terça-feira, março 18, 2008

Tripolaridade pode estar em risco

Existem nas ilhas Terceira e Faial sérias reservas perante alguns documentos que estão na mesa de trabalhos da Assembleia da Universidade dos Açores (UA), com vista ao futuro daquele estabelecimento de ensino superior. O que mais preocupa alguns responsáveis prende-se com a possibilidade de um eventual encerramento, no caso da ilha Terceira, da Escola Superior de Enfermagem.No entanto, as preocupações têm ainda um maior alcance pelo facto de se saber que um dos projectos em discussão pela Assembleia prevê a criação de duas faculdades, uma de Letras e outra de Ciências, ambas sedeadas na ilha de São Miguel. A Assembleia da UA está reunida com a finalidade de proceder à sua Reforma Orgânica, à luz do Regime Jurídico para as Instituições do Ensino Superior (REGIS), e que terá de estar nas mãos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior até meados do mês de Junho, onde o documento receberá, ou não, o aval de Mariano Gago, embora seja crível que os documentos agora em discussão estejam prontos já no final deste mês.

PREOCUPAÇÕES

Segundo disse ao DI Norberto Messias, professor da UA, “existem riscos sérios em relação à Escola Superior de Enfermagem, o que leva a que haja uma grande preocupação quanto a possíveis futuras alterações, tal como aconteceu com o CIFOP”. Ontem, o Pró-Reitor, Alfredo Borba, que participa na Assembleia, disse ao DI que “está a seguir todo o processo com a maior das atenções”, mas não quis adiantar quaisquer pormenores. Verdade é que terceirenses e faialenses têm, juntos, apenas dois representantes na Assembleia, sendo as decisões tomadas por uma maioria, onde 18 dos membros residem na ilha de S. Miguel, o que parece causar algumas preocupações.

“É PRECISO LUTAR”

Uma fonte altamente colocada no ensino nacional disse ontem ao DI que “é necessário que as sociedades terceirense e faialense estejam atentas e, sobretudo, que comecem, desde já, a assumir posições públicas, caso contrário a tripolaridade da Universidade nos Açores pode ficar seriamente comprometida”. Para já, o Governo Regional está de fora e, em declarações ao DI, o secretário regional da Educação e Ciência disse que “não quer interferir no processo até que esteja concluído”.
(In Diário Insular)

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