sábado, fevereiro 27, 2010

VIII OLÉ TUNAS Teatro Angrense recebeu mais um festival de bom nível


As capas pretas penduradas nos camarotes, os trajes a circular por todo lado, um espírito boémio que pairava no ar, tudo indicava a festa, tudo apontava para um belo serão de música estudantil. A TAESEAH, Tuna Académica da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo, organizou o VIII Olé Tunas – Festival de Tunas Académicas da Ilha Terceira – e o Teatro Angrense encheu para ouvir as serenatas e ver o espectáculo.
Vindos de diversos pontos do país, cerca de 200 tunantes, compondo 9 tunas, marcaram presença no festival e deram o seu melhor na conquista dos prémios, mas sobretudo na conquista do público e dos aplausos.
Das Tunas presentes seis eram do continente (Tao.douro, de Vila Nova de Gaia - Porto; Papasmisto, Portalegre; Olissipo; ESCStunis; Tuna Económicas, T.U.C.A. (açorianos), Lisboa; uma da ilha da Madeira (Enfertuna); e duas açorianas (N.E.P.T.U.N.A.e Tuna Sons do Mar. Às tunas juntaram-se a título de participação especial o Grupo de Serenatas de Portalegre e das tunas locais TUSA e Real Extudantina dos Açores.
Os prémios
O júri, composto por três enfermeiros, um representante da Culturangra e um músico, deliberou os premiados da noite nas oito categorias e a grande vencedora foi a Tuna Económicas com os galardões de “melhor tuna em palco”, “melhor Serenata”, “melhor Pandeireta”, “melhor original” e “melhor instrumento”.
Outro prémio muito almejado – “Tuna mais tuna” – onde se destaca o espírito académico dos participantes ao longo dos 3 dias de festival e que é atribuído pelos membros da TAESEAH foi para a Enfertuna, da ilha da Madeira.
No fim, todos satisfeitos com as suas respectivas actuações e num acto de respeito e camaradagem, foram todos festejar em conjunto para Clube Náutico: lá o “Espírito Académico” esteve em alta.
Fotos: José Gabriel/O Fotógrafo
Fernando Pereira
fernandopereira@auniao.com

(in A União)

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

A ETAR de Angra do Heroísmo


Félix Rodrigues

As Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR’s) constituíram-se desde cedo, os meios técnicos capazes de restabelecer o equilíbrio biológico natural do meio aquático, alterado pela poluição, evitando-se o lançamento de águas residuais no mar ou no solo, capazes de provocar graves consequências nos ecossistemas marinhos e na saúde pública. A decisão da construção de uma ETAR em Angra do Heroísmo resultou da necessidade de cumprimento da legislação no que se referia à descarga das águas residuais, ou seja, da necessidade de tratar os esgotos do Concelho que eram descarregados em bruto directamente no solo ou no meio marinho e não por questões prementes de saúde pública ou graves danos nos ecossistemas marinhos. Considerou-se que essa ETAR teria uma vida útil de 40 anos a partir de 1995. As obras de construção terminaram em 1999, tendo-se iniciado o seu funcionamento em Março de 2000, que se caracterizou por vários problemas técnicos e ambientais que conduziram à desactivação da mesma, especialmente associados a descargas industriais. Esse projecto foi sobredimensionado e, por isso, também se achou que serviria para tratar efluentes industriais.
Em 2002 iniciam-se obras de remodelação da ETAR, que terminaram em 2003, tendo sido feita uma cobertura em material de poliéster e fibra de vidro do tanque de homogeneização e dos digestores. Tendo em atenção as características específicas do projecto, antes deste avançar, foi feita uma caracterização dos principais elementos do ambiente das áreas de implantação e influência do mesmo, que poderiam eventualmente ser afectados com algum significado, como resultado da sua execução, incluindo a caracterização dos ventos dominantes e a dispersão de odores. A realização dessa caracterização envolveu a recolha e análise de um conjunto diversificado de dados de base, complementados com informação recolhida no local, por diversos técnicos e investigadores. Alguns pareceres, apontavam os impactos negativos decorrentes da instalação de uma ETAR na Grota do Vale. Os decisores políticos valorizaram alguns aspectos em detrimento de outros e tomaram a sua decisão. Cada decisão política tem um preço! É sabido, de longa data, não sendo novidade aquando da instalação da ETAR de Angra do Heroísmo na Grota do Vale, que os odores emanados pelas ETAR’s provocam efeitos a nível psicológico (perda de apetite, náuseas e vómitos, dificuldades respiratórias e insónias), distúrbios sociais, diminuição do interesse económico da zona afectada e, por isso, as ETAR’s deveriam ser construídas em lugares afastados dos aglomerados populacionais. Uma ETAR não era, nem seria, um jardim, teria impactos nítidos na população que se localizava na sua proximidade. No que respeita à minimização da produção de odores por uma ETAR havia que considerar aspectos da sua concepção, nomeadamente o seu dimensionamento e condições de operação pois, quer o sobredimensionamento, quer o sub dimensionamento das operações e dos processos, poderiam favorecer a formação de maus cheiros, logo, a ETAR de Angra do Heroísmo produziria inequivocamente odores desagradáveis, facto que se veio a comprovar repetidamente. Afirma-se que uma ETAR de lamas activadas, como a de Angra do Heroísmo, produz mais odores do que uma de leitos percoladores, como a da Praia da Vitória, por vezes indevidamente denominados filtros biológicos. Estas últimas consistem num leito de material altamente permeável, ao qual aderem microrganismos, e através dos quais, o líquido a ser tratado, é percolador. Não é verdade que assim seja, pois os maus cheiros dependem do tipo de efluentes, da dimensão da ETAR e de muitos outros factores físicos e químicos. O processo de tratamento biológico por lamas activadas é actualmente aquele que mais tem sido aplicado no tratamento de águas residuais domésticas e industriais em todo o mundo. Faz sentido que qualquer equipa técnica o aconselhasse para Angra do Heroísmo. O sistema é composto, de uma forma geral, por um reactor biológico e um decantador secundário. Para evitar a libertação de odores, utilizam-se produtos que removem os depósitos de gorduras e previnem a formação de crostas nas paredes dos tanques de retenção, esgotos ou bacias de arejamento, evitando também os odores desagradáveis muitas vezes associados a estações de tratamento que lidam com óleos e gorduras, como é o caso.
Há muitas razões para que apareçam dificuldades técnicas de controle do tratamento, entre elas a contrariedade de manter o equilíbrio do sistema para um determinado intervalo de valores da relação “alimento – microrganismos” e o tratamento adequado das lamas produzidas diariamente que têm de ser extraídas do sistema. É difícil acreditar que não se sabia que a ETAR de Angra do Heroísmo provocaria efeitos a nível psicológico e diminuiria o interesse económico da zona afectada, por isso mesmo, não se percebe a demora em indemnizar os moradores que objectivamente foram afectados.

