segunda-feira, janeiro 31, 2011

A Política Agrícola em debate na Universidade dos Açores.

No dia 14 de Janeiro de 2011, reuniram-se, em mesa redonda, na Universidade dos Açores, Departamento de Ciências Agrárias, em Angra do Heroísmo, cerca de uma centena de participantes, donde se destacam académicos, quadros do Governo Regional, associações de agricultores, agricultores e alunos.
O objectivo desta mesa redonda, constituída pelos Professores da Universidade dos Açores, Emiliana Silva, José Estevam de Matos, Paulo Borges, Paulo Monjardino e Tomaz Ponce Dentinho, é levar a Bruxelas as reflexões, mobilizadas no Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, sobre a avaliação de impacto da política agrícola comum depois de 2013.
Esta reflexão ganha especial relevo quando se trata da Região Açores, em que a agricultura tem uma enorme importância económica, social e ambiental, e existe incerteza no modo como se irá adaptar a região à abolição das quotas leiteiras, dado que este é um sector chave para o desenvolvimento da região Açores.
Neste momento, a Política Agrícola Comum (PAC) está em discussão em que se prevê uma nova reforma. A Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural da Comissão Europeia, está a promover uma acção que possibilita a inclusão das opiniões das partes interessadas para concluir o estudo e exploração de opções de reforma apresentado na Comunicação "A PAC em 2020: responder aos desafios futuros no território, recursos naturais e de alimentos".
Sendo assim, todos os profissionais (académicos, políticos, agricultores) responsáveis pela competitividade na agricultura, pela gestão e conservação da natureza e pelo desenvolvimento regional sustentável têm uma oportunidade única para reflectir, discutir e influenciar a concepção da nova PAC, dando a sua opinião. Até 25 de Janeiro de 2011 estará aberto o período de consulta.
Nesta mesa redonda pretendeu-se, ainda, responder a várias questões que a Comissão Europeia pretende resolver, tendo em conta a opinião dos agentes locais. As questões foram:
1) Que cenários de política são consistentes com os objectivos da reforma da PAC? Podem ser melhorados e como?
2) Existem outros problemas para além daqueles que foram colocados que mereçam ser analisados quando for definida a arquitectura da PAC depois de 2013? Quais são as causas? Quais são as consequências? Pode ilustrar?
3) Será que a evolução dos instrumentos de política, apresentados nos cenários de política, serve para responder aos problemas colocados? Existem outras alternativas para a evolução dos instrumentos de política ou a criação de novos que possam considerar adequados?
4) Quais são para si os impactos mais significativos dos cenários da reforma e quais as políticas que os influenciam? Quais são os actores que serão particularmente afectados se cada cenário for para a frente?
5) Em que medida o reforço da capacidade do produtor e das relações entre organizações de ramos agrícolas e um melhor acesso a instrumentos de risco ajudará os agricultores em termos de rendimento e estabilidade?
6) Quais serão os benefícios esperados em termos ambientais e de alterações globais que resultam dos pagamentos orientados para o ambiente no primeiro e segundo pilar da CAP?
7) Quais as oportunidades e dificuldades que vêem aparecer do aumento dos pagamentos ao desenvolvimento rural e o reforço de afectação estratégica desses apoios?
8) Quais serão os impactos mais significativos do cenário “não política” na competitividade do sector agrícola, no rendimento agrícola, no ambiente e no equilíbrio territorial e na saúde pública?
9) Que dificuldades encontrarão as opções a ser analisadas se forem implementadas tendo em vista o controle e a efectividade? Quais serão os custos administrativos e ineficiências
10) Que indicadores expressam melhor o progresso de alcançar os objectivos da reforma?
11) Há factores de incerteza que influenciam directamente o impacto dos cenários avaliados?
Embora a maior parte das questões não tenham sido respondidas no momento em que decorria a mesa redonda, ficou o “compromisso” dos presentes o fazerem através correio electrónico.
As ideias que se realça desta mesa redonda são:
ü A PAC do futuro garantirá a segurança do abastecimento alimentar, beneficiará o ambiente, promoverá o desenvolvimento rural e a competitividade do sector agrícola.
ü Os instrumentos de política incidirão sobre: a regularização dos mercados para promover a estabilidade dos rendimentos dos agricultores; os apoios aos agricultores como produtores de bens públicos de base e ambientais e os apoios às zonas rurais mais desfavorecidas, promovendo a diversificação dos territórios rurais.
ü O conflito entre a actividade agrícola e ambiental persiste, ficando-se com a certeza que se os agricultores forem os “guardiões” da natureza, e que isto implique quebras no rendimento, tem de haver mecanismos estatais europeus e/ou nacionais e/ou regionais que os compensem de modo a que a actividade agrícola se apresente como alternativa, ou então, esta mais-valia ambiental ser reflectida nos preços aos consumidores, que terão de ser mais elevados. Ou seja, o agricultor que contribua para a maior preservação ambiental poderá auferir maiores ajudas que compensem o seu rendimento.
ü São considerados 3 cenários para o futuro da PAC, baseados sempre na existência de dois pilares:
1) Manter o Status Quo, ou seja, dar continuidade à actual PAC eventualmente introduzindo maior equilíbrio na distribuição das ajudas directas;
2) Uma reforma mais equilibrada, mais centrada e mais sustentável, o que significará a revisão da PAC de forma a tornar esta mais sustentável, mais equilibrada entre os diferentes objectivos, mais eficiente e mais compreensível para os cidadãos europeus.
3) Eliminação dos apoios ao rendimento e das medidas de mercado e colocar a PAC a concentrar-se totalmente sobre os desafios climáticos e ambientais.
ü Outro aspecto que originou um interessante debate foram as ajudas do POSEI e a transferências de algumas ajudas do segundo Pilar da PAC, passaram a ser “pagas” pelo POSEI, em que este programa permite à Região uma maior flexibilização e ajuste as políticas à especificidade açoriana. Neste ponto, defendeu-se que o POSEI poderia ser supletivo e não substitutivo da PAC. De qualquer forma, o controlo pormenorizado da PAC, feito pela Comissão evita o “duplo” financiamento da PAC.
ü A globalização da economia, outra preocupação manifestada, e as negociações decorrentes no âmbito da OCM, Organização Mundial do Comércio, influencia as políticas europeias, e consequentemente, as nacionais e as regionais. O que sucede, e foi preocupação sentida nesta reunião, é que a União Europeia é muito exigente nas questões de rastreabilidade, bem-estar animal, ambiental, de higiene e segurança alimentar e do trabalho nos 27 Estados-Membros Europeus, mas no que refere aos outros países com que negoceia, e com raras excepções, não tem estes elevados graus de exigências e, como tal, os outros países não europeus podem apresentar produtos com preços mais competitivos, criando uma desigualdade e injustiça entre os produtores europeus e o demais.
ü Uma ideia, também presente neste debate, foi a incerteza que caracteriza esta nova PAC, e também referida pelo grupo de peritos em 2010, no documento “ Agricultura Portuguesa e o futuro pós-PAC”. Ou seja, incerteza sobre a diminuição ou não do orçamento agrícola da União Europeia; sobre a co-existência dos dois pilares da PAC; das negociações a nível mundial (Ronda de Doha); a substituição das ajudas directas; que outros tipos de ajudas existirão, entre outras.
ü Em termos de conclusão, espero que os participantes nesta mesa redonda contribuam com as suas opiniões e que estas sejam consideradas pelos que tem o poder de decisão na União Europeia.

Para mais informações pode consultar o site http://ec.europa.eu/agriculture/cap-post-2013/consultation/index_en.htm .


Promotores do evento
Emiliana Silva e Tomaz Dentinho
Professores da Universidade dos Açores

(in Jornal Terra Nostra"

domingo, janeiro 30, 2011

Acima das Nuvens

A instalação da estação experimental de monitorização da atmosfera na montanha do Pico arrancou em julho de 2001. Um avião da força aérea americana atravessou o oceano, vindo dos Estados Unidos da América, carregado de equipamento para ser colocado no local. O projeto começou com um desafio colocado pela Universidade Tecnológica de Michigan, na pessoa do professor Richard Honrath, à Universidade dos Açores. Este terminava em 2003, mas o interesse dos dados recolhidos tem levado a que a estação funcione até hoje.
O potencial do topo da montanha do Pico para instalar uma estação global de monitorização dos fenómenos da atmosfera no Atlântico, cada vez mais importantes numa altura em que as alterações climáticas estão no centro das atenções, foi o tema da oração de sapiência proferida pelo professor Paulo Fialho, na cerimónia de comemoração dos 35 anos da Universidade dos Açores. Alguns dias mais tarde, recebe-nos no seu gabinete no edifício interdepartamental, a meio de um corredor pintado de laranja vivo. "Numa altura em que se fala de excelência, este é um campo de excelência da Região no panorama internacional", começa por dizer, sem qualquer sinal de dúvida a esse respeito.
Quanto ao que de facto está em causa, explica: "Estamos a falar em tudo o que tenha a ver com a informação necessária ao incremento do conhecimento científico que pode permitir a melhoria de tudo o que são modelos de previsão, que depois mais tarde podem ser aplicados em termos de socorro às comunidades".
Em causa está medir o pulso à química e a física da atmosfera. "Hoje em dia fala-se muito de mudanças globais em termos atmosféricos, que se verificam, mas essas mudanças só podem ser estudadas se tivermos um conhecimento sobre a química do que se está a passar e de como esses fenómenos interferem em termos de comportamento físico da atmosfera", afirma.
E não se pense que se está a falar da tradicional meteorologia. "A meteorologia, do ponto de vista tradicional, foca-se essencialmente na vertente física. O grande desafio que se coloca é o estudo da componente química, pois é ela a responsável pelas alterações de todos os equilíbrios. Concretamente, refiro-me às reações que ocorrem, como a questão do buraco do ozono. Já há, inclusivamente, um prémio Nobel que identificou essa situação, que propôs o mecanismo que estava ocorrer e as medidas mitigadoras que podiam ser tomadas, porque houve um acréscimo de conhecimento. A comunidade científica sabe que é importante fazer estas medições. Se não tivermos essas medidas nada adianta, porque as teorias ainda estão num estado muito primário. O nosso conhecimento ainda é muito rudimentar e se não existir informação experimental, dificilmente se pode prever o que vai acontecer", alerta.


Região limpa
Os Açores estão situados no centro do oceano Atlântico. Na ilha do Pico, a mais alta montanha de Portugal oferece uma plataforma ideal para olhar a atmosfera. Duas razões fazem com que este seja um cenário irrepetível no globo: A altitude permite medições regulares acima das nuvens e a pureza do meio ambiente evita o ruído e a contaminação provocado pelo volume de poluição verificado noutros locais.
Uma estação de monitorização para o Atlântico poderia ler os fenómenos sobretudo do continente americano, mas também do europeu e africano.
Segundo o professor da Universidade dos Açores e responsável na Região pelo projeto experimental no Pico, no mundo existe apenas uma estação com estas características, uma plataforma situada em altitude acima dos 1500 metros. "É a de Mauna Loa, no Pacífico, detida pelos norte-americanos. Os Açores têm o que chamamos o 'porta-aviões' no meio do atlântico, nove pedacinhos de terra no meio do Atlântico, que tem a sorte de ter a uma montanha com uma plataforma que se encontra acima, com uma certa prevalência, das nuvens, e portanto, da chamada zona de inversão. Não é por qualquer razão que os americanos já há muito tempo viram isto, bem como o príncipe do Mónaco, em finais do século XIX, que tinha ideia de que era importante colocar ali uma estação meteorológica. Hoje temos a tecnologia para poder chegar lá", reflete Paulo Fialho.
Nesta altura, o que existe na montanha do Pico é um módulo experimental hermético termostatizado. Depois, há equipamentos lá colocados que têm sondas para o exterior que puxam ar e fazem as medições. Governo Regional, Instituto de Meteorologia e Força Aérea Portuguesa têm sido parceiros do projeto em torno da estação que é agora propriedade da Universidade dos Açores. Mantém-se a colaboração com investigadores norte-americanos, que não assume, por agora, contornos oficiais.
De acordo com Paulo Fialho, o equipamento experimental faz medições de superfície, ou seja, do ar que se encontra naquela altitude. "Há estações que fazem medição da radiação do sol que chega ao solo, mas aí já estamos a falar de medidas de coluna vertical. Se tivéssemos outros equipamentos podíamos fazer o perfil vertical, saber como determinadas espécies de concentrações variam ao longo da altitude. Isso é feito, nalguma medida, em termos das rádio sondas de temperatura, pressão, direção e velocidade do vento, pela Força Aérea Portuguesa, na Base das Lajes. Poder-se-á, também usando ozono sondas, fazer o perfil vertical do ozono, mas já estamos a falar de uma situação muito mais cara", adianta.
Quanto aos dados que têm sido recolhidos até agora, Paulo Fialho releva a sua importância. "Estes dados, que já deram origem a várias publicações, permitem estabelecer relações entre a variabilidade do ozono e do monóxido de carbono, por exemplo. O monóxido de carbono é um traçador dos processos de combustão e, portanto, dá-nos essa relação de química de proporcionalidade entre as fontes emissoras e o que acontece em relação às longas distâncias. São questão mais técnicas, que permitem depois introduzir nos modelos, em termos da matemática, como é que estes compostos se interrelacionam".
Além disso, são estudadas as relações com os óxidos de azoto. As medições dos níveis de aerosol carbonoso já estão quase a completar uma década de duração. "São parâmetros que caracterizam estes elementos e a sua variabilidade. Por exemplo, quando há emissões dos fogos na zona do Atlântico Norte, do Alasca, no verão, vemos aqui o aumento da intensidade desses sinais, que são reflexo da propagação das emissões nessa área", exemplifica. "Qualquer emissão que seja feita, essencialmente a nível do continente americano, ou do africano ou mesmo da Europa, dependendo da situação atmosférica, conseguimos ver o incremento face ao que é a situação de fundo, a situação 'normal', estável", acrescenta.
Mas a ausência de grandes indústrias e consequente a pureza do ambiente açoriano não permite apenas medições em zonas de altitude, defende o especialista. "A nível da superfície há muitas coisas que se podem fazer. A camada marítima, aquela que está a mais baixa altitude, permite fazer a caracterização do fundo marítimo, que é importantíssimo para os modelos porque nos permite ter um ponto de referência. Se esse ponto de referência não existir, não sabemos quais são os impactos das alterações. Para saber um impacto, tenho de saber como é que era", esclarece.
"Isto que está feito é meramente um projeto experimental, para mostrar que é possível e que existe um valor na informação que se pode lá recolher. Agora, o grande desafio, que se pode materializar numa estação da rede internacional, é conseguirmos passar à fase seguinte. É claro que não estamos se calhar na melhor das alturas, porque atravessamos uma crise, mas é uma questão de estratégia", conclui.

