quinta-feira, março 31, 2011

Detectados em Lisboa vestígios de radioactividade

O Instituto Tecnológico e Nuclear (ITN) anunciou hoje que detectou vestígios radioactivos do acidente nuclear no Japão no ar, mas em quantidades "muito baixas" e sem perigo para a saúde pública.

Como seria expectável", as medições do ITN feitas na sua estação de amostragem de Sacavém começaram na quarta-feira a detectar "vestígios dos radionuclidos césio e iodo" em amostras de aerossóis - partículas suspensas em gases na atmosfera, refere um comunicado do Instituto. Estas concentrações têm "origem presumível no acidente ocorrido no Japão, são muito baixas e não representam quaisquer perigos para a saúde pública", garante o ITN, acrescentando que "continua a acompanhar o evoluir da situação efectuando regularmente medições". No dia 28 já tinham sido previstos para os Açores vestígios do gás Xenon 133, sem perigo para a saúde e sujeitos a desaparecer em alguns dias, segundo o especialista da Universidade dos Açores, Félix Rodrigues. As partículas radioactivas movem-se pelo mundo a grandes altitudes, levadas pelas correntes de ar atmosféricas.

(In Diário de Notícias)

Nuvem radioactiva do Japão não foi detectada em Portugal

Há razão em Portugal para ter medo da nuvem radioactiva lançada pela central japonesa de Fukushima?

Até agora não há, se não forem libertados mais materiais da central, porque as estações de detecção de radioactividade nos Açores, onde a nuvem chegaria primeiro, depois de atravessar o Pacífico, cruzar os Estados Unidos e passar pelo Atlântico, não mediram nada desde o acidente. Em Ponta Delgada há duas estações: uma da Rede de Alerta da Radioactividade do Ar (RadNet) da Agência Portuguesa do Ambiente; a outra, muito sofisticada, que mede elementos radioactivos separados, é da Organização do Tratado Alargado de Proibição dos Testes Nucleares, uma agência da ONU com estações pelo mundo, e que é operada pelo Instituto Tecnológico e Nuclear (ITN), em Sacavém. "Nenhuma destas estações detectaram fosse o que fosse", diz Pedro Vaz, responsável pela Unidade de Protecção e Segurança Radiológica do ITN. Nem as restantes 11 estações da RadNet, uma na Madeira e as outras em Portugal continental, que medem a dose ambiental total da radioactividade, detectaram alguma coisa. Quando se pergunta a João Oliveira Martins, da RadNet, se as estações assinalaram um aumento da radioactividade relacionada com as partículas da nuvem, a resposta é: "Absolutamente nada. Os nossos sensores não mediram variações na radioactividade ambiente."

Então e os mapas que mostraram uma nuvem a avançar desde a central, entre 12 e 15 de Março, pelo mundo fora?

Na realidade, esses mapas são simulações do trajecto da nuvem, que, segundo os seus resultados, chegou há cerca de uma semana a França, ao território continental português e a outras zonas europeias. Ou seja, são o resultado de modelos de dispersão atmosférica feitos, por exemplo, pelo Instituto de Meteorologia de França ou pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) dos EUA. Foi, aliás, o modelo das trajectórias de massa de ar da NOAA que Félix Rodrigues, da Universidade dos Açores, usou para ver se elementos radioactivos de Fukushima, como o xénon-133 e o césio-137, chegariam aos Açores, tanto à superfície como a mais de dois mil metros, até porque, diz, o arquipélago já foi afectado por chuvas radioactivas entre os anos 60 e 90 devido aos testes nucleares. Baseou-se também em estimativas, incertas, do Instituto de Radioprotecção e Segurança Nuclear francês para as emissões da central. Os resultados para os Açores coincidem com os modelos de outros cientistas, diz Félix Rodrigues. A diferença, acrescenta, é que as outras equipas não calcularam se haveria acumulação na atmosfera dessas substâncias radioactivas. "Vi que há sempre diluição. As concentrações que chegariam cá seriam milhares de vezes inferiores às de Fukushima", diz. "Qualquer aparelho que medisse esse acréscimo à superfície, ele confundir-se-ia com as oscilações normais emitidas pela atmosfera, rochas ou solo.

