quarta-feira, setembro 24, 2008

Bolonha põe em causa cursos de enfermagem

Devido ao Tratado de Bolonha, os alunos que estão a tirar Enfermagem correm o risco de não verem o ser curso reconhecido pela Ordem, o que os vai impedir de exercer a profissão.
A partir do corrente ano, a licenciatura em Enfermagem é adaptada ao modelo europeu do ensino superior.Os alunos vão ter a mesma formação, mas as competências com que saem para o mercado de trabalho, vão ser diferentes.A inserção de Enfermagem no Tratado, está a levantar dúvidas. O curso é o único que, com o modelo europeu de ensino superior permanece com 4 anos lectivos.A Universidade dos Açores garante que a formação vai ser a mesma, mas, segundo o quadro legal, as competências vão ser diferentes: o recém-licenciado em Enfermagem está impedido de ser autónomo.A Presidente do Conselho Científico da Escola Superior de Enfermagem de Ponta Delgada, Maria Leonor Raposo, afirma que apenas os cursos de segundo ciclo dotam os alunos para serem autónomos, como é, por exemplo, o caso de Medicina. A Enfermagem pertence ao lote de cursos de primeiro ciclo o que não confere a autonomia exigida pela Ordem dos Enfermeiros.

E, a Ordem dos Enfermeiros é clara: não reconhece o curso de Enfermagem das Escolas de Angra e de Ponta Delgada e caso o curso continue da mesma forma, não há título de enfermeiro para ninguém.Por sua vez, o Sindicato reage com um lamento à nova legislação.O sindicalista Francisco Branco afirma que os novos enfermeiros vão ser meros executantes.Se o curso não fôr colocado no rol dos cursos de segundo ciclo, a solução é cumprir um mestrado que, não sendo integrado no ensino oficial, tem um custo superior ao de uma licenciatura - acrescenta Francisco Branco, do Sindicato de Enfermeiros dos Açores.

(In Bárbara Almeida / Carlos Tavares RTP-RDP Açores)

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