(in Diário Insular)

sábado, fevereiro 20, 2010

FESTIVAL Tunas mistas animam a cidade de Angra


A rua da Sé e Praça Velha em Angra do Heroísmo foram animadas durante a tarde de ontem com o denominado passacales das tunas que participarão no VIII Festival Olé Tunas organizado e promovido pela TAESEAH – Tuna Académica da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo.
Segundo a magister na tuna organizadora, Helena Vasconcelos, as tunas que participarão no festival já se encontram quase todas na ilha. Amanhã chegará a tuna Tao.douro que marcará presença cá pela primeira vez e alguns elementos das tunas que já cá se encontram.
Até á data as tunas fazem uma avaliação muito positiva da sua estadia na Terceira. “Temos uma tuna, a TunEconómicas, que veio com uma semana de antecedência só para conhecer a ilha e ficaram muito satisfeitos com a terra. Além disso, tivemos sorte pelo facto de este ano muitas tunas terem aceite o nosso convite para participar no Olé Tunas”, revela Helena Vasconcelos.
São quatro tunas a estrear-se na ilha Terceira no festival deste ano: Olissipo, Enfertuna, Tao.Douro, tuna Papasmisto e o grupo de Serenatas que a acompanha.
“A grande estreia este ano é a Enfertuna da ilha da Madeira, uma vez que nunca tínhamos recebido uma tuna daquele arquipélago”, salienta.
A Serenata que se realizou ontem á noite nos Paços do Concelho contou com a participação especial do Grupo de Serenatas de Portalegre que fez o favor de acompanhar a tuna Papasmisto e participar nesta festa académica.
A TAESEAH está a preparar um festival rico e cheio de alegria, onde esperam ter muito público e principalmente desejam que as tunas sintam que são bem recebidas. “Estamos a planear fazer uma boa actuação e especialmente mostrar o quanto os terceirenses são hospitaleiros. O tema será sempre o “Olé” – Olé de tunas, Olé de touradas, Olé sinal de vida e de música”, adianta a responsável.
Helena considera que o público tem vindo a aderir cada vez mais a este género de evento. “Tivemos muita sorte este ano a nível de publicidade e de propaganda através da Comunicação Social local. Isso foi fundamental para fazermos um evento ainda maior e por essa razão esperamos que a população adira”, revela a magister ansiando que a oitava edição do Olé tunas seja mais uma vez um êxito.
Fotos: José Costa/Fotaçor
In Ana Isa Cabral - A União)
anaisa@auniao.com

Primeiro temos que aprender a concorrer uns com os outros

Os empresários da Terceira acabam de propor ao Governo Regional a criação de condições para a instalação de uma plataforma logística internacional nos Açores. Enquanto economista e especialista em desenvolvimento regional, como analisa esta ideia?A criação de plataformas logísticas internacionais é o sonho e potencial de vocação de todas as ilhas e enclaves, nomeadamente das ilhas e enclaves que foram ao longo dos séculos escolhidos por países marítimos com as companhias logísticas neles enraizadas. O mesmo sonho logístico é partilhado por Lisboa, por Cabo Verde, por São Tomé, por Cabinda, por Goa, por Malaca, por Macau e por Díli. No entanto essas potencialidades foram sendo substituídas pelos portos controlados por quem domina as cadeias de valor logísticas: Amesterdão, Dacar, Lagos, Ponta Negra, Bombaim, Singapura, Hong-Kong e Darwin. Em suma as plataformas logísticas não se desenham em si mesmas mas sim em função das rotas e cadeias logísticas que servem e que têm poder de mercado.É credível que os Açores possam funcionar como pivot de distribuição de mercadorias entre continentes, abrangendo América, Europa e África?O termo não é credibilidade mas viabilidade e sustentabilidade. Não vale a pena criar uma infraestrutura de uso potencial como é atualmente a Base das Lajes para fins militares. O que vale a pena é pensar nas cadeias de valor logísticas com potencial de enraizamento nas ilhas para que se evite o risco de plataformas vazias.Parece-lhe que os Açores, pela sua situação geográfica, podem assumir outros papeis de plataforma para além do negócio puro e duro das mercadorias? Ao nível das ideias, por exemplo?Há anos houve interesse de empresas ligadas aos petróleos em criar uma refinaria na Praia da Vitória mas a reação do Continente foi grande. Caso se crie uma procura significativa de carros elétricos nas Ilhas é possível criar uma fábrica de carros dessa natureza ou pelo menos de componentes importantes como as baterias.Teremos capacidade nos Açores para pensar em termos estratégicos e retirar daí todas as consequências? (A plataforma logística será apenas um segmento a considerar…)Mas o melhor é começar com o que temos, promovendo a concorrência entre os portos dos Açores. Fomentando a competitividade entre as companhias de transportes marítimos que servem as ilhas. Para criar alguma coisa competitiva a nível internacional temos que primeiro aprender a competir em fez de deitar mais pedras ao mar.
(in Diário Insular)

Crédito para habitação ameaça os açorianos


O previsível aumento das taxas de juro nos empréstimos para habitação poderá ter efeitos muito significativos nas famílias açorianas, considera o economista Tomáz Dentinho.O professor universitário explica que vários agregados, nos últimos meses, optaram por adquirir moradias de maior valor, aproveitando os juros baixos, e que poderão não ter capacidade de pagar esses encargos perante um aumento das taxas de juro, já que limitaram a sua capacidade de endividamento com esse empréstimo.“O problema está nas pessoas que foram apanhadas em transição, ou seja, compraram casas a um preço muito elevado quando as taxas de juros estavam mais baixas e, como não se precaveram para quando as taxas de juro subissem, podem ficar com sérios problemas”, salienta.Além disso, o economista alerta para o problema que resultará da tentativa de venda destes imóveis num cenário de crise e numa realidade arquipelágica.“Os bens capitais nos Açores são menos vendáveis do que no Porto ou em Lisboa porque, mesmo perdendo dinheiro, nestas cidades as pessoas são capazes de alienar aquilo que compraram. Nos Açores, a situação pode ser pior e a banca regional poderá ter problemas devido à falta de cumprimento por parte dos credores.”, afirma o docente na Universidade dos Açores.Para Tomás Dentinho, o cenário de aumento das taxas de juro é “bem mais preocupante” para quem já comprou casa do para os que acedem agora ao crédito à habitação e se submetem ao aumento dos ‘spreads’ na ordem dos 0,5 por cento previstos.“A subida das taxas de juros reflecte-se imediatamente ou a médio prazo na redução do preço das casas e, por isso, o problema maior não se prende com quem compra agora e já está a contar com esse aumento”, frisou o académico açoriano.No início deste mês, a Associação Nacional de Bancos admitiu a subida dos “spreads” (a margem de ganho das instituições bancárias nos empréstimos) em 0,5 por cento e um ou dois aumentos da taxa Euribor (o principal índice dos empréstimos, particularmente no crédito para habitação) durante este ano.No primeiro caso, a mesma fonte indica que o aumento do “spread” em 0,5 por cento pode significar mais 305 euros por ano num empréstimo de 150 mil euros a 30 anos.