"Com a rede francesa de detectores também nada foi medido, embora análises a amostras recolhidas em solo francês tenham encontrado vestígios ínfimos, explica José Marques, do ITN e da Faculdade de Ciências de Lisboa. A rede dos EUA, diz ainda, também detectou níveis mínimos, mas esse país está mais perto da central. Portanto, partículas da nuvem radioactiva chegaram, ou não, a Portugal?

Segundo os modelos de dispersão atmosférica, sim. Segundo as medições nas estações, incluindo a da rede internacional nos Açores, não. Até pode ter-se dado o caso de algumas partículas terem sido trazidas até Portugal. Mas ou ficaram a grande altitude, pelo que não foram medidas à superfície, ou, se caíram, foi em valores tão ínfimos que a rede não as detectou, pelo que não põem em perigo a saúde pública. "No modelo, há transporte de partículas. Mas não há medições que confirmem que afectaram a superfície", diz Félix Rodrigues.

Por que não coincidem os modelos e as medições?

As estações medem o que existe, explica Pedro Vaz, enquanto os modelos partem da estimativa das emissões de Fukushima ("esses dados não são ainda fiáveis") e incluíram variáveis como vento e chuva, que podem ter alterado o trajecto da nuvem e tê-la dispersado nos dez mil quilómetros até Portugal.

(In Público)

Academia açoriana participa em colóquio da Universidade Católica

A Universidade Católica Portuguesa organiza, amanhã pelas 10h15, um colóquio que visa debater a crise na perspetiva da Filosofia, da Economia e da Teologia. O evento conta com parcerias açorianas e com a presença de professores da Região, como Eduardo Ferraz da Rosa, Alfredo Borba e Manuel Cândido Pimentel. "Os valores não são mentira", colóquio que vai ser transmitido via web no sítio http://tv.azoresglobal.com/, decorre por ocasião do lançamento em Portugal da obra "Insight - Um Ensaio sobre o Conhecimento Humano", de Bernard Lonergan, (1904-1984), considerado por muitos intelectuais, segundo a revista TIME, "o mais sofisticado filósofo do séc. XX". O evento, da responsabilidade do Centro de Estudos de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa, integra ainda a apresentação do livro Bernard Lonergan, "Uma Filosofia para o Século XXI", da autoria de Mendo Castro Henriques, professor da UCP e tradutor, em conjunto com Artur Morão. "Os valores não são mentira" coloca a tónica em questões como "Os motivos da crise atual: ganância ou ignorância?", "Respostas à crise: mais valores ou mais conhecimento" e "Açores", painel em que participam Eduardo Ferraz da Rosa e o pró reitor da UAç, Afredo Borba.O colóquio que decorre em Lisboa conta ainda com intervenções de Artur Morão, Ângelo Cardita, Samuel Dimas, Miguel Oliveira Panão, João Salgueiro, Vítor Bento e Carlos Silva.

(In Diário Insular)