O que podia existir
Não é preciso pensarmos numa estação gigantesca, repleta de investigadores. Não é isso que é necessário, garante Paulo Fialho, para aproveitar o potencial do Pico no estudo dos fenómenos atmosféricos. "Naquela altitude estamos a falar de algo que não necessita de ser grande, não tem, nem interessa que tenha, pessoas. Tem de ter, isso sim, os recursos de energia suficientes para termos um conjunto de instalações colocadas e condições de acesso fácil para dar um apoio mínimo quando é necessário. Se for preciso fazer uma missão de mais de um dia, também é preciso ter o espaço para dar apoio a um ou dois investigadores...".
Para o projeto avançar é preciso o apoio de vários parceiros. "Alertei para quatro entidades nesta altura que poderiam dar o arranque: Governo Regional, Instituto de Meteorologia, Universidade dos Açores e Força Aérea Portuguesa, atendendo às especificidades do terreno. Quanto aos Estados Unidos, têm sido um parceiro natural, que tem puxado por Portugal para este tomar a liderança. Se repararmos, os americanos, de um modo, geral, há muito tempo que perceberam o potencial desta zona. Temos de estar atentos, mostrar que somos capazes e encontrarmos parceiros nas universidades portuguesas, etc. Penso que devemos ser nós a tomar a dianteira".
Atualmente, os dados que podem ser recolhidos no Pico continuam a despertar a atenção da comunidade internacional. "Temos várias solicitações. Este projeto foi experimental, para durar entre 2001 e 2003. Quando chegou ao final de 2003, a qualidade da informação foi de tal ordem, que, com parcerias portuguesas e americanas, foram feitos investimentos para manter o sistema a funcionar. Temos, inclusivamente, do lado americano, o pedido de começarmos, entre 2011 a 2015, a fazer um projeto financiado por eles, só para caracterizarmos a componente de aerossóis, que é uma área muito interessante", diz. Deve arrancar este ano também uma colaboração com os ingleses, no âmbito do projeto BORTAS (Quantifying the impact of Boreal forest fires on Tropospheric oxidants over the Atlantic using Aircraft and Satellites).
Por agora, Paulo Fialho lembra a principal vitória. "Em termos de logística uma operação destas é extremamente complicada. Havia grandes resistências na comunidade científica internacional, em relação à capacidade de coordenação portuguesa. Foi aí que marcámos a diferença. Porque conseguimos, demonstrámos que era possível". Agora falta o próximo passo.

(IN DI-Revista)


Museu Aberto / Disco Rigido Amovivel


Disco Rigido Amovivel, RLO1K-DC ESTADOS UNIDOS DA AMERICA, Séc. XX (c. 1980), Plastico e metal, 38,3X6,2 cm, 3,4 Kg. MAH R.2009.749
A necessidade de armazenar informação foi, desde sempre, uma das grandes preocupações do ser humano a que a tecnologia informática veio dar resposta. Partilhando funções que hoje conhecemos na disquete e na “pen”, este disco rígido, apesar do seu peso e dimensão consideráveis, tinha apenas uma capacidade de armazenamento de 5 Mbs e uma velocidade máxima de 2.500 rotações por minuto.
Destinado a um computador tipo servidor central, foi lançado no mercado pela digital equipment Corporation, EUA, entre 1980/81. Integra a Colecção de Ciência e técnica do Museu de Angra do Heroísmo, tendo sido doado pelo Professor doutor Félix rodrigues.
In DI/Revista

Dia Mundial das Zonas Húmidas assinalado da Praia da Vitória

Para assinalar o Dia Mundial das Zonas Húmidas, a 01 de fevereiro, a Câmara Municipal da Praia da Vitória organiza um debate sobre os desafios na gestão de áreas naturais que terá lugar na Academia da Juventude e das Artes.
O encontro irá reunir vários académicos, representantes governamentais e cientistas para troca de impressões e conhecimentos relativamente a esta problemática.
O seminário contará com palestras como o "Ponto Focal da Convenção de Ramsar na Região Autónoma dos Açores", pelo professor João Porteiro, da Universidade dos Açores ou mesmo "Florestas e Zonas Húmidas, mosaico ou contínuo? O que nos dizem os artrópodes", com o professor Paulo Borges, da Universidade dos Açores.
"Zonas Húmidas e Observação de Aves" é também o tema de uma das palestras que terá como orador Staffan Rodebrand, da Birdingazores.
Os participantes terão também a oportunidade de ouvir informações originadas na avaliação do impacto ambiental do Parque de Combustíveis do Cabo da Praia, que serão apresentadas por um representante da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar.
Marco Lopes, do Grupo Bensaúde, também estará presente neste encontro para falar da "Monitorização e Recuperação do Paul da Pedreira do Cabo da Praia".
O debate sobre zonas húmidas e áreas naturais será encerrado por Álamo Meneses, secretário regional do Ambiente e do Mar.
In Diario Insular

