quinta-feira, julho 31, 2008

Furnas: Um Laboratório Natural

Foi apresentada e defendida, na Universidade de Aveiro, a tese de Mestrado em Ensino de Física e Química da aluna Maria Helena Maurício Resendes, orientada pelo Professor Mário Talaia do Departamento de Física da Universidade de Aveiro e pelo Professor Félix Rodrigues do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores com o título “Transferência de Energia e Qualidade do Ar no Ensino das Ciências”.
A investigação foi fundamentada, planeada e implementada com base em estudos de casos, numa perspectiva de Ensino por Pesquisa num contexto real – o campo fumarólico da Lagoa das Furnas – onde é possível observar manifestações geotérmicas que despertam curiosidade e inquietações por consequência, formular questões-problema. Estas por sugerirem estratégias de ensino inovadoras e motivadoras para os alunos, e por serem pertinentes do ponto de vista científico, tecnológico e social têm interessse em serem exploradas na disciplina de físico-química do ensino básico e secundário.A geotermia é sem dúvida a grande fonte alternativa de energia do Arquipélago dos Açores, ainda pouco explorada a nível regional, se bem com grande incremento neste arquipélago quando comparada com outras regiões europeias ou mesmo mundiais.
As questões energéticas estão no topo das preocupações mundiais actuais, não só pela preocupação com as alterações climáticas globais, mas como meio de garantir sustentabilidade energética das sociedades. Defende-se uma aproximação à realidade local no ensino das ciências, de modo a responder às necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade de as gerações darem respostas ás delas.


Nesta investigação, verificou-se que a escolha dos locais para efectuarem as covas, destinadas ao cozido das Furnas, têm sido efectuadas de forma empírica, não correspondendo à eficiência térmica do local, nem tão pouco a uma optimização da temperatura. A escolha do local das “covas” tem sido ao longo dos tempos aleatória e as que existem actualmente tem diferentes performances.

Nas Furnas, a diversidade liquénica, presente nas árvores próxima das fumarolas, permite avaliar de forma rápida e expedita a qualidade média do ar do local, podendo afirmar-se que os níveis de dióxido de enxofre se situam normalmente abaixo dos 35 microgramas por metro cúbico, ou seja, com excelente qualidade do ar no que se refere a óxidos de enxofre. As temáticas abordadas nesta tese visaram responder tanto a problemas de ensino como a questões científicas, tecnológicas e sociais, numa transdisciplinaridade correspondente às visões actuais do conhecimento.

Etiquetas: , , , , , ,

Alunos do Mestrado em Educação Ambiental pedem protecção do Areal de Santa Bárbara

Em Dia da Conservação da Natureza, os alunos do Mestrado em Educação Ambiental do Campus de Angra do Heroísmo (Edição de Ponta Delgada) pediram a classificação do areal de Santa Bárbara, na Ribeira Grande. A ideia é garantir um estatuto de protecção especial para uma zona que, nos meses de verão, é frequentada por milhares de banhistas. Santa Bárbara tem muito mais que uma praia. A zona é frequentada por milhares de banhistas. E muitos mais este ano, depois das obras de beneficiação das estruturas de apoio.Mas Luís Noronha, o responsável pela ecoteca da Ribeira Grande, pede que olhem ao resto.Para a sua fauna, para a flora e até para o património construído pelo homem. Tudo isto faz do areal de Santa Bárbara na Ribeira Grande um local único, e que pode precisar de protecção, defende este responsável.

(In RDP-RTP Açores)

Etiquetas: , , ,

Publicada expedição científica ao grupo ocidental

A Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, realizou a XIII expedição científica do departamento de Biologia (DB) às ilhas das Flores e do Corvo. Os resultados do relatório já foram publicados.
A XIII Expedição Científica do Departamento de Biologia (DB): Flores e Corvo 2007 foi realizada há um ano pelo departamento de Biologia, em Ponta Delgada, de 16 a 26 de Julho. Este evento realizou-se no âmbito das actividades de ensino, investigação e prestação de serviços à comunidade nas áreas da Biologia e da Geografia.O DB teve a colaboração de cientistas e técnicos de instituições internacionais, nacionais e regionais, com os quais a Universidade dos Açores vem colaborando.Nos trabalhos de campo participaram alunos de vários ciclos de formação académica, desde a licenciatura ao doutoramento. A interacção entre os participantes e os corpos científicos aprofundou as metodologias de aprendizagem das ciências da terra e da vida em situações naturais e de campo.No relatório foram apresentados vários resultados importantes, pelo director do departamento de Biologia e investigador responsável pela XIII Expedição Científica, João Cândido Tavares. Segundo o responsável por esta expedição, as ilhas do grupo ocidental encontram-se em bom estado de conservação. João Tavares fala na beleza rara que percorre as ilhas das Flores e do Corvo, o qual está sujeito “a uma observação mais atenta”, pois este ecossistema revela “algumas perturbações que devem ser avaliadas em termos de risco”. Nesta expedição, descobriu-se, igualmente, que a doença Machado-Joseph (DMJ) afecta, principalmente, famílias que têm origem nas ilhas das Flores, de S. Miguel, Terceira e Graciosa. Desenvolveram-se actividades de cariz teórico-prático sobre questões ambientais e de valorização do património biológico, e conferências sobre variados aspectos do ambiente, da fauna e da flora. O relatório estará disponível na rede de bibliotecas que cooperam com a Universidade dos Açores e através do site http://www.db.uac.pt/intro.php

(In Jornal Diário)

Etiquetas: , ,

quarta-feira, julho 30, 2008

Novo Edifício no campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores

Por despacho do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de 10 de Julho de 2008, foi autorizada a adjudicação da empreitada de construção do Edifício Interdepartamental do novo campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, que equivale à realização de uma despesa no montante de 4 489 750€, acrescida de IVA à taxa legal em vigor na Região Autónoma dos Açores. As despesas de investimento serão suportadas por verbas do FEDER do PO Açores/QREN, sendo a contrapartida nacional assegurada por dotações do Governo Regional atribuídas à Universidade. Após a inauguração do Complexo Pedagógico, em 6 de Outubro de 2006, e na proximidade da inauguração do Edifício da Acção Social e de Apoio ao Estudante, prevista para 6 de Outubro do ano em curso, a construção do denominado Edifício Interdepartamental quase completa o novo campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores. Em falta, fica apenas a construção, pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, do Pavilhão Gimnodesportivo, que a edil angrense assegura se fará em 2009, bem como a nova Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo, cujo programa preliminar ainda se encontra em apreciação no Gabinete Técnico do Ministério. Numa época em que, igualmente no Faial, prosseguem a bom ritmo as obras de reconversão do ex-hospital Walter Bensaúde em sede do Departamento de Oceanografia e Pescas, há naturalmente suficientes motivos de regozijo. De facto, pelo lado das instalações, por muito tempo mergulhadas em inúmeras incertezas, encontra-se agora assegurada em definitivo a tripolaridade, enquanto modelo de organização da Universidade dos Açores.
(In Azores Digital)

Etiquetas: , , ,

Avelino Meneses, desdramatiza os números ontem divulgados pelo Jornal de Notícias

O reitor da Universidade dos Açores, Avelino Meneses, desdramatiza os números ontem divulgados pelo Jornal de Notícias ao citar um estudo segundo o qual a academia açoriana é a instituição do ensino superior público que desde 2000 apresenta a taxa mais alta de abandono escolar no país. Os dados estatísticos constam de um estudo, ainda em fase preliminar, sobre os “Factores de sucesso e abandono escolar no ensino superior em Portugal”. Segundo o Jornal de Notícias, o estudo está a ser desenvolvido em parceria, entre os centros de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, de Investigação e Intervenção Social (CIS) do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e Empresa (ISCTE) e de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações (SOCIUS) da Universidade Técnica de Lisboa. Conforme explicou José Manuel Mendes, investigador responsável pelo estudo, o objectivo é o de construir um modelo explicativo do sucesso e insucesso escolar no ensino superior e propor soluções para se inverter a situação. Os resultados estatísticos foram apurados de acordo com uma nova fórmula matemática criada pelos investigadores, tendo apurado que a taxa na Universidade dos Açores oscilou entre os 12,69%, em 2000/01, e os 15,64% em 2005/06, refira-se, os valores mais elevados do país (em 2005-2006 a taxa média de abandono foi de 11,35% nas universidades públicas, mais 4,34% do que em 2000-2001). As universidades Técnica de Lisboa, Porto, Aveiro e do Minho foram as que acusaram menor abandono escolar em 2006 e as únicas que diminuíram a taxa desde 2004. As demais subiram, algumas quase duplicaram, como a de Lisboa, ISCTE, Évora ou Trás-osMontes e Alto Douro. Para o reitor da Universidade dos Açores, Avelino Meneses, a taxa de abandono escolar no Ensino Superior Público em Portugal “não é tão elevada tal como acontece noutros níveis de ensino e até em outros países comunitários”. No que concerne à Universidade dos Açores, começa por referir que o valor apurado para 2005/06 de 15,64%, “não está distante” da média nacional (11,35%). Para o reitor, a existência de “elevada percentagem de estudante deslocados e trabalhadores poderá talvez explicar o nosso relativo adiantamento nesse caso”. No entanto, salvaguarda Avelino Meneses, a Academia Açoriana “está desperta para o problema, tenta seguir o percurso dos estudantes e talvez por isso a evolução do abandono escolar nos Açores não se verifique no sentido do crescimento tal como sucedeu noutras universidades portuguesas, onde quase duplicou - Lisboa, Évora, Trás-os-Montes e ISCTE”. Avelino Meneses mais sustenta que os valores do abandono na Universidade dos Açores não produzem efeito no decréscimo do número de estudantes. Recorda que entre 2003 e 2005 há a assinalar uma diminuição de 3400 para 3000 alunos, sendo que nos últimos dois anos se verificou um aumento para os actuais 3600 alunos.

(Pedro Nunes Lagarto In Açoriano Oriental)

Etiquetas: , , ,

Protocolo entre o Instituto Politécnico de Leiria e a Universidade dos Açores

A Universidade dos Açores possui um protocolo de colaboração com o IPL.
Pelo protocolo celebrado entre o Instituto Politécnico de Leiria (IPL) e a Universidade dos Açores, as Instituições comprometem-se a estabelecer formas de cooperação nos domínios técnico e científico de interesse comum.


Colaboração Bilateral
Facilitar o acesso a informação científica, bibliografia e de material didáctico, assim como utilização de meios técnicos;
Utilização de recursos humanos, meios técnicos e infra-estruturas tecnológicas para a realização de trabalhos de investigação, de ensino e de formação de recursos humanos;
Realização de projectos de investigação fundamental ou aplicada e de trabalhos de prestação de serviços, de iniciativa conjunta ou autónoma a realizar por elementos de ambas as partes, em áreas de interesse comum;
Participação conjunta em projectos, acções de formação, colóquios e outros eventos de carácter técnico e científico;
Cedência de instalações, equipamentos, serviços, pessoal docente e não docente para a realização de acções conjuntas.