(in Diário Insular)

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Informação Europe Direct na Comunicação Social

O Centro de Informação Europe Direct dos Açores, da responsabilidade da UAC, iniciou no passado dia 13 a publicação de uma página informativa quinzenal no Diário Insular e Açoriano Oriental.
Na segunda-feira, 15 de Fevereiro, teve início a presença regular na RDP-Açores, com um programa intitulado “A Europa num minuto”, que será transmitido diariamente às 12h15m (de segunda a sexta).
Cumprimos assim o principal desígnio do Europe Direct ao nível da difusão de informação sobre a União Europeia a toda a população açoriana.
Rui Luis
Assessor do Pró-Reitor Campus AH e Secretário da ESEnfAH
Telf.: 295204410 (ESEnfAH)
Telf.: 295402201 (Terra-Chã)
Telemóvel: 913454456

domingo, fevereiro 14, 2010

Inscrição no Congresso Internacional das Ciências e Tecnologias da Saúde


POSTERS/COMUNICAÇÕES
Datas importantes:21 de Março de 2010: Data limite para submissão de resumos.
29 de Março de 2010: Notificação dos autores sobre apreciação dos resultados
9 de Abril de 2010: Data limite de inscrição no Congresso e validação do resumo2
0 de Abril de 2010: Data limite para o envio da Comunicação Oral/Poster
Todas as informações sobre o evento estão disponíveis em http://www.cictsaude.com/

Trilhos de lixo


São autênticos caminhos de lixo. Um passeio pela costa da freguesia de S. Mateus, na Terceira, transformou-se numa odisseia de plástico, garrafas de gás, sacos e outros entulhos.
São apenas alguns quilómetros de estrada, dois do porto de pesca ao Negrito, e a andar faz-se bem. Um bom exercício para o corpo e, acima de tudo, um eficaz exercício de consciencialização. A costa da freguesia de S. Mateus poderia ser, de facto, o palco de uma boa caminhada, não fosse um ou outro, ou muitos até, pormenores a estragar a vista.O mar, uma igreja velha, barcos de histórias e as casas de homens do mar em canadas e ruelas apertadas contrastam com o lixo que vai sendo deixado no caminho. Lixo que vai habituando o olhar e compondo a paisagem. Um problema.O passeio começou às 9h30 duma manhã ventosa a ameaçar chuva. A nós e aos guias da Gê-Questa - Associação de Defesa do Ambiente, juntou-se uma turma do quarto ano da Escola Primária de S. Bartolomeu, miúdos que carregam às costas o peso da responsabilidade de atenuar as trapalhadas ambientais dos mais velhos.O exercício chama-se Coastwatch e não é a primeira vez que a associação promove este tipo de eventos com os mais novos. “Hoje vamos ser vigilantes”, assegura Leonardo Machado, o guia que vai apontando, a cada 500 metros, o tipo de lixo que vamos encontrando pelo caminho e que tenta, assim, despertar os sentidos dos mais novos. “Pretendemos, com estas ações, sensibilizar as crianças para os problemas resultantes do impacto das atividades humanas no litoral”, continua. Com estas iniciativas, a Gê-Questa ambiciona ainda contribuir para a preservação das zonas costeiras, incentivando as crianças à participação na defesa do ambiente.O projeto Coastwatch, de caráter europeu e coordenado pela Irlanda desde 1988, conta com a colaboração de 23 países e é levado a cabo todos os anos. Para além da recolha de informação e monitorização do litoral, o programa abrange a vertente de educação ambiental e promove o envolvimento público nas decisões relacionadas diretamente com as zonas costeiras.A lista de lixos encontrados desde o porto de S. Mateus ao Negrito acabou por ser extensa: dos plásticos às latas, das garrafas de gás aos resíduos de construção civil, do papelão aos ferros, pneus, utensílios de pesca, aparelhos domésticos... “É um problema de todos”, acredita o guia, que fala ainda em desresponsabilização. “Estamos habituados a apontar o dedo uns aos outros, mas a verdade é que esta é uma questão que toca a qualquer um”.O problema é tanto mais difícil de compreender quando não existe nenhum estudo que quantifique e explique a questão da poluição marítima que, segundo Leonardo Machado, ictiólogo de formação, da Universidade dos Açores, “está longe de ser resolvido”.De facto, os resíduos encontrados ao longo da costa não provêm apenas de descargas diretas, e surgem também com as correntes marítimas. “Seja ou não lixo feito por nós, temos de nos responsabilizar por ele…é uma questão de integridade”, defende. Dos oceanos para a costa, da costa para os oceanos, a poluição nas zonas litorais constitui uma verdadeira bola de neve. E agora a poluição dos mares começa a ser também um problema para algumas espécies marinhas. É o caso das tartarugas, que confundem os plásticos com alforrecas ou moluscos, o seu alimento. Ou o caso das aves, atraídas pelas cores dos resíduos que flutuam à superfície. “Já existem vários documentos fotográficos que mostram, no esqueleto destes animais, resíduos de materiais que eles não conseguem digerir ou que entram pelas vias respiratórias, provocando a morte por sufocamento”, sustenta. E depois há o problema da ingestão de peixes contaminados com substâncias tóxicas. A defesa dos benefícios da reciclagem é a outra vertente do discurso de Leonardo Machado, “estudante de profissão”, como nos disse, brasileiro e há quatro anos nos Açores a fazer doutoramento. “Não podemos ser pessimistas e achar que os processos de reciclagem funcionam mal, o que não é o caso, e com isso justificar o facto de não separarmos o lixo nas nossas casas. Cada um deve fazer o seu papel”, continua. E assim a Gê-Questa apela a que cada um se empenhe individualmente e tenha um comportamento ecológico, colaborando na preservação do meio ambiente.
Mar de plásticoA tentar provar que a poluição marítima é um problema mundial estão dois biólogos norte-americanos, encarregues de levar a cabo o primeiro estudo global sobre a poluição marítima com plásticos. Os cientistas já percorreram o Atlântico Norte e agora estão a caminho dos Açores. O seu percurso pode ser acompanhado no sítio http://www.5gyres.org/.Segundo dados divulgados online, todas as amostras obtidas até agora continham fragmentos de plástico. Assim, o projeto 5 Gyres vem mostrar como a poluição com resíduos artificiais está dispersa por todos os oceanos. O problema, asseguram, tem que ver com o consumo de produtos empacotados em embalagens desenhadas para durar para sempre. A solução passa mais uma vez pela reciclagem e pela redução do uso e produção de plásticos.Os resultados do estudo serão apresentados na Ocean Sciences Conference 2010, em Portland, nos EUA, no próximo dia 24.
Entulho em terra
Mas a questão na poluição marítima não é o único problema a resolver. Em novembro do ano passado, o DI noticiava um estudo que dava conta da existência de cerca de duas centenas de lixeiras selvagens, ou depósitos ilegais de resíduos, na Terceira.Segundo Ulisses Rosa, autor do estudo que pretendeu quantificar e identificar os depósitos ilegais em toda a ilha, os tipos de resíduos são variados. E também para ele o problema passa pela falta de educação ambiental. “O que se denota é uma grande falta de civismo e de respeito pelo espaço comum”, dizia ao DI.Tratam-se ainda de infrações à lei. Ulisses Rosa, que reconhecia uma mudança de atitude por parte das camadas mais jovens, não acreditava, no entanto, que esta fosse uma situação fácil de contornar, até porque um dos problemas passa pelo facto de esses depósitos funcionarem há já alguns anos.Ulisses Rosa pretende, assim, criar um registo que permita a monitorização e limpeza eficazes destes espaços, disponibilizando ainda os dados às autoridades competentes. Neste sentido, o guia da natureza defende uma maior interligação entre a GNR, as Câmaras Municipais e todas as entidades gestoras de resíduos, bem como uma maior focalização na educação ambiental.O trabalho “Georeferenciação de depósitos ilegais de resíduos na Terceira”, pioneiro na Região, será o mapa condutor da iniciativa “Limpar Portugal – Terceira”.De facto, os Açores serão parceiros na iniciativa “Limpar Portugal”, que decorre no dia 20 de março e cuja ação passará por limpar as zonas mais críticas das ilhas, ou seja, as zonas florestais e as zonas ribeirinhas.Mais do que a limpeza, o projeto pretende educar para o ambiente, promover a mudança de comportamentos e a qualidade de vida. Assim, os trabalhos serão realizados sobretudo por voluntários e apoiados por entidades públicas e privadas. Tal como dizia o ictiólogo Leonardo Machado, a trabalhar no Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, no passeio por S. Mateus, “é impossível saber se as crianças seguem em casa os conselhos que apontam para a reciclagem e protecão do ambiente em geral, mas é preciso ter esperança”.
(Este texto foi escrito ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico)
(in Diário Insular)