domingo, janeiro 23, 2011

Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus 2010

O Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus de Poesia 2010 anuncia os vencedores do concurso:Lista por Poema – Autor – Cidade1º: Pálidos Mistérios – Grigório Rocha (Salvador-BA)2°: Finados – André Sesti Diefenbach (Porto Alegre-RS)3°: Ambiguidade – Dina P. Pereira da Costa (Aveiro, Portugal)4°: Partes deste Amor – Antonio Almeida (Rio de Janeiro-RJ)5°: Enigma – Renata Paccola (São Paulo-SP)6°: Café – Ari Lins Pedrosa (Maceió-AL)7°: Lama – Renata Rimet (Salvador-BA)8°: Viagem – Yao Jingming (Macau, China)9°: Barganha – Tatiana Alves (Rio de Janeiro-RJ)10°: Poema Xipófago – Gêmeo – Hélio José Destro (São Paulo-SP)Menções Honrosas:Ramagem – Amélia Marcionila Raposo da Luz (Pirapetinga-MG)Para escrever um poema imperfeito - André Caldas (Rio de Janeiro–RJ)Dualismo – Augusto Cesar Ribeiro Rocha (São Luís-MA)Vem sem música… – David Erlich (Lisboa, Portugal)N’outra margem – Diogo Cantante (Aveiro, Portugal)Poema Andrógino – Flávio Lanzarini (Rio de Janeiro-RJ)Ária da chuva – Helena Barbagelata (Almada, Portugal)Mulher poema – João Gomes de Almeida (Lisboa, Portugal)Regressar de novo – João José Ferreira ((Inglaterra)Distância – Marcos Antônio Maués Vitelli (Marajó-PA)Lista de poemas selecionados que serão publicados no livro.POESIA – POETA – CIDADEPalavras - Abraão Leite Sampaio (Governador Valadares-MG)Não quero ter corpo – Adriana Aparecida de Oliveira Pavani (Barra Bonita-SP)Vida… - Agostinha Monteiro (Vila Nova Gaia, Portugal)Criança – Alessandro Guiniki Barbosa (Cravinhos–SP)Deixem que eu decida – Alessandro Uccello (Brasília-DF)Redonda e empinada - Allan Mauricio Sanches Baptista de Alvarenga (Caraguatatuba-SP)Ramagem – Amélia Marcionila Raposo da Luz (Pirapetinga-MG)Seja doce – Ana Isabel Damiani Mauerberg (Americana-SP)Borboleta! – Ana Janete Pedri (Jaraguá do Sul-SC)Cruzadas – Ana Paula Assaí Camapum (São Luís-MA)Para escrever um poema imperfeito - André Caldas (Rio de Janeiro–RJ)Saudade III - André Moreira Cerqueira (Maia, Portugal)Finados – André Sesti Diefenbach (Santa Maria-RS)Taças quebradas – André Telucazu Kondo (Jundiaí-SP)Com moderação – Andressa Pokety (São Miguel Paulista-SP)Mostruário – Angela NadjaBerg Ceschim Oiticica (Maceió-AL)Pela Paz - Angela Togeiro (Belo Horizonte-MG)(Des) ilusão – Anna Maria Avelino Ayres (Poços de Caldas–MG)Herói do Brasil (Lampião) – Anthony Mohammad (São Paulo-SP)Gritando por socorro – Antonio Carlos Altheman (Monte Alegre do Sul-SP)Partes deste amor – Antonio Carlos dos Santos de Almeida (Valparaiso-GO)Cumplicidade – Antônio Ivan Rodrigues Barreto (São Gonçalo–RJ)Noite de luar - António José Barradas Barroso (Parede, Portugal)Chamo-te Pequena – António Orta (Faro, Portugal)A emoção – Arai Terezinha Borges dos Santos (Campo Largo-PR)Café – Ari Lins Pedrosa (Maceió-AL)Do outro lado – Asdrúbal Jacinto Correia Vieira (Kárra - Sweden)Abundantemente - Atanágoras Smetana Fernandes Sena (São Paulo-SP)Dualismo – Augusto Cesar Ribeiro Rocha (São Luís-MA)Coração Materno – Barata Cichetto (São Paulo-SP)Poema da noite – Benedito Carceles Tavares (Mogi das Cruzes-SP)Lua-de-melancolia – Bernardo Santos (Cristais-MG)Jornalismo com poesia – Bethânia Silva Santana (Sacramento-MG)Não há flores – Bruno Fernandes de Lima (Olinda-PE)Tudo Pode - Carlos Eduardo Trindade de Mendonça (Rio de Janeiro-RJ)Epifania – Carlos Henrique Batista da Costa (Palmela, Portugal)A última lágrima – Carlos Henrique Oliveira da Costa (Recife-PE)Luandando – Carlos Roberto Ferriani (Ribeirão Preto-SP)Liberdade – Carlos Roberto Pina de Carvalho (São Paulo-SP)Capacidade – Carlos Theobaldo (Rio de Janeiro-RJ)Há – Carolina Aparecida Vargas Hanke – (São Paulo-SP)Obscura – Cassiana Barros da Silva (Araguaína-TO)Piedade - Claiton Scherer (Blumenau-SC)Folhas secas – Cláudio de Almeida Hermínio (Belo Horizonte-MG)Soneto da superação – Cleber Antonello (São Paulo-SP)Poesia no jardim – Conceição M. Esch (Rio de Janeiro-RJ)Prazeres da vida – Crislaine Neves da Silva (Nilópolis-RJ)Ideia - Daniel Pedrosa da Silva (Leiria, Portugal)Dueto Urbano – Daniela Damaris Neu (Porto Alegre-RS)Amor – Daniele Helena Bonfim (Passos-MG)Por um ritmo mais quente – Danielle Trindade Machado (Rio de Janeiro-RJ)Terra prometida - Danielli Rodrigues Violante (Londrina–PR)Dia-a-dialética - David Alves Gomes (Salvador-BA)vem sem música,... – David Erlich (Lisboa, Portugal)Sabor de vida – Delair Urias Coelho (Campo Grande-MS)Nada importa – Denize Vieira Mota (Rio de Janeiro-RJ)Lá No Meu Goiás – Dhiogo José Caetano (Uruana-GO)Reverência – Dilma Barrozo Ribeiro Lopes (Rio de Janeiro-RJ)Ambiguidade - Dina Paula Pereira da Costa (Norfolk, Inglaterra)N´outra margem – Diogo Cantante (Ílhavo, Portugal)Quebra-cabeça – Domingas Cesário Alvim (Petrópolis–RJ)Um simples verso – Domingos Alberto Richieri Nuvolari (Osasco–SP)O teu silêncio – Ed Carlos Alves de Santana (Alagoinhas-BA)Luz em nossos caminhos – Ed Ribeiro (Salvador-BA)Ousadia – Eder Ramos Bruckchen (Canoas–RS)Os olhares – Edna das Dores de Oliveira Coimbra (Rio de Janeiro-RJ)Vida – Edson Izidio Pereira da Silva (Goiânia–GO)Teus passos - Elaine Carelli (São Caetano do Sul-SP)Algumas folhas - Elisabete Pereira Lopes (Porto Alegre-RS)Estelionatários da verdade - Eloisa Menezes Pereira (Porto Alegre-RS)Acontece - Elza Guerra Alemán (Embu-SP)Atração fatal - Eulália Cristina Costa e Costa (São Luís-MA)Passageiro - Eva Melo Portilho (Dom Pedrito-RS)Detesto rótulos e títulos – Fabiana de Almeida Garcia (São Paulo-SP)Sonhos de Infância - Fabiane Ribeiro Costa Silva (Mogi Mirim-SP)Endereço certo - Fabio Daflon (Camburi-ES)Fabiografia II - Fábio Henrique Pupo (Ponta Grossa-PR)Chamada - Fábio Roberto Lucas (São Paulo-SP)Maria merecia? - Fátima Soares Rodrigues (Belo Horizonte-MG)Tema e Variações em Forma Cíclica – Felipe Cattapan (Rueschlikon, Suíça)Vivi - Félix Rodrigues (Açores, Portugal)Tempo – Fernando de Sousa Pereira (Ribeirão, Portugal)A Dor de Sentir - Fernando Miguel Marques Silva (Matosinhos,Portugal)Poema Andrógino - Flavio Augusto Lanzarini de Carvalho (Rio de Janeiro-RJ)Vida! – Gérson Lima do Prado (Salvador-BA)Colheita - Gilberto José de Oliveira (São Paulo-SP )É o meu caminho? - Gilberto Peter Caramão (São Sapé-RS)Eternamente e Distração – Gilson Médice Ferreira (São Paulo/SP)Flores de inverno cismam - Glaubber Silva Lauria (Barra do Garças-MT)Pálidos mistérios - Grigório Rocha (Salvador-BA)Nem rezo - Gustavo Amador Gonçalves (Divino-MG)Olhos Quebrados – Gutox Elros Anárion (Feira de Santana-BA)Instante - Haryson Alexandre de Souza Rocha (Belo Horizonte–MG)Altas horas - Heitor Trindade da Silva (Salvador-BA)Vento no ônibus - Helder Alexandre Medeiros de Macedo (Carnaúba dos Dantas-RN)Dias de Chuva - Helen Cristina de Azevedo Thomaz (Porto Alegre-RS)Ária da chuva – Helena Barbagelata (Almada, Portugal)Xipófago - Gêmeos – Hélio José Destro (São Paulo-SP)Água do rio - Henrique Cananosque Neto (Lins-SP)Propagador da linguagem poética - Heriomilton Benício de Luna (Fortaleza-CE)A pequena amena - Hernany Luiz Tafuri Ferreira Júnior (Juiz de Fora-MG)O lado escuro da fala - Hudson Reginaldo dos Santos (Diadema-SP)Poeta do Amor - Idelma Santanna (Brasília-DF)Falta-me - Isaac Nogueira de Almeida (Iguatu-CE)Ilhas - Isabel Florinda Furini (Curitiba-PR)Se me amas, descobre um sorriso... - Isabel Maria Pereira Craveiro (Figueira da FozPortugal)Os dias - Jandira Zanchi (Curitiba-PR)mulher poema - João Gomes de Almeida (Lisboa, Portugal)Regressar de novo - João José Ferreira (Norfolk, Inglaterra)A luz fina do mundo - João Madureira (Chaves, Portugal)Diário - João Paulo Medina da Silva (Figueira da Foz, Portugal)A mente segue eternamente – Jobson Santana (Salvador-BA)Tenor - Joel Almeida (Curitiba-PR )Caminho das Pedras - Joel Medeiros da Silva (Guarujá-SP)Do amor - Jopel (Recife-PE)Corpo - Jorge Paulo (Odivelas, Portugal)Conversas sobre Vulcano - Josafá Paulino de Lima (Campina Grande-PB)Poema d’uma rosa - José de Ribamar Alves dos Santos (Gurupi-GO)Roubaram-me a Poesia - José Luciano Monteiro Pires (São Gonçalo Amarante, Portugal)Voz do ceticismo - José Luiz da Luz (Ponta Grossa-PR)Ser materno - José Reinaldo Felipe Martins Filho (São Luis de Montes Belos-GO)Janela Azul - Julianne Agge Auffinger (Almirante Tamandaré-PR)Sopro da manhã - Jussara Athayde Albertão (Presidente Prudente-SP)Faiscar para que as penas nasçam - Karin Spekman Andrade (Itaúna–MG)Eu sei que vi - Karla de Oliveira Prado (Campinas–SP)Pedi - Karla Geane da Silva Batista (Extrema-MG)O doente - Katia Karen Bergamini de Queiroz (São Paulo-SP)Alma - Kelly Priscila Franzoni (Florianópolis-SC)Prazo de validade – Krol Rice (Arez-RN)Poema para uma colegial - Laérson Quaresma de Moraes (Campinas-SP )Parte do que sinto – Leandro R. Pinheiro (Porto Alegre-RS)Retalhos - Leandro Silva Paiva (Varginha-MG)Refletindo - Lénia Aguiar (Açores, Portugal)Amor -Leonardo Barbosa da Silva (São Paulo-SP)Cama de pregos - Leonardo Rander Assé Junior (Belo Horizonte–MG)Meu Querubim - Letticia Cecy Correia (Paranaguá-PR)Minha vida - Lívia Pâmela Torres da Costa (Londrina-PR)Letra e melodia – Lorena Neves da Silva (Feira de Santana-BA)Soneto perpétuo - Lourdes Neves Cúrcio (Barra Mansa-RJ)Noite - Luana Marques (Limoeiro-PE)Carta ao Pai - Lucas Carneiro de Lima e Silva (Salvador-BA)As Belezas – Lúcia Grespan Rocha (Barretos-SP)Ilusão - Luciano Jean Esposto (Presidente Venceslau-SP)Causa - Lúcio Flávio Barbosa da Silva Pessôa (Igarassu–PE)Coisas da alma – Luís Valente (Porto – Portugal)Correnteza - Luiz Donizetti Sales (Diadema-SP)Tic-tac - Luiz Ricardo Rech (Guarapuava-PR)O Velho Sentado - Marcelo de Oliveira Souza (Salvador-BA)Fragmentos - Marco Aurélio de Oliveira Almeida (Itapeva-SP)Distância – Marcos Antônio Maués Vitelli (Marajó-PA)Preceitos e vida - Marcos Lima Duarte (Itarumã-GO)Paixão - Maria A. S. Coquemala (Itararé-SP)Você pode - Maria Angela Manzi da Silva (Campinas-SP)Reflexo do samba - Maria Fernanda Perri Gurgel (São Paulo-SP)Nos meus olhos de musgo - Maria Fernanda Reis Esteves (Setúbal, Portugal)Colibri - Maria Luiza Rosa Caramurú (Belo Horizonte-MG)Alma de poeta - Maria Manuela Vieira de Matos (Vila Nova da Gaia, Portugal)Relâmpagos - Marialzina Perestrello (Rio de Janeiro-RJ)Alguma/Nenhuma mulher - Mariana Carlos Maria Neto (Indaiatuba-SP)Miséria Intelectual - Marina Fernanda Veiga dos Santos de Farias (São Luís-MA)Conversa Madrugada – Mario Manhães Mosso (Rio de Janeiro–RJ )Minha namorada - Mario Rebelo de Rezende (Rio Comprido–RJ)Tardes nuas - Marisa Cardoso Piedras (Porto Alegre-RS)Tempo Amigo - Marne de Oliveira Pimentel (Natal-RN)Ócio produtivo (e atrapalhado...) – Melissa Lucchi (São José dos Campos-SP)Indiscreta - Méri Laus Angelo Medeiros (Tubarão-SC)Andarilho - Michelle Trevisani (Americana–SP)Vida - Miguel Alexandre Correia Pereira (Espinho, Portugal)Hera Poesia (aos cinquenta fui soneto) - Milton Neto da Vera Cruz (Mem Martins, Portugal)Murmura uma estrela – Mônica Filomena Mendes Batista (São Vicente-SP)Chora, chora sociedade! - Nelmara Cosmo (Iguaba Grande-RJ)Estrangeiro - Neusa Ariana Soares Veloso (Villeurbanne, France)Talvez - Nicholas Merlone (São Paulo-SP)Minha pequena morte – Nicolina Maria Arantes Botelho (Ubá-MG)O poeta e as palavras – Nildes Trigueiros Rodrigues (Salvador-BA )Verão - Noé Martins de Oliveira Alves (Porto, Portugal)Recado para meu amor - Nuno Alexandre dos Santos Sousa (Vila Nova de Gaia,Portugal)Arquiteto - Odeon Alves de Almeida (Feira de Santana–BA)Quem pode saber? - Odyla Paiva (Rio de Janeiro–RJ)Vida enc(h)ilada - Paula Cristina Fraga Alves (Amadora, Portugal)Mulher do Pescador - Paulo Eduardo Mauá (Santos–SP)Soneto em trovas às lágrimas do retirante nordestino - Paulo Roberto de Oliveira Caruso (Rio de Janeiro-RJ)Do amor - Paulo Vitor Barbosa dos Santos (Maceió-AL)Falência - Pedro Felipe de Oliveira (Caconde-SP)Beleza - Rafaela Beatriz Dias Ferreira (Pirapozinho-SP)Quando apareces, meu amor – Rafaela Damasceno (Belo Horizonte-MG)É (s) - Regina Coutinho (Espírito Santo do Pinhal-SP)Busca - Regina de Almeida Jesus (Salvador–BA)Elo primaveril - Reginaldo Afonso Bobato (Curitiba-PR)Roda-gigante - Reginaldo Costa de Albuquerque (Campo Grande-MS)Um Príncipe Encantado - Reinaldo Lamenza (Teresópolis-RJ)Enigma – Renata Paccola (São Paulo-SP)Por que choras? - Renata Patrícia Fonseca (Goiania-GO)Lama – Renata Rimet (Salvador-BA)O dedilhar do enigma - Ricardo Gil Soeiro (Lisboa, Portugal)Existe sol - Rita Maria Fernandes Freitas (Funchal, Portugal)O sonhador - Ritamar Invernizzi (Bento Gonçalves-RS)Em torno da ponte - Roberto Corrêa da Silva (Pedro Leopoldo-MG)Quando errar é desumano - Robervânio Luciano (Belo Jardim-PE)Prazerosa dor - Robson Brito (Embu–SP)A Vontade das Criaturas... - Ronaldo Campello (Pedro Osório-RS)Irresistível atração - Rosana Aparecida da Nóbrega (São Paulo-SP)Devoção à leitura - Rossandro da Silva Laurindo (São Paulo-SP)Sabugueiro - Rui Pedro Pinheiro (Guimarães, Portugal)Contraste - Ruth Ribeiro Dantas Fagundes dos Santos (Ipupiara–BA)Auto-retrato - Samuel Pedro Figueiredo Pimenta (Alcanhões, Portugal)“Romeu e Julieta” – Samuel Souza Lima (Nilópolis-RJ)Enluarada - Sandra Maria de Jesus de Lima e Silva (Belém-PA)Mostre sua cara – Sandra Taís Amorim (Blumenau-SC)Meu fantasma - Sanio Morgado (Lisboa, Portugal)O Vazio - Sara Petrucci (Lisboa, Portugal)Dentro de tuas gavetas - Sheilla Liz Cecconello (Curitiba-PR)Amor – Sheyla de Souza Bitencourt (Sangão–SC)Versos de Paixão - Silvio Parise (New Jersey, USA)O perdão - Simone Aguiar de Souza (Londrina-PR)A natureza - Soraya Rachel Pereira (Joinville-SC)Fria Noite - Taiane Caroline Cruz (Simões Filho-BA)Reviver - Tammara Aparecida da Cruz (Praia Grande-SP)Tenta disfarçar - Tânia Regina da Silva Guimarães (Porto Alegre-RS)Barganha - Tatiana Alves (Rio de Janeiro–RJ)Cupido - Tatiana Druck (Porto Alegre-RS)Mão – Thomaz Meanda (São Paulo-SP)Sereia - Tiago Butarelli Lima (Campo Grande-MS)Fogo-Fátuo - Tiago Gonçalo Cristóvão Carvalho (Malveira, Portugal)A Lua e O Mar - Tibor Elias Szabó Iossi (Ribeirão Preto-SP)Perdidas embarcações - Valquíria de Lourdes Ferreira Lins (João Pessoa-PB)Homem! De animal a cidadão - Valter Rodrigues Mota(São Paulo-SP)Templo Literário - Vanilda Liziete Ribeiro Lopes (São Paulo-SP)Ilha Dourada - Vasco Nogueira (Anadia, Portugal)Fechamento - Vera Maria Puget Blanco Bal (Rio de Janeiro-RJ)A procura - Verônica Marins (São João de Meriti-RJ)Aventuras da Paixão – Verônica Vicenza (Porto Alegre-RS)Dúvida – Vinícius Antônio Ferreira Hespanhol (Ouro Preto–MG)Quando deita o sol – Wagner Marim (São Paulo-SP)O palhaço... Um homem sério – Wellington Amâncio da Silva (Delmiro Gouveia–AL)O Mirante – William Borges da Costa (Taquari-RS)Viagem – Yao Jingming (Macau, China)
Valdeck Almeida de Jesus

sábado, janeiro 22, 2011

Desenvolvimento de um Sistema de Avaliação de Desempenho de Estações de Tratamento de Águas Residuais Urbanas

Realizam-se no dia 21 de Janeiro, pelas 10h30, no Auditório do Complexo Pedagógico do campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, as Provas de Doutoramento no ramo de Ciências do Ambiente, especialidade de Engenharia Sanitária, requeridas pela mestre Sílvia Alexandra Bettencourt de Sousa de Quadros.

