quinta-feira, novembro 20, 2008

Açores:unidade desafiada pelas noves ilhas

Promover a unidade numa Igreja que se divide em nove e ultrapassar alguma rivalidade existente entre ilhas é o objectivo da semana da diocese, que D. António Sousa Braga, Bispo da Diocese de Angra, assume como essencial para “ajudar a despertar o sentido de Igreja como unidade”.
Uma semana celebrativa pautada por espaço diferentes. Momentos de celebração, ocasião para visitas pastorais, momentos recreativos e culturais, tudo com o objectivo de promover a partilha entre as ilhas.
O Bispo diocesano deu início à semana da diocese com uma eucaristia, na ilha do Pico, local onde nasceu o primeiro Bispo da diocese de Dili, D. Jaime Garcia Goulart, por ocasião do centenário do seu nascimento, assinalando também a perspectiva missionária dos Açores. A evangelização ultramarina estendeu-se a um colóquio no Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores. A diocese promoveu ainda o lançamento de um livro sobre a Sé de Angra e uma exposição sobre São Paulo.
A Semana da diocese de Angra coincidiu com a semana que a Igreja dedica ao seminários. D. António de Sousa Braga manifesta que “um dos factores de unidade na diocese ao longo de cinco séculos, é precisamente a instituição do Seminário”, de uma forma mais acentuada a partir do séc. XIX, data em que a formação dos sacerdotes, vindos das diversas ilhas, passou a ser na diocese.
Religiosidade e formação
A unidade pastoral de base acontece na ilha, mas não se pode deixar as pessoas fechadas na sua ilha. É com esse propósito que D. António de Sousa Braga se desloca nas visitas pastorais, promove reuniões diocesanas laicais e eclesiais, num esforço contínuo de “universalidade da Igreja”.
A religiosidade popular está muito presente nas nove ilhas. O bispo diocesano reconhece unidade à volta destas manifestações, mas “há o risco de se cingirem às suas festas, viradas apenas para si”. Os leigos assumem cada vez mais a responsabilidade na Igreja, sobretudo através dos movimentos laicais “cujo trabalho se estende para além da paróquia e muitas vezes, para além da diocese”, valoriza D. António de Sousa Braga, acrescentando que os movimentos laicais ajudam a “criar o sentido de comunhão na Igreja”.
A participação é uma tónica dominante nas nove ilhas. “As pessoas são muito disponíveis tanto nas freguesias como nas paróquias, nas várias iniciativas locais”. Uma participação que, insiste o Bispo, precisa ser formada, “dando um conteúdo à intensa religiosidade popular que se vive”.
D. António valoriza os itinerários formativos que os movimentos apresentam. Por esta razão, e porque a pastoral juvenil é uma aposta do bispo diocesano, no final do mês de Novembro, o Movimento Encontro de Jovens Shalom vai realizar um encontro na ilha Terceira dirigido aos jovens.
Numa ilha com muitos jovens “sentimos dificuldade no compromisso. Os jovens aparecem, até em grande número, mas percebemos dificuldades no estabelecimento de projectos”. Por este motivo “aproveitamos a disponibilidade do Movimento Shalom, com o objectivo de lançar as bases da pastoral juvenil feita com método e de forma consistente”.
Casa sacerdotal
O encerramento da semana da diocese foi assinalado com a inauguração da Casa Sacerdotal em Angra do Heroísmo. Recorda D. António de Sousa Braga que este era um projecto “que já vinha de longe”, com a pretensão de apoiar os sacerdotes “que ou não têm residência ou apenas precisam de alojamento na sua passagem pela ilha Terceira”.
A diocese dispõe já de uma casa sacerdotal na ilha de São Miguel. “Faltava na Terceira”, ilha onde “passam mais sacerdotes e onde os serviços centrais da diocese estão localizados”.
A casa sacerdotal é da responsabilidade da Irmandade de São Pedro Ad Vincula e está localizada junto ao Paço Episcopal.
(In Agência Ecclesia)

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