagógicas das educadoras de infância e a evolução das concepções infantis sobre leitura e escrita. Dos Estudos 2 e 4 fizeram parte as 18 educadoras de infância anteriormente referidas e, ainda, 146 crianças, cujos resultados de diversas provas para avaliar as suas concepções sobre leitura e escrita foram incluídos no Estudo 4. O Estudo 3 foi construído a partir da observação aprofundada das práticas pedagógicas de três educadoras de infância seleccionadas de entre as 18 observadas.Em geral, os resultados apresentados nestes estudos permitem afirmar que concepções e práticas pedagógicas dos educadores de infância no domínio da linguagem escrita podem ser caracterizadas pela descontinuidade que revelam e que se manifestam quer entre concepções e práticas, quer, mesmo no interior de concepções e de práticas. Entendendo esta descontinuidade enquanto situação pontualmente focada para o domínio em questão, mas carente de um fio condutor ou de um contínuo que lhe confira fluidez, regularidade, sistematicidade e transversalidade, concepções e práticas pedagógicas acabam por carecer de uma perspectiva de omnipresença que torne a abordagem à linguagem escrita contextualizada e significativa. Esta descontinuidade, manifestada pelos altos e baixos que ora as aproximam, ora as distanciam, de uma abordagem que se pretende emergente, são denunciadoras de hiatos na forma como os educadores concebem e implementam a sua intervenção pedagógica, numa confluência de saberes e saberes-fazer, com implicações evidentes quer ao nível da organização e gestão da intervenção docente quer, sobretudo, ao nível da forma como as crianças são levadas a pensar a linguagem escrita, que se torna claramente evidente no Estudo 4, com as diferenças evidentes na evolução registada nas concepções sobre leitura e escrita do grupo de crianças que frequentam salas cujas educadoras se afiguram mais consistentes e sistematizadas com uma perspectiva de literacia emergente.
Mesmo com alguns resultados que se revelam prometedores em termos de promoção da literacia no jardim-de-infância, dos mesmos emerge uma chamada de atenção para os docentes da educação de infância e para os seus formadores, perante a necessidade de reflectir acerca da forma como está a ser perspectivada e implementada a intervenção neste âmbito e da formação que neste campo é oferecida, na procura da necessária articulação coerente entre as diversas componentes curriculares que enformam concepções e práticas, na tentativa de responder da melhor forma possível às necessidades e interesses emergentes das crianças em idade pré-escolar no domínio da linguagem escrita.

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Reitores reunem-se com Sócrates

O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) reuniu-se esta terça-feira passada, de emergência para analisar os resultados do encontro mantido com o Primeiro-ministro, no dia 10.
No encontro, José Sócrates deixou a promessa de um reforço orçamental para o ensino superior para o próximo ano, mas os reitores querem mais, uma vez que há quatro universidades que encontram com graves problemas financeiros. Do ponto de vista dos reitores, o orçamento para 2009 só deve ser discutido depois de resolvidos os problemas financeiros de 2008 nos quatro estabelecimentos de ensino onde a situação é particularmente grave: Universidade da Madeira, Universidade dos Açores, Universidade de Évora e Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Na Universidade de Lisboa também há problemas, não sendo pagas horas extraordinárias nem despesas de representação há já algum tempo.

Globalmente, consideram os reitores, está a haver uma diminuição no investimento ao nível da investigação. Neste cenário, o CRUP quer a garantia de que todos estes problemas serão resolvidos antes de começar a pensar em 2009. Os reitores mostram-se, porém, satisfeitos pelo facto de o Governo voltar a colocar em 2009 o ensino superior na lista das prioridades e, assim, o sector receber um reforço orçamental. Para Março, está agendada nova reunião com José Sócrates.

(In Rádio Renascença)

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quarta-feira, janeiro 30, 2008

O Roubo do Leite

Os protestos são frequentes: as associações agrícolas acusam a indústria de absorver uma esmagadora parte do preço final do leite, enquanto os produtores obtém retorno reduzido. Mas, e se existir um terceiro elemento que aumenta todos os anos a sua fracção de lucro, com investimento quase nulo?
A ideia é defendida pelo professor da Universidade dos Açores, José Matos, que lembra um debate aceso, já há alguns anos, no Reino Unido. No site “The Great Milk Robbery”, que pode ser consultado no endereço “http://www.thegreatmilkrobbery.co.uk/” e que, à letra, se traduz como “O Grande Roubo do Leite”, o sector da distribuição, especialmente as grandes superfícies, é culpado pela cada vez mais escassa margem de lucro dos produtores. “Os supermercados usam o seu poder de compra para pressionar os fornecedores. Os agricultores não têm qualquer influência sobre os supermercados e acabam por ter de aceitar preços miseráveis pelo seu leite, que permitem à indústria de lacticínios e às grandes superfícies obterem lucros”, pode ler-se no site. José Matos, do Departamento de Ciências Agrárias estima que, nos últimos 10 anos, a fracção do preço final do leite que é arrecadada pela distribuição tenha aumentado, de cinco, para perto de 30 por cento. “É necessária legislação que imponha limites à margem de lucro que o sector da distribuição pode ter. Actualmente, existe um verdadeiro monopólio das grandes superfícies. A indústria coloca o seu produto à venda em duas ou três cadeias de super e hipermercados, que representa perto de 80 por cento do mercado. Isto significa um grande poder. É este sector de distribuição que impõe preços à indústria. Se a indústria recusar determinado preço, estas grandes cadeias podem simplesmente dizer que vão comprar a outro sítio”. Na opinião de José Matos, os protestos que se ouvem por parte dos produtores podem estar deslocados: “ouvem-se muitos argumentos, contra a indústria, que são baseados em dados antigos, sem aplicação nos dias que correm. Pensa-se sempre a questão do mercado do leite como tendo dois grandes intervenientes: a indústria e os produtores. A verdade é que surgiu um terceiro elemento neste diálogo: a distribuição. É esta que tem a faca e o queijo na mão”. O presidente da Associação Agrícola da Ilha Terceira, Paulo Simões Ferreira, concorda: “os agricultores trabalham e investem para conseguirem um bom produto e a indústria faz o mesmo, apostando na modernização. No meio disto tudo, a distribuição é quem consegue mais lucros sem grande investimento”.“As grandes superfícies, conseguem fixar preços junto da indústria e, como detêm o monopólio, não existe grande margem para negociação. Não se consegue fazer nada frente a um poder desta dimensão”, desabafa. Embora não existam dados a nível nacional, o exemplo do Reino Unido é claro: em 2005, por litro de leite, a indústria e os produtores recebiam perto de 12 cêntimos cada, enquanto a distribuição recebia 11 cêntimos. No espaço de uma década, estima-se que o lucro do sector de distribuição tenha aumentado 4 000 por cento, enquanto o dos produtores terá descido oito por cento.


(In Diário Insular)

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"Bovinos Proveta"


O Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores está envolvida num projecto de investigação para a reprodução de bovinos em laboratório.
Estes investigadores são os únicos a efectuarem este tipo de trabalho em universidades nacionais, estão divididos em dois grupos de trabalho: o de estudo do sémen e o do desenvolvimento de embriões.

NEGÓCIO À VISTA

Segundo Moreira da Silva, o objectivo final do trabalho é “efectuar investigação fundamental sem a qual não se pode viabilizar a investigação aplicada”, trabalho que pode levar vários anos a concluir. O investigador da Universidade dos Açores admite que “os embriões possam vir a ter futuro na comercialização”, o que vai depender do sector privado. Nos projectos, desenvolvidos por este grupo de trabalho, já foram investidos mais de um milhão de euros, assegurados por fundos públicos e privados.
(In Diário Insular)

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terça-feira, janeiro 29, 2008

Biodiversidade em grutas

O número de visitantes nas grutas dos Açores tem aumentado significativamente nos últimos anos o que pode levar a uma alteração do equilíbrio dinâmico do ambiente natural dessas grutas ao modificar a qualidade do ar e ao introduzir microrganismos estranhos ao sistema. O alerta é de Diana Northup, professora da Universidade do Novo México nos Estados Unidos da América, que apresenta no próximo dia 30, no Auditório do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, pelas 14h30, uma conferência proferida intitulada "Sight Unseen: Diversity and Conservation of Life in Caves", integrada nas actividades do projecto do Departamento de Ciências Agrárias da academia açoriana.Segundo Diana Northup, que foi editora convidada da prestigiada revista internacional Geomicrobiology Journal, "as grutas são ainda um ambiente inexplorado no que toca à pesquisa de compostos bioactivos, como por exemplo antibióticos", que podem ser utilizados na indústria farmacêutica. A investigadora acrescenta que os biofilmes, complexos ecossistemas microbianos, das grutas açorianas "assemelham-se aos dos Estados Unidos, pelo que poderão também conter novos organismos". A maior parte da actividade bacteriana na natureza ocorre com as bactérias organizadas em comunidades sob a forma de um biofilme.A associação dos organismos em biofilmes constitui uma forma de protecção ao seu desenvolvimento, fomentando relações simbióticas e permitindo a sobrevivência em ambientes hostis.Northup estuda a biodiversidade em grutas desde 1984, tendo-se formado em Biologia na Universidade do Novo México.Desde então investiga a diversidade microbiológica em tubos de lava com vista a compreender a forma como alguns microrganismos ajudam a produzir depósitos ferromagnéticos nesses ambientes extremos ou como é que esses microrganismos participam na formação de precipitados de carbonato de cálcio, entre muitos outros aspectos incluindo estudos do impacto na biodiversidade microbiológica de grutas pela visitação humana. O projecto "Understanding Underground Biodiversity: Studies of Azorean Lava Tubes", coordenado pela Professora Maria de Lurdes Dapkevicius e onde participam os Professores do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores; Célia Silva, Félix Rodrigues, Airidas Dapkevicius, Paulo Borges e Rosalina Gabriel, foi aprovado e financiado pela Fundação Ciência e Tecnologia.

(In Diário dos Açores)

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Contrato de recuperação financeira da Universidade dos Açores não implica despedimentos

O plano proposto pelo Ministério do Ensino Superior para saneamento financeiro e económico da instituição não vai implicar despedimentos entre os funcionários e docentes de carreira, garantiu hoje o reitor da Universidade dos Açores.
"Na sequência de conversas com o secretário de Estado do Ensino Superior, está arredada a possibilidade do despedimento de docentes e de funcionários de carreira", disse Avelino Meneses aos jornalistas.
O reitor da academia açoreana falava, em Ponta Delgada, após uma audiência com o presidente do Governo Regional, numa altura em que a UAç está a negociar com o ministério um contrato para a sua recuperação económica e financeira.