As provas serão avaliadas por um júri presidido pelo Senhor Pró-Reitor, Prof. Doutor Alfredo Emílio Silveira de Borba (por delegação do Reitor), sendo vogais o Doutor António Jorge Silva Guerreiro Monteiro, professor auxiliar do Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa; a Doutora Leonor Miranda Monteiro do Amaral, professora auxiliar da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa; a Doutora Maria Helena Veríssimo Colaço Alegre, investigadora principal do Laboratório Nacional de Engenharia Civil; a Doutora Maria João Filipe Rosa, investigadora principal do Laboratório Nacional de Engenharia Civil; o Doutor José Gabriel Álamo de Meneses, professor associado da Universidade dos Açores; o Doutor Eduardo Manuel Vieira de Brito de Azevedo, professor auxiliar da Universidade dos Açores; e o Doutor António Félix Flores Rodrigues, professor auxiliar da Universidade dos Açores.

As provas constarão da discussão pública, com crítica e defesa, de uma dissertação intitulada Desenvolvimento de um Sistema de Avaliação de Desempenho de Estações de Tratamento de Águas Residuais Urbanas.

Petição na Internet exige debate sobre requalificação da Praça Velha

Já circula na Internet uma petição que exige debate público antes de ser colocado em prática o projeto de requalificação urbana na Praça Velha. "Há que referir que o projeto para a referida requalificação foi apresentado ao público no dia 18 de janeiro de 2011, afirmando que as obras irão ter início em fevereiro; temos de apontar o facto de esta divulgação ter sido feita tardiamente, sem dar hipótese a qualquer possibilidade de discussão prévia; e segundo julgamos os materiais (quiosque e bancos) já estão disponíveis nas instalações da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, ou seja, foram adquiridos sem ocorrer qualquer discussão pública", assinala o texto da petição. A petição on-line faz também uma análise às mudanças que estão previstas a partir de fevereiro, como a alteração do atual quiosque, que será substituído por uma estrutura retangular envidraçada com cinco por 2,5 metros e que ficará numa das laterais da Praça Velha, de forma a não impedir a visibilidade do edifício dos Paços do Concelho, como noticiou DI. "O quiosque que lá existe está bem enquadrado e está inserido num vértice da Praça, não obstruindo por isso a visibilidade para o edifício dos Paços de Concelho", adianta o texto. "Os bancos existentes são característicos, havendo bancos idênticos no Jardim Municipal fazendo com que haja uma coerência urbanística na cidade; os bancos são utilizados frequentemente pelo público, maioritariamente idosos, não se percebendo a razão da sua substituição. Os que pretendem colocar não são confortáveis nem proporcionais ao espaço e esteticamente deploráveis", avança ainda. Em relação à mudança das árvores é também recomendada ponderação. "As árvores desta cidade têm sido alteradas sempre para pior. Mais uma vez não têm em linha de conta a proporção. Que mal existe em plantar menos árvores mas de maior porte em espaços amplos?".São já vários os subscritores da petição. DI falou com alguns, como o professor universitário José Matos. "Considero que se está a falar de uma cidade Património Mundial, e da sua praça central, sendo que deve haver um verdadeiro debate público, não a sessão que decorreu, sem validade porque as decisões estava já tomadas. São precisos consensos, não fazer mudanças ao gosto de uma minoria, mesmo que esta detenha o poder na Câmara".Outro cidadão que aderiu é Péricles Ortins, que considera que elementos como o novo quiosque e bancos são polémicos, sobretudo se for olhado o exemplo da Rua da Esperança. A petição pode ser consultada em "http://www.peticaopublica.com/?pi=P2011N5688".
(in Diário Insular)

quinta-feira, janeiro 20, 2011

Luta contra mosca da fruta estendida à ilha de São Jorge

Arrancou hoje, no Funchal, a primeira reunião de parceiros no âmbito do projeto "CABMEDMAC", dedicado ao combate à mosca da fruta nos Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde.A grande novidade é a extensão do combate à mosca da fruta à ilha de São Jorge, cuja monitorização deve arrancar ainda este ano, com a colocação de armadilhas sobretudo nas zonas da Urzelina e do Norte Grande.Segundo o responsável pelo projeto na Universidade dos Açores, David Horta Lopes, esta é uma praga que na Terceira provoca estragos significativos, nomeadamente nas culturas de maçã. "Nalguns casos, pontuais é claro, os danos são tais que os agricultores não podem entregar a sua colheita na cooperativa".Quanto a São Jorge, a dimensão da presença da praga é desconhecida, existindo, por enquanto, apenas "muitas queixas dos agricultores".Os efeitos da infestação são visíveis. A mosca causa um orifício no fruto, coloca ovos e a zona em torno apodrece.Na ilha Terceira está prevista a dispersão de machos esterilizados, produzidos numa biofábrica na Madeira, a partir de 2012. Algumas zonas mais afetadas pela infestação são Biscoitos, Porto Judeu e Feteira.Outros objetivos do projeto são a implementação e manutenção da rede de armadilhas nas ilhas da Terceira, São Jorge, mas também na Madeira e Cabo Verde e a prospeção e testagem de plantas bioativas e sua aplicação no combate à mosca da fruta.No campo da dispersão de machos esterilizados como forma de combate às infestações está previsto que "como aplicação dos projetos Madeira-Med, Interfruta e Interfruta II, realizar-se-ão ensaios de compatibilidade e de competitividade sexual utilizando machos esterilizados produzidos na Biofábrica do programa Madeira-med, no campo, em jaulas de rede, para avaliação do desempenho e eficácia dos machos esterilizados em relação às populações selvagens de machos e principalmente de fêmeas, na ilha de Tenerife (Canárias) e na ilha de São Jorge".Ainda outra das metas é a realização de jornadas temáticas para abordagem da problemática da mosca da fruta, destinadas a técnicos, produtores e público em geral, bem como a apresentação de painéis e comunicações em seminários, encontros científicos nacionais e internacionais.O chefe de fila do projeto é a Universidade dos Açores, através do departamento de Ciências Agrárias, sendo parceiros a secretaria regional do Ambiente e dos Recursos Naturais da Madeira, a Universidad de La Laguna, Cabildo Insular de Tenerife e o Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA)- Cabo Verde.
(in Diário Insular)

quarta-feira, janeiro 19, 2011

Praga das térmitas não pode ser erradicada

Não é possível erradicar as térmitas, mas o seu impacto pode ser minorado, considera Paulo Borges, adiantando que a praga já se expandiu a outras zonas de Angra do Heroísmo.
É "praticamente impossível" erradicar a praga das térmitas dos locais mais afetados, considerou o investigador da Universidade dos Açores (UAç), Paulo Borges, na passada segunda-feira. De acordo com o especialista, que falou na apresentação dos resultados do projeto TERMODISP 2010, não é possível erradicar, mas sim controlar o impacto da praga. "Em Angra do Heroísmo e em Ponta Delgada será impossível erradicar, restando diminuir o seu impacto ao longo das próximas décadas", afirmou o investigador. Paulo Borges manifestou-se convencido de que, além de uma diminuição da praga na Terceira e em S. Miguel, é possível diminuir a praga na cidade da Horta, assim como a erradicá-la no concelho da Calheta, em S. Jorge. "Em Santa Maria, não possuímos uma ideia concreta porque os casos localizados estão dispersos pelas freguesias, tanto a norte como a sul", salientou o investigador. Os trabalhos de monitorização e controlo dos voos de dispersão das térmitas estão a ser desenvolvidos em cinco ilhas do arquipélago. Por estudar estão as ilhas do Pico, Corvo, Graciosa e Flores, cujos trabalhos podem iniciar-se este ano. Em Ponta Delgada, foi feito pela primeira vez o mapeamento das térmitas na cidade, que "afetam bastante a zona histórica", existindo locais onde poderá ser necessária a substituição integral das estruturas construídas. Em Angra do Heroísmo, os resultados de estudos desenvolvidos em 2004, 2009 e 2010 demonstram que a zona mais afetada, "com danos de grande monta", é a da freguesia de S. Pedro. Paulo Borges salientou, no entanto, que as térmitas "já se expandiram para as freguesias de Sé, Santa Luzia e Conceição, todas no centro histórico classificado como Património Mundial, e S. Bento, na periferia da cidade". No início de dezembro, o executivo regional anunciou a primeira delimitação de áreas potencialmente infestadas por térmitas, abrangendo as ilhas Terceira, Faial, S. Miguel, Santa Maria e S. Jorge. Um outro projeto de colaboração entre a Universidade dos Açores, o Governo Regional e a câmara de Angra do Heroísmo testou duas técnicas inovadoras de combate às térmitas, que se mostraram eficazes através de vapores com temperaturas elevadas.No próximo verão será realizada uma segunda amostragem nas ilhas em estudo, com a colocação de armadilhas dentro das habitações.
(In Diário Insular)

Cuidados Paliativos


O livro "Cuidados Paliativos - Confrontar a Morte" da autoria da enfermeira Sandra Martins Pereira será apresentado hoje, pelas 16h30, na Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo. Esta obra vem dar uma mais-valia a quem está interessado na área dos Cuidados Paliativos que está a dar ainda os primeiros passos nos Açores.Apresenta variadas respostas por parte das equipas dos serviços de saúde aos sofrimentos de pessoas com doenças incuráveis ou em fase terminal de vida, assim como também apresenta formas de lidar com as famílias dos doentes. Num comentário ao livro, Helena Gouveia assume que o lançamento da obra será "importante para enriquecer os Cuidados Paliativos e servir como guia na aprendizagem, dos que estão a dar os primeiros passos nesta área tão aparentemente fácil para uns que até a desconhecem ou a ignoram, mas tão complexa e sensível para outros que a pretendem aprofundar". A aluna da Pós graduação em Cuidados Paliativos assume ainda que este é um livro de "muito fácil leitura revestido de uma imensa bibliografia da área".É também recomendado como um "manual de consulta obrigatória" para quem quer aprender mais e/ou consolidar conhecimentos em Cuidados Paliativos, termina Helena Gouveia.