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

PARA A UNIVERSIDADE DOS AÇORES - ERASMUS trouxe cerca de 90 alunos estrangeiros

A Universidade dos Açores conta com cerca de 90 alunos estrangeiros neste ano lectivo ao abrigo do programa ERASMUS, disse ontem o coordenador deste programa de mobilidade estudantil na academia açoriana, João Madruga.
"Neste ano lectivo recebemos perto de 90 alunos ao abrigo do ERASMUS, uns já cá estão desde o primeiro semestre e outros começaram a chegar no segundo semestre, que começou há duas semanas", afirmou João Madruga, em declarações à Lusa, acrescentando que estes alunos são oriundos de países como a Lituânia, Espanha, Roménia, Itália, Alemanha, Bélgica e Áustria.
Por outro lado, também ao abrigo deste programa de mobilidade de estudantes do ensino superior em países europeus, 46 alunos da academia açoriana foram estudar para o estrangeiro.
"É um número inferior ao dos estudantes que vêm para a Universidade dos Açores, mas a adesão tem vindo a aumentar gradualmente", salientou João Madruga, revelando que "há sete anos só saíram oito alunos" para o estrangeiro.
"Os alunos que têm aderido ao ERASMUS chegam muito contentes e gostam da experiência. Aqueles que vão, por exemplo, para a Lituânia, contam no regresso experiências extraordinárias, pois aproveitam e visitam países vizinhos como a Suécia ou Rússia", salientou, destacando ainda as vantagens do contacto com uma realidade pedagógica diferente.
João Madruga falava à margem do Dia ERASMUS, uma iniciativa do Gabinete de Relações Internacionais da Universidade dos Açores, que ontem decorreu no campus universitário de Ponta Delgada para divulgar este programa.
Sara Abreu foi uma das estudantes que aderiu ao ERASMUS, o que lhe permitiu ir estudar Biologia Ambiental para a Grécia durante seis meses.
"Foi uma experiência única e enriquecedora a nível pessoal", afirmou à Lusa, aconselhando outros estudantes a seguir o seu exemplo.
"Tentem pesquisar para onde vão, mas, se quiserem ir por instinto, façam-no", desafiou, garantindo que a língua "não é uma barreira".
Acabada de chegar a S. Miguel há cerca de duas semanas, este é um desafio para uma estudante da República Checa, que veio estudar Relações Internacionais para a Universidade dos Açores.
"Espero adquirir novas experiências num país, numa região e numa cultura novos", disse à Lusa a jovem, que vai permanecer em S. Miguel até Junho.
(in A União)

NOS DIAS 19, 20 E 21 DE MAIO Ética e responsabilidade a debater em enfermagem

O auditório da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores vai acolher conferencistas e profissionais de saúde do continente e da região no âmbito das Jornadas de Enfermagem – “Agir em Enfermagem – Ética e Responsabilidade Profissional” é título do encontro da sexta edição.

Ética, responsabilidade e desenvolvimento profissional, concepções e práticas de cuidados de saúde, a saúde e a vida, e o agir e a cultura organizacional são alguns dos temas que vão ser abordados em conferências segundo o programa das VI Jornadas de Enfermagem promovidas pelo Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo (JEHSEAH).
O encontro, denominado ao tema “Agir em Enfermagem – Ética e Responsabilidade Profissional”, pretende reunir durante três dias, 19, 20 e 21 de Maio próximo, centenas de profissionais de saúde, a nível regional e nacional, e demais interessados, no sentido de dar espaço à divulgação de trabalhos/experiências no âmbito das práticas de cuidados, da formação, da investigação e da gestão em enfermagem.
Para além das conferências, o programa do encontro prevê a apresentação de dois painéis dedicados a questões relacionadas com os contributos para a melhoria dos cuidados de saúde e com a contextualização do ciclo da vida.
Enquanto o primeiro contará com a intervenção de Júlio Rocha, Comissão de Ética; Anabela Faria, Comissão da Humanização; Georgina Marques, CCIH; Fátima Costa, Grupo de Trabalho para a implementação da CIPE – todos de departamentos do HSEAH –, e Fátima Drummond, Divisão de Formação da DR Saúde, o segundo terá o contributo de Teresa Valadão Vaz, Escola Básica Integrada de Angra; Irene Blayer, Centro de Saúde de Angra; Daniela Sousa, Direcção Regional da Igualdade de Oportunidades; e Isabel Simões, Direcção Regional da Solidariedade e Segurança Social.
Cabe a Sérgio Deodato, presidente do conselho jurisdicional da Ordem dos Enfermeiros, e a Luís Ferreira, Centro de Saúde de Ponta Delgada, darem voz respectivamente à conferência de abertura e de encerramento.
Serão ainda promovidos dois workshops, intitulados “Novas abordagens no tratamento de feridas” e “Tratamento de feridas. Um conceito Inovador”, a realizar dia 20, às 11h00 e às 14h00, respectivamente, seguidos de comunicações livres, a partir das 15h30.
Todo o programa científico e social terá lugar no auditório da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo.
(IN A União)

Universidade com 90 alunos estrangeiros

A Universidade dos Açores conta com cerca de 90 alunos estrangeiros neste ano letivo ao abrigo do programa ERASMUS, disse ontem o coordenador deste programa de mobilidade estudantil na academia açoriana, João Madruga.“Neste ano letivo recebemos perto de 90 alunos ao abrigo do ERASMUS, uns já cá estão desde o primeiro semestre e outros começaram a chegar no segundo semestre, que começou há duas semanas”, afirmou à Lusa João Madruga.Por outro lado, também ao abrigo deste programa de mobilidade de estudantes do ensino superior em países europeus, 46 alunos da academia açoriana foram estudar para o estrangeiro. “É um número inferior ao dos estudantes que vêm para a Universidade dos Açores, mas a adesão tem vindo a aumentar gradualmente”, salientou João Madruga.
(In Diário Insular)

