terça-feira, abril 22, 2008

Campus de Angra do Heroísmo abriu as portas

Em apenas 13 minutos, as três dezenas de alunos do 11.º ano da Escola Padre Jerónimo Emiliano de Andrade ficam a conhecer, por dentro e por fora, a Universidade dos Açores (UA). As salas de aula e os laboratórios, a biblioteca e a reitoria, as residências e os jardins, as cantinas e os bares, os espaços dedicados ao desporto e os cursos leccionados são apresentados ao som de uma música ritmada e acompanhados por paisagens idílicas das três ilhas por onde se divide o estabelecimento de ensino superior açoriano – São Miguel, Terceira e Faial. O visionamento de um pequeno vídeo promocional constitui a primeira fase de um Dia Aberto levado a cabo pelo campus de Angra do Heroísmo, assim como o primeiro contacto que a maioria dos estudantes presentes estabelece com a instituição. Destinada aos alunos das escolas profissionais e secundárias da ilha Terceira, a iniciativa visa divulgar a oferta formativa e apresentar as instalações da UA. “É uma forma da universidade dar a conhecer os seus cursos e de os alunos perceberem um pouco do seu conteúdo”, sublinha o pró-reitor do pólo de Angra, Alfredo Borba. Acesas as luzes, os visitantes têm oportunidade de ver esclarecidas algumas das suas dúvidas sobre o processo de candidatura ao ensino superior. Médias de acesso, provas de ingresso, vagas para alunos açorianos e saídas profissionais são os termos mais ouvidos no auditório do Complexo Pedagógico do campus do Pico da Urze.


“ÁREA DE FUTURO”


Depois, é a vez de passar a uma pequena feira distribuída por quatro salas do terceiro andar do amplo e moderno edifício. Aqui, os directores dos cursos leccionados nos departamentos de Ciências Agrárias e Ciências da Educação “vendem” as suas áreas pedagógicas, auxiliados por panfletos, cartazes, vídeos e as mais variadas experiências didácticas. “O objectivo é que os eventuais candidatos conheçam o curso e se inteirem um pouco do trabalho do aluno e das respectivas saídas profissionais”, explica Ana Isabel Santos, directora da licenciatura em Educação Básica, que funciona há já um ano, substituindo o antigo curso de Educadores de Infância. Ciências Agrárias, Biotecnologia, Engenharia e Gestão do Ambiente, Medicina Veterinária (Ciclo Básico), Ciências da Nutrição (Ciclo Básico), Ciências Farmacêuticas (Ciclo Básico), Guias da Natureza e Enfermagem são outras das opções em termos de licenciaturas proporcionadas pelo campus de Angra da UA. Mas a grande novidade para o ano lectivo de 2008/2009 é o curso de Energias Renováveis, que a instituição classifica como uma “área de futuro”. O pólo de Angra do Heroísmo oferece ainda os cursos de mestrado em Gestão e Conservação da Natureza, Engenharia Zootécnica, Engenharia do Ambiente, Biotecnologia, Educação Ambiental e Agricultura Biológica. Todos os cursos estão já adaptados ao Processo de Bolonha. No próximo ano lectivo, serão abertas cerca de 180 vagas para as licenciaturas ministradas no campus terceirense, que conta, actualmente, com cerca de 750 alunos - um “número satisfatório”, na opinião de Alfredo Borba. “Nos últimos anos, temos preenchido todas as vagas e esperamos que o mesmo venha a acontecer no próximo ano”, destaca o pró-reitor. A maior fatia é, segundo diz, ocupada por estudantes vindos de outras ilhas do arquipélago dos Açores ou do continente português. “No último ano, tivemos cerca de 84 por cento de alunos deslocados, sobretudo nos cursos de Enfermagem, Ciências Farmacêuticas, Ciências da Nutrição e Medicina Veterinária”, refere.


“LÁ FORA…”


À saída do Dia Aberto promovido pelo pólo de Angra da UA, Cláudia Ávila, de 17 anos, elogia a iniciativa, que considerou “muito informativa”. Para esta estudante do 11.º ano da Escola Secundária de Angra, tratou-se da primeira visita ao estabelecimento de ensino superior açoriano. “É uma escola bonita e parece bem estruturada”, afirma a jovem, de mochila aos ombros, calças de ganga e ténis, no seu jeito descontraído. Apesar de desejar continuar a estudar, Cláudia mantém ainda todas as opções em aberto. Afinal, trata-se de uma decisão demasiado importante para tomar de ânimo leve. “Gosto da área de artes, mas ainda não tenho a certeza se será a que vou seguir”, adianta. Questionada sobre a possibilidade de vir a frequentar a UA, a jovem deixa revelar o desejo de novos horizontes: “Talvez vá para o continente…”, diz. E justifica: “Lá fora, há mais condições e uma maior oferta de cursos”.

(In Diário Insular)

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