(In Diário Insular)

A Condutividade Eléctrica do Leite na Avaliação da Sanidade do Úbere de Vacas Leiteiras

Realizam-se no dia 24 de Janeiro, pelas 14 horas, no Instituto Politécnico de Castelo Branco, as provas de Mestrado em Engenharia Zootécnica do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, requeridas pela licenciada Maria Cândida Viegas Tavares.
As provas serão avaliadas por um Júri presidido (por designação do Reitor) pelo doutor José Estevam da Silveira Matos, professor catedrático da Universidade dos Açores, sendo vogais os Doutores António Manuel Moitinho Nogueira Rodrigues, professor coordenador da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco, Luís Pedro Mota Pinto de Andrade, professor coordenador da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco e Oldemiro Aguiar do Rego, professor auxiliar da Universidade dos Açores.
As provas constarão da discussão pública, com crítica e defesa, de uma dissertação intitulada A Condutividade Eléctrica do Leite na Avaliação da Sanidade do Úbere de Vacas Leiteiras.

domingo, janeiro 16, 2011

Portugal não tem Doutores a mais

A OCDE definiu: O ensino superior em Portugal tem de crescer e isso deve ser feito essencialmente através do desenvolvimento dos institutos politécnicos, com capacidade para dar resposta rápida às necessidades do país. Em países como a Alemanha, este tipo de ensino significa já 50 por cento do sistema. Sobrinho Teixeira, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), explica o papel que os politécnicos têm a desempenhar para descolar Portugal da crise.
O Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) reuniu na Terceira (a oito de janeiro). Quais foram as principais conclusões que saíram deste encontro?Debruçámo-nos sobre pontos que tínhamos já vindo a analisar e que vão continuar a merecer muita da nossa atenção. Há três pontos cruciais, nos próximos tempos, para o aprofundamento do sistema politécnico, que são criação de um sistema de ensino à distância e de centros de investigação aplicada e a afirmação do politécnico na Lusofonia. Não há conclusões, mas sim avanços nesses objetivos.Que avanços são esses?Relativamente aos pontos que referi, devo dizer que acrescem mais dois, que são a ligação do sistema politécnico ao sistema politécnico europeu e também a qualificação dos docentes dos politécnicos. Começando pelo ensino à distância, neste momento este existe na área do politécnico já, através de alguns institutos como, por exemplo, o politécnico de Leiria. A perspetiva que temos é a de criar um consórcio único para todos os institutos politécnicos, que irão usar a mesma plataforma informática. Além disso e sobretudo, todos os institutos politécnicos irão funcionar como apoio para o ensino à distância. Este tipo de ensino só funciona bem se tiver um apoio presencial que possa depois ajudar os alunos, e este envolve gasto de recursos. Se já tivermos esses pontos de apoio sem um gasto adicional há, naturalmente, aqui uma poupança. Portanto pretendemos um único consórcio, uma marca única, que é a “É Politécnico”. Além disso, os cursos do ensino à distância envolvem uma componente pedagógica muito relevante e a nossa perspetiva agora é promover pequenas associações entre institutos para dar alguns desses cursos. Os públicos-alvo que estamos a perspetivar têm em conta as licenciaturas, mas estão sobretudo no campo dos mestrados. Estamos a pensar em pessoas que já estão no mercado de trabalho e querem fazer uma requalificação e nem sempre têm tempo para deslocações. Há também um mercado que queremos explorar que advém de uma relação direta com as empresas, dentro do que é a missão do sistema politécnico, ou seja, acordar com determinada empresa uma qualificação para os seus trabalhadores. Também podemos usar o ensino à distância a nível da Lusofonia. Em África, em Macau, e também para as comunidades portuguesas emigrantes. Aqui, nos Açores foi apresentado o trabalho sobre esta área, que irá ser depois proposto ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, no sentido de se dar andamento ao processo. No próximo ano queremos já ter ensino à distância a funcionar dentro dessa marca.Falou da criação de centros de investigação aplicada. Em que se diferenciam dos centros de investigação universitários?Neste momento, o país tem centros de investigação, financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, com um percurso notável, mas a verdade é que precisa também de outro tipo de abordagem, que é a investigação ligada ao que são as necessidades imediatas das empresas, em termos de criação de inovação. Achamos que esse é um imperativo e que o sistema politécnico tem essa missão, dada a sua natureza. Atualmente, os centros de investigação sobre a tutela da FCT são essencialmente avaliados pela produção científica, pelo número de publicações, de patentes, etc. Isso existe e continuará existir também no sistema politécnico, mas estamos a pensar criar algo diferente, que é ter centros de investigação avaliados sobretudo pela capacidade de envolvimento com a comunidade que os rodeia. Têm sobretudo como objetivo o desenvolvimento regional. O sistema de financiamento não está, neste caso, indexado à produtividade científica, será um sistema em que haverá uma comparticipação em função dos projetos de inovação que são anexados ao centro. Num sistema tipo de financiamento, uma parte será dada pelo Governo, a outra pelas empresas ou pelas entidades sociais e autarquias interessadas no projeto e a outra parte seria suportada pelos próprios centros, através de fundos comunitários, por exemplo. Solicitámos ao Governo e foi acolhido pelo Ministério, a definição de uma equipa de peritos europeus que irão trabalhar connosco no sentido de ver o que existe e o que é preciso criar nesta área e também aperfeiçoar o sistema de financiamento.Defendem uma maior ligação com o sistema politécnico europeu. Que impacto teria isso?Neste momento, queremos transmitir uma realidade: Há, porventura, algum pensamento lusitano de que o sistema politécnico é algo que é criado e desenvolvido em Portugal, o que não é verdade. Hoje, o sistema politécnico encontra-se sobretudo nos países mais desenvolvidos, do Centro e do Norte da Europa. Este tipo de ensino corresponde a cerca de 50 por cento do sistema alemão e a 65 por cento do sistema de ensino na Holanda. É um sistema que fez parte, por exemplo, do milagre económico que foram as regiões periféricas da Finlândia.
Que papel têm os politécnicos a desempenhar na área da Lusofonia?O sistema politécnico está a ser implementado em diversos países da Lusofonia. Um exemplo é Angola, que criou sete regiões académicas, onde vai desenvolver sete institutos politécnicos. Timor também começa a chegar à conclusão de que necessita deste tipo de ensino e no Brasil, um agora gigante, vão ser criados mais de uma centena de politécnicos nos próximos tempos. Aqui, vemos que o nosso sistema politécnico, até comparado com o europeu, tem alguma maturidade e um índice de desenvolvimento muito grande. Ao longo dos últimos processos legislativos foi dada ao sistema politécnico legislação que lhe permite afirmar essa maturidade. O regime jurídico dos politécnicos confere-lhes um grau de autonomia exatamente igual ao das universidades. Depois, porventura um dos aspetos mais importantes foi o Estatuto da Carreira Docente, em que houve uma evolução que, de facto, reconhecemos e apreciamos. Neste momento, a base de entrada dos docentes já tem de ser o doutoramento, exatamente como no sistema universitário ou então através de uma figura que é criada dentro do politécnico e que tem lógica, que é a do especialista, que surge em função de pessoas que estão no mercado de trabalho e que têm um currículo muito relevante e técnico em determinadas áreas. A carreira docente do sistema politécnico é igual ao do universitário. O que nos diferencia é uma questão de missão. Voltando à questão da Lusofonia, o facto de termos um sistema politécnico maduro permite a Portugal criar relação mais fortes com esses países que estão a expandir ou implementar este tipo de ensino. Por exemplo há um instituto politécnico que, neste momento, está a dar quatro mestrados em São Tomé e Príncipe. Foram já ajudados a criar institutos politécnicos em Angola e já iniciámos o que esperamos que no futuro venha a ser um verdadeiro “Erasmus” lusófono. Já temos neste momento iniciado, sem financiamento, este processo. A instituição recetora assegura alimentação e alojamento e essa depois envia alunos para a outra instituição, numa base de reciprocidade. Normalmente, o aluno assegura a viagem. Temos já perto de 80 alunos brasileiros nesse processo e vamos iniciar um outro com o politécnico de Macau. Será um programa que irá ser alargado e que será um ponto da agenda da próxima reunião da Associação das Universidades de Língua Portuguesa, que se irá realizar em Bragança, em junho.Quais são os passos dados até agora no sentido da qualificação do corpo docente dos politécnicos?Temos uma contratualização com o próprio ministério para qualificar quatro mil docentes nos próximos quatro anos com o grau de doutoramento e alguns com o título de especialista. Já fizemos um primeiro concurso, foram seriados e estão a ser objeto desse programa 850 docentes. Selecionaram-se há pouco tempo os docentes do segundo concurso, perto de 500, o que dará uma ideia do ritmo a que estamos a tentar fazer essa qualificação.
Mito dos doutores a maisAs verbas asseguradas para financiar o sistema politécnico são suficientes?Nunca são suficientes, obviamente, não porque haja uma noção despesista por parte das instituições de ensino superior, mas pelo desejo natural de querermos fazer mais coisas. O que tem se ser encontrado é a forma de poder fazer mais coisas com o financiamento que nos é atribuído. Foi estabelecido o chamado Contrato de Confiança com o Governo, no sentido de se qualificarem mais 100 mil portugueses nos próximos quatro anos, e essa meta mereceu um retorno financeiro de 100 milhões. Há também um esforço das instituições, porque o custo atual de qualificar um aluno é muito mais do que mil euros… Devo dizer que há uma ideia peregrina em Portugal de que o nosso país tem licenciados e doutores a mais, mas essa ideia está errada. Também penso que temos uma tendência lusitana para o castigo e para não observarmos o que vai bem. Temos na população jovem uma percentagem de frequência do ensino superior que é semelhante à média europeia, atinge os 35 por cento, e devemos relevar também isso. Se olharmos para que o país tinha e o que tem hoje em termos de Educação, somos um exemplo. O próprio Brasil está a querer aprender com Portugal como foi possível qualificar tanta gente em tão pouco tempo. É claro que temos uma lacuna no que diz respeito à população ativa Estes 100 mil que vão ser qualificados não são 100 mil, porque as próprias instituições responderam com esforço e comprometeram-se a tentar qualificar 114 mil. Uma grande parte do esforço tem de ir exatamente para a qualificação dos ativos Se olharmos para essa percentagem, é ela que nos diferencia do que é a média da União Europeia. Não podemos querer que gerações de jovens sucessivas venham mudar este panorama a nível da população ativa Temos de qualificar a população ativa, até por uma questão de direito à cidadania pelo público adulto. Uma pessoa qualificada é sempre uma pessoa mais defendida não só do ponto de vista de trabalho, mas em relação à própria sociedade. Quanto à própria produtividade do país, sendo engenheiro, não sendo economista, só conheço duas maneiras de aumentar a produtividade: Ou se trabalha mais tempo, ou se fazem mais coisas no mesmo tempo. Naturalmente, todos preferirão a segunda hipótese e para se fazerem mais coisas no mesmo tempo é preciso qualificação. Há países como Singapura que já não medem a riqueza do país com base do PIB per capita, mas no nível de “engenheiros” por habitante- engenheiros no sentido lato, do “know-how” disponível para continuar a assegurar a competitividade do país.Disse muito a palavra “missão” ao longo desta entrevista. O que é que ainda separa o sistema politécnico do universitário?Não temos que fazer coisas para nos distinguirmos, mas em função das necessidades. O sistema universitário foi sempre visto como mais ligado à produtividade científica, à investigação, ao pensamento dentro de um país. O sistema politécnico tem uma envolvência com a comunidade, um tipo de cursos muito mais ligado a essa comunidade e uma maior capacidade de resposta a esse nível. Essas duas vertentes são necessárias para o país e penso que estão a reconhecer a nossa missão como essencial. O grande estudo que houve sobre o sistema de ensino superior em Portugal foi feito pela OCDE e apresentado no final de 2006, preconizando que, ao contrário do que se dizia, o país tinha de crescer em termos de ensino superior e que esse crescimento tinha de ser feito, essencialmente, à custa do ensino politécnico. Que desafios acrescidos tem o sistema politécnico, tendo em conta que recebe todo o tipo de alunos?O politécnico tem tido aqui uma capacidade de enquadrar o que designaria por migrações sociais. Ou seja, o sistema politécnico, pela sua natureza e pela sua distribuição ao longo do país, até em regiões periféricas, tem contribuído para o que penso que é a verdadeira essência de um Estado democrático moderno. Se analisarmos o que foi a evolução das respostas de um Estado às populações, começou por ser uma defesa em relação aos outros, por estabelecer a lei, distribuiu-se depois a riqueza e hoje penso que o principal objetivo é garantir o exercício da cidadania aos seus cidadãos. Isso não é conseguido sem a garantia do acesso à cultura e, consequentemente, da democratização do acesso ao ensino superior. O sistema politécnico tem essa grande componente de garantir a democratização do aceso ao ensino superior, pela sua distribuição geográfica, pela interação que tem… Conheço alguns jovens da minha própria aldeia em Trás-os-Montes, que não teriam acesso ao ensino superior se não existisse o politécnico de Bragança. Claro que se podiam deslocar, mas há também a apatia em relação à necessidade de frequentar o ensino superior. Penso que se tem respondido a este problema, com a capacidade que temos de ir aos cidadãos, aos jovens, e motivá-los. Devo dizer que, enquanto presidente do politécnico de Bragança, me orgulha muito estarmos a dar cursos de especialização tecnológica, por várias cidades de vilas da região. O trabalho que está a ser desenvolvido no sentido de qualificar o público adulto da, e, sobretudo, dar uma nova esperança a muitos jovens que se tornaram apáticos em relação ao seu próprio futuro, à espera de um milagre de um emprego que nunca chega, reconforta-me em relação ao cumprimento da nossa missão. Pode não ser algo com visibilidade nacional, mas é muito importante quanto ao que é preciso, que é qualificar os portugueses. Neste momento já não basta abrir vagas, mas é preciso ter uma atitude proativa para motivar as pessoas e, no fundo, termos um país, nesse aspeto, mais democrático e produtivo.
Que missão tem o sistema politécnico neste contexto de crise?Além de tudo o que disse, penso que a resposta tem de ser motivacional. Portugal está numa crise, mas a principal crise é de crenças e motivações. Há de haver mundo para além da crise. Há um ditado em Trás-os-Montes que diz que não há bem que sempre dure, nem mal que sempre se ature. Portanto, naturalmente que os tempos de crescimento não duraram sempre e este mal não se há-de aturar sempre. Penso que o sistema politécnico, sobretudo os seus docentes, porque são das pessoas mais qualificadas do país, pode dar uma resposta no sentido dessa motivação e de ajudar o país a sair da crise, motivacional também. Quem diz o sistema politécnico, diz o universitário, os seus dirigentes, os seus docentes. Esta é uma crise económica, mas também especulativa, e as motivações vão ser aqui mais importantes, porventura, do que outro tipo de abordagem que possa ser feita. Quando se fala de politécnicos fala-se sempre de uma convivência nem sempre boa com o sistema universitário. Esta ainda é uma realidade?Se o é, vamos tentar fazer com que seja menos. Esse caminho não leva a uma produção de nada. Temos um esforço gigantesco pela frente, quase faraónico, que é qualificar os portugueses. Nomeadamente, Portugal aderiu à diretiva comunitária 20/20, que significa que no ano 2020 temos de ter 40 por cento da população entre 30 e 34 anos com o ensino superior. Com essa meta tão grande, andar a falar sobre atritos entre os dois sistemas é desperdício de energia. Quando o sistema politécnico se afirmou, pode ter havido atrito, algum receio de ser uma ameaça… Mas a própria Universidade dos Açores (UA) é um exemplo de que isso não tem fundamento, acomodou no seu seio o sistema politécnico. A razão dos dois Concelhos (CRUP e CCISP) se reunirem sob o chapéu da Universidade dos Açores é porque ela teve essa capacidade de conseguir desenvolver os dois subsistemas.É um exemplo a nível nacional?É claro que sim. Pensa ser possível terem estado os dois conselhos reunidos em Angra do Heroísmo se não fosse reconhecido esse exemplo? A UA teve capacidade para desenvolver a qualificação dos açorianos e de continentais que para cá se deslocam para estudar e também teve a visão para acomodar, num mesmo espaço, as duas valências, as duas componentes.Em termos dos Açores acredita que podemos crescer mais no sistema politécnico?Só posso falar em grandes linhas, porque cabe aos açorianos e à UA refletirem mais profundamente sobre o assunto. Do que tenho conversado com o senhor reitor há uma perspetiva de um desenvolvimento maior do sistema politécnico nos Açores. Existem as escolas superiores de enfermagem, mas começa a haver uma vontade de implementação de cursos de licenciatura também na área do sistema politécnico, fora da área da Saúde.
(in DI Revista)