475 ANOS DA CRIAÇÃO DA DIOCESE Igrejas Paroquiais dos Açores reunidas em catálogo fotográfico


São quase duas centenas de páginas dedicadas à história e património das 164 Igrejas Paroquiais do arquipélago dos Açores. Em formato catálogo, a obra integra textos e fotografias de vários autores desde párocos a paroquianos, e, por isso, não tem nomes indicados. Trata-se de uma edição da Diocese de Angra levada a cabo para assinalar os 475 anos da sua criação e dar a conhecer ao público em geral as igrejas das suas próprias ilhas. Do Corvo à ilha Terceira, seguindo ordem alfabética, e capa verde fluorescente, o catálogo das Igrejas Paroquiais dos Açores, editado recentemente pela Diocese de Angra, regista os principais pontos históricos e patrimoniais das 164 paróquias que actualmente existem nas nove ilhas do arquipélago. Essa iniciativa surge no âmbito da comemoração dos 475 anos da criação da Diocese de Angra e, mais do que tudo, segundo as palavras de D. António de Sousa Braga, Bispo de Angra, importa recordar esta parte da herança cultural açoriana. “Esta Exposição das fotografias e breve história das igrejas paroquiais constitui uma iniciativa louvável e oportuna, que vem lembrar esta herança cultural, que importa preservar e promover”, pode ler-se na apresentação do catálogo, acrescentando que “efectivamente, não se pode falar de “açorianidade”, sem a referência ao Cristianismo, na sua versão católica, tal como foi vivida nos Açores”. “E será ainda este quadro de valores, herdados do cristianismo, que poderão ajudar-nos a vencer as dificuldades do momento presente e a enfrentar os desafios do futuro. É que os povos, como as árvores, vivem das raízes!”, salienta. Já Hélder Fonseca, Vigário Geral e director do BEA, sublinha na nota introdutória que as cerca de duas centenas de páginas, com textos e fotos a preto e branco da autoria de vários autores, pretende “dar a conhecer ao público que vive em ilhas, as igrejas da própria ilha e das ilhas vizinhas, que formam a mesma Diocese”. “O interesse é deixar registado, em breves traços, do ponto de vista patrimonial e histórico, quantas, quais, onde e como são as igrejas paroquiais dos Açores, quando a Diocese perfez 475 anos”, acrescenta. Refere ainda que a coordenação do trabalho está a cargo da Vigararia Geral e que, dada a extensão do projecto, não foi possível incluir as igrejas particulares, de Curatos, Conventos, Misericórdias, Cemitérios, e outras. Obra conjunta Para o Vigário Geral, o trabalho de pesquisa e divulgação dos conteúdos do catálogo “Igrejas Paroquiais dos Açores”, traduziu-se numa “aventura” tendo em conta o número extenso de pessoas contactadas. Por isso, sublinha, a obra não indica nomes de autores. “Esta obra não tem autor nomeado. É uma obra conjunta de muito gente, quer na fotografia, quer na pesquisa e redacção das fichas. Não foram pedidas assinaturas de trabalhos, pelo que cremos que os autores colaboraram generosamente numa obra colectiva, sem fins comerciais”, explica Hélder Fonseca justificando que “a aventura foi grande, pelo número de pessoas contactadas para as fotografias (em suporto digital e em papel de formato 40X50 cm) bem como para os textos”. Neste sentido, o responsável regista uma palavra de agradecimento a várias figuras que contribuíram para concretização do projecto desde párocos a paroquianos, passando por professores e seminaristas. “Para os casos em que os párocos não puderam responder, foi necessário recorrer a correspondentes menos familiarizados com o histórico dessa igreja paroquial”, refere. A nota introdutória indica ainda uma palavra de reconhecimento a Nelson Lourenço; ao seminarista Luís Silva que colaboraram na recolha e selecção de fotografias e redacção de textos; ao Professor Félix Rodrigues, pelo apoio promocional e logístico, à Culturangra, e à Câmara Municipal de Angra do Heroísmo (CMAH). Em tom de enquadramento histórico, o Vigário Geral recorda o impacto do Sismo de 1980 nas estruturas das igrejas da ilha Terceira e a comemoração dos 25 anos da reabertura da Sé Catedral, após sofrer a dita calamidade. “Este facto diz como as igrejas dos Açores levam em si uma marca secular, mas ao mesmo tempo a ameaça da caducidade do tempo de que passa. São destruídas e alteradas com os sismos, em todos os séculos. Assim foi na Terceira, em 1980 e no Faial, em 1998. Por exemplo, já não sabemos como eram as igrejas dos Flamengos, de Pedro Miguel, do Salão e da Ribeirinha, no Faial, e ainda não sabemos como vão ser. Até lá, este catálogo pode ser um estímulo à memória crítica do amor perene à Igreja”, concretiza. “Junto das Casas” Na apresentação do catálogo “Igrejas Paroquiais dos Açores”, o Bispo de Angra, D. António de Sousa Braga, remonta às origens do conceito e significado do termo “paróquia” e o seu papel na sociedade, referindo que “foi à volta das comunidades paroquiais e das suas igrejas, que se foi realizando o povoamento dos Açores”. “A Paróquia tornou-se o pólo aglutinador da comunidade. Ainda hoje o nome da circunscrição territorial civil é origem eclesiástica. “Freguesia” vem de “feligreses”= “filii ecclesiae”= filhos da Igreja; quer dizer: os “fregueses”, isto é, os frequentadores habituais da igreja, onde as pessoas se reuniam, para celebrar a Eucaristia dominical e as festas comunitárias”, contextualiza. As explicações do representante máximo da Igreja Católica nos Açores precisam que “para designar a circunscrição territorial eclesiástica, acabou por ser adoptado – digamos assim – um nome de origem profana: “paróquia”, que deriva da expressão grega “pará-oikia”, que significa “junto das casas”. E, por isso, diz, o termos exprime a ideia de vizinhança ou proximidade da Igreja à vida da comunidade cujo apoio motivou diversas dinâmicas como, por exemplo, as festas patronais. “Ainda hoje as grandes festas comunitárias das freguesias têm a sua matriz religiosa. Pensemos, por exemplo, nas festas patronais, que põem em movimento toda a freguesia, em várias dimensões da vida comunitária. Que não apenas na sua dimensão religiosa”, remata D. António de Sousa Braga. (In Sónia Bettencourt em A União)