(In Instituto Politécnico de Leiria)

Etiquetas: , ,

Abandono no Ensino Superior atinge os 12%

A taxa de desistência no Ensino Superior atingiu no ano lectivo de 2005/2006 o valor mais elevado desde 2000, sendo de 11,35% nas universidades públicas, segundo um estudo ainda em fase preliminar. Segundo avança o Jornal de Notícias, a Universidade dos Açores é a que apresenta a maior taxa de abandono desde o ano de 2000, marcando agora 15,64%, no entanto, também as instituições públicas de Lisboa, ISCTE, Évora e Trás-os-Montes e Alto Douro viram as taxas de desistência subir e em alguns casos duplicar. Entre as universidades, a Técnica de Lisboa, Porto, Aveiro e Minho foram as que perderam menos alunos em 2006. As causas para as desistências passaram por diversos factores, entre os quais a «dificuldade em lidar com o insucesso» ou a «cedência à entrada precoce no mundo laboral».Os resultados do estudo foram aprovados através de uma nova fórmula matemática, criada pelos investigadores do CES, ISCTE e SOCIUS que tem em conta outras variáveis para além da quantificação do insucesso escolar, como a interpretação desse insucesso.O objectivo é propor um «modelo explicativo do sucesso e insucesso escolar no Ensino Superior» e propor soluções de combate ao insucesso e abandono.
(In Fábrica de Conteúdos)

Etiquetas: ,

terça-feira, julho 29, 2008

FishBase

A página FishBase contêm cerca de 30600 Espécies, 266300 Nomes comuns, 46300 Fotos, 41900 Referências, 1570 Colaboradores e 23milhões Visitas/mês. O Professor João Pedro Barreiros do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores é um dos colaboradores. (In Fishbase)

Etiquetas: ,

ONGA açorianas consideram possuir pouca influência...

As ONGA (organizações não Governamentais) dos Açores consideram possuir pouca influência, porque "a economia açoriana é regulada, maioritariamente, por investimentos públicos", conclui um estudo de mestrado da Universidade dos Açores.
A tese de Mestrado em Educação Ambiental de Fátima Lina, orientada pelos Professores Paulo Borges e Ana Cristina Palos dos Departamentos de Ciências Agrárias e Ciências da Educação da Universidade dos Açores, analisou cinco associações ambientalistas açorianas com estatuto de organizações não governamentais de ambiente (ONGA)O estudo realça que apesar da sua importante contribuição para a mediação ambiental, as ONGA açorianas deparam-se com algumas fragilidades em termos estruturais e conjunturais que se prendem com o número reduzido de associados, o regime de voluntariado, a canalização de verbas, a inexistência de recursos materiais e humanos e o sistema de lideranças.Segundo a tese, os espaços inter-relacionais das ONGA com o poder político têm sido pautados por uma progressiva cooptação (sistema de organização pela qual uma associação qualquer de pessoas nomeia internamente os seus próprios membros, sem dependência de critérios externos), em que as acções radicais de reivindicação parecem ser substituídas por acções institucionais.Este facto relaciona-se, segundo as ONGA, com a reorganização do aparelho administrativo do Estado, com a necessidade de desenvolvimento de projectos comuns e/ou com contrapartidas financeiras. Neste quadro, realça o estudo, "as intervenções das ONGA sobre este poder tem-se vindo a caracterizar pelo abrandamento nas reivindicações e aposta na construção de consensos (participação em comissões, conselhos regionais…)".Relativamente ao poder económico, o trabalho revela que as ONGA consideram possuir pouca influência, porque a economia açoriana é regulada, maioritariamente, por investimentos públicos e apontam como prioritário o exercício do papel regulador do Estado sobre as empresas dos Açores. "É referido que existe uma discrepância de interesses de ambas as partes que constrange a relação. Enquanto que as ONGA entendem o poder económico como potenciador do desenvolvimento sustentável, este vislumbra-as como potenciais obstrutores à sua actividade", afirma Fátima Lina no seu estudo.A pesquisa demonstra que o espaço de mediação entre as ONGA e a população pode decorrer da capacidade manifestada pelas ONGA na captação da comunicação social como sustentáculo da formação da opinião pública. Neste aspecto, toma particular relevância a televisão, a qual "parece pouco receptiva à divulgação das actividades das organizações". "Pode significar que os empreendimentos das ONGA são pouco expressivos em termos de relevância informativa ou a televisão possui outros interesses aos quais precisa atender. Por isso, as ONGA recorrem mais aos jornais, à Internet e à publicação de obras, possibilitando-lhes a divulgação de informação de índole ambiental", acrescenta.Por fim, a investigação mostra que as ONGA consideram a participação pública açoriana "débil". Apesar da sua contribuição para a mediação ambiental, as ONGA açorianas deparam-se com algumas fragilidades em termos estruturais e conjunturais que se prendem com o número reduzido de associados, o regime de voluntariado, a canalização de verbas, a inexistência de recursos materiais e humanos e o sistema de lideranças."(..) Os cidadãos não têm a consciência da dimensão dos problemas ambientais existentes ou que se sentem de algum modo representados pelas ONGA. Por outro lado percebem que possuem pouca influência na alteração das políticas em matéria de ambiente ou não possuem tempo para disponibilizar atenção a estas questões a não ser que estas os afectem directamente e interfiram com o seu quotidiano, conclui o estudo referindo que "perante este quadro é possível aludir que as ONGA, como entidades de representação social, precisam de reflectir sobre os papéis que vêm assumindo no espaço público, quer como formadores da opinião pública nas questões ambientais, quer como actores de pressão na defesa do ambiente".
(In Canal de Notícias dos Açores)

Etiquetas: , , ,

segunda-feira, julho 28, 2008

Curso de Energias Renováveis

Tomemos o exemplo do vento!

Em 1965 Ernesto Veiga de Oliveira, Fernando Galhano, e Benjamim Pereira publicaram "Moinhos de Vento dos Açores e Porto Santo". Foi através do Centro de Estudos de Etnologia Peninsular e sob o patrocínio do Instituto para a Alta Cultura.Na introdução chamam "modesto" ao trabalho, mas ele tornou-se o primeiro e ainda hoje bom e clássico estudo aglutinante e estruturante do que até à época nomes sólidos da etnografia insular como Luís Ribeiro e Bernardo Leite de Ataíde tinham reunido e publicado. Da classificação produzida ficou-se a saber que havia moinhos fixos, de pedra ou de torre e moinhos giratórios, de madeira. Entre uns e outros são mais de sete os tipos definidos cujas características e zonamento nas ilhas são objecto de recolha e desenho. A classificação como património regional, feita na década de 80 do Século XX, não conseguiu mais do que a pálida recuperação de alguns, sobretudo feita à custa do que importa num moinho – o funcionamento – para lhes manter, ao menos, a silhueta…E tudo isto vem aqui a propósito de um novo curso da Universidade dos Açores anunciado para as energias renováveis, e doutro que preenche as vagas ano após ano: o de engenharia do ambiente. Mais do que isso, vem a propósito de uma conversa, daquelas de Verão, em que insistiram comigo sobre a novidade destas coisas das "renováveis" e sobre o impacto na paisagem das zonas ou quintas de pás para captação da energia eólica. Diziam que era um descalabro ver as pás a "sujar" o cimo dos cabeços e repliquei que elas não eram mais do que a forma actual, tão despretensiosa como as outras anteriores, de aproveitar a força do vento que anda por aí. Então vieram-me com a resposta que estas pás nada têm a ver com os moinhos de vento, esses sim belos e pitorescos. Desde logo a questão do pitoresco teria que se lhe dissesse porque tem a ver com a possibilidade de inspirar um artista, sobretudo um pintor, e não com a qualidade da solução técnica encontrada. Um moinho talvez fosse mais facilmente pitoresco nesse sentido, embora já aí tenha dúvidas. Mas o que verdadeiramente torna os moinhos interessantes e belos – estes de que Ernesto Veiga de Oliveira recolheu informação e estes outros que agora "nascem" por aí – é o mostrarem a capacidade das pessoas, a cada tempo, com a tecnologia que têm à mão e com a ciência que possuem, de captar essa energia disponível. Eles são apenas – o que não é pouco – testemunhos do saber e do esforço humanos. O bonito vem depois e não tenho dúvidas que ele aparece sempre, quando a solução técnica e a base científica são de qualidade. Aliás só essas poderão subsistir, porque os erros na natureza pagam-se caro, designadamente neste campo em que lhe vamos buscar algo tão complexo como a energia do vento. Regressando aos cursos, o interessante destes dois é que vão buscar coisas que, como alguém disse, poderiam existir em qualquer parte menos nos Açores e, quiçá, em Angra do Heroísmo. Estranha afirmação!Precisamos de nos libertar, como ninguém, da escravidão dos combustíveis fósseis. Perceber como isso se faz, pesquisar e modelizar soluções, construir aqui um saber é algo que nos interessa sobremaneira. Fazê-lo em ligação com outros por esse mundo fora, importar e exportar saber e tecnologia é fazer universidade, é fazer comunidade, é integração. Bonito, bonito, é que esta atitude parte de um pressuposto simples: fazer das fraquezas forças em vez de ficar na lamúria! Tomar o que faz falta como inspiração de trabalho! Só se espera e deseja que a ciência seja boa e que as comunidades locais sejam as primeiras a perceber a importância disto tudo.
(In Maduro Dias, Azores Digital)

Etiquetas: , , , , ,

Executivo aprova transferência de 400 mil euros para a Universidade

O director regional da Ciência e Tecnologia garantiu, ontem, que o Governo Regional "tem cumprido, integralmente," todos os compromissos assumidos com a Universidade da Região (UAç), em matéria de financiamentos.Respondendo a uma questão que lhe foi colocada sobre as dificuldades financeiras da Universidade dos Açores e às baixas expectativas dos reitores das universidades portuguesas após uma reunião com o primeiro-ministro, João Luís Gaspar precisou que Executivo já aprovou a transferência de 400 mil euros para a academia açoriana relativos à execução do protocolo de cooperação que visa cobrir os custos da tripolaridade, "um montante superior em 50 mil euros face à verba concedida para o mesmo efeito nos últimos anos". O aumento observado encontra-se "perfeitamente justificado e corresponde às despesas efectivamente realizadas por força da natureza tripolar da instituição", referiu. Para o director regional "não é a tripolaridade que está em causa na actual conjuntura, mas sim os modelos quer de financiamento, quer de gestão". "Como tem sido largamente sublinhado, a Universidade dos Açores, como as suas congéneres do continente, vão ter necessariamente de se adaptar a um novo esquema de gestão, mas para isso é igualmente obrigatório que o sistema de financiamento seja mais justo", considerou.Segundo indicou, este quadro, Governo e a academia açoriana vão propor, em breve, um conjunto de medidas concretas que poderão perspectivar uma saída para a difícil situação financeira da UAç.