sábado, janeiro 15, 2011

Os 35 anos da Universidade dos Açores

Álvaro Monjardino (opinião)
…Celebraram-se no passado dia 9 no novo campus de Angra do Heroísmo. Numa coincidência que decerto ninguém imaginara e muito menos desejara, morria em Lisboa na madrugada desse mesmo dia o coronel Victor Alves que, como ministro da Educação que era do VI Governo Provisório, havia 35 anos atrás vindo expressamente a Ponta Delgada inaugurar oficialmente o recém-criado Instituto Universitário dos Açores, cujas primeiras aulas, aliás, tinham começado já.
Da cerimónia comemorativa, em que estiveram presentes os membros do Conselho de Reitores das universidades portuguesas nesta cidade reunido, deve assinalar-se, além da oração de Sapientia de Paulo Fialho sobre os trabalhos levados a efeito, com cooperação internacional, no aproveitamento do cume da montanha do Pico como estação colectora de importantes dados meteorológicos, o notável discurso do reitor Avelino de Freitas Meneses.
Foi um discurso de grande substância que, infelizmente, não mereceu da nossa comunicação social escrita mais do que a referência a certas observações críticas do próprio reitor ao que lhe pareciam ser algumas falhas (excessos?) na organização universitária açoriana ainda carentes de correcção. Digo «infelizmente», porque o discurso foi mais, muito mais do que isso. Foi uma peça magistral sobre os Açores na sua posição no mundo – em termos de História, de Geopolítica e da condição ímpar que têm como arquipélago oceânico, definidor de amplos espaços a abrir à Ciência e à Economia – e do papel que neles e sobre tudo isso cabe à sua Universidade.
Papel que ele apontou como um dos esteios, se não o maior, da autonomia açoriana perante Portugal, a Europa e os grandes espaços atlânticos. E que, como todos os papéis funcionais a sério, requer elevados níveis de qualificação e exigência, porque não basta estar-se onde se está se não houver conhecimento aprofundado do que se é e se tem, capacidade de relacionamento e interlocução, e competência para tirar de tudo isso o partido que merece.
Avelino Meneses vai cessar dentro de alguns meses o seu segundo e último mandato como reitor da Universidade em que se formou. Deixa obra na consolidação e afirmação desta escola superior e centro de estudos criada há 35 anos entre dois mundos e com vocação para se abrir a eles, sem o que trairia à sua razão de ser.
(In a União)

POSEI deve ser supletivo e nunca substitutivo

O especialista na área do leite e laticínios e professor da Universidade dos Açores, José Matos, defende que a aplicação do POSEI na Região deve assumir um caráter mais supletivo e não substitutivo de mecanismos de apoio previstos na PAC (Política Agrícola Comum)."Devemos encarar o POSEI como supletivo, na minha opinião, porque, desde já, não estamos a falar de muito dinheiro, são 70 e alguns milhões, o que não é tão significativo se encararmos o panorama geral. Além disso, ao encaminharmos o dinheiro para outras áreas que não alguns apoios diretos evitamos acusações de duplo financiamento", sustenta.José Matos sustenta, assim, "que será ótimo se apoios diretos no POSEI e nos instrumentos da PAC puderem co-existir", mas que devem ser eliminadas todas as situações que abram espaço para interpretações de duplo financiamento, permitindo que essas verbas sejam utilizadas noutros campos. O especialista sustenta que a aplicação das verbas do POSEI deve ser fortemente negociada, para que possa ser feita noutras áreas. "Subsidiamos, atualmente a importação de cereais, de matérias-primas para alimentar o gado. Seria importante prevermos financiamento forte, por exemplo, para exportarmos os nossos produtos".Sobre a PAC, José Matos defende uma solução intermédia que crie apoios equilibrados e dê destaque ao desenvolvimento rural, nomeadamente às mais-valias ambientais, o que deve favorecer os Açores.
(In Diário Insular)

Adubação pode estar a poluir solos e água

O professor da Universidade dos Açores Paulo Borges alertou ontem para a poluição que nos Açores resulta de uma má aplicação de adubos nas explorações agrícolas.Numa mesa redonda destinada ao debate sobre Política Agrícola Comum (PAC) pós 2013, Paulo Borges especificou que essa poluição resulta sobretudo de uma má formação de alguns agricultores, que aplicam os adubos excessivamente, "poluindo águas e solos".Segundo Paulo Borges, esta situação é ainda mais grave tendo em conta que não existe qualquer mecanismo de monitorização deste fenómeno, que permita avaliar a qualidade dos solos.DI publicou recentemente uma entrevista com a também professora da Universidade dos Açores Anabela Gomes, que reconhecia esta possibilidade de poluição. "O azoto tem implicações ambientais. Fora dos períodos adequados as ervas utilizam menos azoto. Por exemplo no inverno ou no verão as plantas entram num período de repouso vegetativo e não respondem à adubação azotada. Quando a pluviosidade é elevada, arrasta o azoto para fora do alcance das raízes, o que pode ser para um metro ou mais de profundidade, onde este encontra as águas da toalha freática, as águas subterrâneas. Alguns dos furos que agora temos estão localizados em zonas onde se pratica agricultura. Temos de ter muito cuidado com a utilização da adubação azotada, para não poluir essas águas de consumo", afirmava esta especialista.Segundo Anabela Gomes, os agricultores devem apostar numa adubação regrada e nas alturas adequadas, até sobretudo porque rentabiliza a produção de matéria seca. "Na verdade não basta saber-se que se tem de aproveitar o excesso de erva na primavera. Há períodos ótimos para o fazer. Estes dependem das zonas, mas digamos que na zona de média altitude, que foi a que eu estudei mais profundamente, o melhor período é fechar a parcela nos últimos dias de março, o mais tardar até o dia 1 de abril, e efetuar o corte no dia 15 de maio. Depois pode fazer-se um segundo corte de silagem, com erva que cresce de 15 de maio até 15 de julho". Do debate que decorreu ontem deverão sair uma ou mais propostas com o carimbo da Universidade dos Açores, que contribuirão para um processo de consulta pública promovido pela direção geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural da Comissão Europeia sobre o futuro da PAC.
(In Diário Insular)

sexta-feira, janeiro 14, 2011

Ditos por fazer

Tomaz Dentinho (Opinião)
Beverly Crawford, da Universidade da Califórnia, disse na sexta-feira passada em Ponta Delgada – no encontro promovido pela Cátedra Jean Monnet - que a Europa tem de liderar o espaço do Atlântico porque o Atlântico Europeu é uma via para o Mundo e porque a governância pragmática e consequente da União Europeia pode servir mais ao mundo do que as visões de uma potencia com hegemonia decrescente. Se ligarmos isto ao que nos disse o historiador Peter Taylor de que as nações hegemónicas que foram ditando o futuro – Veneza, Portugal, Holanda, Inglaterra e Estados Unidos - tendem a ser mais marítimas que continentais, então podemos perceber o dito sobre o que há a fazer; sobre o que a Europa tem de fazer para o Mundo, sobretudo porque tem de sobreviver.
Certamente que os Açores e Portugal tem uma função a desempenhar neste desígnio; porque estão em crise, porque o mar importa e porque estão mais no Mundo do que no Continente; porque, enfim, são as escalas portuárias de todas as escalas geográficas. O que nos dizem os Homens do Porto? Por exemplo, Avelino de Menezes, reitor da Universidade deste “Rascunho de Paraíso” que são os Açores, no dia da comemoração do 35º aniversário da Universidade em Angra.
Diz-nos, em primeiro lugar, que é católico praticante e por isso evita a tentação de lembrar feitos passados ou de omitir as falhas. Segundo, baseado na história de cinco séculos dos Açores, lembra que o desenvolvimento das ilhas sempre foi movido pelo uso sábio, e em função dos outros, do mar e da terra e que essa sabedoria pode ser agora mais potenciada com a Universidade dos Açores. E, finalmente, mantendo a coerência inicial, apontou falhas que importa corrigir; falhas que naturalmente são também dele e de todos os universitários; falhas que só são entendíveis quando perspectivadas em função da melhoria do desempenho da Universidade dos Açores para renovar o papel das ilhas e do Atlântico no Mundo.
E concretizou na necessidade de rever os Estatutos Universitários dizendo: I) Existem muitas unidades orgânicas o que dificulta a gestão, restringe a interdisciplinaridade e balcaniza a Universidade; II) o processo de eleição das unidades orgânicas é indirecto pelo que muita gente se sente excluída; III) O Conselho Geral, que controla e elege o reitor, deve ser maior e os membros cooptados mais interventivo.
Aceito o repto: I) É preciso criar duas faculdades em São Miguel (Ciências Naturais e Ciências Sociais), uma na Terceira (Ciências Humanas e do Ambiente) e um Instituto no Faial; II) É necessário responsabilizar a gestão do ensino e da investigação das Faculdades e Institutos, cabendo a conselhos científico - pedagógicos disciplinares e multi-polares a emissão de pareceres para melhorar o ensino e a investigação; III) Finalmente, os membros cooptados devem ser seleccionados pelo Método de Hondt e não por listas únicas.
Assim, no concreto da auto-regulação para o serviço, ajudamos a refazer os Açores, o Atlântico e o Mundo. A partir do nosso pequeno ponto de apoio e do desígnio que vamos descobrindo.
(in A União)

NO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ANGRA Estudo sobre as térmitas apresenta resultados