Recentemente, o ministério do Ensino Superior apresentou à Universidade dos Açores um contrato de saneamento económico e financeiro para que, num prazo máximo de três anos, atinja o equilíbrio entre as receitas e as despesas.
Segundo Avelino Meneses, a celebração de um acordo deste tipo, que deverá ficar estabelecido durante o primeiro trimestre deste ano, vai implicar uma "maior contenção" por parte do único estabelecimento de Ensino Superior do arquipélago.
De acordo com o reitor, o financiamento público à universidade para investimentos está "resolvido", uma vez que estão a ser construídos novos pólos nas ilhas do Faial e da Terceira.
O problema está na questão das verbas para o funcionamento da academia, explicou Avelino Meneses, para quem o processo negocial com a tutela - Governo da República - vai contar com a participação do Governo Regional.
Após o encontro, o presidente do Governo Regional manifestou-se contra a transferência da tutela da UAç para a região, como forma de ultrapassar os problemas de financiamento, uma proposta que chegou a ser avançada pelo PSD/Açores.
"Não creio que seja uma boa solução para a UAç, por ser redutora em termos institucionais, culturais e da sua integração em espaços mais vastos comunicacionais e de gestão", disse Carlos César.
Esta solução é "caseira e de pouca ambição", salientou Carlos César, alegando não ser certo que o "Orçamento Regional sozinho possa fazer mais do que o Orçamento de Estado" mais as verbas regionais já atribuídas à instituição.
Carlos César anunciou, ainda, que um grupo informal de contacto entre os dois governos e a universidade vai "acompanhar em detalhe e frequência" a gestão e estruturação da despesa da academia.
Com cerca de três mil alunos, a UAç está dividida pelas ilhas de São Miguel, Terceira e Faial, uma estrutura que implica maiores custos.
(In Lusa)

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segunda-feira, janeiro 28, 2008

Primeiros Bovinos produzidos em Laboratório em Portugal naecerão nos Açores

Os primeiros bovinos reproduzidos nos Açores em laboratório, a partir de células estaminais de um único embrião, deverão nascer até ao final do ano, revelou um investigador do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores.
Moreira da Silva, que rejeitou a ideia desta reprodução ser um "clone", mas antes "gémeos", sublinhou que o propósito principal "é produzir trabalho de investigação", enquanto o objectivo prático "é produzir animais que se adaptem às melhores condições de maneio e reprodução".
"Já temos reproduzido embriões em `in vitro´ e `in vivo´ destinados a lavradores que visam melhorar o seu efectivo através da eficiência e aumento da produção em quantidade e qualidade", acrescentou o investigador à agência Lusa.
Os trabalhos são desenvolvidos pelo Laboratório de Reprodução do Centro de Investigação e Tecnologias Agrárias dos Açores (CITA), onde trabalham quinze técnicos, dois dos quais estrangeiros, uma sul-coreana, Sun Jin, e um chinês, Huang Ben, ambos investigadores reconhecidos internacionalmente.
Sun Jin trabalha na determinação dos sinais (proteínas interferons) produzidos pelo embrião o mais precocemente possível no reconhecimento materno da gestão, o que faz com que o animal perceba está em estado de gravidez, impedindo-o de ter um novo ciclo sexual.
O trabalho da investigadora sul-coreana tem por objectivo principal "produzir um kit de diagnóstico de gestação bovina idênticos aos que funcionam para determinar se a mulher está ou não grávida".
Huang Ben, que fez parte do primeiro grupo chinês que clonou um búfalo, trabalha em células estaminais para a produção de tecidos, órgãos e espermatozóides/óvulos (gâmetas).
Os estudos estão a ser desenvolvidos no CITA pelo grupo "animal science", que envolve 15 investigadores entre veterinários, engenheiros zootécnicos e biólogos.
Os investigadores, os únicos a efectuarem este tipo de trabalho em universidades nacionais, estão divididos em dois grupos de trabalho: o de estudo do sémen e o do desenvolvimento de embriões.
No primeiro caso, efectuam estudos sobre a alimentação, metabolismo solar e morte celular programada (apoptose) para perceber os factores que aceleram os factores apoptóticos.
O segundo grupo, que estuda o desenvolvimento dos embriões voltado para a fisiologia da fêmea, analisa desde a idade da produção dos óvulos, a alimentação, tempos e factores de maturação e condições de desenvolvimento embrionário.
Segundo Moreira da Silva, o objectivo final do trabalho é "efectuar investigação fundamental sem a qual não se pode viabilizar a investigação aplicada", trabalho que pode levar vários anos a concluir.
O investigador da Universidade dos Açores admite que "os embriões possam vir a ter futuro na comercialização", o que vai depender do sector privado.
Nos projectos, desenvolvidos por este grupo de trabalho, já foram investidos mais de um milhão de euros, assegurados, principalmente, pelo Governo dos Açores (Direcção Regional da Ciência e Tecnologia), fundos europeus e Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD).
A equipa de investigadores recorre a bolsas de investigação individuais concedidas pela DRCT, FLAD e do programa para jovens licenciados Estagiar-L.
Nestes programas/projectos já estagiaram investigadores egípcios, espanhóis, angolanos, brasileiros, belgas e açorianos, entre outros.

(In Lusa)

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O Problema das rações em excesso

O investigador do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, João Batista, entende que a utilização de rações deve ser mais moderada e utilizar-se outros factores naturais, designadamente, a erva. "Os Açores têm óptimas condições para que a alimentação das vacas tenha como base, a erva", refere. A utilização de energia fóssil no sistema de produção de leite nos Açores foi objecto de um estudo científico, elaborado por João Batista e pela investigadora Edite Batista, do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores. Segundo João Batista, professor de "Sistemas de Agricultura" no Departamento de Ciências Agrárias, o estudo agora apresentado, consistiu em descrever a eficiência de utilização de energia fóssil num conjunto de 10 explorações localizadas na ilha Terceira, num período de 5 anos (1998-2002), em termos de rácio entre o total de energia fóssil que entra na exploração de modo directo ou indirecto e a energia contida no leite produzido. Em termos de conclusões, os resultados apontam para um valor de 3 para 1, isto é, por cada três unidades de energia fornecidas ao sistema é produzida uma. João Batista, em declarações ao Diário dos Açores, explica que embora em termos económicos os resultados tenham sido favoráveis para as explorações analisadas, verifica-se uma utilização "desmesurada" de alguns factores de produção, nomeadamente o de rações (64,5 % da energia entrada no sistema). O investigador entende que o actual sistema está demasiado "dependente de factores externos, cuja produção está directa ou indirectamente associada à utilização de produtos petrolíferos, o que, face ao aumento crescente do seu custo, conduz à necessidade de repensar o sistema, tornando-o mais eficiente e aproveitando ao máximo o potencial natural das ilhas, nomeadamente os solos e o clima". As explorações que foram analisadas, quando comparadas com outros sistemas de produção internacional, assumem um "carácter muito intensivo e demasiado dependente da energia fóssil". A energia fóssil é consumida de forma indirecta nas explorações agrícolas, designadamente, no fabrico das rações, adubos e pesticidas, em que esta energia está incorporada em cerca de 70%. "Porque para se produzir milho é necessário energia fóssil e as rações são feitas à base de milho. Então as rações acabam por ser um factor limitativo na produção de leite", ressalva. Para João Batista, o problema não reside na utilização de rações nas explorações, mas sim com a forma como está a ser utilizada. "A utilização de rações deve ser mais moderada e utilizar-se outros factores naturais, designadamente a erva, acrescentando que "os Açores têm óptimas condições para que a alimentação das vacas tenha como base a erva". Em termos de eficiência de utilização de energia, João Batista conclui que esta utilização excessiva "não é eficiente, porque pode deixar de o ser, bastando que o petróleo suba muito, como se tem verificado actualmente ou que o preço do milho para a produção de bio- combustíveis suba muito e aí as rações vão tornar-se mais caras e colocar em causa a eficiência deste sistema", concluindo que preço do leite será afectado pela negativa. De acordo com João Batista, esta linha de investigação do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores está associada a um projecto comum às universidades de Tuscia (Itália) e Wageningen (Holanda), realizando-se em Angra, no próximo dia 25 de Junho, um workshop, onde se discutirá a sustentabilidade energética da produção de leite em diferentes regiões dos três países, procurando simultaneamente alargar a análise da sustentabilidade a outros indicadores, como sejam os económicos, os técnicos e os ambientais (nutrição animal, maneio, solos, fertilizantes, entomofauna do solo, qualidade das águas, etc).

(In Diário dos Açores).