(In Diário dos Açores)

Etiquetas: ,

Alojamento na Residência Universitária em Angra do Heroísmo

A todos os que pretendem a informação sobre os preços da Residência Universitária da Universidade dos Açores em Angra do Heroísmo:
Os alunos que pretendam ser alojados na referida residência deverão enviar, por fax para o nº296653024, o pedido de autorização para alojamento, dirigido ao ADMINISTRADOR DOS SERVIÇOS DE ACÇÃO SOCIAL PARA A UNIVERSIDADE DOS AÇORES, onde deverão mencionar a Instituição de ensino em que se encontram matriculados, o curso, o ano, o seu nº de aluno e nº de telefone ou telemóvel de contacto para obtenção de resposta da decisão do administrador dos serviços. Esta deverá ser enviada com um mínimo de 15 dias de antecedência à data de alojamento pretendida, sendo a resposta dada até uma semana antes da mesma data. Os preços abrangem a estadia em quarto duplo, com casa de banho privativa, acesso a cozinha e lavandaria, sendo a lavagem de roupas paga à parte, e são os seguintes: Estadas de 1 a 8 noites - 30€ por noite
Estadas de 9 a 15 noites - 72,50€
Estadas por um mês ou mais - 125€ por mês.
(in Forum da Associação Académica da Universidade Aberta)

Etiquetas: , ,

Relações E.U.A.-Açores em debate

PONTA DELGADA - O primeiro fórum bianual com o mesmo nome de Franklin Delano Roosevelt consolidou os laços que já existiam entre Portugal e os Estados Unidos. O I Fórum Transatlântico Franklin D. Roosevelt sobre "As relações transatlânticas na opinião pública europeia e americana," realizado a semana passada em Ponta Delgada, São Miguel, marcou o 90º aniversário da escala do então subsecretário de Estado da Marinha norte-americana, Franklin Roosevelt, aos Açores para inspeccionar as tropas americanas na base naval de Ponta Delgada, no dia 16 de Julho de 1918, na sua viagem rumo à Europa. Alguns anos mais tarde, tornar-se-ia o 32º presidente dos Estados Unidos, a cumprir mandatos entre 1933 e 1945. Para celebrar a sua estadia nos Açores, assim como o relevante papel assumido pelo Presidente Roosevelt na política internacional do século XX e a sua particular atenção às questões geopolíticas suscitadas pela posição geográfica do arquipélago açoriano, o Governo Regional dos Açores juntamente com a Fundação Luso-Americana (FLAD) organizaram um fó-rum de discussão para a abordagem de temas relacionados com as relações transatlânticas entre Portugal e os EUA. "Pretendemos organizar o fórum de dois em dois anos, variando a cidade nos Açores e talvez haja a oportunidade de fazer junto das comunidades luso-descendentes," adiantou Mário Mesquita, membro do conselho executivo da FLAD e coordenador da comissão organizadora do fórum, ao O Jornal. "O propósito é colocar os Açores no mapa da reflexão estratégica a nível internacional. Também foi uma oportunidade de ligar a existência do fórum a essa passagem de Frabklin Roosevelt [pelos Açores]." Políticos, académicos, representantes diplomáticos, líderes comunitários e especialistas participaram no fó-rum para compartilhar as suas opiniões e percepções sobre as relações transatlânticas. O Senator Estatal Marc R. Pacheco (D-Taunton) foi seleccionado entre várias individualidades americanas para discursar no fórum, que promoveu o diálogo entre governantes de modo a realçar as fortes ligações económicas, culturais e históricas entre os Açores e Massachusetts. "Tivemos a oportunidade, durante as pausas, para falarmos uns com os outros sobre os problemas relacionados com a segurança nacional, mudanças no aquecimento global e as relações entre os Açores e os Estados Unidos," afirmou Pacheco, que foi entrevistado para a recente publicação da revista da FLAD, "Paralelo." "Abordei os três elementos da relação transatlântica." Pacheco sentiu-se deveras honrado por ter sido convidado para participar no colóquio, realizado na terra do seus trisavós, e trocar ideias sobre o futuro das relações transatlânticas. "Há uma imigração muito limitada entre os Açores e os Estados Unidos neste momento," frisou o Senador. "Existem mais oportunidades, mais actividade nos Açores e muito mais turismo... [o arquipélago] está a expandir-se, o que são boas notícias, mas o desafio é manter as relações que tivemos no século passado. Para continuar a imigração, temos de desenvolver laços transatlânticos. Existe um mundo para além das nossas fronteiras. Os mais jovens de Portugal e de outros países podem residir aqui e terem um melhor conhecimento do nosso sistema." O Senador, que participou numa mesa redonda sobre o tema "O Futuro das Relações Transatlânticas," também salientou outros tópicos. "Os congressistas e políticos que representam largas comunidades de portugueses aumentaram o seu poder político," expressou. "Antes, eles eram uma minoria, mas agora esses políticos estão numa posição de grande poder e influência, podendo fazer mudanças." Também realçou o facto de Portugal e os Estados Unidos poderem fazer uma diferença se juntarem forças para combater um inimigo mundial: o aquecimento global. "Temos um inimigo identificável e não é apenas o terrorismo, mas as mudanças no clima mundial. Podem lidar com a situação de ambos os lados do Atlântico. A ciência e a pesquisa podem ser o elo de ligação. Portugal está muito mais à frente dos Estados Unidos. A UMass Dartmouth tem estado a trabalhar com a Universidade dos Açores. Todos nós fazemos parte do problema e todos nós fazemos parte da solução," acrescentou. João Pacheco, de East Providence e membro do Conselho das Comunidades Portuguesas, participou numa mesa redonda que abordou o tema "A Comunidade Luso-Americana e as Relações entre Portugal, os Açores e os Estados Unidos." Na sessão de abertura discursaram, Rui Machete, presidente da FLAD, Jorge Rosa de Medeiros, Vice-Reitor da Universidade dos Açores e Carlos César, Presidente do Governo Regional dos Açores. Segundo o Senador Pacheco, o antigo Presidente da República, Mário Soares, que proferiu na palestra "As Relações Transatlânticas numa Perspectiva Futura," admitiu o seu apoio a Barack Obama nas eleições, confessando-se 'obamamaníaco.' Durante a sessão de encerramento, o secretário regional da Presidência, Vasco Cordeiro, considerou que o fórum constituiu o "confirmar das expectativas" em torno do "reforço da acção da FLAD, no que diz respeito à discussão de temáticas relacionadas com os Açores." "A protecção ambiental, a investigação científica ligada ao mar ou matérias relacionadas com o aproveitamento das energias renováveis e a possibilidade de desenvolver parcerias com a Universidade dos Açores, são exemplos que podem ser aproveitados para fomentar o debate entre os dois lados do Atlântico," disse. A FLAD irá publicar um livro bilingue com as conclusões e o balanço final do órum, segundo Mesquita. "O colóquio foi pluralista," salientou o coordenador do fórum. "Uma das coisas que esteve mais presente foi a actual fase dos EUA, onde se espera uma mudança na política externa. Há pessoas que têm expectativas, outras são mais prudentes." Os principais objectivos foram concretizados no primeiro fórum?, perguntou O Jornal a Mário Mesquita. "Acho que não sou eu que devo avaliar, mas posso responder que sim, foi um sucesso. Em 2010 o fórum será, em princípio, realizado na Terceira," adiantou.

(In O Jornal)

Etiquetas:

domingo, julho 27, 2008

Líquenes e musgos dos Açores atraem alemães

Estão a chegar aos Açores alemães que vêm ao arquipélago só para ver musgos e líquenes.
Esta procura inesperada deve-se à publicação de um livro, em alemão, dedicado aos musgos e líquenes dos Açores, Madeira e Canárias por Félix Schumm.
O Professor Félix Rodrigues do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, conhece o livro e diz que, na comunidade científica, há cada vez mais interessados em conhecer estes pormenores das ilhas.

Só para se ter uma ideia nos Açores existem 600 espécies de líquenes.
Alguns musgos e líquenes são cientificamente considerados bioindicadores da poluição do ar, isto é, onde existem, não há poluição.
(In Rafael Cota, RDP Açores)

Etiquetas: , , , ,

Dia nacional de conservação da natureza

A 28 de Julho, há 60 anos, foi fundada a Liga para a Protecção da Natureza. Neste dia comemorou-se, desde há 10 anos, o Dia Nacional da Conservação da Natureza, com o objectivo de chamar a atenção dos cidadãos para a importância da mesma.
A zona do Bandejo, na Ribeira Seca da Ribeira Grande, possui recursos naturais que foram explorados até há pouco anos, nomeadamente para a extracção de inertes. O projecto "Onda de Mudança" juntou diversas instituições numa acção comum para a valorização social, económica e ambiental daquela zona. O processo de valorização vai continuar e os "Amigos dos Açores" na data em que se pretende salientar a Conservação da Natureza, vão associar-se numa acção de promoção do Património Geológico, da biodiversidade e da riqueza paisagística e histórica daquela zona. Através do Projecto de Intervenção Ambiental do Mestrado em Educação Ambiental da Universidade dos Açores e da Ecoteca da Ribeira Grande, têm mobilizado sobretudo as organizações juvenis, as organizações sóciais e a população da zona, para uma concentração que será realizada a partir das 9h30. O Projecto "Onda de Mudança" teve origem no trabalho de um grupo de mestrandos de Educação Ambiental do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores e as acções articuladas mantêm mobilizados os parceiros – Câmara Municipal da Ribeira Grande, Junta de Freguesia da Ribeira Seca, Instituto de Acção Social, Centro de Apoio Social e Acolhimento e a sua valência – Centro de Desenvolvimento e Inclusão Juvenil – Escolha Certa, além da Ecoteca da Ribeira Grande, que tem o apoio da SRAM e é gerida pelos Amigos dos Açores.

Etiquetas: , , , ,

EUA criam centro de estudos nos Açores

O interesse dos Estados Unidos da América (EUA) nos Açores, durante muitos anos centrado na Base das Lajes, começa agora a desviar-se para as áreas da ciência marinha e do clima.
Como revelou Jean Manes, cônsul dos Estados Unidos da América nos Açores, está a ser preparado o desenvolvimento na Região de dois projectos: a criação de um Centro de Estudos de Ciência Marítima e de Mudanças Climáticas; e a concretização de um estudo sobre o impacto das nuvens nos modelos climáticos, na perspectiva das alterações climáticas.O primeiro projecto surgiu por proposta da Universidade de Dartmouth (Massachusetts), na sequência da visita aos Açores de uma delegação de sessenta pessoas, liderada por Barney Frank. A ideia ainda está numa fase embrionária, mas como referiu Jean Manes, pretende-se encontrar o modelo de funcionamento do Centro até ao fim do ano. Como é referido na documentação que resume o projecto, a intenção é criar um centro de excelência que se traduza numa união de forças do Atlântico Norte, com o objectivo de encontrar soluções para as alterações climáticas.Entre as actividades que deverá desenvolver contam-se não só a investigação como também o ensino e a troca de ideias entre países.Segundo a cônsul, o objectivo é cativar outras instituições de ensino superior dos Estados Unidos da América e da Europa, bem como envolver a União Europeia no projecto.Para já estão identificados como parceiros, a Monmouth University (New Jersey) e o “National Oceanic and Atmospheric Administration Coastal Services Center”, nos EUA, e na Europa constam da lista a Universidade dos Açores, o “Consejo Superior de Investigaciones Científicas” e o “Centro Mediterráneo de Investigaciones Marinas y Ambientales” (associado à Universidade de Las Palmas, de Gran Canaria, Universitade Politecnica de Catalunha e Universidade de Barcelona) e o “Institute of Coastal Research of the GKSS Resarch Center” (Alemanha).Cinco objectivos estão definidos à partida: desenvolver um centro de excelência académica e incentivar a consciência das políticas da União Europeia, relacionadas com as mudanças climáticas e o seu potencial impacto; promover conferências, workshops e outro tipo de actividades de carácter informativo; promover também contactos individuais entre universidades e comunidades da Europa e dos Estados Unidos; e consolidar uma rede de contactos entre centros de excelência; bem como procurar fontes de financiamento para concretizar os objectivos delineados. Segundo a documentação disponibilizada pelo Consulado, a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), o Millennium bcp, o Banco Espírito Santo dos Açores e o próprio Governo Regional dos Açores já manifestaram disponibilidade para estar entre as entidades financiadoras.O segundo projecto é uma iniciativa do Departamento de Energia do Governo dos Estados Unidos mas que envolve o Governo Regional dos Açores e a própria Universidade dos Açores. Como explicou Jean Manes, depois de ter sido assinado um protocolo em Maio, quando o secretário da Energia do governo norte-americano esteve em Lisboa, está agora agendada para 30 de Julho uma reunião com todas as entidades envolvidas para preparar a implementação do projecto. Mas porquê os Açores? A cônsul dos Estados Unidos da América nos Açores explica que a situação geográfica do arquipélago - entre os EUA e a Europa - é uma das razões que alicerça o interesse do seu governo na Região, mas neste caso a principal razão está relacionada com o facto dos cientistas reconhecerem os Açores como uma zona privilegiada para estudar vários aspectos relacionados com a ciência marinha e as mudanças de clima.
(In Paula Gouveia, Açoriano Oriental)