Sessão de apresentação do projeto de candidatura a Reitor - Prof. Doutor Alfredo Borba

Terá lugar, no próximo dia 4 de Abril, pelas 15h00, no Anfiteatro C do campus de Ponta Delgada, a Sessão de Apresentação à Comunidade Académica do Projeto da Candidatura a Reitor pelo Prof. Doutor Alfredo Emílio Silveira de Borba. A candidatura será igualmente apresentada nos campus da Horta, no dia 6 de Abril pelas 14h00, no Anfiteatro do Edifício do Departamento de Oceanografia e Pescas (Rua Doutor Frederico Machado), e de Angra do Heroísmo, no dia 7 de Abril, pelas 15h00, no Anfiteatro do Complexo Pedagógico, no Pico da Urze. Os eventos, especialmente dirigidos à comunidade académica, estarão aberto aos órgãos de comunicação social e à comunidade açoriana em geral. Nota Biográfica do Candidato Alfredo Emílio Silveira de Borba Natural de Lajes do Pico Data de Nascimento: 09/04/1959 Licenciado em Engenharia Zootécnica pela Universidade dos Açores (1982). Doutorado pela Universidade dos Açores, 1992. Ramo de Ciências Agrárias, Especialidade de Nutrição Animal. É docente da Universidade dos Açores desde 1983 e Professor Catedrático desde 2006. Experiência de Direcção e Gestão Académica: Director do Curso de Engenharia Zootécnica de 1992 a 2006. Membro do Senado da Universidade dos Açores desde 1991 até à sua extinção. Director do Centro de Investigação em Tecnologias Agrárias dos Açores de 1995 a 1996. Director do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores de 1996 a 2011. Responsável pelo Centro de Informação Rural dos Açores – Carrefour dos Açores e Pelo Centro Europe Direct Açores desde 1999. Pró-Reitor para a Coordenação das Actividade do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores de 2003 a 2011. Membro eleito do Conselho Geral da Universidade dos Açores, desde 2009 até à presente data. Actividade Pedagógica: Leccionou nos cursos de Licenciatura em Engenharia Zootécnica, Tecnologia Agro­‑Alimentar, Medicina Veterinária, Educadores de Infância, Agricultura Ecológica e Ciências Agrárias as disciplinas de Nutrição I e II, Alimentação Animal, Nutrição Animal, Nutrição, Saúde Higiene e Nutrição, Equinicultura, Nutrição Humana, Fisiologia II e Sistemas de Produção Animal. Nos Cursos de Mestrado de Gestão e Conservação da Natureza, Produção Animal e Engenharia Zootécnica as disciplinas de Métodos de Sistemas Agro-Silvo-Pastoris, Sistemas de Agricultura, e Nutrição. Actividade Científica: Tem desenvolvido trabalho de investigação na área da Nutrição Proteica, na área da valorização nutritiva das forragens tradicionais dos Açores e na influência da produção animal na poluição, com trabalhos publicados em Revistas Nacionais (Arquipélago; Revista Portuguesa de Zootecnia; Revista de Ciências Agrárias) e Internacionais (Annales de Zootechnie; Journal of Agricultural Science, Cambrige; Animal Research; Livestock Production Science; Small Ruminant Research; Journal of Dairy Sciene; Reproduction in Domistics Animals) com comunicações em Congressos Nacionais e Internacionais e gestão de Projectos de Investigação financiados pela FCT, FLAD e DRCT.