A apresentação do projecto TERMODISP 2010 “A térmita de madeira seca Cryptotermes brevis (Walker) nos Açores: Monitorização dos voos de dispersão e prevenção da colonização”, coordenado por Paulo Borges, inclui também os resultados dos tratamentos de calor para combate às térmitas realizados em Angra do Heroísmo no final do ano transacto. Essa sessão é aberta ao público em geral e tem início marcado para as 20h00. Os resultados do projecto TERMODISP 2010 “A térmita de madeira seca Cryptotermes brevis (Walker) nos Açores: Monitorização dos voos de dispersão e prevenção da colonização” vão ser apresentados no próximo dia 17 de Janeiro, pelas 20h00, no auditório do Pólo Universitário de Angra do Heroísmo (Pico da Urze). Trata-se de uma inventariação detalhada das térmitas nas nove ilhas dos Açores, que, segundo o responsável, Paulo Borges, terá continuidade este ano.“Não só envolve a investigação do que se passa em termos de ocorrência de térmitas nos Açores como também de apoio à gestão e legislação regional para o combate à praga”, salienta, em declarações ao nosso jornal, remetendo pormenores para a sessão pública da próxima segunda-feira. “Faremos uma detalhada descrição de todos os resultados que obtivemos durante o ano de 2010, alguns dos quais já são conhecidos porque foram usados para fazer a nova legislação, ou seja, as freguesias onde existem térmitas de madeira seca. Vamos apresentar mais do que isso, a variação existente em Angra entre os dados de 2009 e 2010 e a situação nova para Ponta Delgada e o mesmo para São Jorge, Santa Maria e Horta”, adianta.Esse projecto foi realizado em diversas localidades de cinco ilhas dos Açores, onde estão concentradas a existência de térmitas, a saber: São Miguel, na cidade de Ponta Delgada e nas freguesias de Maia e Santa Bárbara; Santa Maria, na Vila do Porto; ilha Terceira na cidade de Angra do Heroísmo e na freguesia do Porto Judeu; São Jorge, na Vila da Calheta; e Faial, na cidade da Horta.“Serão os primeiros dados detalhados que já existiam para Angra em 2004 e 2009 e agora passam a existir também para as outras cidades afectadas e, no caso de Angra, com mais uma repetição para podermos comparar a evolução da situação entre aqueles anos e 2010”, sustenta. Segundo Paulo Borges, a sessão de apresentação inclui também a divulgação dos resultados dos tratamentos de calor para combate às térmitas realizados em Angra do Heroísmo no final do ano do ano transacto. Restantes ilhas em 2011Paulo Borges adianta que o projecto TERMODISP 2010 “A térmita de madeira seca Cryptotermes brevis (Walker) nos Açores: Monitorização dos voos de dispersão e prevenção da colonização” deverá avançar no decorrer deste ano nas ilhas Graciosa, Pico, Flores e Corvo. “Vamos avançar com uma prospecção detalhadas em Flores, Corvo, Graciosa e Pico –, para verificar a existência de térmitas também nessas ilhas, e, assim, em caso de situações de início, tomar medidas eficazes no controlo da situação”, avança o responsável pelo projecto. Á semelhança do ano anterior, refere, o projecto TERMODISP 2010, cujo financiamento cabe à Direcção Regional de Ciência e Tecnologia, teve como finalidade monitorizar e controlar os voos de dispersão bem como a prevenção da colonização desta espécie nas habitações.
Em suma, concretiza Paulo Borges, os dados recolhidos neste estudo tiveram ainda como objectivo mostrar e conhecer a área de infestação por parte desta praga nas diferentes localidades; a comparação com estudos realizados anteriormente, nomeadamente a cidade de Angra do Heroísmo; e ainda, as zonas mais afectadas e habitações em sério risco, do ponto de vista estrutural, devido ao elevado grau de infestação.
(In Sónia Bettencourt em A União)

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Fusão de escolas pode racionalizar meios


Admitiu já que pode ser útil a fusão das duas escolas de enfermagem dos Açores (Angra do Heroísmo e Ponta Delgada). Que benefícios poderão daí advir?A fusão das escolas é uma possibilidade, mas apenas uma das possibilidades. O importante será fazer a discussão do futuro das Unidades Orgânicas e da própria Universidade. Tal como foi dito pelo Magnifico Reitor. Hoje os recursos tecnológicos permitem que os recursos de gestão sejam potenciados menos numa prática fisicamente distante. Algumas atividades multiplicam-se nas diferentes unidades orgânicas. Naturalmente que a racionalização dos meios é sempre benéfica.
Com a fusão pode-se caminhar para o progressivo esvaziamento de uma ex-escola e densificação da outra ex-escola, chegando-se a uma segunda fase: extinção do ensino de enfermagem numa das ex-escolas. Como analisa este cenário?Esse risco existe sempre, com e sem fusão. O importante é o projeto de desenvolvimento que deva ser desenvolvido. As necessidades de formação em saúde são ainda muitas e por isso esse esvaziamento só se verificará de forma artificial. É fundamental que todos tenhamos sempre presente que nada pode hoje ser tido por adquirido. O desenvolvimento é um desafio permanente.A possibilidade de esvaziamento também existe sem fusão das escolas.
Apontou também como possível solução a criação de uma Escola Superior de Saúde com base numa das atuais escolas de enfermagem. Que contornos teria essa e Escola Superior e onde se justificaria a sua criação?A Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo, tem ao longo dos últimos anos trabalhado na possibilidade de se converter em Escola Superior de Saúde e por essa via alargar as suas áreas de formação em saúde.No âmbito desse projeto foram já realizadas parcerias com a Escola Superior de Saúde de Setúbal para a realização do Complemento de Formação em Fisioterapia e com a Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Lisboa para a realização do Complemento de Formação para as diferentes áreas de Tecnologias da Saúde. Na sequência desses cursos já temos em preparação um curso na área das tecnologias da saúde (Saúde Ambiental).
Ouviu o reitor criticar a multiplicação de unidades e cargos dirigentes na Universidade dos Açores. Essa “praga” também se manifesta no ensino da enfermagem, arrastando os custos que lhe estão sempre associados, ou a organização é diferente?A organização das Unidades Orgânicas é igual em todas. A atual organização da Universidade foi escolhida pela Assembleia Estatutária convocada para o efeito. É uma nova forma de organizar a Universidade, que naturalmente necessitará de ser ajustado ao longo do tempo. Estamos neste momento, quer através da palavra do Magnifico Reitor, quer através de outros momentos de debate. Estes debates naturalmente irão motivar um primeiro ajustamento na organização, que provavelmente já só acontecerá após a eleição do próximo Reitor.Cabe aqui dizer que, como lembrou o Magnifico Reitor no passado dia 10, a Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo conseguiu nos últimos anos o re-equilíbrio financeiro mesmo neste tempo de dificuldades financeiras.

(In Diário Insular)

LANÇAMENTO A 19 DE JANEIRO Cuidados Paliativos abordados em livro


Tem por título Cuidados Paliativos: Confrontar a Morte e trata-se da primeira publicação de autoria açoriana da Universidade Católica Editora. Sandra Martins Pereira, docente na Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo, escreveu o trabalho a partir da sua tese de doutoramento em Bioética.
O objectivo é abordar especificidades em relação ao doente e sua família e os dilemas éticos com os quais médicos e enfermeiros podem ser confrontados no dia-a-dia da sua actividade profissional, entre outras matérias de interesse na área da medicina.
Tratar, cuidar e apoiar activamente doentes na fase final da vida. Em traços gerais é esta a definição de Cuidados Paliativos e o tema central do livro de Sandra Martins Pereira, docente na Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo (ESEnfAH), orientado especialmente para profissionais de saúde.
Intitulada Cuidados Paliativos: Confrontar a Morte, a obra reúne em 175 páginas especificidades em relação ao doente e sua família e os dilemas éticos com os quais médicos e enfermeiros podem ser confrontados no dia-a-dia da sua actividade profissional, entre outras matérias de interesse na área da medicina.
Segundo a autora, o trabalho escrito surge a partir da sua tese de mestrado (Formação de Enfermeiros em Cuidados Paliativos) e de doutoramento (Bioética) e, consequentemente, por incentivo do docente orientador, António Fonseca, há um ano, o qual obteve aprovação desde logo pela chancela Universidade Católica Editora.
Facto que surpreendeu Sandra Maria Pereira, confessa, por saber que a aposta de publicações da colecção Campus do Saber, até à data, tem sido sustentada sempre por autores/professores na Universidade Católica Portuguesa (UCP).
“E eu não o sou. E, portanto, esse factor foi algo de novo”, sublinha em declarações ao nosso jornal.
Para além dos motivos relacionados com o mestrado e doutoramento, a ideia da publicação do livro surgiu também pela sua integração num projecto de investigação integrado no Instituto de Bioética da UCP, coordenados pelos professores António Fonseca e Ana Sofia carvalho.
A docente e profissional de saúde natural da Alemanha onde passou a infância, deslocando-se depois para a zona do concelho de Guimarães, mas radicada na ilha Terceira há sete anos, coloca a hipótese de apresentar o seu livro em outra parte do território nacional.
Para já, apesar de disponível no mercado livreiro desde Outubro do ano transacto, o pensamento expresso em Cuidados Paliativos: Confrontar a Morte terá apresentação pública oficial no próximo dia 19 de Janeiro, na ESEnfAH, a instituição que, de acordo com Sandra Martins Pereira, contribuiu em primeira estância para os conteúdos registados no seu currículo profissional.

Ponto de situação nos Açores

Considerando que existem actualmente profissionais de saúde com formação referenciada em Cuidados Paliativos nos Açores, Sandra Martins Pereira defende uma maior aposta nos recursos humanos, a criação de equipas de profissionais, contactáveis 24h00 por dia, e respectivos serviços em funcionamento no mesmo período de tempo com capacidade de resposta em termos de intervenção farmacológica.
“Falamos de intervir activamente inclusive para controlar sintomas e por isso é preciso ter um conjunto de fármacos e isto está devidamente documentado por entidades nacionais e internacionais especializadas em Cuidados Paliativos”, explica indicando a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) e European Association for Palliative Care (EAPC). “Têm uma série de recomendações para a organização de equipas, critérios de qualidade em matéria de Cuidados Paliativos e uma lista de fármacos considerados indispensáveis à criação dessas equipas. Penso que é essencial a quem está responsável por regulamentar a saúde a nível regional que tenha estes critérios mínimos em consideração”, diz.
Diz ainda haver vontade política para levar avante o trabalho nesta área da Saúde, e, acerca dos profissionais qualificados em Cuidados Paliativos nos Açores, refere que estão a dar os primeiros passos e, naturalmente, necessitam de mais anos para que possam atingir um nível mais elevado de conhecimento e experiência.
Quanto à questão financeira das possíveis apostas anteriormente referidas, a docente da ESEnfAH explica que, segundo estudos oficiais efectuados, os custos não serão mais elevados pelo facto de doentes terem acompanhamento de uma equipa de Cuidados Paliativos, tendo em conta que esses mesmos doentes estão à priori inseridos no sistema de saúde. “Muito pelo contrário. A maior parte dos estudos efectuados indicam que estes doentes quando são acompanhados em serviços de CP custam menos do que se estivessem noutro serviço com intencionalidade curativa. Não é por haver mais equipas de CP que vai custar mais ao Estado. O seu funcionamento 24h00 por dia evitará idas as Urgências que são mais caras”, remata.

O livro Cuidados Paliativos: Confrontar a Morte, de Sandra Martins Pereira, editado pela Universidade Católica Editora, tem lançamento público marcado para o próximo dia 19 de Janeiro, no auditório da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo, pelas 16h30.
A apresentação estará a cargo de António M. Fonseca, orientador de doutoramento, também responsável pelo prefácio da obra.
(In Sónia Bettencourt em A União)

Lançamento do livro "Cuidados Paliativos. Confrontar a Morte" - Autoria de Sandra Martins Pereira

Vimos por este meio convidar V. Exa. a estar presente na cerimónia de lançamento do livro mencionado em epígrafe, cuja autoria é da Senhora Enfermeira Sandra Martins Pereira, Equiparada a Professora Adjunta, docente da ESEnfAH-UAC.
Esta obra está integrada na Colecção “Campus do Saber” da Universidade Católica Editora, versa o tema dos cuidados paliativos e resulta do trabalho desenvolvido pela autora no âmbito do projecto “Quem cuida de quem cuida”, do Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa. O seu objectivo é o de proporcionar uma visão global e integrada dos cuidados paliativos, assim como uma reflexão em torno dos principais dilemas éticos que estes podem suscitar.
Esta cerimónia realizar-se-á, no dia 19 de Janeiro de 2011, pelas 16:30 no Auditório da ESEnfAH-UAC, contando com a presença do Autor do Prefácio, Professor Doutor António da Fonseca, da Universidade Católica Portuguesa.