Etiquetas: , , , , ,

sábado, julho 26, 2008

Curso tecnológico na Universidade dos Açores

A especialização tecnológica vai passar a ter um lugar na academia açoriana. O prazo das candidaturas é até ao dia 31 de Julho e podem ser feitas no site www.uac.pt./~acesso.
No ano lectivo de 2008/2009, além dos cursos de Desenvolvimento de Produtos Multimédia e de Qualidade Alimentar, que vão decorrer em Ponta Delgada e em Angra do Heroísmo respectivamente, a Universidade da Região vai oferecer mais dois cursos de especialização tecnológica (CET) em Conservação e Restauro de madeiras e mobiliário, no pólo de Angra, e em Operador Marítimo – Turístico, na Horta. Estes três tipos de qualificação profissional englobam três componentes de formação - geral e científica, tecnológica e em contexto de trabalho. Os alunos que obtiverem bons resultados em todas as unidades têm direito a um diploma de especialização tecnológica (DET). Com este podem recorrer ao ensino superior, através do concurso especial. Alunos do 12º ano, com um diploma de especialização tecnológica de nível III ou com licenciatura, podem concorrer aos CET.
Além destes estudantes, pode também candidatar-se quem tiver o 12º ano incompleto, desde que frequente um curso de formação adicional, oferecido pela Universidade dos Açores, no início do curso. As pessoas com mais de 23 anos têm também um espaço nos CET, desde que a academia lhes reconheça capacidades e competências suficientes, pela sua experiência, para frequentarem o curso. Como qualquer outro aluno da Universidade dos Açores, os estudantes dos CET podem concorrer à bolsa, ao alojamento em residências da Instituição, entre outros.
(In Jornal Diario)

Etiquetas: , ,

Governo cumpre compromissos assumidos com a Universidade dos Açores

O director regional da Ciência e Tecnologia garantiu, hoje, que o Governo dos Açores tem cumprido, integralmente, todos os compromissos assumidos com a Universidade da Região, UAç, em matéria de financiamentos.
Respondendo a uma questão que lhe foi colocada sobre as dificuldades financeiras da Universidade dos Açores e às baixas expectativas dos reitores das universidades portuguesas após uma reunião com o primeiro-ministro, João Luís Gaspar precisou que Executivo já aprovou a transferência de 400 mil euros para a academia açoriana relativos à execução do protocolo de cooperação que visa cobrir os custos da tripolaridade, um montante superior em 50 mil euro face à verba concedida para o mesmo efeito nos últimos anos. O aumento observado encontra-se perfeitamente justificado e corresponde às despesas efectivamente realizadas por força da natureza tripolar da instituição, referiu.Para o director regional “não é a tripolaridade que está em causa na actual conjuntura, mas sim os modelos quer de financiamento, quer de gestão”. “Como tem sido largamente sublinhado, a Universidade dos Açores, como as suas congéneres do continente, vão ter necessariamente de se adaptar a um novo esquema de gestão, mas para isso é igualmente obrigatório que o sistema de financiamento seja mais justo”, considerou.
Segundo indicou, este quadro, Governo e Universidade vão propor, em breve, um conjunto de medidas concretas que poderão perspectivar uma saída para a difícil situação financeira da UAÇ.
(In Canal de Notícias dos Açores)

Etiquetas: , ,

sexta-feira, julho 25, 2008

Participação Social e Práticas Ambientais

Foi apresentada e defendida no Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores a tese de Educação Ambiental, de Fátima Lina, sobre a temática da participação social e práticas ambientais. Essa tese foi orientada pela Professora Cistina Palos, do Departamento de Ciências da Educação e pelo Professor Paulo Borges do Departamento de Ciências Agrárias, ambos da Universidade dos Açores.
As questões ambientais têm vindo a dominar os discursos públicos, desde os anos sessenta e a ocupar a agenda política mundial na busca de um modelo de desenvolvimento humano ecologicamente sustentável. Nos Açores, os problemas ambientais remontam ao período do povoamento, no séc. XV, na sequência das actividades desenvolvidas pelas populações para garantir a sua sobrevivência. A resolução destes problemas apela à implementação de um novo tipo de desenvolvimento que implica a co-responsabilização de diversos actores sociais (população, comunidade científica, poder económico, mediadores da informação, movimentos sociais e decisores políticos) na construção de uma nova racionalidade ecológica. A adesão a este novo paradigma parece difícil de se incorporar e a prova disso encontra-se na emergência de actores, a partir da sociedade civil, na defesa do ambiente açoriano, as denominadas associações ambientalistas.
A presente investigação incidiu aprofundadamente sobre cinco associações ambientalistas açorianas com estatuto de organizações não governamentais de ambiente (ONGA). São organizações que se demarcam do espaço ocupado pelo poder instituído, sem fins lucrativos, que reivindicam um espaço de influência suportado no seu estatuto de representação do interesse público nas questões relativas ao ambiente. Estas estruturas proliferam na região por volta dos finais dos anos 90, beneficiando de enquadramentos legais vigentes, que lhes concedem o estatuto de parceiro social com direito a participar na definição da política e linhas de orientação legislativa em matéria de ambiente. Neste contexto, as ONGA vêem-se afectas a um quadro de responsabilidades cívicas que integra uma variedade de propósitos e parceiros. Para além de estarem atentas aos diferentes actores sociais com maior interferência nas questões ambientais, assumem, eventualmente, a responsabilidade na formação e informação ambiental dos cidadãos, tendo em vista o desenvolvimento da cidadania ambiental.
Esta investigação teve como finalidade contribuir para o entendimento das posições assumidas pelas ONGA açorianas no palco do ambiente, no qual se movem com direitos e obrigações compartidos, jogados sob um pesado manto de responsabilidades e atritos, do qual não se exclui a sua própria organização interna. Almejou evidenciar os propósitos que estiveram na base da sua institucionalização, bem como os processos de funcionamento que lhes são imputáveis. Procurou explicitar as perspectivas das ONGA sobre ambiente e os esquemas de intervenção adoptados, tendo em vista a formação da opinião pública na promoção de sensibilidade e consciência ambiental. Pretendeu identificar as relações que as ONGA estabelecem com o poder económico e com o poder político regional e local e a sua contribuição nos processos concernentes à formulação dos quadros legais em matéria de ambiente. Intentou ainda perceber os eventuais espaços de mediação e/ou confluência existentes entre as ONGA a comunidade científica e a comunicação social, bem como os possíveis benefícios que capitalizam na mobilização desses recursos.
Os resultados demonstram que apesar da sua importante contribuição para a mediação ambiental, as ONGA açorianas deparam-se com algumas fragilidades em termos estruturais e conjunturais que se prendem com o número reduzido de associados, o regime de voluntariado, a canalização de verbas, a inexistência de recursos materiais e humanos e o sistema de lideranças. As relações que estabelecem entre si são positivas, sustentadas na confiança, na cordialidade, na cooperação e no bom entendimento táctico e/ou estratégico na afirmação das suas posições relativas à defesa do ambiente.
As principais áreas que privilegiam nas suas intervenções relacionam-se com a geodiversidade (espeleologia e geologia), o ordenamento do território a questão marítima e os resíduos. No âmbito da Educação Ambiental, as ONGA contemplam públicos específicos (escolas, grupos de reinserção…) e heterogéneos (população em geral). As acções de Educação Ambiental que organizam são, quase sempre, por solicitação externa e abrangem uma diversidade de temáticas, cujas estratégias se adequam ao público destinatário.
Os espaços inter-relacionais das ONGA com o poder político têm sido pautados por uma progressiva cooptação, em que as acções radicais de reivindicação parecem ser substituídas por acções institucionais. Este facto relaciona-se, segundo as ONGA, com a reorganização do aparelho administrativo do Estado, com a necessidade de desenvolvimento de projectos comuns e/ou com contrapartidas financeiras. Neste sentido, as intervenções das ONGA sobre este poder tem-se vindo a caracterizar pelo abrandamento nas reivindicações e aposta na construção de consensos (participação em comissões, conselhos regionais…).
Relativamente ao poder económico, as ONGA consideram possuir pouca influência, porque a economia açoriana é regulada, maioritariamente, por investimentos públicos e apontam como prioritário o exercício do papel regulador do Estado sobre as empresas dos Açores. É referido que existe uma discrepância de interesses de ambas as partes que constrange a relação. Enquanto que as ONGA entendem o poder económico como potenciador do desenvolvimento sustentável, este vislumbra-as como potenciais obstrutores à sua actividade.
O espaço de mediação entre as ONGA e a população pode decorrer da capacidade manifestada pelas ONGA na captação da comunicação social como sustentáculo da formação da opinião pública. Neste aspecto, toma particular relevância a televisão, a qual parece pouco receptiva à divulgação das actividades das organizações. Pode significar que os empreendimentos das ONGA são pouco expressivos em termos de relevância informativa ou a televisão possui outros interesses aos quais precisa atender. Por isso, as ONGA recorrem mais aos jornais, à Internet e à publicação de obras, possibilitando-lhes a divulgação de informação de índole ambiental.
A mobilização do conhecimento científico parece ser um procedimento adoptado em todas as ONGA com intuito de intervirem com qualidade e sustentabilidade quer junto à população, quer junto ao Governo. Verifica-se que quase todas as ONGA possuem elementos da comunidade científica integrados na sua associação e quem não os possui tem facilidade em os mobilizar a partir da universidade dos Açores.
Por fim, a investigação mostra que as ONGA consideram a participação pública açoriana débil e apontam várias razões para essa ocorrência. Referem que os cidadãos não têm a consciência da dimensão dos problemas ambientais existentes ou que se sentem de algum modo representados pelas ONGA. Por outro lado percebem que possuem pouca influência na alteração das políticas em matéria de ambiente ou não possuem tempo para disponibilizar atenção a estas questões a não ser que estas os afectem directamente e interfiram com o seu quotidiano.
Perante este quadro é possível aludir que as ONGA, como entidades de representação social, precisam de reflectir sobre os papéis que vêm assumindo no espaço público, quer como formadores da opinião pública nas questões ambientais, quer como actores de pressão na defesa do ambiente.

Etiquetas: , , , , ,

I Fórum Açoriano Franklin Roosevelt revela importância de temáticas açorianas na acção da FLAD

A realização do “I Fórum Açoriano Franklin Roosevelt – As relações transatlânticas na opinião pública europeia e americana” constituiu o “confirmar das expectativas” em torno do “reforço da acção da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) no que diz respeito à discussão de temáticas relacionadas com os Açores”.
A opinião foi expressa, hoje, pelo secretário regional da Presidência na sessão de encerramento do encontro, que, durante três dias, reuniu, em Ponta Delgada, vários especialistas portugueses e norte-americanos no âmbito das relações transatlânticas.
Vasco Cordeiro considerou que a realização da iniciativa decorreu da “lúcida compreensão” dos órgãos dirigentes da FLAD para a necessidade de abordar este tipo de discussões, manifestando o desejo de que a fundação “continue a ter esta atenção e este cuidado para com as temáticas açorianas”.
O secretário regional da Presidência referiu-se ao património de políticas que deriva dos 30 anos de regime autonómico e recordou áreas como “a protecção ambiental, a investigação científica ligada ao mar ou matérias relacionadas com o aproveitamento de energias renováveis” e a possibilidade de desenvovler parcerias com a Universidade dos Açores, como exemplos que podem ser aproveitados para fomentar o debate entre os dois lados do Atlântico.