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domingo, janeiro 27, 2008

Bolsa Pós-Doutoramento

Bolsa de Pós-Doutoramento (BPD) - Projecto PTDC/AMB/70801/2006
14.1.2008

No âmbito do Projecto PTDC/AMB/70801/2006Encontra-se aberto concurso para atribuição de uma Bolsa de Pós-Doutoramento (BPD) no âmbito do projecto “Compreender a Biodiversidade Subterrânea: Estudo dos Tubos de Lava dos Açores”, de referência PTDC/AMB/70801/2006, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), e que irá decorrer no Centro de Investigação e Tecnologias Agrárias dos Açores (Universidade dos Açores), nas seguintes condições:1. Duração, regime de actividade e remuneração:1.1 – Duração: A bolsa tem início previsto para Fevereiro de 2008 e terá a duração de 12 meses, eventualmente renovável, até ao limite máximo de 36 meses, mediante avaliação intercalar do desempenho do bolseiro. À avaliação global de insuficiente está associada a caducidade da bolsa.1.2 – Regime de actividade: O desempenho de funções é efectuado em regime de exclusividade, conforme Regulamento de Formação Avançada de Recursos Humanos da FCT (http://www.fct.mctes.pt/pt/apoios/formação/ambitoprojectos).1.3 – Remuneração: De acordo com a tabela de valores das Bolsas de Investigação no país atribuídas pela FCT (€1495,00 + € 79,57 de seguro social voluntário), sendo o pagamento efectuado por transferência bancária.Seguro contra acidentes pessoais.2. Objecto de actividade:2.1 – Constituem objectivos do projecto:a. Estudar a biodiversidade dos biofilmes microbianos dos tubos de lava: identificar os microrganismos a eles associados por métodos dependentes e independentes da cultura laboratorial (técnicas microbiologia clássica e de filogenia molecular).b. Estudar o potencial antimicrobiano dos microrganismos oriundos das grutas contra patógenos resistentes a antibióticos. Isolar caracterizar parcialmente antibióticos de origem microbiana.c. Compreender o ambiente físico em que vivem os microrganismos das grutas.d. Encontrar indicadores biológicos que sirvam de substitutos para a avaliação da biodiversidade dos biofilmes microbianos.e. Fornecer informação a vários tipos de grupos-alvo (políticos, técnicos, científicos, didácticos, visitantes, etc.) para divulgar o conhecimento produzido e promover a exploração equilibrada das grutas. 2.2 – O trabalho a desenvolver pelo bolseiro no âmbito do projecto compreende a utilização de:a) Técnicas de biologia molecular;b) Técnicas de manutenção de culturas microbianas;c) Técnicas de análise química instrumental (cromatografias);d) Trabalho de campo de natureza espeleológica.3. Orientação científica:Doutora Maria de Lurdes Enes Dapkevicius; Prof. Doutor Paulo Borges; Doutora Rosalina Gabriel; Doutora Célia Silva; Prof. Félix Rodrigues; Doutora Diana Northup.4. Qualificações e requisitos exigidos:Os candidatos devem ser detentores de um Doutoramento na área das Ciências da Vida, nomeadamente, Biologia, Microbiologia, Bioquímica, Biologia Molecular ou afins.Serão factores preferenciais possuir experiência comprovada de investigação prévia em biologia molecular, sistemas de manutenção de culturas microbianas, técnicas de análise química instrumental e bom domínio, oral e escrito, das línguas portuguesa e/ou inglesa.5. Critérios de avaliação das candidaturas:A avaliação das candidaturas terá em conta o mérito do candidato, considerando a formação académica, o perfil curricular e a experiência em investigação científica relevante para o projecto em questão, em particular, experiência na coordenação de projectos de investigação. A avaliação curricular poderá ser complementada por entrevista, se o júri o considerar necessário.6. Documentos de candidatura:6.1 – As candidaturas serão formalizadas por carta de motivação dirigida ao presidente do júri do concurso, acompanhadas da seguinte documentação:a) – Cópia de certidão de habilitações académicas (Licenciatura e Doutoramento), com lista descriminada das avaliações obtidas;b) – Cópias do documento legal de identificação e do cartão de contribuinte;c) – Curriculum vitae pormenorizado (máximo 10 páginas);d) – Cartas de recomendação (máximo 2).6.2 – A não apresentação dos documentos mencionados nas alíneas a) a c) do número anterior constituirá motivo de não admissão ao concurso.Nota:O presente Edital será publicitado em http://www.angra.uac.pt/gba .7. Candidaturas:O período de candidaturas decorre entre 14 e 28 de Janeiro de 2008 (data de correio) e as propostas de candidatura deverão ser enviadas por via postal para:Doutora Maria de Lurdes Enes DapkeviciusUniversidade dos AçoresDepartamento de Ciências AgráriasCITA-ATerra Chã9701-851 Angra do Heroísmo Esclarecimentos adicionais poderão ser solicitados através da morada electrónica mariaenes@notes.angra.uac.pt ou pborges@uac.pt, ou ainda pelo telefone 295 402 200 (Doutora Maria de Lurdes Enes Dapkevicius ou Doutor Paulo Borges).

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Biodiversidade em Grutas -Conferência

Uma conferência sobre biodiversidade de grutas, proferida por Diana Northup, professora da Universidade do Novo México, tem lugar no dia 30 deste mês, pelas 14H30, no auditório do Campus de Angra do Heroísmo, no Pico da Urze.Intitulada “Sight Unseen: Diversity and Conservation of Life in Caves”, a conferência está integrada nas actividades do projecto do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores “Understanding Underground Biodiversity: Studies of Azorean Lava Tubes”, dirigido pela professora Maria de Lurdes Dapkevicius. Diana Northup estuda a biodiversidade em grutas desde 1984. Formou-se em Biologia na Universidade do Novo México, nos EUA, a e praticamente desde então que investiga a diversidade microbiológica em tubos de lava com vista a compreender a forma como alguns microrganismos ajudam a produzir depósitos ferromagnéticos nesses ambientes extremos ou como é que esses microrganismos participam na formação de precipitados de carbonato de cálcio, entre muitos outros aspectos, incluindo estudos do impacto na biodiversidade microbiológica de grutas pela visitação humana.Diana Northup foi editora convidada da prestigiada revista internacional Geomicrobiology Journal.
(In Diário Insular)

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Ideias sobre a água e a água no Mundo

Como vos tenho dito estou em Marrakech num encontro patrocinado pela NATO sobre Gestão Integrada da Água. Tem havido comunicações excelentes e sobretudo testemunhos e ideias estupendas para tratar um dos problemas mais velhos que o homem enfrenta: a gestão da água. De França reportam o número de planos de bacias hidrográficas que estão em fase de implementação e a forma como o fazem, solicitando apoio financeiro para os projectos e acções que estão previstos ou enquadrados por esses planos; um país com dinheiro é assim que pode fazer. De Inglaterra dizem-nos que não estão previstos apoios externos para pagar aos lavradores para deixarem de poluir pois existe o princípio do poluidor-pagador e qualquer pagamento seria injusto. Em Portugal avançamos alegremente com grandes barragens que tapam os problemas e as potencialidades, centralizam a gestão e permitem a negociação com Espanha. Em Espanha a água corre dentro de tubos e reservatórios e é assim que os nossos irmãos estão representados apenas por engenheiros hidráulicos. Os Alemães tapam os problemas com planos magníficos, bem interligados e com mapas animados que, para os decisores, substituem a realidade. Depois existem cheias e outras desgraças mas a solução é incorporar esses factores nos modelos anteriores para que tudo fique mesmo organizado, até as cheias. Os Italianos chegam atrasados e estão interessados com tudo o que diga respeito a processos de decisão; a informação é a que existe mas é na decisão que as coisas ganham importância. Os polacos são muito bons e vêm com toda a infantaria: um foi consultor no World Bank, outro será consultor do World Bank, e um terceiro tem vários artigos publicados na prestigiada revista Science. O Gregos fazem filosofia mas dizem a verdade. Os Turcos são assediados por ingleses na possibilidade de resolver um qualquer problema que precise ser abordado em inglês. E os WASPs - sejam eles da África do Sul, da Flórida ou do Canada – supervisionam tudo na sua postura british que subentende valores e soluções. Quem comanda tudo isto são os Flamengos da Flandres e da Holanda, pois é perto deles que se encontram as sedes da NATO e da União Europeia. Há ainda búlgaros simpáticos; romenos aculturados; lituanos tímidos; egípcios, azeris e jordanos calados; e marroquinos hospitaleiros. Sintomaticamente as ideias e os ideais são diferentes conforme a situação de cada país ou região. Os Jordanos não têm problemas de se ligarem aos israelitas e palestinianos para fazerem um tubo com água do Mar Vermelho para o Mar Morto, oferecendo água dessalinizada a Jerusalém e a Amman, e permitindo a recuperação do Mar Morto que, devido à retirada de 80% da água do Jordão, reduziu a superfície em 33% e corre o risco de desaparecer dentro de 50 anos. Os Sul-africanos, que durante décadas estimularam a emigração dos africanos para trabalhar em Joanesburgo impedindo-lhes também o acesso à água atribuída aos agricultores brancos, estabeleceram, há pouco tempo, o princípio de um mínimo de água para todos orientando os recursos aquíferos para as grandes cidades centrais e deixando um pouco para o ambiente. Os problemas ficaram com aqueles que nas zonas rurais continuam a não ter acesso à água porque há direitos e eficiências adquiridas pelos agricultores brancos. Um novo Zimbabué não é improvável. Os americanos estão um pouco à beira do colapso ambiental em várias zonas daquele extenso país. O Rio Apalachecoma nasce nos Apalaches passa por Atlanta, Albany e Columbus e desagua no Golfo do México na Florida. Existem direitos riparianos e cada Estado pode utilizar a água sem prejudicar os que estão a jusante. No entanto os benefícios e prejuízos evoluem no tempo e criam efeitos cumulativos. O resultado é que Atlanta está em sério risco de ficar sem água.
(Prof. Tomaz Dentinho In A União)

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sábado, janeiro 26, 2008

Crianças confundem Ambiente e Natureza

A necessidade de aprofundar o entendimento das crianças quanto às relações entre o indivíduo, a sociedade e o ambiente é uma das principais conclusões de uma tese de mestrado em Educação Ambiental dos Departamentos de Ciências Agrárias e Ciências de Educação defendida recentemente por Luzia Cordeiro Rodrigues, no campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, orientada pelas Professoras Ana Moura Arroz e Rosalina Gabriel.
Intitulado “Espaços Verdes ou Contextos de Relação: Perspectivas e Preocupações das Crianças acerca do Ambiente”, o trabalho foi realizado na ilha Terceira, com 75 crianças do 4.º ano do Primeiro Ciclo do Ensino Básico, englobando diversas técnicas, na abordagem metodológica utilizada, desde a livre expressão escrita a fotografias, passando por desenhos e entrevistas semi-estruturadas individuais. O objectivo foi “contribuir para o conhecimento das perspectivas das crianças sobre o ambiente”, explica a autora. “Procurámos trazer novos dados que possam subsidiar a discussão acerca dos propósitos, conteúdos e processos de educação ambiental, por forma a extrair implicações para uma mudança ou alargamento das abordagens e práticas educativas, que se pretendem baseadas e centradas nas concepções das crianças”, sublinha.

POLUIÇÃO É PREOCUPAÇÃO

Segundo as conclusões do trabalho, “as crianças visualizam o ambiente como um espaço determinado, ou um contexto onde são exercidas relações unilaterais do homem para o ambiente - salientando-se o poder destrutivo do homem - ou do ambiente para o homem, enquanto fonte de recursos indispensável à sobrevivência da humanidade”. Para a maioria, o ambiente “é identificado com a natureza e tudo o que é natural, não construído pelo homem, sendo representado, quer no presente quer no futuro, com um elevado grau de pureza”, revela o estudo. Por outro lado, “apesar da poluição ser apontada como a principal preocupação das crianças, não é ela a responsável pelos problemas ambientais do futuro, mas sim a construção de várias infraestruturas”. Neste contexto, “o homem surge como o principal responsável pela delapidação do ambiente, enquanto fonte de recursos, e pelo futuro menos bom que nos espera”. Por seu turno, “a escola e a família, enquanto fontes principais do conhecimento ambiental, assumem um papel preponderante para estas crianças, que neles depositam confiança relativamente às informações que lhes são transmitidas”.

