domingo, dezembro 28, 2008

Mensagem de Ano Novo do Representante da República para os Açores

O eventual desaparecimento do regime de quotas leiteiras, em 2015, do espaço comunitário não é, no entender do Representante da República Para os Açores, uma boa notícia para a região.
Na sua mensagem de Ano Novo, José António Mesquita aconselha a lavoura açoriana a encontrar soluções alternativas. “Não são boas as notícias que nos chegam da Europa respeitantes ao leite e seus derivados que constituem, consabidamente, o motor nuclear do desenvolvimento, se não mesmo da sobrevivência, da economia açoriana”, avisa o representante da República.
Segundo José António Mesquita, a revisão da Política Agrícola Comum (PAC) aponta para a extinção das quotas leiteiras, “deixando desprotegidas as frágeis estruturas produtivas e transformadoras a reflectir-se dramaticamente na lavoura açoriana”.
Para o Juiz Conselheiro não estão todas as esperanças perdidas. “Mas será bom não confiar nessa eventualidade” e começar a reequacionar “soluções possíveis e caminhos alternativos”.
Representante da República para a Região Autónoma dos Açores pede mesmo para os Governos, da Região e da República, encarem o problema, adoptando mecanismos, procedimentos, soluções próprias e “também pressionando as instâncias europeias no sentido de serem obtidas compensações ou medidas de discriminação positiva que protejam a fase de adaptação e reestruturação desse sector da economia”
José António Mesquita deseja ainda que os operadores do sector consigam colocar em prática as capacidades de adaptação, empreendedorismo e imaginação.
“Será talvez aconselhável pensar na reconversão da economia açoriana, quer redimensionando as explorações, quer diversificando as produções, experimentando novas culturas, enveredando pela agricultura biológica e pelo auto-abastecimento de produtos agrícolas, e sobretudo, pela exploração racional, científica e intensiva deste vasto mar que nos rodeia”, aconselha.
José António Mesquita, na mensagem de Ano Novo, foge às questões políticas como Estatuto, mas lembra o facto dos açorianos terem sido pouco participativos no último acto eleitoral. “Não votar é castrar a democracia e, sobretudo, é uma atitude de desinteresse e desresponsabilização que empobrece a vida colectiva” e compromete o futuro.
No documento, o representante da República elogia o trabalho do Universidade dos Açores e incentiva a região a continuar a sua aposta no turismo sustentado e de qualidade para “que cada um que nos visite leve a marca Açores no coração e a semeie
com carinho e com devoção”.
(In A União)

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