(In Azores.Gov.Pt)

Etiquetas: , , , ,

Sócrates de "pé atrás" no apoio ao ensino superior

O Conselho de Reitores dá como inconcluiva a reunião com o primeiro-ministro. Menos optimista que em Janeiro e sem avançar com números, Sócrates limitou-se a reafirmar que o ensino superior será uma prioridade em 2009.
Praticamente, tudo na mesma. Foi este o balanço da reunião de ontem entre o primeiro-ministro, José Sócrates, e o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP). Comparando as conclusões saídas do encontro do dia 10 de Janeiro com o de ontem, o cenário em termos de compromissos e garantias em termos de financiamento às instituições de ensino superior sofreu poucas ou nenhumas alterações, até porque, continuaram a não ser colocados números em cima da mesa. “Tinha a esperança que se pudesse evoluir um pouco mais em factos concretos ou seja que pudessem eventualmente adiantar montantes e decidir metedologias de distribuição de verbas”, lamentou o reitor da Universidade dos Açores (UAç), Avelino Meneses, que dá como inconclusiva a reunião com Sócrates. “Isso quer dizer que continuamos a desconhecer o plafond que disporão as universidades em 2009, bem como a metedologia da sua distribuição”, esclarece. De acordo com reitor da academia açoriana, no encontro foram apenas reiterados principios e opções comuns, uma vez que, tanto numa como na outra reunião sempre se disse que, em 2009, o ensino superior constituiria para o Governo da República uma prioridade. “Quanto à composição dos orçamentos para 2009, haverá uma parte de orçamento de base que considerará as depesas das instituições em 2008 e haverá depois uma outra parte de orçamento competitivo mediante prioridades que ainda não foram definidas”, sustenta Avelino Meneses.

Sócrates menos optimista

Face à postura do governo central assumida em janeiro passado, a única diferença parece apenas residir na convicção com que o primeiro-ministro encara o volume de participação no financiamento das universidades contemplado no orçamento de estado para o próximo ano. “Há, inequivocamente, muito menos optimismo! E há menos optimismo, justificado pelo primeiro-ministro, pelo facto de ser previsível um impacto negativo da crise internacional na economia portuguesa”, assume. “E em relação ao ano em que estamos - que está muito longe quer de acabar, quer de estar resolvida financeiramente - reafirmaram quer o primeiro-ministro quer o ministro da Ciência e Ensino Superior, que o governo está atento à actual situação para que as universidades não venham a incorrer em conjunturas de descapitalização extrema”, garante. Quanto à actual situação financeira da universidade açoriana, Avelino Meneses recorda que a mesma beneficiou, há cerca de um mês, de um reforço de 1,4 milhões de euros que permite resolver os principais problemas do curto-prazo. Assim sendo, assume que o arranque do ano lectivo far-se-á este ano e à semelhança do que aconteceu no passado, com total normalidade. “Esperamos é que prossigam, talvez já na próxima semana, negociações mais sectoriais e especializadas com vista à composição do orçamento para 2009 e à verificação de todas as situações que possam vir a ocorrer ainda em 2008”, salienta. Recorde-se, a propósito, que em Junho passado, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas havia denunciado que os problemas financeiros das instituições universitárias em 2008 rondariam os 100 milhões de euros. De acordo com o CRUP, foram retirados do orçamento das universidades em 2008, por via da aplicação da Lei do Orçamento, “mais de 13 por cento da massa salarial global (11% referentes ao aumento das transferências para a Caixa Geral de Aposentações e 2,1% correspondente aos aumentos salariais)”.
( In Luísa Couto, Açoriano Oriental)

Etiquetas: , , , ,

quinta-feira, julho 24, 2008

Produção de Hidrogénio nos Açores

Os Açores poderão estar, dentro de quatro ou cinco anos, a produzir cem toneladas diárias de hidrogénio para consumo regional e exportação, admitiu hoje o investigador da universidade do arquipélago. O responsável pelo Laboratório de Ambiente Marinho e Tecnologia (LAMTec), localizado na Praia da Vitória (Ilha Terceira), disse que "os estudos apontam para uma produção de cem toneladas por dia, quantidade que pode rentabilizar o projecto". "A primeira produção destina-se à substituição das centrais termoeléctricas (que funcionam a fuelóleo) que passam a funcionar a hidrogénio, alargando-se posteriormente aos transportes e à indústria", adiantou o investigador. Mário Alves garantiu que "os Açores possuem recursos renováveis abundantes, nomeadamente o vento, o que permite perspectivar um aumento de produção, incluindo a exportação, de acordo com a procura do mercado". "A exportação de hidrogénio será feita por via marítima, com recurso a navios também eles movidos a hidrogénio", explicou. Este investigador da Universidade dos Açores calcula que, dentro de duas décadas, "os Açores poderão ser auto-suficientes na produção de energia, bem como exportadores". "Na nossa estimativa, o arquipélago, dentro de 10 a 15 anos, será auto-suficiente ao produzir, para as suas necessidades, 30 por cento de energia geotérmica, 15-20 por cento de eólica, 5 por cento de hídrica e 50 por cento de hidrogénio", adiantou. Preconizou, ainda, a possibilidade de possuir diesel produzido a partir do hidrogénio e do carbono retirado dos resíduos (hidrogénio renovável). De acordo com Mário Alves, "a produção de hidrogénio deverá ser a indústria de maior dimensão da região" e, segundo os seus cálculos, "se quiser, houver visão e vontade política de longo prazo, será mesmo a maior do país". Revelou, também, que "os Açores consumiram, no ano passado, cerca de 250 mil toneladas de equivalentes de petróleo, que poderá ser substituído por 100 mil toneladas de hidrogénio/ano". "Vai sobrar mais dinheiro, é uma nova era porque a região o que não tem falta é de vento", assegurou o investigador. O responsável do LAMTec adiantou que, "enquanto na energia eólica já temos capacidade de resposta, para a procura no hidrogénio não conseguimos ainda trabalhar ao ritmo das subidas e descidas dos preços do petróleo". "Está a investir-se bem na investigação que, dentro de um a dois anos, apresenta a primeira produção experimental, mas vai levar algum tempo a mudar a indústria e a adaptar as infra-estruturas", sublinhou. Porém, adverte que "os investimentos (cujos valores até ao momento se escusou a revelar) no futuro ficarão condicionados à capacidade de produzir hidrogénio mais barato que o petróleo". Mário Alves aponta como condicionante "a carga fiscal que os governos impõem que, neste caso, para ser rentável, é de bom senso que seja mais reduzida na produção do hidrogénio". Os estudos nos Açores destinados à produção de hidrogénio foram iniciados pelo LAMTec em 2001. O laboratório foi criado em 24 de Outubro de 2001, através de um protocolo assinado entre a Universidade dos Açores e a Câmara Municipal da Praia da Vitória. Actualmente tem a trabalhar oito pessoas nas áreas da formação em licenciaturas, mestrados e doutoramentos, e na divulgação junto das escolas, associações e colectividades.
(In Público)

Etiquetas: , , , ,

Empresas Açorianas na área da microbiologia precisam-se

Para os Açores, a produção de bactérias pode representar um negócio muito lucrativo.
Afinal, não é novidade. Existem pequenas ilhas no Pacífico que já o fazem e nem se está a falar de uma indústria poluidora. “Pode dar origem ao que se chama ‘spin-offs’, empresas que se podem dedicar ao crescimento de bactérias que produzem substâncias úteis para fazer antibióticos ou outros produtos, e à sua exportação”, explica adiantando que “todos os resíduos têm de ser despoluídos antes de serem lançados fora. Nenhuma empresa é licenciada sem ter métodos
de contenção”. Os cuidados de contenção dos microrganismos são importantes.
“As bactérias podem ser benéficas nas grutas, mas fora tornarem-se invasoras. Isso vê-se a nível macro. A hortênsia é muito gira, mas está-se a tornar invasora, a roca-de-velha também. Há zonas do interior da ilha que parecem campos cultivados”, alerta. O equilíbrio das próprias grutas pode estar em risco. Lurdes Enes espera que a investigação em colaboração com a Universidade do México venha a abrir caminho para a sua protecção.

“Com este trabalho os ‘Montanheiros’ poderão propor acções de protecção das grutas ao Governo Regional ou a outras entidades de direito”, diz, olhando para Pardal, o membro da associação de exploração espeleológica que tem guiado o grupo pelas grutas da ilha.
É Pardal (Fernando Pereira) que fala de algumas situações mais preocupantes. “Com a gruta do Carvão, em São Miguel, tiveram de mudar os esgotos da cidade para não prejudicar o espaço, mas ainda hoje as pessoas colocam lixo lá e há até uma ‘tia’ que tem o tubo da máquina de lavar directamente para a gruta. Também aqui, no Porto Martins, existe a gruta da Madre de Deus, em relação à qual é preciso ter cuidado, e a câmara tem tido isso em conta, porque se está a falar de uma zona em que existe perigo para as próprias casa que posam ser construídas”. Os conselhos para conservar as grutas são simples, mas muitas vezes esquecidos. “As pessoas não devem comer, beber, fumar, usá-las como casa de banho, deitar lixo. Não devem alterar seja o que for, trazer rochas ou pedacinhos da parede, escrever nas paredes como os dedos ou seja lá como for. Para além disso há que considerar a zona circundante da gruta. Se houver fertilizações azotadas abundantes, o azoto vai entrar lá para dentro e fazer crescer outro tipo de bactérias que não as nativas. Vai perturbar o equilíbrio. Não se deve fazer construções em zonas que prejudiquem as
grutas ou usá-las como fossas sépticas”, adianta Lurdes Enes, que, ao longo dos próximos três anos, deverá explorar cerca de 10 por cento das grutas dos Açores. Dois mil e nove é o ano do Pico, uma ilha muito interessante, sobretudo devido à elevada prevalência de espécies endémicas. “Será interessante ver se esse endemismo também existe nas bactérias”. Por enquanto, Lurdes Enes vai frisando que as grutas são para proteger. Afinal, está-se a falar não só de locais muitas vezes de rara beleza, mas que encerram pequenos tesouros subterrâneos. Bactérias que podem servir para criar antibióticos, enzimas para detergentes e substâncias para outras indústrias, e até ser preciosas no combate a alguns tipos de cancro. É verdade.
As bactérias são valiosas.