Estudantes gostam de Filosofia e reconhecem a sua importância


O professor baseia-se num estudo da UAç para sustentar que a maioria dos jovens gosta de filosofia.
A filosofia é importante em todas as sociedades que se queiram democráticas e livres. A opinião é defendida pelo professor da Universidade dos Açores Eduardo Oliveira Medeiros, em entrevista ao DI, a propósito da criação do curso de “Filosofia e Cultura Portuguesa” no campus de Angra do Heroísmo da academia açoriana. O curso é lecionado a partir do próximo ano letivo e introduz a área de humanidades em Angra, como há muito vinha sendo reivindicado pelo campus.Eduardo Oliveira Medeiros critica a privação de filosofia nas escolas de ensino profissional, que classifica como um “erro histórico”.O professor acredita, no entanto, que a maior parte dos alunos gosta de filosofia e que reconhece a sua importância.O docente da Universidade dos Açores defende ainda que a Filosofia da Educação deveria ser uma disciplina obrigatória em todos os cursos do ensino superior que qualificam para a docência.
Que importância é que a criação de um curso de filosofia em Angra do Heroísmo tem para o desenvolvimento da sociedade terceirense?A criação de um curso de licenciatura em Filosofia – neste caso, tanto quanto estou informado – de “Filosofia e Cultura Portuguesa” é muito relevante na Sociedade terceirense, do mesmo modo que é noutra ilha ou zona dos Açores e de Portugal no seu conjunto, enquanto partes de um Mundo que se quer sempre mais desenvolvido, culto, democrático e livre. Mas é importante que a Filosofia seja isso mesmo, isto é, que não negue, na prática, a sua própria essência e vocação.
...
ENSINO DA FILOSOFIASente que os jovens têm vindo a perder interesse pela disciplina?Lá diz do ditado: “Ninguém ama o que não conhece”. Se estão a perder o interesse é porque se lhes retira a boa nutrição intelectual e educativa para uma formação pessoal integral e, ao contrário, são-lhes suscitadas competências muitas vezes sem saber o que estas significam fora de um horizonte de saberes, conhecimentos, atitudes e valores.Através de investigação científica de campo, nos Açores, posso sustentar e fundamentar que, na sua maioria, os jovens-alunos gostam de Filosofia e, no último estudo, a maior parte dos inquiridos – num total de 515 respondentes (do 12º ano) e 233 respondentes (do ensino superior universitário) considera que todas as pessoas deveriam ter alguma formação em Filosofia e que a frequência da disciplina no Ensino Secundário foi importante para a sua formação no ensino superior.
Dois ou três anos de ensino de filosofia no secundário são suficientes para desenvolver o incentivo ao pensamento livre dos jovens?Julgo que não, mas depende de muitos fatores e contextos formativos. Depende, por exemplo, do modo como a disciplina é lecionada e do perfil dos professores, bem como das capacidades desenvolvidas também no conjunto das outras disciplinas da Educação de nível secundário. Se os professores desenvolverem práticas pedagógicas e didáticas adequadas, com fundamentos de Filosofia da Educação, os resultados podem ser bem promissores e, a partir daí, a Filosofia poderá ser uma atitude cultural e cívica a cultivar ao longo da vida, a partir das sementes lançadas e bem cultivadas na Educação de nível secundário.
Muitos estudantes ainda têm uma ideia errada sobre o conceito de filosofia e conhecem apenas a vertente de ensino da disciplina no secundário como saída profissional. Em que outras áreas é importante a formação em filosofia?Desde que lecionada sem arrogância intelectual, entendo que a Filosofia pode ser importante em qualquer curso superior e tem efeitos na vida pessoal, cívica e nas diferentes profissões. Além disto, sempre defendi, defendo e defenderei que a Filosofia da Educação deve ser uma disciplina obrigatória em todos os cursos do ensino superior que qualificam para a docência. A Filosofia da Educação é alicerce, pilar e travejamento para verdadeiros processos educativos das pessoas nas dinâmicas da vida.
CurrículoEduardo Oliveira Medeiros é licenciado em História e Filosofia pela Universidade dos Açores. Conta já com quase 25 anos de serviço docente, incluindo a lecionação no Ensino Básico, Secundário e Superior Universitário. É doutorado em Educação, na especialidade de Filosofia da Educação, pela Universidade dos Açores. Autor de diversas publicações na área da educação, tem organizado e participado em vários colóquios, encontros e conferências nacionais e internacionais nas áreas da filosofia da educação, currículo, didáticas e formação de professores.(Os textos desta página foram escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico).
SUBLINHA O PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DOS AÇORES
“Formação técnica só tem relevânciase tiver um sentido humanista”
O ensino na sociedade actual tende a desvalorizar a filosofia e a valorizar áreas técnicas. Concorda?Há, de facto, esta tendência. Mas, pelo contrário, deve haver uma aposta decidida e decisiva na educação integral, num horizonte cultural. Caso contrário, é a deterioração e a decomposição progressivas. Julgo que se irá pagar caro esta fractura e factura no futuro. É preciso um ensino completo e que dê conta da complexidade humana e da diversidade dos saberes. A formação técnica é muito importante mas esta só tem relevância se tiver um sentido humanista de uma educação integral, íntegra e integradora.
O aumento de licenciados em filosofia pode de alguma forma mudar o paradigma do ensino da disciplina no secundário?Pode se eles próprios não quiserem imitar as práticas e requisitos de outras disciplinas. Por exemplo, a ideia de que se valoriza a Filosofia através de um exame externo nacional é uma ideia de que não partilho a não ser, talvez, para os casos em que se justifique a disciplina de Filosofia como requisito para candidatura a um determinado curso. De contrário, a Filosofia deve viver bem com a sua condição de disciplina, desejavelmente obrigatória, sujeita a uma avaliação rigorosa interna. A Filosofia ou descobre a sua vocação pedagógica ou não chega a ser o que deve ser, como disciplina no contexto escolar.
Na ilha Terceira, mais concretamente na Escola Básica e Integrada Tomás de Borba, há um projecto pioneiro que ensina filosofia a crianças a partir dos seis anos de idade. Julga que se seria exequível adaptar este modelo a outras escolas da Região?Desconheço o projecto. Não me pronuncio sobre ele. À parte do projecto, tenho muito receio com experimentalismos. Não se deve brincar às inovações pelas inovações, muito menos em Educação e Filosofia. A Filosofia para crianças é, antes de mais, uma atitude filosófica das crianças. Neste sentido, há muitos anos que é trabalhada no Departamento de Ciências da Educação da Universidade dos Açores, no contexto da disciplina de Filosofia da Educação, na formação de educadores e professores. Sempre fui um defensor da Filosofia mas esta só tem interesse formativo no horizonte da Educação. É nesta abertura que situo a questão. É um tema a amadurecer.