OUVIR AS CRIANÇAS

No que diz respeito a implicações pedagógicas, Luzia Cordeiro Rodrigues considera “necessário expandir o entendimento das crianças quanto às relações entre o indivíduo, a sociedade e o ambiente”. “As perspectivas de ambiente que encontrámos junto das crianças necessitam seguramente de ser ampliadas, criticadas e discutidas pelos seus pares, professores e famílias com vista à facilitação da sua reformulação e evolução crítica”, defende, salientando que “a precária diferenciação do conceito de ambiente relativamente ao conceito de natureza, constitui, disso mesmo, o exemplo mais gritante”. A autora classifica, assim, de “imprescindível que o educador conheça as concepções das crianças com quem trabalha para que, através de uma intervenção informada, possa contribuir para a evolução crítica que progressivamente conduzirá à superação do senso comum, mas não necessariamente a uma única forma de ver o mundo”. Reforça ainda a “necessidade e a instrumentalidade de ouvirmos atentamente e sem complexos o que as crianças têm para nos dizer”.
(In Diário Insular)

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Universidade para Séniores nos Açores

“Bem-Estar Psicológico no Adulto e no Idoso”, “Informática”, “Os Açores Vistos Através da Literatura” e “Etnologia dos Açores III: As Artes Tradicionais Açorianas” são os quatro cursos livres que a Universidade dos Açores oferece aos estudantes seniores, no âmbito do projecto “Ciclos de Aprendizagem ao Longo da Vida”. Este segundo trimestre decorre de 25 de Janeiro a 28 de Março, com capacidade para 105 alunos.Para além dos cursos de carácter científico, o V Ciclo de Aprendizagem ao Longo da Vida prevê ainda a realização de iniciativas artísticas e de relaxamento, nomeadamente aulas de dança, de yoga e de música (através do grupo coral). No primeiro trimestre deste ano foram dois os cursos livres para seniores, que se debruçaram sobre as temáticas da “Alimentação e Qualidade de Vida” e da “História dos Açores”, com a participação de 55 alunos. “Atendendo à importância que estes cursos vêm conhecendo na sociedade, a Reitoria da Universidade dos Açores aposta fortemente na vertente da formação para adultos, tendo, para o efeito, nomeado uma comissão coordenadora (...) sendo este projecto já reconhecido a nível nacional pelos organismos competentes”, adianta a academia açoriana, em nota de imprensa.

(In Diário Insular)

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sexta-feira, janeiro 25, 2008

Gestão Integrada da Água

Gestão Integrada da Água: uma condição para a segurança do homem. É este o tema da reunião onde estive que decorreu em Marrocos. A última de uma série delas que ocorreram ao longo dos últimos quatro anos de seis em seis meses: Antuérpia na Bélgica, Varska na Letónia, Génova na Itália, Antalya na Turquia, Arrábida perto de Lisboa, Goniaz na Polónia e, agora, Marrakech. Desta vez com um grupo importante de convidados que constam entre os melhores cientistas do mundo em gestão integrada da água. São trinta e sete pessoas de vinte e quatro países: Egipto, Azerbeijão, Jordânia, Geórgia, Marrocos, Letónia, Turquia, Bulgária, Polónia, Bélgica, Holanda, França, Espanha, Portugal, Grécia, Alemanha, ... São nomes destes sítios mas são sobretudo nome de pessoas que vamos conhecendo há alguns anos. Nomes que também estão ligados a disciplinas como hidrologia, ecologia, engenharia, geografia e economia. A questão colocada por Patrick Meire, coordenador do projecto, é de relacionar a ciência com a gestão, a gestão com a política, a política com a sociedade e cada uma destas funções com todas as outras. Ao fim e ao cabo trata-se de relacionar a ciência com a sociedade sabendo que, para o fazer, é necessário passar pelos gestores do território e pelos políticos. Há locais privilegiados onde esta interacção é mais visível: nos indicadores ambientais, económicos e de saúde pública que vão sendo revelados através da comunicação social; pelas funções que relacionam essas variáveis entre si e que vão sendo percebidas pelo público e pelos técnicos; pela participação pública muitas vezes protagonizada pelas organizações não governamentais; e pelos problemas transfronteiriços que anunciam conflitos e prenunciam acordos e compensações. E depois há casos extremos que os jornalistas gostam de anunciar com imagens na comunicação social: o desaparecimento de glaciares dos Alpes, o bilião de pessoas que tem falta de água potável, os dois biliões de pessoas que têm falta de saneamento, o maior rio da China completamente seco devido às intervenções humanas, e por aí fora. O que está em causa agora é escrever um segundo livro sobre aquilo que fomos adquirindo ao longo destes anos. No primeiro contribuímos com um trabalho sobre as Sete Cidades na ilha de São Miguel e outros sobre a ilha Terceira no Arquipélago dos Açores. No que há-de vir pretendem de nós que consigamos escrever um capítulo sobre economia da água dando vários exemplos dos estudos de caso que fomos ouvindo. Os problemas fronteiriço do lago Peipsi, entre a Estónia e a Rússia; o Rio Guadiana, o Rio Danúbio, o Rio Esquelda e por aí fora. Pelo meio talvez consigamos introduzir a problemática das lagoas da ilha do Pico que são como modelos pedagógicos de gestões alternativas de bacias hidrográficas. O que me dá especial gozo é a possibilidade de relacionar a pequena – grande dimensão dos nossos cérebros com a enorme variabilidade dimensional entre a Lagoa do Caiado no Pico e a Terra como um todo. A verdade é que as concepções científicas são adaptáveis a uma escala e à outra. Também é verdade que as preocupações políticas de cada um de nós tanto se associam à escala pequena como à escala planetária. O que dificilmente se aplica a ambas as escalas são as decisões não só pela incapacidade de implementar acções mas também pela incerteza dos impactos e dos efeitos. Sobretudo pela culpa colectiva face aos enormes erros feitos no passado mais ou menos recentes. Os polders da Holanda e da Roménia estão a ser de novo inundados porque é necessário difundir a energia das inundações e recuperar outros bens e serviços providos pelo ambiente. As barragens nos Estados Unidos estão a ser colocadas em causa e até dinamitadas pois há mais vantagens na sua destruição do que na sua manutenção. Como nos diz Les Lavkulich do Canadá há espaços e tempos da Terra onde os problemas ligados à água são ou serão tão graves que a questão está entre inovar ou desesperar.

(Prof. Tomaz Dentinho In A União)

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Edifício de Acção Social fica pronto em Junho de 2008

O Departamento de Ciências Agrárias do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores fica pronto em Junho próximo.
As obras do Edifício da Acção Social do Departamento de Ciências Agrárias, no Pico da Urze, em Angra do Heroísmo, devem terminar em Junho próximo.
Está previsto o início da sua utilização para o ano lectivo 2008-2009. Neste edifício ficará a sede dos Serviços de Acção Social e respectivos Serviços Administrativos, bar, cantina e snack-bar e os serviços académicos.O actual complexo pedagógico é, segundo o professor Alfredo Borba, responsável máximo pela Universidade dos Açores na Terceira, um excelente edifício: “mas foi construído, contudo, com as limitações que nos foram impostas pelo MCTES. No futuro, aquando da construção da nova Escola Superior de Enfermagem, será necessário aumentar o espaço de Biblioteca. Este aumento está previsto no Programa Preliminar proposto para a nova Escola”.
(In Jornal Diário)

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quinta-feira, janeiro 24, 2008

Projecto IBAs Marinhas da SPEA vence 1º Prémio BES Biodiversidade

O projecto de identificação de áreas marinhas importantes para as aves venceu por unanimidade o prémio Nacional BES Biodiversidade, desenvolvido pela SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves e os seus parceiros. O diploma foi entregue na sede do Banco Espírito Santo, pelo ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, Francisco Nunes Correia, numa cerimónia presidida por Ricardo Salgado. De acordo com a SPEA, o prémio, no valor de 75 mil euros, tem como objectivo apoiar iniciativas inovadoras de investigação, conservação e gestão da diversidade biológica. O vencedor do prémio foi decidido por um júri internacional e representa um reconhecimento internacional ao trabalho, cujos resultados são pioneiros na Europa e constituem a base científica para a designação da futura rede de áreas marinhas protegidas. Ao longo dos últimos três anos a equipa de biólogos da SPEA percorreu mais de 110 mil quilómetros no mar, desde as costas continentais até os limites das plataformas marinhas dos arquipélagos dos Açores e da Madeira. No total, foram registadas mais de 150 mil aves de 70 espécies diferentes, além de muitas espécies de mamíferos marinhos e tartarugas. Paralelamente, a recolher mais de 300 viagens de aves marinhas. Desta forma, foram obtidas informações inéditas, sobre as áreas de alimentação e repouso destas aves, e a sua relação com variáveis ambientais (ex. temperatura, salinidade ou correntes marinhas) ou humanas (como as pescas e o tráfego marítimo). O Projecto IBAs Marinhas começou em 2004, com apoio do financiamento comunitário LIFE e tem uma duração de quatro anos. A SPEA coordena este projecto, contando com os parceiros ICNB, INIAP/IPIMAR, Universidade de Aveiro, DOP e IMAR dos Açores, Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores e SRARN-PNM da Madeira. A SPEA colabora também de forma muito activa com o Instituto Hidrográfico da Marinha Portuguesa. No final deste ano será publicado o primeiro inventário nacional de IBAs Marinhas (do Inglês, Important Bird Areas). Este inventário servirá de referência para a futura extensão da Rede Natura 2000 ao meio marinho em Portugal e as metodologias desenvolvidas pela SPEA e pela BirdLife International já se aplicam actualmente em países como Grécia, Malta, França ou mesmo Nova Zelândia e Argentina. Iván Ramírez, Coordenador do Projecto IBAs Marinhas afirma que “os resultados deste projecto situam o nosso país na linha de frente da investigação marinha. Portugal é o país da União Europeia com a maior Zona Económica Exclusiva e muitas das espécies de aves que cá ocorrem estão ameaçadas. Este prémio significa o reconhecimento de uma excelente equipa de profissionais da SPEA e dos parceiros deste projecto, que passaram muitas horas em embarcações, ilhas e escritórios a investigar um dos maiores tesouros de Portugal, as aves marinhas”. Segundo o ministro, Francisco Nunes Correia, para além do reconhecimento do projecto, este prémio significa um reconhecimento do trabalho da SPEA, uma das ONG’s mais relevantes em Portugal.
O projecto galardoado foi considerado pelo júri como de excepcional qualidade, tendo percorrido toda a Zona Económica Exclusiva de Portugal. Além de ser pioneiro, o principal objectivo do projecto apresentado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves é o de contribuir para a criação das primeiras zonas da Rede Natura no alto mar do País. Mas outros dois trabalhos científicos realizados nos Açores receberam menções honrosas do júri do prémio “Biodiversidade”. Um desses trabalhos contribuiu para a identificação de áreas sensíveis para a protecção da biodiversidade de artrópodes, desenvolvido por uma equipa do Departamento de Ciências Agrárias e o outro lida com a protecção do Priôlo, ave com habitat nos concelhos do Nordeste e Povoação, em São Miguel, com o envolvimento do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores. Estes projectos contaram desde a primeira hora com o apoio do executivo açoriano, que se regozija com o galardão atribuído à Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves e às restantes entidades premiadas.
(In Ciência PT)