* Todas as fotografias são propriedade de Kenneth Ingham. Estas fotografias podem ser usadas gratuitamente para publicações cientificas, palestras, iniciativas sem fim lucrativos com vista à conservação das grutas, e para trabalhos sem fins lucrativos que directamente beneficiem a organização responsável pelas grutas íncluidas nesta reportagem . Assistência por: Airidas Dapkevicius, Pedro Cardoso. Outros participantes: Diana Northup, Jennifer (Jenny) Hathaway, Félix Rodrigues, Fernando Pereira, Maria de Lurdes Nunes Enes Dapkevicius, Ana Rita Varela.
(In DI - Revista)

Etiquetas: , , , , , , , , ,

quarta-feira, julho 23, 2008

Da Terceira a Marte

A professora Lurdes Enes do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, pronuncia-se sobre os contributos que o projecto de investigação sobre as bactérias das grutas açorianas poderá contribuir para outros domínios do conhecimento.
Mas como pode um estudo realizado nas grutas da Terceira ajudar a descobrir vida no espaço? Isso acontece porque estão a ser colocados em prática métodos que poderão ser utilizados na exploração espacial. “Projectos como este exploram ambientes em que é muito difícil distinguir o vivo do não vivo”, adianta Lurdes Enes, que exemplifica, apontando de novo para uma imagem no ecrã do portátil. “Quando tirámos esta fotografia, no Algar do Carvão, desta rocha coberta com hexágonos, pensávamos que estes eram só mineral. Depois das análises, verificámos que era demasiado carbono para ser algo inorgânico. Estavam lá bactérias. O que estamos aqui a falar é de descobrir a fronteira entre o vivo e o não vivo, o que é útil na exploração do espaço. Um dos membros que está ligado à nossa equipa, da Universidade do Novo México, é uma astrobióloga”.
A investigadora responsável dá mais um exemplo. “Em Marte há tubos de lava. Pensa-se que o sítio mais provável para existir vida será aí, onde bactérias formam tapetes bacterianos. Estes tubos de lava existem cá, pelo que estamos a fazer exactamente testar métodos que podem ser utilizados na investigação espacial”. Além de serem úteis na exploração espacial, as bactérias representam todo um universo por explorar. Diana Northup afirma que a sua missão é fazer com que as pessoas se interessem por conhecer o mundo das bactérias.
Até porque, diz, elas são bem menos aborrecidas do que nós. Pelo menos metabolicamente falando. “Elas comem ferro, magnésio, metano…Podem até usar a luz do sol,“comer” o sol, como as plantas”, diz, com uma gargalhada. Se Diana há muitos anos se dedica a dar palestras a alunos do ensino preparatório e a levar outros, já do secundário, ao laboratório da universidade, Lurdes Enes há muito que percebeu que o desconhecimento em relação às bactérias é generalizado. Vê isso com os seus próprios alunos. “Chegam aqui e têm reacções perfeitamente estranhas como ter medo. As bactérias podem ser patogénicas, mas não são entidadezinhas vingativas, que saem dos tubos e saltam por aí atrás de nós …”.
(In DI - Revista)

Etiquetas: , , , ,

2.ª fase do concurso de acesso ao Curso de Pós-Graduação em Necessidades Educativas Especiais

Está aberta a 2.ª fase do concurso de acesso ao Curso de Pós-Graduação em Necessidades Educativas Especiais (NEE), no Pólo de Angra do Heroísmo do Departamento de Ciências de Educação, da Universidade dos Açores. Este Curso visa promover conhecimentos científicos e pedagógicos que permitam desenvolver competências ao nível da identificação, avaliação e intervenção nos estudantes com necessidades educativas especiais, sejam eles crianças e/ ou adolescentes. Destina-se a docentes (titulares de uma licenciatura ou de habilitação legalmente equivalente), conquanto seja dada preferência a docentes que exercem actividades pedagógicas com alunos com Necessidades Educativas Especiais.
As candidaturas processar-se-ão de 21 a 25 de Julho de 2008, no Pólo de Angra do Heroísmo do Departamento de Ciências da Educação, da Universidade dos Açores.
Para mais informações contactar os telef. 295402 245/296402200 ou a página Web http://www.dce.uac.pt/.

Etiquetas: , , ,

terça-feira, julho 22, 2008

Tesouros subterrâneos

As bactérias são valiosas. Sabe-se hoje que podem servir para fazer antibióticos, biofuel e enzimas para detergentes. Algumas bactérias produzem substâncias que são úteis no combate a algumas formas de cancro. Nas 67 grutas identificadas na ilha Terceira, elas crescem e espalham-se pelo chão, pelas, paredes, tecto e locais onde a água se acumula.


A equipa que leva actualmente a cabo o estudo “Understanding Underground Biodiversity”- financiado pela Fundação Ciência e Tecnologia- formada por investigadores das Universidades dos Açores e do Novo México (Estados Unidos da América), em colaboração com a empresa Kenneth Ingham Consulting, tinha, no momento em que foi feita esta reportagem, explorado 11 das grutas da ilha. E já tinham sido detectadas duas bactérias desconhecidas até ao momento. Uma delas com grande potencial, retirada da zona mais profunda da Gruta das Agulhas, no Porto Judeu.

Num gabinete do pólo da Universidade dos Açores na Terra-Chã, Lurdes Enes, a investigadora- responsável, visivelmente cansada após um dia a percorrer, de joelhos, uma gruta onde nem é possível ficar de pé, chama a atenção para a imagem que aparece no portátil. “Veja: Colocámos várias bactérias patogénicas, como a salmonela, juntamente com aquela bactéria que descobrimos. Na zona onde ela estava as outras bactérias foram eliminadas”, explica. A seguir à explicação da colega, percebendo muito pouco das palavras de português, Diana Northup, da Universidade do Novo México finaliza: “Thats a good killing” (essa foi uma boa matança). E é disso que Diana anda à procura. “Tenho feito bastantes estudos na área dos antibióticos em grutas do Novo México, onde encontrámos resultados muito interessantes. Uma colega minha identificou bactérias que produzem substâncias extremamente promissoras no combate a doenças cancerosas. Chegámos à conclusão que as bactérias que vivem nas grutas mais isoladas, sem muito contacto com o exterior, são as melhores. E acreditamos que os Açores têm potencial”, diz, com o ar descontraído como a camisa, com grandes flores, ao estilo havaiano.
Seria da investigadora da Universidade do Novo México que surgiria a ideia para a realização de um primeiro estudo. Tudo começou em 2004, quando esteve na Terceira para uma conferência e conheceu os professores da UA Paulo Borges e Rosalina Gabriel, que a levaram a ver “tapetes bacterianos maravilhosos”. Entrariam em contacto com Lurdes Enes e, juntos, fariam um primeiro estudo nas grutas do Algar do Carvão e do Natal. “Queríamos ver, entre outras coisas, o efeito das visitas turísticas sobre a biodiversidade. Verificamos que no Algar do Carvão havia uma biodiversidade menor, visto que é uma gruta muito mais aberta, e que havia lá bactérias que produziam substâncias interessantes…. A partir daí, a professora Rosalina, o professor Paulo e a Diana, não me deixaram descansar”, lembra Lurdes Enes.

Além disso, o marido de Diana Northup, Kenneth Ingham, tem vindo a fotografar o potencial que se esconde nas grutas da Terceira. Fixou em imagem, com muito e complexo material fotográfico, não só os grandes mantos formados pelas bactérias, mas também o lado negativo, provocado pelos humanos. Seria também Kenneth Ingham, através da sua empresa, a resolver um impasse financeiro do qual o estudo estava dependente. Ainda hoje o faz, enquanto o financiamento da FCT não chega.
Mas, apesar das dificuldades, Lurdes Enes considera que conseguir a aprovação da FCT foi surpreendentemente simples. “Isto foi submetido à FCT em 2006. Mais ou menos nos finais de Junho, estava alinhavada a ultima fase do projecto para submeter. Um ano depois, recebemos uma carta a informar-nos que estava tudo bem, tínhamos conseguido o projecto… Fiquei surpreendida porque estes são processos complexos, mas penso que o interesse da investigação é claro”. O projecto conseguiria financiamento total, 200 mil euros. Isto porque une a defesa da biodiversidade, a investigação na área dos antibióticos e até abre caminho para a descoberta da vida em outros planetas.


(In DI - Revista)

Etiquetas: , , , , , , ,

O excesso de azoto na fertilidade dos bovinos

A adubação com elevados níveis de azoto de terrenos destinados à produção de erva para alimento do gado bovino provoca uma redução drástica do nível de fertilidade, conclui um estudo de mestrado da Universidade dos Açores.
O estudo, que foi realizado no Departamento de Ciências Agrárias em Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, numa tese de mestrado de Pedro Santos sob orientação do professor da universidade dos Açores, Moreira da Silva, analisou, “in vitro”, 697 óvulos de 67 animais abatidos no matadouro da ilha.
O trabalho realça que, nas duas últimas décadas, tem vindo a ser registado um decréscimo na fertilidade das vacas Holstein-Frísia de alto valor genético, com grandes prejuízos económicos, entre outros, devido ao uso elevado de adubos de azoto sob a forma de ureia.
Os adubos à base de ureia são os mais utilizados pelos agricultores açorianos nas pastagens para a produção de erva por serem os mais baratos.
Moreira da Silva alerta para o facto de também nas rações existirem níveis de ureia (azoto), o que leva a uma duplicação do problema agravando a situação da não reprodução de animais e aumenta os prejuízos das explorações.
O estudo dividiu os animais em três classes, concluindo que os que usam pouco azoto possuem uma boa taxa de fertilização, os que usam medianamente têm uma taxa de fertilização aceitável e os que usam muito possuem uma fertilidade muito baixa.
Os embriões provenientes de animais com elevados níveis de ureia tiveram uma taxa de desenvolvimento manifestamente baixa.
O estudo intitulado “Influência da Ureia na Qualidade dos Óvulos Bovinos e no Posterior Desenvolvimento até ao Estado de Embrião” alerta para a “forte ligação entre a nutrição e fertilidade dos bovinos”.
Nos estudos realizados em laboratório a fertilidade baixa para cerca de metade, o que significa que em cem animais apenas 25 concluiriam a parição.
Para este investigador universitário, são prejuízos elevados para o agricultor, uma vez que, além da menor produção de leite, perde-se, também, o dinheiro da venda dos bezerros.
Os prejuízos são diferenciados, uma vez que no caso da produção de erva, cada exploração tem a sua época de partos ideal de acordo com a altitude.
Nas zonas altas a erva também cresce no Verão, enquanto nas zonas baixas os terrenos secam e os lavradores têm de usar mais concentrado para alimentar o gado.
A partir de certa altitude, não é compensador produzir milho, e, nesse sentido, o maneio de cada exploração varia de acordo com a localização.
O estudo permite concluir que os níveis de azoto baixam drasticamente a fertilidade dos animais e que, mesmo que exista fecundação, o embrião não se desenvolve até à nascença.
Nos Açores, estão contabilizados cerca de 269 mil bovinos, dos quais cerca de 110 mil são vacas leiteiras.

(In Base de Dados de Qualidade e Segurança Alimentar)

Etiquetas: , , ,

segunda-feira, julho 21, 2008

Provas de acesso para maiores de 23 já foram avaliadas

As classificações dos candidatos já foram afixadas nos Serviços Académicos dos três pólos da Universidade dos Açores. Concorreram mais de 500 jovens açorianos.
O processo de avaliação dos candidatos às provas de acesso para maiores de 23 anos já terminou. As classificações foram afixadas nos Serviços Académicos dos pólos de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta, estando também disponíveis no endereço http://www.acesso23.uac.pt/.

504 foi o número de candidatos que se apresentou a provas, tendo a taxa de aprovação atingido os 54%. Os candidatos aprovados terão agora a possibilidade de se apresentar aos concursos especiais de acesso ao Ensino Superior, a decorrer entre 1 e 29 de Agosto, devendo para o efeito consultar a informação disponibilizada pelos Serviços Académicos em http://sanet.uac.pt/.


Etiquetas: ,

domingo, julho 20, 2008

Mestrado em Engenharia Zootécnica: Universidade dos Açores - Instituto Politécnico de Castelo Branco

Boletim de candidatura ao ciclo de estudos conducente ao grau de Mestre, em Engenharia Zootécnica da Universidade dos Açores, ministrado no Instituto Politécnico de Castelo Branco.
Para aceder, clique aqui.

