quarta-feira, julho 30, 2008

Avelino Meneses, desdramatiza os números ontem divulgados pelo Jornal de Notícias

O reitor da Universidade dos Açores, Avelino Meneses, desdramatiza os números ontem divulgados pelo Jornal de Notícias ao citar um estudo segundo o qual a academia açoriana é a instituição do ensino superior público que desde 2000 apresenta a taxa mais alta de abandono escolar no país. Os dados estatísticos constam de um estudo, ainda em fase preliminar, sobre os “Factores de sucesso e abandono escolar no ensino superior em Portugal”. Segundo o Jornal de Notícias, o estudo está a ser desenvolvido em parceria, entre os centros de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, de Investigação e Intervenção Social (CIS) do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e Empresa (ISCTE) e de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações (SOCIUS) da Universidade Técnica de Lisboa. Conforme explicou José Manuel Mendes, investigador responsável pelo estudo, o objectivo é o de construir um modelo explicativo do sucesso e insucesso escolar no ensino superior e propor soluções para se inverter a situação. Os resultados estatísticos foram apurados de acordo com uma nova fórmula matemática criada pelos investigadores, tendo apurado que a taxa na Universidade dos Açores oscilou entre os 12,69%, em 2000/01, e os 15,64% em 2005/06, refira-se, os valores mais elevados do país (em 2005-2006 a taxa média de abandono foi de 11,35% nas universidades públicas, mais 4,34% do que em 2000-2001). As universidades Técnica de Lisboa, Porto, Aveiro e do Minho foram as que acusaram menor abandono escolar em 2006 e as únicas que diminuíram a taxa desde 2004. As demais subiram, algumas quase duplicaram, como a de Lisboa, ISCTE, Évora ou Trás-osMontes e Alto Douro. Para o reitor da Universidade dos Açores, Avelino Meneses, a taxa de abandono escolar no Ensino Superior Público em Portugal “não é tão elevada tal como acontece noutros níveis de ensino e até em outros países comunitários”. No que concerne à Universidade dos Açores, começa por referir que o valor apurado para 2005/06 de 15,64%, “não está distante” da média nacional (11,35%). Para o reitor, a existência de “elevada percentagem de estudante deslocados e trabalhadores poderá talvez explicar o nosso relativo adiantamento nesse caso”. No entanto, salvaguarda Avelino Meneses, a Academia Açoriana “está desperta para o problema, tenta seguir o percurso dos estudantes e talvez por isso a evolução do abandono escolar nos Açores não se verifique no sentido do crescimento tal como sucedeu noutras universidades portuguesas, onde quase duplicou - Lisboa, Évora, Trás-os-Montes e ISCTE”. Avelino Meneses mais sustenta que os valores do abandono na Universidade dos Açores não produzem efeito no decréscimo do número de estudantes. Recorda que entre 2003 e 2005 há a assinalar uma diminuição de 3400 para 3000 alunos, sendo que nos últimos dois anos se verificou um aumento para os actuais 3600 alunos.

(Pedro Nunes Lagarto In Açoriano Oriental)

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