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Prémio Biodiversidade

O Grupo da Biodiversidade dos Açores do Centro de Investigação de Tecnologias Agrárias dos Açores (CITA-A), instalado no Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, em Angra do Heroísmo, foi distinguido com um dos prémios BES-Biodiversidade, pelo seu estudo dos processos envolvidos na extinção potencial de insectos, aranhas e musgos nas florestas nativas da Região. Intitulado “ Predicting extinctions on oceanic islands: The Azorean paradigm”, o trabalho proposto por Paulo Borges, docente do Departamento de Ciências Agrárias da universidade açoriana, mereceu uma Menção Honrosa, ex-aequo com outros dois projectos, num total de quatro premiados de entre os 34 projectos concorrentes ao nível do país.A cerimónia de entrega dos prémios teve lugar na sede do BES, em Lisboa, com a presença de Ricardo Salgado, presidente do banco, Francisco Nunes Correia, ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, Lígia Amâncio, vice-presidente da FCT, Teresa Andresen, do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto, e João Meneses, presidente do ICN. O prémio vem valorizar o importante trabalho na área da biodiversidade que a equipa liderada por Paulo Borges tem vindo a desenvolver, ao longo dos últimos 10 anos. “Desde 1998, temos vindo a editar uma série de publicações científicas sobre a biodiversidade açoriana e a emitir pareceres para o Governo Regional sobre as zonas do arquipélago que necessitam de ser protegidas, contribuindo, assim, para a já anunciada criação de vários parques naturais”, referiu Paulo Borges, em declarações ao DI. Para o investigador, este prémio é o “reconhecimento de toda a informação científica produzida pelo grupo e publicada em revistas internacionais e da sua aplicação prática na conservação da natureza nos Açores, através da ajuda à tomada de decisão pelo Governo Regional”. “É um prémio que muito honra não só a Universidade dos Açores, como todos aqueles que trabalham na área da biodiversidade e que connosco têm colaborado”, afirmou. “Irá permitir ainda a publicação de um livro sobre a biodiversidade dos Açores, baseado em fotos de grande qualidade”, acrescentou. O projecto conta com o apoio da secretaria regional do Ambiente.

(In Diário Insular)

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quarta-feira, janeiro 23, 2008

Prémio BES-Biodiversidade

O "Grupo da Biodiversidade dos Açores" do CITA-A, instalado no Departamento de Ciências Agrárias no Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores recebeu um dos prémio BES-Biodiversidade, uma iniciativa do BES, ICN-B e CIBIO. De entre os 34 Projectos concorrentes ao nível do país o projecto intitulado " Predicting extinctions on oceanic islands: The Azorean paradigm" proposto pelo Prof. Paulo A V. Borges do Dep. de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores (CITA-A) foi considerado como de grande qualidade e merecedor de receber uma menção Honrosa, ex-quo com outros dois Projectos, num total de 4 Projectos premiados. Os prémios foram entregues ontem dia 22 de Janeiro de 2007 pelas 11h00 na Sede do BES em Lisboa numa cerimónia que contou com a presença do Presidente do BES, Ricardo Salgado, de Francisco Nunes Correia, Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, de Lígia Amâncio, Vice-Presidente da FCT, Teresa Andresen do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade dos Porto, e João Meneses Presidente do ICN (Instituto da Conservação da Natureza). Este prémio vem valorizar o importante trabalho na área da Biodiversidade que a equipa liderada pelo Prof. Paulo Borges tem vindo a desenvolver no Dep. de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores (CITA-A). O Projecto agora premiado tem como objectivo estudar os processos envolvidos na extinção potencial das espécies de artrópodes nas florestas nativas dos Açores. Os objectivos gerais do Grupo da Biodiversidade dos Açores são ( www.angra.uac.pt/gba): Inventariação e distribuição da biodiversidade de briófitos e artrópodes dos Açores; Estudar a anatomia da biodiversidade dos Açores, analisando os padrões de distribuição e abundância das espécies em várias escalas espaciais; Utilização da base de dados ATLANTIS para determinar a eficácia das áreas protegidas dos Açores para a manutenção da biodiversidade; Investigar os tipos de alterações no uso do solo que são necessárias para diminuir o declínio da biodiversidade até 2010; Avaliar o estatuto de raridade das espécies endémicas e/ou ameaçadas de briófitos e artrópodes dos Açores de forma a contribuir para a produção da primeira LISTA VERMELHA da fauna e flora dos Açores; Utilização de técnicas moleculares, identificar unidades de conservação distintas e assim contribuir para a melhoria da gestão e conservação das espécies endémicas dos Açores e dos seus habitats; Estudo da flora e fauna das cavidades vulcânicas dos Açores (biospeleologia). Promoção do controlo e gestão das pragas de térmitas dos Açores; Estudar as atitudes ambientais nos Açores e promover educação ambiental em diferentes contextos.

(In Azores Digital)

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Lagoas do Pico

Continuo por aqui, pela Ilha Maior, correndo os Concelhos da Madalena, São Roque do Pico e Lajes do Pico, ilha que é a maior em termos da recta mais extensa dos Açores, maior no que se refere ao ponto mais alto dos Açores e de Portugal, maior ainda nas mentes das suas gentes, capazes de gerar cardeais e patriarcas, doutorados e empresários, fados de Coimbra e baladas de intervenção.
A rotina é sempre a mesma. Dormida na casa simpática cedida pelo Departamento de Oceanografia e Pescas para os docentes do mestrado em Gestão e Conservação da Natureza do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, cuidadosamente gerida pela organização local do mestrado a cargo da Ecoteca do Pico. Segue-se a troca de emails e o envio deste texto logo depois do pequeno-almoço no Café Simpatia e, quando lembra, de uma passagem rápida pela Matriz da Madalena. Depois vou aos Serviços Agrícolas solicitar o apoio das engenheiras Benilde Pereira e Rita Ferreira que até às cinco da tarde me vão ensinando os segredos do agros e dos agricultores. E finalmente vem o mestrado das seis às onze, com uma sanduíche e uma cerveja no único café aberto àquela altura.
Ontem fomos visitar as Lagoas do Pico e aprender sobre elas. Na Lagoa do Capitão encontrámos um lavrador a tratar do seu gado charolês ainda no pino do Inverno. A lagoa estava cheia e o vento era tão forte que fazia alguma rebentação num lençol de água cuja dimensão não é por aí além, talvez dois hectares. Lá estavam os patos deixados pelos serviços florestais e poderíamos imaginar os peixes protegidos do vento pelas águas oxigenadas por esse mesmo vento. Lá estavam também os banquinhos e os placars que o Estado gosta de colocar nos sítios a marcar a sua presença hegemónica, embora quem lá esteja duas vezes por semana sejam os lavradores. Houvessem bebedouros funcionais para o gado e já não haveria necessidade do gado se aproximar do lençol de água. O problema é que os serviços preferem estimular bebedouros colectivos que não são mantidos nem menos usados em vez de estudar a hidráulica complexa de criar bebedouros nas várias explorações, e que tenham água potável todo o ano. Afinal de contas é para isso que deveriam servir os engenheiros e não para copiar o bebedouro que vem do livro de escola que não serve e foi caro.
A Lagoa do Caiado é um caso paradigmático de que a solução se aproxima do óptimo quando existem usos alternativos com direitos de propriedade bem definidos. De um lado a possibilidade do uso do solo e da água pelos lavradores da bacia hidrográfica. Do outro a possibilidade de uso da água pelo município. E como o município tem ali uma fonte de água mais barata e melhor do que a dos furos, não se importa de pagar aos lavradores da pequena bacia a água dos seus terrenos, adquirindo o direito consuetudinário do uso do solo e da água para a pastorícia para afectar esses recursos ao abastecimento de água. É caso para pensar que, se houvesse utilização da Lagoa do Capitão, atrás referida, para o abastecimento de água do município, certamente os lavradores seriam compensados e o ordenamento da bacia estaria resolvido, como parece estar a acontecer na Lagoa do Caiado. No entanto, ao contrário do que muitos pensam, o direito à água era inicialmente dos lavradores e não do Estado tendo sido adquirido pelo município através da aquisição dos terrenos.
A Lagoa do Paúl estava enevoada, mas foi possível verificar que a régua de medida da profundidade estava no zero no pino do Inverno indicando que a lagoa já não é capaz de reter a água que retinha num passado recente. Além disso o equipamento que media o nível estava com o cronómetro ligado mas não tinha tinta. Ao lado havia uma ordenha em tempos subsidiada mas agora abandonada e degradada. E pelo caminho apareciam umas reses com frio que vinham ao sinal do nosso carro de que algum alimento externo estaria para chegar. Aliás a estrada estava cheia de caules de milho. Deu tempo para ir à Lagoa do Peixinho e da Rosada mas agora não há espaço para falar delas.

(Prof. Tomaz Dentinho In A União)

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terça-feira, janeiro 22, 2008

Biocombustíveis não trazem vantagens para os Açores

Os biocombustíveis não são uma opção vantajosa para o arquipélago. Quem o considera é o director regional do Comércio, Indústria e Energia, José Luís Amaral, que defende que o desenvolvimento das energias renováveis não deve ser feito “à custa de um componente alimentar”.
“Os biocombustíveis produzidos a partir de cereais estão a fazer aumentar o preço dos mesmos e das rações, o que, para a nossa Região, não é nada vantajoso. Mantenho a minha posição, de que este não é o caminho a seguir”, sustenta Mário Alves, docente do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores. Quanto à opção pelo hidrogénio, defendida pelo professor da Universidade dos Açores e director do LAMtec, José Luís Amaral admite que é a “energia do futuro, mas continua ainda a ser isso mesmo, uma opção muito valiosa a longo prazo”. “É algo que está a ser desenvolvido, inclusive nos Açores, em laboratório, mas ainda não é possível a sua produção e aplicação em massa. Não se trata de uma aposta rentável num prazo de tempo mais ou menos curto”, adianta o director regional responsável pela pasta da Energia. Recorde-se que Mário Alves defendeu, na edição de um de Abril do ano passado de DI Revista, que “é o hidrogénio que vai estar por trás da grande transição para as energias renováveis”. Defendeu ainda que as energias renováveis se podem tornar na indústria mais poderosa do arquipélago. “Tem potencial para isso. Desde logo, se tornarmos a Região independente em termos energéticos, o volume de negócio anual líquido andará na casa dos 250 milhões de euros”, afirmou.