ETAR sem cheiros também tem perigos


O sistema de desodorização instalado na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Angra do Heroísmo é a melhor opção em termos de conforto dos habitantes da zona, mas existem alguns perigos associados.De acordo com o professor da Universidade dos Açores, Félix Rodrigues, embora sejam cenários muito “irrealistas”, é possível a ocorrência de explosões e de fugas de gases perigosos para a saúde humana.“Sem sombra de dúvida que este sistema de desodorização traz muito mais vantagens que riscos, até porque o principal problema associado às ETAR é os maus cheiros”, reforça, avançando, porém, que é necessária uma monitorização cuidadosa.Entre os principais perigos está o risco de explosão. “É algo que pode acontecer quando se dá uma produção anormal de metano. Porém, a explosão é muito concentrada no local. No entanto costumam ser feitas análises regulares e existe um sistema de válvulas que permite controlar a concentração deste gás”, exemplifica.Embora seja um risco mínimo, não é nulo. “Já houve uma explosão na ETAR”, lembra o professor universitário.Quanto a eventuais fugas de gases, o grau de perigo depende do gás em questão. “O metano é tóxico. Se acontecer uma fuga desse gás vai afetar principalmente os trabalhadores da ETAR, porque o metano é mais pesado que o ar”.Outro cenário é o de fuga de ácido sulfídrico. “Este gás é mortal mas as concentrações neste tipo de estrutura costumam ser muito baixas. Só pode matar se a pessoa estiver praticamente com a cabeça enfiada na fonte... Agora, pode aumentar a acidez da atmosfera na zona, por exemplo queimando a relva”.Félix Rodrigues assegura que o sistema adotado é muito melhor em termos de saúde pública do que a emissão de substâncias para o ar sem qualquer tratamento.O investigador tem-se dedicado à temática da ETAR, efetuando “pequenos estudos de medição” no local. “Em relação a todos os gases que medi, estavam dentro dos limites estabelecidos por lei”.
Sem perigoEm causa está um sistema de desodorização que assenta na lavagem química do ar, que é acidificado e depois neutralizado. “Depois desses processos, o gás que sai é inócuo”, assegura o presidente dos Serviços Municipalizados de Angra do Heroísmo (SMAH), Cota Rodrigues.O responsável lembra que este é um sistema muito usado, quer em Portugal como em países como França e Espanha, considerado extremamente seguro. “Muitas ETAR as usam, inclusive algumas situadas dentro de cidades”, adianta.Cota Rodrigues avança que o novo equipamento ainda está em fase de teste, que se prolongará enquanto for considera necessário. “Agora e quando entrarmos em pleno funcionamento a segurança será sempre garantida. Os gases emitidos em nada são tóxicos ou afetam a saúde pública”.O presidente dos SMAH lembra um estudo realizado em colaboração com a secretaria regional do Ambiente, há cerca de dois anos, a partir do qual foi concluído que devia ser seguida esta solução de desodorização.

(in Diário Insular)

sábado, fevereiro 06, 2010

DE ÂMBITO INTERNACIONAL Tecnologias da Saúde em congresso na Terceira


O Congresso Internacional das Ciências e Tecnologias da Saúde (CICTS) – Cooperação e Desenvolvimento na Macaronésia, irá decorrer nos dias 29 e 30 de Abril e 1 de Maio do corrente ano na ilha Terceira.
Trata-se de um encontro cultural, técnico e científico centrado nas Ciências e Tecnologias da Saúde, no plano internacional dos arquipélagos da região da Macaronésia – Açores, Madeira, Cabo Verde e Canárias.
Contando com mais de 80 oradores no total, o programa do evento contempla sessões plenárias, sessões paralelas, simpósios e cursos satélite, bem como a apresentação de posters e comunicações livres, que decorrerão no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo e no Auditório do Ramo Grande.
Dos tópicos gerais que estarão em cima da mesa, destaque para a interdisciplinaridade na promoção e cuidados de saúde; os modelos de formação em saúde; a investigação – contributos para conhecimento em saúde; a internacionalização e mobilidade – cooperação e parcerias; e a regulação profissional, qualidade e inovação em saúde.
Já os simpósios satélite irão abordar a ultrassonografia e o treino neuro-muscular reactivo; a abordagem de cuidados à pessoa com risco de úlceras por pressão; o poder do toque na relação pais-filhos; a avaliação do estado nutricional; e a abordagem à vitima de trauma Bands-Balls-Balance.
Fazem ainda parte dos seminários satélite, temas como a qualidade do Ar Interior e a saúde e envelhecimento.

Inscrições abrem próximo dia 8

As inscrições para participação no CICTS devem ser realizadas on-line a partir da próxima segunda-feira, dia 8 de Fevereiro.
Os cursos são abertos ao exterior e têm inscrições limitadas.
Destinam-se a docentes e estudantes da área da saúde e profissionais de Saúde, com áreas de interesse em Administração hospitalar; Análises Clínicas e Saúde Pública; Anatomia Patológica, Citológica e Tanatológica; Audiologia; Cardiopneumologia; Dietética e Nutrição; Enfermagem; Farmácia; Física Médica; Fisioterapia; Genética; Gerontologia; entre outras.


(in A União)

PARCERIA COM UNIVERSIDADE Green Islands estuda potencial enegético do aterro e da ETAR


Produção de biogás a partir do Aterro Sanitário Intermunicipal e aproveitamento de lamas da Estação de Tratamento de Águas Residuais de Angra para fins agrícolas são dois dos produtos que a autarquia angrense espera obter após um estudo das potencialidades energéticas existentes nas duas unidades de tratamento de resíduos urbanos e industriais.
O Aterro Sanitário Intermunicipal da ilha Terceira e a Estação de Tratamento de Águas Residuais de Angra do Heroísmo (ETAR) vão ser alvo de um estudo para apurar as potencialidades energéticas dos resíduos aí produzidos.
O trabalho surge enquadrado no projecto de investigação “Generating Energy from Municipal and Industrial Liquid and Solid Waste” (produção de energia a partir de resíduos sólidos e líquidos municipais e industriais) do programa Green Islands, orientado pelo MIT – Portugal.
Na prática, caberá à Universidade dos Açores (UA), através do Centro de Biotecnologia dos Açores, e aos Serviços Municipalizados de Angra do Heroísmo (SMAH), pela Divisão de Tratamento e Controlo de Qualidade, a responsabilidade de desenvolverem uma caracterização destas unidades de gestão de resíduos.
O objectivo, referiu ontem, durante a cerimónia de assinatura do protocolo de cooperação, a presidente da autarquia angrense, Andreia Cardoso, é estudar a viabilidade da produção de biogás e do uso de lamas depuradas para fins agrícolas.
Em última análise, explicou Andreia Cardoso pretende-se o “auto-abastecimento” destas unidades de tratamento de resíduos.

Aterro concentrará Grupo Central

Pretende-se, referiu a autarca, apurar as possibilidades de tratamento dos resíduos do Aterro, “o único licenciado nos Açores”, ressalvou, porque este “já não tem capacidade para que se possam abrir novas bolsas”.
Nesse sentido, e em parceria com a Secretaria Regional do Ambiente e Mar, a edilidade angrense está a estruturar a gestão do aterro sanitário terceirense, uma vez que nele serão concentrados os resíduos de todas as ilhas do Grupo Central, disse a presidente da Câmara de Angra.
Na mesa estão ainda em estudo várias hipóteses, que “terão de ser encontrados este ano”, sublinhou Andreia Cardoso, como a incineração, a vermicompostagem ou a liquefação.
Métodos que, consoante os estudos, possibilitarão fontes energéticas alternativas.

(in A União)

Exposição de pintura e desenho de João Pedro Barreiros no Centro Cultural de Angra


Foi inaugurada dia 5 de Fevereiro pelas 19h00, no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, a exposição de pintura e desenho “Retrospectivas” do artista plástico-Biólogo Marinho João Pedro Barreiros.Durante a inauguração o artista explicou que a ideia de realizar esta exposição surgiu do desejo de conjugar várias das suas obras numa só mostra, surgindo assim o título de “Retrospectiva”.Com esta iniciativa da Culturangra, João Pedro Barreiros partilha com o público a sua paixão pelo mar e pelos elementos marinhos.