quarta-feira, março 30, 2011

SIARAM disponibiliza cartas de Arruda Furtado a Darwin

O SIARAM - Sentir e interpretar os Açores, o site sobre Ambiente desenvolvido pelo Governo Regional, renovou os seus conteúdos multimédia e inclui agora informação sobre a vida e obra de Francisco de Arruda Furtado, o primeiro malacólogo açoriano. Entre os documentos disponibilizados, encontra-se, por exemplo, correspondência trocada com outros naturalistas, nomeadamente Charles Darwin. Francisco de Arruda Furtado dedicou grande parte da sua vida ao estudo da evolução e distribuição da fauna e flora nos Açores e desenvolveu estudos sobre a antropologia dos povos açorianos. Para além de depoimentos de investigadores sobre a sua vida e obra está pela primeira vez disponível na internet, acessível a todos os interessados, toda a sua obra e correspondência científica. Neste processo, a secretaria regional do Ambiente e do Mar contou com o apoio do Instituto Açoriano de Cultura e do Instituto Cultural de Ponta Delgada. Na temática Centros de Interpretação são disponibilizados conteúdos sobre os centros de interpretação ligados à promoção do conhecimento dos aspetos ambientais dos Açores. Assim, podem ser consultados vídeos, fotografias e textos sobre o Observatório do Mar dos Açores e a Fábrica da Baleia do Porto Pim na ilha do Faial, Observatório do Ambiente dos Açores na Ilha Terceira, entre outros. Na temática Cavidades Vulcânicas foi introduzida informação sobre a Gruta do Carvão de São Miguel, uma das quatro cavidades vulcânicas classificadas como Monumento Natural Regional. No que diz respeito às zonas húmidas, encontra-se agora informação sobre os Charcos de Pedro Miguel, um dos lugares mais interessantes para a observação de aves migratórias acidentais na ilha do Faial. Foram também atualizados os conteúdos sobre a produção de energia hídrica nos Açores. Está ainda disponível um depoimento de Paulo Borges da UAç sobre o trabalho desenvolvido pelo naturalista Dalberto Pombo nos Açores.

(in Diário Insular)

Universidade mais perto das empresas


Alfredo Borba, candidato a reitor da Universidade dos Açores, defende uma maior resposta da academia açoriana às necessidades do tecido empresarial açoriano.Em entrevista a DI, a publicar na próxima edição de "DI Xl", o atual pró-reitor sustenta que este contacto mais estreito pode ser desenvolvido de várias formas: "Faz-se estabelecendo parcerias, prestações de serviços, de acordo com o que as empresas necessitam e também dando formação nas áreas que são necessárias para o tecido empresarial açoriano. Há vários mecanismos que podem ser explorados e que já o estão a ser".Defendeu ainda a aposta "numa investigação empreendedora, muito prática, nunca deixando, claro, a investigação fundamental, essencial para a sobrevivência da investigação científica na Universidade dos Açores"."Isso é, no fundo, o que o Governo nos está a pedir, através da direção regional da Ciência e da Tecnologia: Ligação com o tecido empresarial na investigação. Temos que ir por esse caminho", concluiu. EnfermagemQuanto a uma reestruturação e racionalização das unidades orgânicas no seio da instituição, Alfredo Borba concorda que esse é um debate que "tem de ser feito" pela universidade açoriana.Quanto à situação específica das duas escolas de enfermagem, em Angra do Heroísmo e Ponta Delgada, considera que este será o caso "relativamente urgente"."Duas escolas de enfermagem nos Açores não são possíveis em termos da racionalidade da oferta de ensino e de imagem externa da instituição junto das entidades que nos tutelam. Penso que não é possível continuar por muito mais tempo com esta solução. O futuro das escolas de enfermagem tem também de ser debatido internamente e tem de se atingir um consenso, porque também vai ser o Conselho Geral que vai decidir, em última análise, qual é o caminho que vamos seguir", frisou o candidato e reitor da UA.

(In Diário Insular)

Em quantidades vestigiais sem riscos para a saúde


Ponta Delgada - Partículas de gás radioactivo provenientes da central nuclear de Fukushima, no Japão, foram detectadas nos Açores em quantidades vestigiais sem riscos para a saúde, assegurou o secretário regional do Ambiente e do Mar, Álamo Meneses.