(In Diário Insular)

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segunda-feira, janeiro 21, 2008

A universidade dos Açores e o Reitor

A Universidade dos Açores (U.A.) comemorou no passado dia 9 do corrente mês, no Departamento de Ciências Agrárias, o seu 32º aniversário, com uma sessão solene que foi presidida pelo Magnífico Reitor, Professor Doutor Avelino Meneses, que teve lugar no complexo pedagógico, primeira estrutura construída do novo Campus da Ilha Terceira, no Pico da Urze. Correspondendo à gentileza da Universidade, que desde que exerci as funções de Secretário Regional da Educação e Cultura convida-me para muitos dos seus eventos públicos, estive presente na cerimónia, que só pelo brilhante discurso do Reitor já me senti gratificado pelo convite, para além da interessantíssima oração de sapiência, proferida pelo Professor Doutor Jorge Pinheiro, intitulada “O solo, suporte de vida”e do peculiar momento de canto, com a especial voz da cantora lírica Cristina Meireles, acompanhada ao piano pelo pianista Gustav Van Manen, não faltando ainda a presença musical das Tunas e da centenária Filarmónica da Serreta.É indiscutível que a U.A. tem tido um papel fundamental nos passos de desenvolvimento que a Região percorreu ao longo destes 32 anos de autonomia democrática, sendo ela própria um fruto precioso da democracia e da autonomia, não sendo possível dissociar a sua existência do projecto autonómico e vice-versa, pelo que a U.A. foi, é e será sempre um pilar essencial desta nossa Região arquipelágica, atlântica e europeia e do sempre renovado e desejado percurso de progresso económico, social, cultural e educacional.Volvidos 32 anos da sua existência é justo que se refira que se sente a sua presença na sociedade civil, nas empresas, na administração pública, nos sectores económicos, sociais e nos serviços, onde muitos são os quadros médios e superiores que neles trabalham, que se formaram e especializaram na U.A.Todo este sucinto preâmbulo vem a propósito do competente e pertinente discurso do Reitor, o mais novo Reitor da U.A., eleito para um 2ºmandato, um jovem Doutor e Professor Catedrático, nosso conterrâneo, que fez toda a sua brilhante carreira académica na U.A., defensor e potenciador duma Universidade tripolar e grande impulsionador dos Pólos Universitários de Angra do Heroísmo e da Horta, contextos que lhe dão um poder e uma autoridade institucional e moral para, com toda a seriedade, verdade e conhecimento, reivindicar do Governo da República o justo financiamento público para a Universidade, tendo em conta as nossas especificidades, que influenciam os seus projectos, a sua acção, o seu funcionamento. São conhecidos os especiais dotes de oratória do Professor Doutor Avelino Meneses, não só no estatuto de historiador e de professor, mas também como comunicador em qualquer outra circunstância, mas não há dúvida de que, mesmo falando com toda a propriedade e eloquência, quando se fala com razão e por grandes causas, as palavras assumem outro peso, outro alcance, outra dimensão. Na sua intervenção apresentou uma definição clara de objectivos para a Universidade, a consciência dos desafios que actualmente enfrenta e enfrentará como jovem e periférica instituição universitária que é, a manutenção de um estatuto jurídico e instrumental públicos e não fundacional, sem escamotear a possibilidade de todas as parcerias de interesse bilateral com a sociedade civil, com as empresas, com as autarquias e outros centros de poder, o aprofundamento estrutural e funcional da tripolaridade, a potenciação dos diferentes campos da investigação científica, tão peculiares alguns, no âmbito da vulcanologia, da geofísica, da oceanografia e do ambiente marinho, do solo e da agropecuária, das energias alternativas e renováveis (como o aproveitamento do hidrogénio), etc.A questão essencial do financiamento das despesas de funcionamento da U.A., que não estão asseguradas na sua totalidade pelo Governo da República, gerando um problema agravado ano após ano, exige essencialmente uma resolução política.Não podem ser igualáveis os parâmetros de financiamento público das universidades, pois estão inseridas em contextos económicos, sociológicos, territoriais e outros, bem diferentes. Umas são multicentenárias, outras têm a existência de poucas décadas, umas estão integradas em grandes cidades mais desenvolvidas, outras estão sedeadas em pequenas cidades do interior menos evoluído e a realidade da nossa Universidade é muito peculiar, pois para além de ser pequena e muito jovem, como já referimos, está condicionada pela insularidade, a perificidade e a tripolaridade, com as consequências de uma maior dificuldade em captar alunos, com maiores encargos no seu funcionamento e, naturalmente, exigindo um maior esforço financeiro público.Pensemos só nos transportes. Quanto não paga mais a U.A. nas deslocações de professores e funcionários que necessitam de viajar de avião, relativamente a outras que não têm essa dependência tão acentuada? Quanto não se paga mais nos Açores na aquisição de bens e equipamentos, pois tudo o que se adquire vem do exterior, acrescendo ainda o incontornável custo dos transportes marítimos e aéreos, com tarifas elevadíssimas e sempre a aumentarem, o que representa um gasto muito superior comparativamente às universidades no Continente. Importa que os Órgãos de Governo da Região e as forças partidárias, com o envolvimento de todos os Deputados Açorianos no Parlamento Nacional, articulando com a posição da Universidade e do seu Reitor, sem fazerem deste problema uma bandeira eleitoral em ano de eleições regionais, concebam uma estratégia política e institucional que vá de encontro ao interesse legítimo da nossa Academia e ao dos Açores, ora criando legislação regional que atribua o financiamento complementar necessário, ora propondo legislação nacional que aplique uma majoração específica, ora integrando este financiamento na Lei das Finanças Regionais, ora ainda retomando a tutela financeira da Região, situação que me parece dever ser a última das hipóteses a considerar, no entanto, talvez seja o mais provável, pois a larga maioria dos políticos e burocratas continentais não percebem ou não querem perceber o que representa, a todos os níveis, “viver” nas ilhas. Com toda a transparência, o Reitor disse-nos que do orçamento da U.A. para funcionamento, uma verba de 17,7 milhões de euros destina-se a assegurar os encargos com docentes, investigadores e funcionalismo geral, que aumentou as receitas próprias para 4,9 milhões de euros, que está a conter ao máximo as despesas de aquisição de bens e de serviços e que para atingir aquela dotação precisa de um reforço de 4,4 milhões de euros.Não é pensável que não haja disponibilidade financeira estatal para tal, basta apenas vontade política.Com assinalável atraso de vários anos, e “tirado a ferros”, vai sendo construído o novo Campus Universitário da Ilha Terceira, agora com a construção do edifício destinado à acção social, em breve com o lançamento da estrutura interdepartamental e no futuro, que se espera não ser muito longo, as outras obras necessárias surgirão, ficando este Reitor ligado, na prática, ao exigido salto qualitativo na estrutura física tripolar da U.A. O mesmo se passa com o Campus Universitário da Horta, tão carecido que está de novas e adequadas estruturas, e bem o merece dado a seu valioso contributo na investigação oceanográfica.Espero, pois, melhores dias e um futuro mais risonho para a nossa Universidade.

(Bento Barcelos in Diário Insular)

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domingo, janeiro 20, 2008

Açores com 20% de energias alternativas em 2020

É possível atingir na Região o objectivo já traçado pela União Europeia: vinte por cento de energias renováveis no total de consumo energético até 2020. A garantia é dada pelo director regional do Comércio, Indústria e Energia, José Luís Amaral, e reforçada pelo parecer do professor do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores e director do LAMtec (Laboratório de Ambiente Marinho e Tecnologia), Mário Alves. De acordo com José Luís Amaral, é preciso ter em conta que a principal aposta a nível dos Açores tem sido feita na área da geotermia, com este sector a crescer 147 por cento em São Miguel, representando actualmente 42 por cento do consumo total de energia da ilha. O próximo passo é desenvolver a geotermia na Terceira, garante o governante, “o que permitiria cobrir muito mais a nível dos Açores”. Outras energias renováveis a desenvolver a médio prazo no arquipélago são a eólica e a hídrica. O director regional salienta ainda que existem, no âmbito do programa Proenergia, perto de 140 projectos aprovados, essencialmente ligados à colocação de painéis solares. Quanto a acções de sensibilização da população açoriana em geral, em relação à importância das energias renováveis, José Luís Amaral adianta que serão realizadas diversas actividades no mês de Maio. Também o professor da Universidade dos Açores, Mário Alves, considera o objectivo de 20 por cento atingível e aponta as melhores áreas a investir como sendo a energia eólica e os combustíveis renováveis. “A Comunidade Europeia tem dado sinais fortes a todos os estados membros de que devem apostar nas energias renováveis e estes têm seguido esses sinais, incluindo Portugal, que triplicou o peso da energia eólica. Creio que, também a nível do Governo Regional, existe essa vontade”, adianta. Quanto à possibilidade de ser feita uma aposta no hidrogénio, Mário Alves considera que, “seguramente, este estará no pacote dos combustíveis renováveis a desenvolver”. O objectivo de elevar a percentagem de energia renovável no total do consumo da União Europeia de 8,5 por cento em 2005, para 20 por cento em 2020, é avançado num vídeo colocado na Internet, no espaço da UE no Youtube, o “EUTUBE”. O vídeo pode ser consultado no endereço “http://youtube.com/watch?v=1cysaOnlv_E”.
(In Diário Insular)

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Caracterização das Lagoas do Pico