Félix Rodrigues, da Administração da Culturangra e Universidade dos Açores, considerou importante que neste Ano Internacional da Biodiversidade se procurasse encontrar olhares estéticos sobre a vida no Planeta. Esta exposição, no seu entender, contem a paixão pela vida marinha e pelos elementos marinhos, a que se associa a inequívova vivência humana insular de João Pedro Barreiros.“Retrospectiva” é uma reunião de diversos trabalhos, quer de pintura quer de desenho, que foram criados ao longo dos últimos anos pelo artista e estará patente no Foyer do Centro Cultural e de Congressos até dia 04 de Março.João Pedro Barreiros, natural de Lisboa, mas residente em Angra do Heroísmo desde 1984, desenha desde muito jovem, por influência directa do seu pai, Pedro Barreiros, também ele artista plástico. A temática dos seus trabalhos retrata essencialmente animais ou elementos marinhos.Embora se dedique, também por força da sua profissão (Engenheiro Zootécnico - Professor Auxiliar com Agregação no Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores e Investigador em Biologia Marinha no ImarAçores) à ilustração científica, sendo membro do Guild of Natural Science Illustrators, é na pintura a óleo que mais se sente à vontade e nesta técnica exprime a sua imaginação cromática e expressionista.Encontra-se representado em algumas colecções públicas e privadas, sobretudo em Portugal mas também no Brasil, EUA, França e Noruega, tendo participado com regularidade em exposições individuais e colectivas.“Retrospectiva” estará patente ao público até ao dia 04 de Março, no Foyer do Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo.

(in Azores Digital)

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Pintura a óleo faz “retrospectiva” do percurso artístico de um biólogo


“Retrospectiva” é o título da mais recente mostra de pintura do artista/cientista lisboeta, João Pedro Barreiros. Filho adoptado pelos Açores desde 1984, admite que sente aqui maior abertura do que no continente. É uma mostra de trabalhos de toda a vida. Uma das telas data de 1974, quando tinha apenas dez anos. É um trabalho marcante porque foi feito “na única altura em que vivi longe do mar”. A mil quilómetros, mais precisamente, no interior de Angola. A tela a óleo mais recente data já de 2010. “É como se fosse uma mostra de um percurso por várias técnicas e por vários estilos desde há 35 anos”, resume o pintor cientista. Esta é um conjunto de 20 quadros difíceis de enquadrar sob uma mesma temática ou inspiração. Explica João Pedro Barreiros que, “por ser retrospectiva, esta exposição tem trabalhos em registos completamente diferentes: tem ilustração minuciosa, pintura a óleo expressionista mais abstracta, tem pintura rigorosa, pintura neo-impressionista”.João Pedro Barreiros é, também, um cientista: graduado em Biologia e Ecologia Animal dedica-se à ilustração científica como parte integrante da sua investigação. A ciência e a arte tocam-se constantemente, “mas não são exclusivas”, garante. O pintor afasta a ideia de um atrofio da criatividade pela rigidez do raciocínio científico a que a sua profissão obriga: “nunca senti nenhum conflito entre as várias coisas que faço, antes pelo contrário, são complementos”.

(in Diário Insular)

Curso de filosofia leccionado em Angra


Filosofia e Cultura Portuguesa é o primeiro curso da área de humanidades a ser leccionado no pólo de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores.Após anos de reivindicações, o pólo de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores vai leccionar em 2010/2011 um curso da área de humanidades.O curso de Filosofia e Cultura Portuguesa começa a ser leccionado já no próximo ano lectivo, segundo Carlos Amaral, representante do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais da Universidade dos Açores.As cadeiras já estão definidas, mas por enquanto ainda não se conhecem os professores que irão leccionar. Carlos Amaral revela, ainda assim, que a universidade optou por um “misto de coordenação” de professores do campo de Ponta Delgada da Universidade dos Açores e de professores do ensino secundário da ilha Terceira.Do pólo de Ponta Delgada serão convidados professores do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais da Universidade dos Açores, assim como docentes do Departamento de Línguas e Literaturas Modernas.Quanto aos restantes professores, Carlos Amaral reconhece que tem “colegas de grande mérito no ensino secundário, inclusivamente um que é doutorado”. Resta agora “proceder à identificação dos recursos disponíveis”.“Não será possível seguramente recorrermos a tantos quantos queríamos, mas primeiro temos de identificar as nossas necessidades”, adianta o professor.
Licenciatura e mestradoO curso tem três anos de licenciatura, nos quais o aluno poderá optar entre uma especialização em filosofia ou em cultura.Em seguimento da licenciatura, o aluno poderá fazer um mestrado em filosofia, mas não só. Segundo Carlos Amaral, a licenciatura pode ser complementada com mestrados em quase todas as opções da área das ciências sociais.O ensino não é a única saída profissional do curso, contudo Carlos Amaral salienta a importância da especialidade, “na medida em que na Região se começa a sentir falta de professores de filosofia”. Carlos Amaral sublinha ainda que o curso está disponível não só para alunos que frequentem o ensino secundário, mas também para quem pretende concorrer ao abrigo do sistema para maiores de 23 anos.O curso será dirigido pela professora Magda Carvalho, em Ponta Delgada. Para mais informações os interessados podem contactar a docente através do contacto electrónico (magdac@uac.pt).

(In Diário Insular)

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Recuperação de turfeiras deve ter “papel central”


A recuperação de turfeiras deve assumir um “papel central” na política de conservação da natureza, defende o secretário regional do Ambiente e do Mar, Álamo Meneses.“As zonas húmidas foram as que mais sofreram com a implantação das localidades habitáveis desde o povoamento, havendo agora que recuperar e preservar as que ainda existem porque possuem uma diversidade quantitativa e qualitativa muito grande”, afirmou.O governante falava na sessão de abertura do workshop “Caracterização de Turfeiras e técnicas de restauro”, que decorre até sexta-feira no pólo da Universidade dos Açores (UA) no Pico da Urze, no âmbito da comemoração do Dia Mundial das Zonas Húmidas. Na ocasião, Álamo Meneses prometeu o investimento nas “melhores técnicas e tecnologias conhecidas” com vista ao restauro de turfeiras. “O investimento tem vindo a ser feito nos parques naturais de cada ilha, onde as zonas húmidas se incluem, nomeadamente as doze que estão incluídas na Convenção de Ramsar”, disse.Recorde-se que a questão das turfeiras está na ordem do dia depois da ruptura de água no concelho de Angra, que se verificou no Verão de 2008. Segundo o secretário regional, deverá ir a debate no próximo plenário da Assembleia Legislativa dos Açores o diploma que determina restrições a qualquer investimento na zona da Caldeira Guilherme Moniz ao Pico Alto (entre a Serra do Morião e a Caldeira da Agualva) bem como às alterações de uso do solo, com vista ao início da recuperação do sistema de turfeiras da zona.De acordo com Álamo Meneses as restrições deverão estar em vigor ao longo de perto de dois anos, enquanto “ganha forma” o Parque Natural de Ilha. Depois disso deverá ser encontrada uma maneira de associar actividades como a criação de gado bravo com o processo de renaturalização, de forma sustentada.Quanto às restrições que deverão entrar em vigor na zona da Caldeira Guilherme Moniz ao Pico Alto, Álamo Meneses adiantava a DI, em Novembro de 2009, que para qualquer intervenção ou actividade “será necessária uma autorização dos Serviços do Ambiente, que analisará caso a caso, em função dos objectivos finais, que incidem sobre a conservação daquela zona”. O workshop é organizado pelo Gabinete de Ecologia Vegetal e Aplicada (GEVA) com o apoio da secretaria regional do Ambiente e do Mar. Contou com 80 inscritos e com a presença dos deputados regionais que compõem da comissão responsável por matérias de ambiente.O especialista da UA e responsável pelo GEVA, Eduardo Dias, adiantou também ontem, em declarações aos jornalistas, que o projecto de recuperação do sistema de turfeiras da zona da caldeira Guilherme Moniz é algo a ser encarado a médio/longo prazo.No entanto o investigador está optimista quanto aos resultados. “Já foram feitas experiências pequenas, por exemplo na Lagoa do Negro, na Terceira. No espaço de 40 anos temos zonas totalmente recuperadas. Além disso interessam-nos sobretudo as funções das turfeiras, na regulação dos recursos hídricos ou na biodiversidade, e esses efeitos fazem-se sentir ainda antes da recuperação total”.