Etiquetas: , , ,

Estamos numa crise de civilização

Mário Soares não tem dúvidas: “é uma crise de civilização”, a que o mundo vive actualmente. “Além de financeira e económica, é também política, social, ambiental, energética e alimentar, com os preços do petróleo, do gás, dos minerais e dos produtos alimentares a aumentar em flecha. É caso para nos perguntarmos: para onde caminha o Ocidente”, disse o ex-presidente da República durante a palestra “As Relações Transatlânticas numa Perspectiva Futura”, com que encerrou o segundo dia do I Fórum Açoriano Franklin D. Roosevelt, que hoje termina no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada. Apresentando-se como “moderadamente optimista” em relação ao futuro, Mário Soares disse que “para vencermos esta situação, a primeira questão é a consciência dos problemas que estão criados à nossa frente e de como os vamos poder resolver”. Para o ex-Presidente, o Ocidente está em “decadência” e Mário Soares admite que, para isso, contribuíram os oito anos de George W. Bush como presidente dos Estados Unidos da América, associados ao contínuo bloqueio constitucional europeu, sem lideranças carismáticas que o ultrapassem. Além disso, Mário Soares considera também que o neoliberalismo está a “derrapar” e que, associado a uma globalização comandada pelo “capitalismo selvagem”, só trará mais desigualdades ao mundo, se persistir como está, em vez de resolver os seus problemas. O ex-Presidente lançou então uma interrogação: “quem diria há seis meses atrás que o neoliberalismo, nascido nos Estados Unidos, iria começar a morrer nos próprios Estados Unidos”, perguntou, dando como exemplo a intervenção do Estado americano para salvar alguns bancos da falência. Mário Soares entende que “não há receitas indiscutíveis” para resolver a “crise de civilização”, mas lembra que valores como o “bom-senso”, o “pragmatismo” e o “humanismo universalista”, que passam pelos direitos humanos, pela paz, pelo desenvolvimento sustentável e pelo respeito da lei e da natureza, sempre inspiraram, no passado, quer americanos, quer europeus. É, por isso, com estes valores que, segundo Mário Soares, se pode vencer a violência e o terrorismo. “É a falar que os seres humanos se entendem”, disse uma vez o Rei Juan Carlos, de Espanha. Mário Soares citou-o para dizer que é preciso insistir no “diálogo” entre civilizações e entre religiões diversas como factor de “paz” e conhecimento do “outro”, sem o qual não é possível obtê-la. O ex-Presidente deixou também uma palavra aos Açores “que só têm a ganhar com o desenvolvimento das relações euro-americanas”. Uma das janelas de oportunidade pode ser o plano ambiental, onde a Universidade dos Açores “tem um campo de eleição para reforçar os laços científicos”, quer com os Estados Unidos, quer com a Europa. “Precisamos de políticas flexíveis”“Acho que precisamos hoje de políticas flexíveis. Já não estamos na Guerra Fria, o centro do mundo já não é a Europa e os Estados Unidos, já não somos uma fortaleza e não devemos ter posturas de domínio e permanente doutrinação em relação aos outros. Estamos num período de flexibilidade”. Foi assim que Pierre Hasner, director do Centro de Estudos de Relações Internacionais de Paris, definiu “a ordem internacional após a presidência Bush”, o tema que o trouxe a uma das conferências que marcou o segundo dia do Fórum Açoriano Franklin D. Roosevelt. No grande debate Ocidente/Oriente, o professor francês lembrou que a fórmula da democracia e da economia de mercado como os sistemas político e económico naturais da humanidade, funcionando as ditaduras como formas de os conter, pode já não ser tão simples de aplicar. Sobre isso, Pierre Hasner recordou que se é um facto que os sistemas alternativos à democracia e ao mercado falharam, também é verdade que a própria democracia ocidental não é um sistema completo, sofrendo hoje fortemente com a dicotomia tecnocracia/populismo, que muitas vezes põem em causa a própria democracia. Durante a manhã de ontem no Fórum Roosevelt, foi também possível ouvir o alerta de Viriato Soromenho Marques, assessor de Durão Barroso para a área do Ambiente na Comissão Europeia, chamar a atenção para a necessidade dos Estados Unidos estarem no pelotão da frente dos países que lutam contra o aquecimento global e as alterações climáticas, assumindo compromissos na redução das suas emissões poluentes.
(In Rui Jorge Cabral - Açoriano Oriental)

Etiquetas: , ,

sábado, julho 19, 2008

Resultado dos exames de acesso para maiores de 23

Sairam os resultados dos exames das candidaturas à Universidade dos Açores, para os alunos com mais do que 23 anos.
Os resultados podem ser consultados em http://www.acesso23.uac.pt/cfinais.php

Pós-graduação em comportamentos de risco

No próximo ano lectivo a Universidade dos Açores vai promover, em Angra do Heroísmo, uma Pós-Graduação em Comportamentos de Risco, coordenada, em parceria, pelos Departamentos de Ciências da Educação e de História, Filosofia e Ciências Sociais. Podem candidatar-se a este Curso licenciados em Psicologia, Educação, Serviço Social, Sociologia, Saúde, Direito e Ciências Policiais ou outros licenciados, em áreas afins, que desenvolvem actividades profissionais nos domínios da Educação, da Intervenção Social e Comunitária e da Justiça.Esta formação pretende corresponder às necessidades e às expectativas de qualificação e de formação continuada destes profissionais, promovendo o aprofundamento de competências nos domínios da prevenção e da intervenção em situações ou comportamentos de risco. Crianças negligenciadas, jovens em risco de toxicodependência, jovens com comportamentos delinquentes ou mulheres vítimas de violência doméstica, são apenas alguns exemplos dos riscos sociais que, em crescendo, preocupam profissionais de diversas áreas.A organização modular do curso permite que o plano de estudos possa ser frequentado em dois regimes diferentes: o de Curso Livre, através da frequência, não sujeita a avaliação e sem pré-requisitos de inscrição, de um módulo curricular; o de Curso de Pós-Graduação, através da frequência da totalidade dos módulos curriculares que integram o plano de estudos e da realização, com aproveitamento, de um trabalho final.A leccionação do Curso está a cargo de docentes da Universidade dos Açores e de profissionais de reconhecido mérito nas áreas da justiça, saúde e intervenção familiar e comunitária. A colaboração destes profissionais representa uma inovação no contexto da adaptação do ensino superior às estratégias de Bolonha, pretendendo fazer uma aproximação aos contextos de actuação profissional onde se movem os candidatos a esta formação.As actividades lectivas iniciar-se-ão em Setembro do corrente ano. As candidaturas decorrerão de 16 de Junho a 14 de Julho, na Secretaria do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores. As inscrições decorrerão de 1 a 19 de Setembro nos Serviços Académicos da Universidade dos Açores, nos Campus de Angra do Heroísmo ou de Ponta Delgada. Estão disponíveis mais informações em www.dce.uac.pt e http://www.dhfcs.uac.pt/.
(In Azores Digital)

Etiquetas: , ,

Reequacionar a gestão de resíduos sólidos nas ilhas

Foi apresentada e defendida a tese de Mestrado em Educação Ambiental da aluna Carla Reis, orientada pelo Professor Félix Rodrigues do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores e pela Professora Lia Vasconcelhos da Universidade Nova de Lisboa. O tema investigado recebeu o título: "Gestão de resíduos sólidos e recicláveis em ilhas – O caso da ilha Terceira, Açores. Definição de estratégias para promoção da participação social".
Os problemas relacionados com a gestão de resíduos sólidos na sociedade insular actual são complexos e por vezes de difícil resolução, atendendo sobretudo às quantidades e diversidade dos resíduos produzidos. O elevado índice de consumo verificado nos dias de hoje tem provocado um aumento gradual e significativo na quantidade de resíduos a tratar.
A necessidade de minimizar a produção de resíduos e de assegurar a sua gestão sustentável transformou-se, entretanto, numa questão primordial. Existe uma consciência cada vez mais clara de que a responsabilidade pela gestão dos resíduos deve ser partilhada por todos.
A especificidade dos territórios insulares, atendendo às suas principais características: dimensão reduzida; baixa densidade populacional; distanciamento inter-ilhas e destas ao Continente, importação da maioria dos bens consumidos e dependência económica, agudizam ainda mais esta questão.
Neste estudo procurou-se avaliar o conhecimento da população da ilha Terceira no que se refere à produção, tratamento e destino final dos resíduos sólidos urbanos e resíduos de embalagens. Pretendeu-se ainda analisar, a leitura que os inquiridos fazem do papel que as autoridades com competência na matéria desenvolvem nesta área, assim como a predisposição dos inquiridos para participarem nos processos de gestão de resíduos.
Os Terceirenses, de um modo geral, detêm algum conhecimento sobre esta temática havendo no entanto necessidade de maior clarificação de alguns conceitos e processos. A gestão de resíduos sólidos é vista pelos Terceirenses como um processo de extrema importância, colocando as questões ambientais e de saúde pública entre os aspectos prioritários de desenvolvimento.
De acordo com os resultados obtidos, sugerem-se algumas pistas de actuação por parte das entidades responsáveis pela gestão dos resíduos sólidos urbanos e resíduos de embalagens, nomeadamente:
O estudo da viabilidade de introdução de tarifários PAYT (tarifários variáveis em função da quantidade de resíduos produzidos) de acordo com os serviços de recolha e tratamento de RSU, em detrimento da actual taxa fixa, sem correspondência com a quantidade de resíduos produzidos;
- Estudar a forma como esses tarifários podem contribuir para a alteração de comportamentos, se incentivam ou não a redução e a separação dos resíduos, por parte da população;
-O formato das medidas de educação e sensibilização ambiental devem ser revistas pelas autoridades locais com competência na matéria, assim como o seu processo de difusão. O recurso a outras ferramentas de divulgação da informação, assim como a procura de um maior envolvimento da população deverá ser preconizado;
-O primeiro passo para a Sensibilização/Educação Ambiental será transmitir às populações, de uma forma clara e directa os problemas ambientais existentes no seu concelho, tentando criar uma consciencialização mobilizadora de cidadania activa, traduzida na participação da população nos projectos existentes. Torna-se necessário apresentar soluções e projectos, discutindo a sua importância no desenvolvimento sustentável da ilha bem como, os modos de participação e os progressos verificados, permitindo assim uma adesão voluntária e consciente ao sistema de gestão de resíduos e uma responsabilização individual pela sua hipotética ineficiência;

-Torna-se relevante a implementação da Agenda 21 Local que permita abordar e negociar com a população esta temática;
Conclui-se que a introduzir alterações no actual sistema de gestão, estas estão sobretudo relacionadas com a necessidade de um maior envolvimento da população da ilha Terceira, que parece estar facilitado, uma vez que demonstram vontade em participar nos processos de gestão dos resíduos da ilha. Crê-se que a disponibilidade dos cidadãos em participar nessa gestão poderá ser assegurada, desde que sintam que o seu trabalho é útil e profícuo.
Relativamente às várias fases etárias deste estudo, reconhece-se que é nas camadas mais jovens que se encontra uma maior vontade de participação podendo tal facto produzir a curto e médio prazo resultados positivos, com um sentido de sustentabilidade como o preconizado no relatório de Brutland.
Em termos futuros, a melhoria de alguns aspectos técnicos que poderão permitir à população da ilha Terceira ter uma participação mais activa e responsável, como por exemplo a disponibilização de mais equipamentos (ecopontos), alterações da frequência de recolha dos resíduos (aumento da sua frequência), assim como a implementação de novos serviços: recolha dos óleos alimentares usados ou a implementação de um serviço de recolha porta-a-porta dos resíduos biodegradáveis, são um conjunto de medidas que podem ser equacionadas pelos órgãos responsáveis pela gestão dos resíduos na ilha Terceira, contribuindo para uma melhoria substancial dos problemas ambientais da ilha.