O investigador Félix Rodrigues da Universidade dos Açores, tinha confirmado ontem, segunda-feira que artículas de gás provenientes da central nuclear de Fukushima, no Japão, já seriam previstas nos Açores. O especialista garantiu que não há qualquer perigo para a saúde pública, «É previsível a chegada de partículas e gases do acidente e incidentes do Japão. Trata-se de gases xénon 133, que não têm qualquer risco de saúde pública. Por outro lado, todas as avaliações feitas no Japão têm níveis que não põem em risco a saúde pública», disse.Segundo Félix Rodrigues, tanto o modelo utilizado pela Universidade dos Açores, quanto outros que têm vindo a ser empregues em outros países, sugerem que quantidades vestigiais de elementos radioactivos também já terão chegado a Portugal continental, assim como a boa parte da Europa.

(In Jornal Digital) (c) PNN Portuguese News Network2 011-03-29 10:57:42.)

Partículas radioactivas do Japão chegam a Portugal, mas "não há risco"

Félix Rodrigues, investigador da Universidade dos Açores, previu a chegada aos Açores e ao continente português de partículas radioactivas do Japão. O especialista garante que não há qualquer perigo para a saúde pública. “É previsível a chegada de partículas e gases do acidente e incidentes do Japão. Trata-se de gases xénon 133 e Césio-137 que não têm qualquer risco de saúde pública. Por outro lado, todas as avaliações feitas no Japão têm níveis que não põem em risco a saúde pública”, disse. Já Mark Breedy, responsável de comunicação de políticas europeias da Greenpeace, refere que, “infelizmente, não estamos mais seguros na Europa do que no Japão”. “Os acidentes nucleares podem acontecer e não é preciso haver um grande terramoto ou um tsunami para que aconteçam. Muitas coisas podem correr mal", começa por dizer Mark Breedy. "A energia nuclear é uma tecnologia inerentemente perigosa e, na verdade, não precisamos dela. Calculámos, tendo como base investigações feitas no Centro Aeroespacial Alemão, que podemos encerrar cerca de metade das centrais nucleares na Europa nos próximos 10 anos, preenchendo esse vazio com energias renováveis seguras”, acrescenta o responsável de comunicação de políticas europeias da Greenpeace. 28/03/2011 Fonte: http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=1237&did=148637 Na sequência da notícia referida, aqui fica uma nota sobre o tema emitida pela Agência Portuguesa do Ambiente hoje, 28 de Março de 2011, às 12 horas. “Situação noutros países: Como era previsível e de acordo com os modelos de dispersão atmosférica e com os dados meteorológicos dos dias anteriores foram detectados na Europa ligeiros aumentos pontuais da concentração de iodo e césio nas massas de ar vindos do Japão. As Autoridades de vários países europeus e norte americanos confirmaram que os valores de concentração de iodo-131 e Césio-137 medidos na atmosfera, devido à dispersão de material libertado pela central de Fukushima, são muito baixos e não apresentam qualquer risco para a saúde e para o ambiente. A APA mantém em funcionamento uma rede de alerta radiológico (RADNET) com 13 estações colocadas em território nacional, incluíndo os Açores e a Madeira, e que mede a taxa de dose ambiental. Todas as estações activas têm apresentado nos últimos dias dados dentro da gama de valores normais para as várias localizações do território nacional.”

(In Pensando Verde)