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Universidade dos Açores tem de se reorganizar

As comemorações dos 35 anos da fundação da Universidade dos Açores ficaram marcadas, domingo, pelo discurso do reitor da instituição, Avelino Meneses, que alertou para a necessidade da academia açoriana se reorganizar, racionalizando o número de unidades orgânicas existentes no seu seio."É inaceitável que uma das mais pequenas universidades do país seja, quiçá, aquela que mais departamentos e escolas possui, concretamente uma dúzia, ainda por cima, dotados de ampla autonomia científica, pedagógica, administrativa e financeira", lançou, num discurso feito numa altura em que o seu mandato está na reta final, pautado por ideias claras para o futuro da UA. Acrescentou que a "manutenção deste quadro resulta na prevalência de um numeroso grupo de dirigentes de todo injustificável numa conjuntura nacional de contenção de gastos".Esta multiplicação de departamentos e escolas na UA assume-se, admitiu, como "um obstáculo a uma interdisciplinaridade em prejuízo da apresentação de novos cursos e projetos".Este é um dos temas que Avelino Meneses considera deverem ser tratados pelo Conselho Geral (CG) da universidade. "Prevalecem constrangimentos que molestam o funcionamento" da instituição, justificou, enumerando o referido excessivo número de unidades orgânicas, o processo de eleição de diretores de departamentos e de escolas e o reduzido número de membros do próprio CG.Quanto ao processo de eleição de diretores de departamentos e de escolas, Avelino Meneses considerou que a participação de docentes, estudantes e funcionários dá aos dirigentes "uma legitimidade semelhante à do próprio reitor, propensa à eventual multiplicação de desencontros que lesam a execução de um programa comum".Em relação à dimensão do CG, o adiantou que este se pode colocar como um problema em ano de eleger um novo reitor. "A exiguidade do universo eleitoral transforma os potenciais candidatos em prisioneiros de eventuais compromissos que não asseguram de todo a constituição das equipas mais coesas, indispensáveis à condução da melhor gestão", afirmou."A imposição de uma maioria de docentes converte este órgão em espécie de parlamento da universidade, onde perante o relativo isolamento dos reitores amiúde prepondera o interesse individual sob o desígnio institucional, um comportamento de todo incompatível como uma verdadeira instância de governo", lançou ainda.Também a desagregação orçamental por unidade orgânica esteve debaixo da mira de Avelino Meneses, que considerou que ainda não foi provado que o eventual acréscimo de responsabilidade das partes revertesse no equilíbrio financeiro. "Pelo contrário, a multiplicidade dos centros decisores dificulta a planificação e o desenvolvimento institucionais facilitando a preponderância das perspetivas mais particularistas, até mesmo pessoais", defendeu.Num âmbito mais geral, em declarações à Lusa, Avelino Meneses assegurou que o Contrato Confiança celebrado entre o ensino superior e o Governo da República repôs o equilíbrio financeiro da instituição, que se deverá manter pelo menos até 2014.
Políticas orientadasPresente na cerimónia de comemoração do 35º aniversário da instituição, a secretária regional da Educação, Lina Mendes, defendeu que o Governo Regional e a UA devem continuar a aprofundar a sua relação. "Já existe uma relação bastante próxima. Todo o investimento em termos de infraestruturas tem merecido o apoio do Governo Regional. Tem que haver agora, em termos de políticas de desenvolvimento estratégico para os Açores, uma parceria estreita, porque a Universidade detém o conhecimento, que é o fator de desenvolvimento de uma região", disse a DI.
Outra hipótese é passagem de uma das instituições a escola superior de saúde
Diretor da Escola de Enfermagem de Angraadmite futura fusão com Ponta Delgada
O diretor da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo, Norberto Messias, admitiu ontem a possibilidade de fusão entre esta instituição e a Escola Superior de Enfermagem de Ponta Delgada. Norberto Messias falava no âmbito da cerimónia solene de comemoração do 34º aniversário da escola.Segundo o responsável, outra solução para dar resposta à evolução do ensino superior e à necessidade de racionalização de meios e de gastos, seria a transformação de uma das escolas em Escola Superior de Saúde. "As duas escolas de enfermagem da Região são duas unidades orgânicas da Universidade dos Açores que têm o mesmo curso, a mesma estrutura e o mesmo modus operandi. Dificilmente se pode continuar a operar junto das instâncias que fazem a gestão do ensino superior a manutenção desta situação", fundamentou, em declarações aos jornalistas, à margem da cerimónia. "Vamos ter de construir uma solução sobre este problema, e uma das soluções é a fusão das duas escolas e outra é diferenciá-las", disse.A posição do diretor da Escola de Enfermagem de Angra surgiu um dia depois de, no discurso inserido nas comemorações dos 35 anos da Universidade dos Açores, o reitor da instituição ter defendido uma reorganização interna que racionalize o número de unidades orgânicas. "Quis chamar a atenção para a necessidade de iniciarmos o debate em torno desta questão, uma vez que se afigura como um processo relativamente longo", sustentou Norberto Messias. "Se estamos numa situação de crise temos de ser capazes de encontrar novas soluções", prosseguiu.Norberto Messias admite que no caso da fusão está-se a falar de uma questão "afetiva" entre os profissionais das duas instituições e entre terceirenses e micaelenses, pelo que devem ser ultrapassados entraves colocados pelos estatutos. "Temos, infelizmente, uma experiência no passado com a criação do Departamento de Ciências de Educação, que ficou sediado em Ponta Delgada e que tem na Terceira uma delegação, e tem tido muitas dificuldades por esse facto. Temos de aprender com a história. A possibilidade da fusão das escolas de enfermagem passa, neste momento, pela resolução de um problema nos estatutos da universidade. Os terceirenses não aceitarão que a sede fique em Ponta Delgada, como provavelmente os micaelenses não aceitarão o cenário oposto. Os estatutos da Universidade obrigam hoje a sediar as unidades orgânicas num dos campos. É preciso que deixem de ter esta obrigação. As unidades orgânicas podem ter sede na Universidade dos Açores e, com as facilidades de comunicação que hoje existem, já não se coloca a questão das distâncias". A manter estes estatutos, o caminho será, provavelmente, rumo a uma Escola Superior de Saúde, avança.

(In Diário Insular)

AVE ENDÉMICA DA GRACIOSA Painho-de-Monteiro no "Top 10" da biodiversidade nacional


O Paínho-de-Monteiro, ave marinha endémica da Graciosa, está entre o “Top10” das espécies portuguesas mais emblemáticas do país. A escolha foi feita através de votação dos portais Naturdata e da Biodiversidade dos Açores. Entre as dez espécies mais votadas, foram eleitos cinco aracnídeos, dois insectos, uma lesma-do-mar, um peixe e uma ave – o Paínho-de-Monteiro.
A votação terminou no final do ano passado e pretendeu apurar as mais emblemáticas espécies de Portugal descritas entre 2000 e 2010.A iniciativa “Top 10 das Espécies Portuguesas” foi promovida, durante 2010 como forma de assinalar o Ano Internacional da Biodiversidade, pelos Portal Naturdata - biodiversidade online (www.naturdata.com) e pelo Portal da Biodiversidade dos Açores (www.azoresbioportal.angra.uac.pt).Entre os dez mais votados, está o Paínho-de-Monteiro, uma ave marinha endémica do ilhéu da Praia, ao largo da Graciosa.As votações foram feitas através da internet e abertas ao público. Ao todo, referem os promotores, foram recolhidos 303 votos.Entre as dez espécies seleccionadas que constituem este “Top10” de biodiversidade nacional estão cinco aracnídeos, dois insectos, uma lesma-do-mar, um peixe e uma ave. Segundo o docente da Universidade dos Açores (UA), Paulo Borges, investigador do CITA-A, Centro de Investigação e Tecnologias Agrárias dos Açores e responsável também pelo Portal da Biodiversidade, a escolha do o Paínho-de-Monteiro nesta avaliação nacional “mostra que as pessoas que votaram na internet conhecem essa espécie de ave. Havia mais cerca de cinco a seis espécies açorianas considerada nessa lista, mas só o Paím-de-Monteiro é que acabou por ser votado entre as melhores dez”.O docente universitário refere tratar-se de um “património único dos Açores”: “Além do Priôlo, temos também o Paínho-de-Monteiro como as duas aves que são espécies endémicas dos Açores”.
Espécie protegida
Paulo Borges recorda que existe actualmente em curso um projecto para a preservação do habitat do Paínho-de-Monteiro, desenvolvido pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) nos Açores.Apesar de esclarecer que não se trata de uma espécie em risco de extinção, como o Priôlo, o investigador refere que “é uma ave que tem um efectivo populacional não muito elevado”. Actualmente o ilhéu da Praia da Graciosa está classificado como Reserva da Biosfera e em curso, recorda Paulo Borges, está um processo de erradicação de roedores para evitar que se destruam os ninhos e os ovos destas aves.
“Pode não ser tão conhecida como o Priôlo”, mas a nível nacional, as pessoas reconheceram esta espécie.”
De Paínho-da-Madeira a Paínho-de-Monteiro
Segundo descreve o biólogo Joël Bried, do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da UA, a espécie “Paínho-de-Monteiro” foi descrita apenas em 2008. “Antigamente, era conhecido como Paínho-da-Madeira-de-época-quente Oceanodroma castro. Contudo, o investigador Luís Monteiro mostrou durante o seu doutoramento que as duas formas sazonais de Paínho-da-Madeira nos Açores, para além de se reproduzirem em épocas diferentes, tinham uma morfologia e uma dieta diferentes (…) Recentes estudos genéticos mostraram que o Paínho-da-Madeira-de-época-quente dos Açores era geneticamente distinto, não só do Paínho-da-Madeira-de-época-fria dos Açores, mas também de todos os outros Paínhos-da-Madeira do Atlântico norte e do Pacífico. A combinação dessas diferenças (morfológicas, ecológicas, vocais e genéticas) levou a considerar que o Paínho-da-Madeira-de-época-quente dos Açores era mesmo uma espécie distinta”.A mais pequena ave marinha, de coloração preta, deve ao seu nome em homenagem ao investigador Luís Monteiro, falecido num acidente de avião em 1999. O Paínho-de-Monteiro mede apenas 18-20 cm e tem peso entre 35 e 60 gramas.“Segundo Gaspar Frutuoso, os paínhos eram muito abundantes no arquipélago durante o século XVI. No entanto, foram intensamente explorados para alimentação e extracção de óleo nessa altura. Actualmente, a população está muito reduzida, com apenas 250-300 casais reprodutores. As colónias de nidificação desta espécie localizam-se em pequenos ilhéus desabitados, situados ao largo da ilha Graciosa (ilhéus de Baixo e da Praia)”.O investigador refere suspeitar da nidificação desta ave igualmente no ilhéu da Baleia (Ponta da Barca).“Actualmente, considera-se que este ilhéu alberga a maior colónia de Paínhos-de-Monteiro do mundo, com ligeiramente mais do que 100 pares”.
Listagem nacional

No “Top 10 das Espécies Portuguesas” figuram, com a seguinte ordenação, o Ruivaco-do-oeste (Achondrostoma occidentale), uma espécie de peixe apenas conhecida de três ribeiras na Estremadura Portuguesa, classificada como estando em perigo de extinção; a Aranha-de-Tolkien (Amphiledorus ungoliantae), que só se encontra perto da aldeia de Corte da Velha (Mértola); a Aranha-cavernícola-do-Frade (Anapistula ataecina), descoberta em 2005 durante as actividades do Núcleo de Espeleologia da Costa Azul, apenas descrita em 2009. Trata-se da aranha mais pequena da Europa (0.43-0.58mm) e uma das mais pequenas do mundo, recentemente classificada com o estatuto de “Em Perigo Crítico de Extinção (CR)" pela União Internacional para a Conservação da Natureza”; a mosca-áptera-lusitânica (Ariasella lusitanica), descoberta pela primeira vez num terreno privado no Norte de Portugal. Este pequeno insecto pode-se confundir com uma formiga devido ao seu pequeno tamanho e andar a grande velocidade pelo solo, tratando-se de uma mosca perdeu a capacidade de voar ficando com as asas atrofiadas; Escorpião-ibérico (Buthus ibericus), uma das espécies mais comuns de escorpião no país; Lesma-do-mar-lusitânica (Calma gobioophaga) conhecida da costa de Portugal Continental e Mediterrâneo Ocidental; Aranha-buraqueira-de-Machado (Iberesia machadoi), que encontra-se em quase todo o país. Trata-se de uma das maiores aranhas de Portugal (até 30mm), que vive durante quase toda a sua vida em tubos escavados no solo; o já referido Paínho-de-Monteiro (Oceanodroma monteiroi), espécie de ave descrita há apenas dois anos, apesar de desde a década de noventa Luís Monteiro, biólogo, ter sugerido a existência desta espécie críptica na ilha Graciosa; Pseudoescorpião-cavernícola-da-madeira (Paraliochthonius cavalensis), espécie cavernícola conhecida exclusivamente das Furnas do Cavalum, na ilha da Madeira. Esta espécie não possui olhos e tem membros especialmente alongados; e Mosca-das-dunas (Tethina lusitanica), pequena mosca com cerca de 2 mm que habita as dunas costeiras portuguesas, encontrada pela primeira vez em 2008 nas praias da Apúlia, em Esposende. Trata-se de uma mosca muito atraente, que mimetiza a areia envolvente.
(in Humberta Augusto em A União)