Etiquetas: , , , ,

sexta-feira, julho 18, 2008

Compreendendo o mundo da medicina veterinária

Medicina Veterinária é uma ciência que se dedica à prevenção, controle, erradicação e tratamento das doenças, traumatismos ou qualquer outro agravo à saúde dos animais, além do controle da sanidade dos produtos e subprodutos de origem animal para o consumo humano. A Medicina Veterinária também busca assegurar a qualidade, quantidade e a segurança dos estoques de alimento de origem animal através do controle da saúde dos animais e dos processos que visam obter seus produtos (tais como carne, ovos, leite, couro, etc), assim como sua distribuição, venda e preparo.
Histórico 4 mil anos antes de Cristo, encontrado em 1890, no Egipto. Os códigos Eshn Unna (1900 a.C.) e de Hamurabi (c. 1700 a.C.), na Babilônia, trazem referências ao pagamento e atribuições dos médicos dos animais. Na Grécia Antiga, a profissão, então chamada de hipiátrica, data do século VI a.C.; já em Roma alguns tratados foram dedicados às doenças animais, como os de Cato e de Columella.
Apsirtos Apsirtos, considerado o "Pai da Medicina Veterinária" no Ocidente, nasceu em Clazômenas, em 300, foi autor de 121 dos 420 artigos do tratado publicado no século VI, em Bizâncio, chamado Hippiatrika. Formado em Medicina, em Alexandria, foi o veterinário-chefe no exército de Constantino.
Sistematização do estudo

Foi durante o reinado de Afonso V de Aragão, na Espanha, que o estudo básico teve início; no governo de Fernando e Isabel, foi disciplinado o cargo de albeitar - palavra derivada do nome de um grande médico de animais, de origem árabe (cujo nome era Eb-Ebb-Beithar), e que foi traduzido para o português como alveitar.Seu estudo sistemático, porém, só veio com a fundação da primeira escola de Medicina Veterinária, pelo francês Claude Bougerlat, em 4 de agosto de 1761, à qual se seguiram o surgimento, na Europa de vários outros cursos, tais como as escolas de Viena, em 1768, Turim (1769) e Gôttingen (1771).
No BrasilA primeira escola de veterinária no país somente foi criada em pleno século XX, com a Escola de Veterinária do Exército, de 1914, e com a Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, de 1913, no Rio de Janeiro.

Modernidade

Recentemente a aplicação da Medicina Veterinária tem se expandido por causa da disponibilidade de técnicas avanças de diagnóstico e de terapia para a maioria das espécies animais, bem como pelos avanços científicos em outras àreas, como a genética, a biotecnologia, a fisiologia, que proporcionam melhoramentos nos sistemas de produção animal. Em 1946, a Organização Mundial de Saúde (OMS), reconhecendo a necessidade de se conciliar, definitivamente, os inseparáveis preceitos da saúde humana com a saúde dos animais, recomendou que se criasse a uma seção de saúde veterinária, que foi estabelecida no ano de 1949; assim define a OMS, em 1951, a Saúde Pública Veterinária: "A Saúde Pública Veterinária compreende todos os esforços da comunidade que influenciam e são influenciados pela arte e ciência médico-veterinária, aplicados à prevenção da doença, proteção da vida e promoção do bem-estar e eficiência do ser humano" (Organização Mundial da Saúde, 1951). Em 1955, foram estabelecidas as seguintes atividades para esta área: o controle e erradicação de zoonoses; a higiene dos alimentos; os trabalhos de laboratório; os trabalhos em biologia e as atividades experimentais.
Veterinária e saúde pública
Com a compreensão pela ciência da origem e propagação de diversas doenças, tendo como vetores animais domésticos ou silvestres, bem como para assegurar a própria integridade física dos animais, a Medicina Veterinária passou a ser importante coadjuvante nas políticas de saúde pública dos países. A propagação de doenças epidêmicas, humanas ou animais, encontra na instalação de barreiras veterinárias que evitam sua propagação um meio eficaz de controle.Aliado a isso, um dos campos da Veterinária que está em grande ascensão é o da Defesa Sanitária Animal, cujos objetivos são justamente prevenir a ocorrência de doenças exóticas, que podem ter graves impactos em saúde pública ou econômicos nos animais, e controlar ou erradicar doenças endêmicas.Algumas destas doenças, que podem ser citadas são, entre outras, a Brucelose, Tuberculose, Cisticercose, Toxoplasmose, Salmonelose, Colibacilose, Clostridioses, Leptospirose, Campilobacteriose, Listeriose, Raiva (doença), Scrapie, Encefalopatia Espongiforme Bovina ("Mal da Vaca Louca") e a Influenza Aviária ("Gripe Aviária") - todas elas potenciais zoonoses - doenças dos animais passíveis de transmissão ao ser humano -, além da Febre aftosa, Pestes Suínas Clássica e Africana, Anemia Infecciosa Eqüina, Doença de Newcastle, Doença de Aujezski, que são doenças de alto impacto econômico e poder restritivo de mercado. Atualmente, são reconhecidas mais de cem zoonoses e inúmeras outras doenças infecto-contagiosas dos animais que trazem sérias conseqüências econômicas. Para combatê-las, o Médico Veterinário Sanitarista exerce uma Vigilância Epidemiológica ativa, atuando diretamente no campo e controlando o trânsito de animais, realizando a inspeção dos produtos de origem animal - como derivados da carne, do leite, dos ovos, pescado e mel e procurando sinais de doenças que possam ser transmitidas ao homem ou que possam indicar o estado sanitário dos rebanhos.
Zootecnia e VeterináriaA Medicina Veterinária trabalha na formulação de dietas de animais, entre os quais o gado bovino, ovino, caprino, suíno e aves cuja importância destaca-se na produção de alimentos ao ser humano. Neste campo, o médico veterinário, que possui formação também na área de zootecnia, mergulha em setores do conhecimento como Nutrição, Genética e Melhoramento Animal, Estatística e técnicas de manejo geral, contribuindo fortemente para o desenvolvimento agrícola. O Médico Veterinário não é apenas necessário em controles de zoonoses, cabendo a ele também intervenção nos processos produtivos e de manejo animal.
Veterinária e meio ambienteO Médico Veterinário destaca-se, ainda, na área de estudos do meio ambiente e na proteção ambiental. Neste campo, ele trabalha em conjunto com outros profissionais, entre os quais ecólogos e biólogos, com o intuito de estudar o comportamento dos animais silvestres, realizando pesquisas e tomando notas, tendo relevância sobretudo em animais mantidos em cativeiro para fins reprodutivos, assistindo em sua reprodução, na tranqüilização, anestesia e nas intervenções cirúrgicas, na prescrição dos diversos tratamentos e na definição da dieta mais adequada para tais espécies.
Animais domésticosAnimais de companhia, particularmente cães e gatos, freqüentemente recebem cuidado médico avançado (próteses de quadril, cirurgias de catarata, marcapassos cardíacos, enfim, muitos procedimentos avançados que supõe-se serem aplicados somente na medicina humana). Tudo depende da disponibilidade da tecnologia e também do domínio do procedimento por parte do médico veterinário, uma vez que hoje em dia a medicina veterinária já está subdividida em diversas especialidades, assim como na medicina humana (oftalmologia, ortopedia, oncologia, endocrinologia, dermatologia, acupuntura, etc), e muitos veterinários nào são mais apenas clínicos gerais, e sim especialistas em determinadas áreas.Na área de animais de produção, como gado bovino, ovino e caprino, que não têm valor emocional muito grande, os tratamentos e as operações caras não são muito usadas, sendo destinados em geral apenas aos animais de grande valor econômico (como os reprodutores, campeões, etc).Os cientistas que trabalham na área de Medicina Veterinária são muito importantes em pesquisa farmacológia, química e biológica.
Educação Muitas universidades têm cursos de graduação que conferem grau ou título de bacharel em medicina veterinária. No Brasil seus praticantes são registrados e tem sua atuação regulada em nível nacional e estadual pelo Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária, respectivamente. Em Portugal as Universidades conferem o grau de Licenciado em Medicina Veterinária. A inscrição na Ordem dos Médicos Veterinários é obrigatória para o exercício da profissão de Médico Veterinário.A duração e o conteúdo dos cursos varia muito. Geralmente estão entre 4 e 7 anos de duração. No Brasil, a duração do curso é de 5 anos. Em Portugal os cursos de Medicina Veterinária têm a duração de 6 anos, com o estágio integrado no plano de curso. Alguns anos introdutórios (com disciplinas de anatomia, bioquímica, genética, histologia, biofísica, fisiologia, farmacologia, patologia, parasitologia, virologia, microbiologia, estatística e treinamento em pensamento cientifico) são seguidos por disciplinas profissionais (produção e nutrição animal, radiologia, clínica cirúrgica, clínica médica, moléstias infecciosas, saúde pública, inspeção de alimentos de origem animal, entre outras). Após regulamentação que ocorreu recentemente, algumas escolas fornecem a possibilidade de residência médica em diversas áreas, nas quais o trabalho prático é supervisionado por docentes da faculdade.O curso de Medicina Veterinária é ministrado na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Escola Universitária Vasco da Gama e Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, conferindo o grau de Licenciado. Nestas Universidades está ainda a decorrer a adaptação ao Processo de Bolonha. Na Universidade Técnica de Lisboa - Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade do Porto - Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e Universidade de Évora já se confere o grau de Mestrado Integrado, de acordo com o Processo de Bolonha. Na Universidade dos Açores - Angra do Heroísmo funciona o curso Preparatório de Medicina Veterinária.Áreas de atuação do médico veterinário1. Prevenção, controle e erradicação de agravos à saúde animal e zoonoses;2. Tratamento das enfermidades e dos traumatismos que afetam os animais;3. Controle da sanidade dos produtos e subprodutos de origem animal para o consumo humano;Especializações Médico-VeterináriasO título de especialização para os Médicos Veterinários depende a realização de cursos especializados, dos quais os principais são:
Especialidades e área de atuação
Acupuntura Veterinária
Anestesiologia Veterinária
Bem-Estar e Comportamento Animal
Clínica e Técnica Cirúrgica
Clínica Médica de Grandes Animais - Ruminantes, Eqüídeos e Suínos
Clínica Médica de Pequenos Animais - Cardiologia, Dermatologia, Odontologia, Oftalmologia, Ortopedia e Traumatologia
Ecologia e Gestão Ambiental
Farmacologia e Terapêutica Veterinária
Fisiologia e Endocrinologia Veterinária
Homeopatia Veterinária
Inspeção Higiênica, Sanitária e Tecnológica de Produtos de Origem Animal - Carnes e Derivados, Leite e Derivados, Pescado e Derivados, Ovos e Derivados, Mel e Derivados, Controle físico-químico e Microbiológico de Produtos de Origem Animal
Medicina e Produção de Animais Aquáticos
Medicina e Produção de Animais de Laboratórios
Medicina e Produção de Animais Silvestres
Medicina Veterinária Intensiva
Medicina Veterinária LegalMedicina Veterinária Preventiva - Saúde Pública, Epidemiologia, Zoonoses e Planejamento em Saúde Animal, Doenças Infecciosas e Parasitárias, Vigilância Sanitária
Microbiologia Veterinária - Virologia, Bacteriologia e Micoologia
Morfologia Veterinária - Anatomia, Histologia, Citologia e Embriologia
Odontologia Veterinária
Oncologia Veterinária
Parasitologia Veterinária
Patologia Clínica Veterinária
(In Conhecendo o mundo da medicina veterinária)

Etiquetas: ,