Estamos na Ilha do Pico para caracterizar os sistemas económicos em torno das pequenas lagoas do seu planalto e a dar o módulo de economia dos recursos naturais do mestrado em gestão e conservação da natureza, levado a cabo pelo Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores. De manhãzinha, ainda com o pequeno jet leg de alguns dias em Lisboa, escrevo-vos estas notas; até às cinco da tarde converso com os lavradores que têm pastos em torno das lagoas graças ao apoio das engenheiras dos serviços agrícolas Benilde Pereira e Rita Ferreira; e à noite, das seis às onze, aborreço os alunos do mestrado com gráficos e equações sobre a economia da terra, da água, das pescas, do ambiente, do petróleo e das florestas. O que vos posso contar hoje tem a ver com a conversa que tivemos com vários lavradores em torno da Ilha. Os tais que utilizam terras em torno das lagoas que agora estão a ser objecto de um Plano de Ordenamento. Da Lagoa do Capitão conversámos com quatro lavradores, três da zona de São Roque e um do lado do sul da Ilha. Um deles tem gado de carne e de leite, este com apenas uma ordenha por dia durante dez meses do ano. Os outros só têm gado de carne. Dois deles são lavradores a tempo inteiro e ainda contam com o apoio da família no maneio de gado. Um terceiro é empregado da EDA e o quarto tem uma pequena serração e carpintaria. Gente de trabalho esta que vive no Pico. O leite é vendido para a cooperativa; há poucos meses estava a 18 cêntimos por litro mas agora já está a 25 cêntimos, graças aos efeitos da procura longínqua dos chineses e aos pagamentos mais elevados de Inverno. O gado de carne é exportado através de vários intermediários e pode render cerca de quatrocentos euros por cabeça. No entanto a maior parte do rendimento vem dos prémios às vacas aleitantes e a outros apoios das medidas agro-ambientais. Os atrasos dos pagamentos do ano passado, já realizados no Continente e em algumas ilhas, começa a levantar alguma revolta. Por outro lado uma das principais preocupações face aos planos das lagoas é a eventual perda dos prémios às vacas aleitantes e de outras medidas ditas agro-ambientais, curiosamente indexadas ao número de cabeças de gado. E é assim que as ditas medidas agro-ambientais provenientes da “sábia” União Europeia e adaptadas pelo Governo Regional provocam mais degradação ambiental do que melhoria. Na verdade os lavradores aumentam o número de cabeças até ao limite do encabeçamento permitido para receberem mais apoios. O resultado é que existe uma mortalidade elevada do gado e a degradação do pasto é fortemente acelerada pelo pisoteio em terras encharcadas e declivosas. Tudo seria diferente se os apoios agro-ambientais fossem de facto para estimular o maneio dos lavradores a produzirem leite e carne mas também água limpa, solo bom, arranjo da paisagem e aumento da biodiversidade. O problema é que os ambientalistas julgam que a produção desses serviços ambientais são melhor protagonizados pelo Governo Regional e pelas Câmaras Municipais. E é assim que assistimos à introdução de patos pelo município degradando a qualidade da água, registamos a introdução de peixe pelo Governo Regional eliminando os pequenos peixes que serviam para ser transladados para os pequenos tanques de água para a limparem, observamos a colocação de placas, de degradados espaços de piquenique, de estradas largas por camionetas de turistas e da manutenção dos arames das cercas do gado; isto em vez de se permitir aos lavradores a criação de muros de pedra e pequenos caminhos de acesso que permitiriam criar uma paisagem com sentido e, ao mesmo tempo, fomentar a visitação de pequenos grupos em caminhos rurais. Não tenho espaço de referir as outras lagoas mas vale a pena reter algumas frases de quem sabe: “A gente já não manda no que é nosso!”; “O Ambiente lixa uns e protege os outros!”; “As leis podem ser boas mas são maus os que as executam!”.
(Prof. Tomaz Dentinho In A União)

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sábado, janeiro 19, 2008

Sistema Científico e Tecnológico com Novas Regras

A Universidade dos Açores (UAc) representa cerca de 90 por cento do corpo de investigação existente nos Açores. Esta percentagem foi avançada pelo director regional da Ciência e Tecnologia, João Luís Gaspar, a propósito da proposta de decreto legislativo regional que define o regime jurídico do Sistema Científico e Tecnológico Regional.
Para a elaboração deste documento foi feito um levantamento do número de investigadores, áreas e unidades de investigação existentes nas ilhas. O estudo ficou concluído em 2007 e, em declarações ao Açoriano Oriental, João Luís Gaspar adiantou que “cerca de metade dos investigadores (associados à UAc) são bolseiros ou contratados”. Ao nível de bolsas de investigação, o governante fez questão de realçar que cerca de 50 investigadores são hoje “directamente apoiados pelo Governo Regional”, quando há três anos, no início da legislatura, não existia nenhum bolseiro apoiado por dinheiros regionais. Além da UAc, o titular regional da Ciência e Tecnologia avançou que existem nos Açores seis centros de investigação acreditados pelo sistema nacional e “um vasto conjunto de núcleos especializados em investigação e desenvolvimento, entre os quais se enquadram as unidades de investigação em contexto hospitalar, quer em Ponta Delgada, quer em Angra do Heroísmo”. Para João Luis Gaspar, a conclusão da base de dados elaborada pela Direcção Regional da Ciência e Tecnologia (DRCT), sobre o Sistema Científico e Tecnológico regional, possibilita numa segunda fase delinear “uma estratégia estruturante para este programa, que agora se desenvolve entre 2007 e 2013”. Assim, explicou, o Governo Regional está a preparar o decreto legislativo que vai definir o regime de incentivos que sucede ao Plano Integrado para a Ciência e Tecnologia, que vigorou nos primeiros três anos da actual legislatura. De acordo com o governante, este documento “pretende promover junto desses investigadores e centros de investigação plataformas de investigação, cooperação e partilha, quer de estruturas, quer também de informação, por forma a que possamos criar massa crítica passível de nos colocar ao nível daquilo que se faz noutras regiões. Neste espírito, exemplificou, foram concluídas na semana passada as negociações para a criação do Instituto de Biomedicina e Biotecnologia dos Açores, no que diz respeito à vertente científica”. Em termos globais, o director regional considera “muito razoável” o envelope financeiro disponível para estas áreas nos programas operacionais Proemprego (30 milhões de euros) e Proconvergência (50 milhões de euros) até 2013. No Plano de Investimentos Anual para este ano, a Região tem uma verba inscrita de cerca de 14 milhões de euros.

(In Açoriano Oriental)

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Oliveira Martins

No âmbito da Licenciatura em Guias da Natureza leccionado pelo Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores e inserido na cadeira de História de Arte e Património Construido II foi dada como matéria a biografia e o trabalho artístico de um dos meus artistas e pintores preferidos de sempre!!! Aqui vai um resumo do que foi leccionado nas aulas sobre Francisco Martins, o homem, a arte , o ser, a razão, a identidade.... :
FRANCISCO OLIVEIRA MARTINS
Nasceu em Angra do Heroísmo, a 1 de Outubro de 1962. Frequentou o curso de Biologia/Geologia na Universidade dos Açores e concluiu o curso de Pintura na Escola Superior de Arte e Design, das Caldas da Rainha. É docente de Educação Visual na Escola 3/SP Jerónimo de Andrade, de Angra. Tem quadros em colecções particulares em Lisboa, Porto, Funchal, Ponta Delgada e Angra do Heroísmo, além de já ter publicado alguma bibliografia no âmbito da História da Arte açoriana. As suas pinturas de intensa imagem colorativa, lembrando o cromatismo fauvista, incidem no abstraccionismo geométrico, raramente figurativo, e tecnicamente são caracterizadas por pinceladas grossas e vigorosas que conferem às superfícies uma textura àspera, em conformidade, com o material de base utilizado: tábua e, por vezes, cartão prensado.


Nascimento da Geometria, sobre tábua



Velocidade, sobre tábua

(In Pelo mar aberto)

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sexta-feira, janeiro 18, 2008

Agricultura biológica está a ganhar espaço

A agricultura biológica está lentamente a conquistar interessados na Terceira.Trata-se de uma agricultura que não faz uso de produtos químicos sintéticos, nem de pesticidas artificiais, para a produção de todo o tipo de frutas, vegetais, incluindo ervas aromáticas e ovos. Com uma nova loja a comercializar produtos biológicos no mercado de Angra do Heroísmo, a suscitar a curiosidade da população, nomeadamente dos jovens e dos idosos, Francisco Diniz, investigador do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores e responsável por este projecto, refere que com a abertura do novo espaço pretende-se «por em contacto os consumidores e ao mesmo tempo incentivar os produtores deste género de agricultura», uma vez que a realidade do mercado dos produtos biológicos é «praticamente inexistente» na ilha Terceira. O empresário acrescenta que havia uma faixa etária interessada, mas que não encontrava os produtos com regularidade. Neste sentido Francisco Diniz considera que há «poucos produtores e pouco produzem», não existindo mesmo mais do que meia dúzia. Embora destes apenas três ou quatro estão a produzir com uma certa dimensão, e refere a «Bio Fontinhas e a "Bio Biscoitos". Questionado sobre os incentivos governamentais existentes sobre esta matéria, o empresário defende «o trabalho independente», sendo que em termos de economia «as coisas devem existir porque há consumidores». Contudo, acrescenta, «no arranque do negócio faz sentido os apoios financeiros, mas não criando qualquer tipo de dependência». Aliás, diz ainda Francisco Diniz, as pessoas envolvidas na agricultura biológica tentam sempre ser o mais auto-suficientes possíveis em relação ao exterior «reduzindo os “in-puts”, menos adubos, menos pesticidas» e tentando arranjar soluções «dentro do nosso espaço e da nossa parcela». Desde há dois anos para cá Francisco Diniz diz que a curiosidade das pessoas aumentou em relação aos produtos biológicos, mas quanto a perspectivas futuras nada poderá adiantar. No que concerne a preços, adianta o empresário, a tendência «é para que os produtos biológicos sejam mais caros», sendo que no Continente atingem «valores exorbitantes». Em contrapartida, aqui na ilha, «tentamos que os preços sejam acessíveis» dado que as pessoas não possuem muito poder de compra, acrescenta.
A cooperativa de produtos biológicos foi criada em 2001 e envolveu na altura 17 pessoas. Mas na prática «adormeceu» e nenhum projecto acabou por ser desenvolvido. Actualmente com este novo projecto, explicou Francisco Diniz, havia duas hipóteses, em que uma consistia em «criar uma cooperativa nova e a outra em activar a já existente». O empresário adiantou que no final do mês de Janeiro está previsto uma reunião com a assembleia-geral, no sentido de dar continuidade ao projecto inicial. Esta cooperativa é ao mesmo tempo de consumidores e de produtores, o que nas palavras de Francisco Diniz, trata-se de um modo «perfeito» para o funcionamento do projecto.
Intuitivamente percebemos que um produto que não leva adubos nem pesticidas, para ter uma velocidade de crescimento mais rápido, só poderá ser mais saudável, refere Francisco Diniz. Geralmente dentro da família, explica o empresário, o padrão observado são os bebés, «porque os pais querem o melhor para os filhos». A partir dali seguem os hábitos e o consumo de alimentos mais benéficos. Pelas mesmas razões o impacto da utilização da agricultura biológica será menor para o ambiente do que a convencional.


(In A União)

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quinta-feira, janeiro 17, 2008

Térmitas desvalorizam parque habitacional

A ciência avisa que o valor do parque habitacional açoriano infestado com térmitas pode entrar em colapso nas ilhas açorianas. A proibição de venda de casas “sujas” deve ser encarada.
A desvalorização do parque imobiliário nos principais centros urbanos dos Açores é uma das principais consequências previsíveis do alegado descontrolo no combate às térmitas nas ilhas. Segundo o cientista Paulo Borges, do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores - perito em insectos e principal conhecedor do fenómeno das térmitas nos Açores -, se a situação continuar como se encontra, a crise imobiliária é inevitável. A coordenação entre os vários sectores envolvidos no problema (Governo Regional, câmaras, empresas, população, investigação) é inexistente. Além disso não há legislação para resolver o problema dos resíduos sólidos (madeiras contaminadas). A própria lei de apoio aos proprietários que queiram substituir madeiras infectadas é considerada pelo cientista como “insuficiente”. Paulo Borges adianta que é necessário tomar uma medida urgente, copiada do modelo em vigor em França, no sentido de ser proibida a venda de casas infestadas com térmitas. “Dada a dimensão que se conhece do mercado imobiliário, só isso poderia ser um contributo importante para controlar a praga”, disse.