(in Diário Insular)

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Ilhas estão mais vulneráveis às alterações climáticas globais


Situações como as vividas na Ribeira Quente ou na Agualva têm, para o investigador Félix Rodrigues, as características dos fenómenos relacionados com as alterações climáticas. Para o professor da UAç por serem ilhas e por estarem no meio do Atlântico, os Açores estão mais vulneráveis

As ilhas estão mais vulneráveis aos efeitos das alterações climática, e os Açores ainda mais pela sua localização na bacia do Atlântico Norte. Félix Rodrigues, da Universidade dos Açores (UAç), explicou à margem das Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental da ASPEA (ver caixa), que, porque as ilhas são espaços reduzidos, "uma diminuição de área (devido à subida do nível médio das águas) é atroz, porque representa em termos percentuais uma grande diminuição de área ocupada", e porque "a maioria das populações localiza-se à beira-mar". Por outro lado, "localizando-se exactamente a meio do Atlântico, na bacia do Atlântico Norte, e havendo uma intensificação das situações ciclónicas, a probabilidade de sermos apanhados por ciclones é cada vez maior", assim como será maior "a probabilidade de aumentar os eventos meteorológicos extremos, nomeadamente de precipitação intensa (com inundações e derrocadas) e de seca no Verão", adianta o investigador da UAç. Na sequência da subida do nível médio das águas, "também aumenta e a distância ao continente e a capacidade de irmos buscar água a outro sítio é de facto reduzida, o quer dizer que nos torna extremamente vulneráveis em termos físicos e em termos económicos", diz ainda Félix Rodrigues. O cenário a que se refere o professor da Universidade dos Açores diz respeito ao futuro, mas segundo Félix Rodrigues, o presente já nos está a oferecer algumas "amostras" das piores previsões dos cientistas. Como faz questão de sublinhar o investigador, apesar de cientificamente ser necessário um estudo estatístico de 30 anos para fazer prova de estamos perante alterações climáticas, situações como as vividas na Ribeira Quente, em São Miguel, ou, mais recentemente, na Agualva, na Terceira,"fazem parte da tipologia de eventos descritos para as alterações climáticas globais". De qualquer forma, afirma o investigador, "as consequências das alterações climáticas já ocorrem. Elas já se estão a intensificar". Mas, aos cientistas não é possível fazer previsões exactas sobre quando os piores cenários se vão fazer sentir. E isso, explica Félix Rodrigues, "deve-se ao facto de não percebermos a taxa de degelo, de não percebermos a uma macro escala o que está efectivamente ocorrer - o sistema é demasiado grande para que o homem consiga introduzir todas as variáveis". No entanto, as previsões são "alarmantes", diz o investigador. Basta dizer que antes previa-se que o mar subisse até ao fim do século 20 a 30 centímetros e este ano já se chegou à conclusão que será no mínimo um metro. Soluções para inverter os piores cenários? "Primeiro, é necessário um debate na sociedade civil", defende Felix Rodrigues. "Há medidas políticas que podem ser implementadas, mas as medidas políticas não são suficientes. É preciso que cada cidadão per si haja no sentido de minimizar as emissões - temos de ser muito racionais", sustenta o investigador. "Tudo o que fazemos tem energia envolvida, e a maioria é energia produzida com combustíveis fósseis" e "o excesso de consumo contribui também para as emissões globais (de CO2)". Logo, defende Felix Rodrigues, "a racionalidade no consumo e nas acções é algo que cada um de nós pode fazer conscientemente sem grande prejuízo daquilo que necessita nos dias de hoje". E lembra o investigador, tem de se agir já. "Está-se a aplicar o princípio da precaução muito lentamente" e, por outro lado, "não estamos a planear para 50 anos". "O nosso sistema político planeia tudo a quatro anos, o que é incompatível com os problemas que resultam das alterações climáticas globais", alerta. Cardigos admite problemas ambientais Na abertura das XVII Jornadas Pedagógicas da Associação Portuguesa da Educação Ambiental, Frederico Cardigos, director regional do Ambiente admitiu que há nos Açores enormes problemas com organismos invasores e sustentou que a gestão dos resíduos ainda não funciona adequadamente, estando o mar das ilhas sobre uma pressão insustentável. Admitiu, também, que há no arquipélago problemas transversais de gestão de água, que vão desde as lagoas até à água para consumo doméstico. Mas, como sublinhou, igualmente, o Governo Regional elaborou já diversas estratégias para, em simultâneo, colmatar os problemas identificados, destacando os planos de combate às invasoras ou da água, ou a classificação de algumas zonas/sítios sensíveis da Região.

Paula Gouveia - Açoriano Oriental)

Preservar turfeiras para evitar catástrofes


A preservação do sistema de turfeiras dos Açores é essencial para evitar catástrofes como derrocadas ou cheias, avisa o especialista Eduardo Dias, da Universidade dos Açores (UA).Eduardo Dias lembra a situação que se verificou nas Flores há perto de uma década, onde, inclusive, foram derrubadas pontes e outras estruturas. Quanto à catástrofe mais presente na memória dos terceirenses, a da Agualva, no final de 2009, o professor da UA avança que existe sempre a possibilidade de ter havido alguma influência da gestão das terras altas mas lembra que tudo indica que o volume de precipitação terá tornado o ocorrido inevitável.De acordo com o investigador da academia açoriana estima-se que as turfeiras ocupem 40 por cento do território dos Açores. Na Terceira dominam a zona central da ilha.Eduardo Dias afirma que, no passado, foram causados danos assinaláveis às turfeiras devido a erros no ordenamento agrário, à medida que a União Europeia incentivava uma agricultura mais intensiva. “Hoje, a forma de pensar está a mudar muito”, lança o especialista.
TurismoMas a preservação das turfeiras não é apenas importante para evitar cheias e derrocadas: Estas têm impacto directo na quantidade e qualidade dos recursos hídricos e algumas das zonas turísticas mais fortes dos Açores, como as Furnas ou as Sete Cidades, estão inseridas em sistemas de turfeiras.Quanto à restauração das turfeiras da zona do Cabrito, importantes para a gestão dos recursos hídricos, avança que a celeridade do processo dependerá sobretudo do investimento que for feito. “É preciso dizer que o mais importante não é a rapidez do processo. É um projecto a médio, longo prazo. Além disso, tudo dependerá do estado de degradação actual, do ponto de partida”, avança.A Universidade dos Açores acolhe de hoje até sexta, no pólo do Pico da Urze, Angra do Heroísmo, um workshop intitulado “Caracterização de Turfeiras e técnicas de restauro”, que decorre no âmbito do Dia Mundial das Zonas Húmidas. A iniciativa é organizada pelo Gabinete de Ecologia Vegetal e Aplicada (GEVA) com o apoio da secretaria regional do Ambiente e do Mar.

(in Diário Insular)