Síndrome do escaravelho

Paulo Borges está convencido que o Governo Regional está a encarar as térmitas afectado pela síndrome do escaravelho. Entende o cientista que no caso do escaravelho japonês, praga introduzida na Terceira através da Base das Lajes, acabou por se provar que os pastos existentes são suficientes para as vacas e para os escaravelhos, pelo que o que poderia ser uma praga acabou por não ser um problema grave. Como deixou as coisas andar e não se deu mal, o Governo parece agora apostar no mesmo comportamento do caso das térmitas. Só que, avisa Paulo Borges, a situação é muito diferente, uma vez que as térmitas são “altamente destruidoras”. Neste momento a região não tem quadros técnicos formados no combate às térmitas, não havendo - o que é pior ainda - um plano regional com coordenação efectiva.

O que há de bom

Mas nem tudo está mal no reino das térmitas. Segundo Paulo Borges, é possível arrolar passos positivos já dados em diversos sectores. Desde logo, destaca o esforço das pessoas individuais no tratamento das habitações afectadas pela praga. Há também o mundo empresarial, que já respondeu com duas empresas vocacionadas para o combate às térmitas. Também já estão colocadas armadilhas para captura de adultos em edifícios públicos e privados. Outro facto positivo é a acumulação de conhecimento científico, apoiado pela região, sobre as térmitas desde 2002, quando o fenómeno das foi descoberto nos Açores. A criação de legislação, embora com lacunas, é apontada por Paulo Borges como outro facto positivo. Angra do Heroísmo está infestada de térmitas a mais de 50 por cento, prevendo-se que sejam idênticos os números em Ponta Delgada. Na Horta há várias casas infestadas e em Santa Maria já há duas freguesias com térmitas.S egundo Paulo Borges, com o actual nível de descontrolo, o mais provável é a praga alastras pelas ilhas.


(In Diário Insular)

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quarta-feira, janeiro 16, 2008

Produtos biológicos em Angra do Heroísmo

Maçãs, laranjas, batata-doce, repolho, kiwis, cebola, couves, cenouras, ervas aromáticas, saladas e ovos... biológicos. Existe uma nova loja, aberta no Mercado Duque de Bragança, em Angra do Heroísmo, que pretende, para além de oferecer uma maior variedade de produtos biológicos, incentivar o crescimento deste tipo de agricultura na ilha.
À frente do novo espaço está Francisco Diniz, investigador do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores que explica que o projecto se encontra ligado a uma cooperativa. “No fundo, não se trata de uma cooperativa nova, porque esta está formada desde 2001, mas estava desactivada. Trata-se de reactivar essa cooperativa, a BioAzorica. Pretendemos unir consumidores e produtores. Consumidores, para garantir bons preços. No caso dos agricultores, uma vez que já existirão consumidores, estes terão mercado para escoar o seu produto”. Os produtos biológicos à venda na nova loja são provenientes do mercado local e nacional: “Actualmente, existem no mercado terceirense poucos produtos e pouca variedade. Estamos em contacto com vários agricultores locais para obter a maior quantidade de produtos possível, mas também importamos do Continente. Noventa e nove por cento do que vendemos é certificado”, adianta. Além disso, a loja coloca à venda produtos da “BioFontinhas” e “BioBiscoitos”, para além de outros, produzidos em terrenos que Francisco Diniz tem nas Doze Ribeiras.

QUESTÃO DE SAÚDE

Quanto às vantagens de consumir produtos biológicos, Francisco Diniz coloca os benefícios para a saúde em primeiro lugar: “As pessoas já têm essa noção. Começam primeiro por comprar vegetais para fazer as sopas do bebé, fruta para as crianças e depois começam a consumir e estendem esse hábito a toda a família, porque entendem que existem mais-valias. Para além disso, o sabor é menos artificial, mais vivo. Por fim, existe a questão ambiental, uma vez que se trata de uma agricultura menos agressiva, que não faz uso de produtos químicos sintéticos”. Um argumento geralmente apontado contra este tipo de produtos é o preço mais elevado. Francisco Diniz garante que está a ser tido em conta o poder de compra dos terceirenses. “É certo que se tratam de produtos ligeiramente mais caros, mas a diferença não é assim tão grande, as pessoas podem vir e verificar por si. Estão em causa produtos mais saudáveis e de qualidade”, lembra.

(In Diário Insular)

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terça-feira, janeiro 15, 2008

Aniversário da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo

O presidente do conselho directivo da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo, Luís Miguel Gomes, disse ontem, em Angra do Heroísmo, que a instituição pretende aumentar e diversificar a oferta formativa tendo por base critérios de qualidade e excelência. Falando na sessão comemorativa do 31º aniversário da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo, Luís Gomes referiu que estão em curso negociações com entidades congéneres do continente para abertura de novos cursos. Segundo referiu, a Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo dispõe de “um corpo docente melhor qualificado” com a realização de cursos de mestrado e de doutoramento e está concluído o processo de adaptação curricular conforme determina o Tratado de Bolonha. Luís Gomes adiantou que, apesar da melhoria da qualificação dos docentes e na diversificação das áreas formativas, são necessárias melhores condições de trabalho e mais três docentes para que a escola possa melhorar o seu desempenho. Por outro lado, reconheceu que a mudança de estatuto para Escola Superior de Saúde “tem vindo a evoluir ou regredir segundo as contingências políticas”. Tendo em conta essa realidade, Luís Gomes defende a Universidade dos Açores deve alargar a sua oferta formativa nas áreas relacionadas com a saúde, podendo tirar partido dos recursos da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo para concretizar esse objectivo. Outro aspecto destacado pelo director da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo foi a realização de acções de formação destinadas a jovens enfermeiros em diversas ilhas, continente e Norte da Europa.

O director do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, Alfredo Borba, realçou o facto de a Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo ficar integrada no futuro nas instalações do Pico da Urze. Alfredo Borba elogiou a forma com decorreu a integração daquele estabelecimento de ensino na Universidade dos Açores e a qualidade de ensino que, segundo disse, “é constituída por propostas formativas que muito nos honram”. O programa das comemorações do 31º aniversário da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo contou ainda com duas conferências de Jesuína Varela e Maria Saldanha.


(In Diário Insular)

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Novo Edifício Interdepartamental no Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores

Mais de doze empresas levantaram o caderno de encargos e os projectos para a construção do edifício interdepartamental do campus da Universidade dos Açores (UA) na Terceira, situado no Pico da Urze, confirmou DI junto de fontes universitárias.A obra, segundo as mesmas fontes, despertou o interesse não só de empresas locais e continentais, mas também de empresas da Madeira. Segundo DI apurou, a 19 de Fevereiro, vão ser abertas as propostas, seguindo-se a selecção da empresa que procederá à construção do terceiro edifício do novo campus universitário na ilha Terceira, que dará lugar às actuais instalações localizadas na Terra-Chã. Segundo o projecto – a que DI teve acesso – o edifício interdepartamental será construído no terreno após o edifício da Acção Social (actualmente em construção), passando sobre a estrada central ao campus, e, de certa forma, delimitando a zona edificada. “O edifício, ao ser uma estrutura que cruza a rua existente, retira-lhe a monumentalidade agora excessiva e permite formar um núcleo de vizinhança entre as estruturas. Estes edifícios conformam entre si um conjunto de espaços e de percursos que permitem um uso qualificado do campus, em consonância com as qualidades naturais do lugar. Destacaríamos, nesse sentido, a praça que se projecta entre o edifício interdepartamental e o edifício dos serviços de Acção Social como o centro cívico do campus”, escreve, na memória descritiva, o autor do projecto, no caso o arquitecto Jorge Figueira da “EX – Empresa de Arquitectura”, com sede na cidade do Porto. Orçado em cinco milhões de euros (construção e equipamentos), o edifício interdepartamental deve começar a ser construído a meados deste ano, tendo um prazo de execução de 14 meses.

PROJECTO...

O edifício interdepartamental é composto por três volumes, dispostos em forma de U, estando dois deles assentes no terreno. O volume maior – onde ficarão instalados os laboratórios e os gabinetes (que, segundo fontes de DI, chegam às cinco dezenas) – ficará suspenso sobre a estrada que atravessa o campus e apoiado nos dois blocos que entroncam nas suas extremidades.“[Este volume] é sustentado por um conjunto de pilares em forma de V, que caracterizam o espaço e permitem a realização de um conjunto de rampas que ligam a rua existente à praça do campus, e directamente à ala Sul do edifício interdepartamental”, explica o autor do projecto. Neste bloco, a poente, ficarão instalados os gabinetes, instalações sanitárias, elevadores e, excepcionalmente, alguns laboratórios de investigação. A nascente ficará localizada a maior parte dos laboratórios do campus. No rés-do-chão do bloco a Sul ficará instalado o núcleo administrativo, a Reitoria e as direcções de departamento. O primeiro piso fica reservado à delegação do departamento de Ciências da Educação. No bloco a Norte ficará a delegação do departamento de Ciências Agrárias.

CAMPUS EM CONSTRUÇÃO

Para além deste novo edifício interdepartamental, o novo pólo de Angra do Heroísmo tem recebido outros investimentos em infra-estruturas, como um complexo pedagógico, onde já funcionam as aulas teóricas. Actualmente, decorre também a construção do edifício de apoio ao aluno, que deverá estar concluído em Junho deste ano.A primeira fase do novo campus de Angra do Heroísmo, que deverá decorrer até ao início de 2010, prevê ainda a construção de um pavilhão gimnodesportivo a cargo da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, e de um pequeno edifício destinado às associações de estudantes e temáticas, para além dos arranjos exteriores. Numa segunda e última fase, terá lugar a construção do novo edifício da Escola de Enfermagem, cujo projecto está atrasado, segundo responsáveis da Universidade dos Açores. Ao longo dos últimos anos, a construção do novo campus universitário da ilha Terceira tem estado envolvida em polémica, particularmente pela troca de acusações entre a universidade e o Governo da República. No cerne desse desencontro de posições está o financiamento da obra. Segundo apurou DI, Lisboa assume apenas o pagamento de 650 euros por metro quadrado, com uma majoração de 30 por cento. No entanto, devido aos preços praticados na Região, esse finaciamento não garante o pagamento integral da obra.Por isso, o Governo Regional tem vindo também a financiá-la.
(In Diário Insular)

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