MATERIAL RADIOACTIVO VINDO DO JAPÃO NÃO PÕE EM CAUSA SAÚDE PÚBLICA EM PORTUGAL


Apesar dos sistemas de modelação colocarem nuvens de partículas radioactivas nos Açores, Félix Rodrigues refere que os níveis de radoiactividade proveniente da central de Fukushima nunca vão pôr em causa a saúde pública em Portugal e nos restantes países europeus. O investigador da Universidade dos Açores acredita, contudo, que o acidente no Japão vai ditar a diminuição da construção de centrais nucleares em todo o mundo. “Valores mínimos, que não têm qualquer impacto na saúde”. Félix Rodrigues descansa os mais alarmados com as notícias da existência de material radiactivo sobre os Açores. “Apesar do estudo de modelação efetuado à coluna de ar da atmosfera e de outros semelhantes realizados noutros países, as partículas podem atingir os Açores, mas em quantidades mínimas”, diz em entrevista ao Canal UP. À superfície não houve “alteração nos níveis de radioactividade” e, mesmo que isso chegue a acontecer, “nunca será em níveis que prejudiquem a saúde pública”, refere o professor da Universidade dos Açores, que aponta como zonas de maior risco, além do Japão, os Estados Unidos e o Canadá. Félix Rodrigues refere que o material mais perigoso tem sido detectado apenas regionalmente na zona dos reactores e que ainda não há grande alarmismo, tendo em conta as quantidades identificadas. No caso dos Açores, as nuvens radioactivas contêm sobretudo partículas de gás “Xenon 133”, que se desfazem ao cabo de poucos dias. “O acidente no Japão vai ditar a diminuição da produção de energia nuclear” Um sismo de grande magnitude, um tsunami e uma central nuclear em risco. A conjuntura em que mergulhou o Japão a 11 de Março pode ter mais uma consequência: a desconfiança relativamente às centrais nucleares. “O que gerou o acidente nuclear no Japão não foi a estrutura física de segurança da central, mas uma coisa básica: a paragem de distribuição de água aos reactores, que impediu o seu arrefecimento. Isto na sequência de um fenómeno a que ninguém está imune. A vulnerabilidade das centrais vai ser mais falada que nunca e acredito que a insegurança que agora se sente vai ditar uma diminuição muito significativa da construção de centrais nucleares no mundo”, refere Félix Rodrigues. Portugal, vulnerável pela proximidade das centrais nucleares espanholas, pode ser também afectado pelo sentimento de insegurança. “Penso que será um sentimento global e que, agora mais que nunca, os ambientalistas farão pressão para que as centrais sejam eliminadas”, remata o investigador.

(In Canal UP- Universidade e Ploitécnicos)

terça-feira, março 29, 2011

ÚLCERAS POR PRESSÃO Investir na prevenção para evitar gastos maiores

Duas principais ideias estão na operacionalização dos ensinamentos da investigação em enfermagem ao Lar de Idosos da Santa Casa da Misericórdia de Angra: a de que as úlceras por pressão não são um fenómeno natural e de que estas, além de sofrimento, trazem despesas evitáveis com comportamentos preventivos.A certificação de qualidade em saúde desta valência passa também pela melhoria dos cuidados prestados nestas áreas. “A principal mensagem é a de desmistificar a ideia de que as úlceras por pressão (UPP) são um processo natural em fim de vida. Porque não é. Elas são sempre resultado de algum desconhecimento ou falha nos cuidados, nomeadamente, ao nível da prevenção porque 95 por cento das UPP são evitáveis”. O alerta parte da docente da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo (ESEnfAH), Universidade dos Açores (UA), Rosa Carvalhal, coordenadora do projecto/acção “A Incidência e Prevalência das UPP” no Lar de Idosos da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo, no âmbito da iniciativa comunitária ICE 2 (Investigação Científica em Enfermagem). O segundo alerta vai para a gestão da patologia ao nível dos custos em saúde: “temos estudos que indicam que a prevenção sai mais barata que o tratamento”. Segundo um levantamento já feito neste centro geriátrico, existe uma taxa de 17 por cento de prevalência de UPP na instituição que acolhe cerca de 60 utentes. Combater esta estatística, e o sofrimento a ela associada é, por isso, algo urgente a implementar não só nesta valência, refere, como em instituições que lidem com as populações vulneráveis aos problemas causados pela falta de mobilidade. Família e enfermeiros
Esta é uma mensagem, ressalva a enfermeira, dirigida aos familiares que lidam com a situação, mas sobretudo, diz, “aos prestadores de cuidados de saúde, em particular aos enfermeiros”. “É preciso sobretudo prevenir: há imenso material de prevenção que até tem custos muito menores do que os do tratamento, sem falar na situação de grande sofrimento que as UPP causam à própria pessoa, à família e aos profissionais de saúde”. Em suma, reitera: “se é mais barato e traz menor sofrimento, vamos prevenir”, sem esquecer que “é preciso abandonar a ideia de que é um fenómeno expectável na vida do ser humano”.Estas foram aliás as preocupações que levaram, na passada semana, à realização de uma acção de formação dirigida a cerca de vinte profissionais da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo com a especialista de renome internacional, Kátia Furtado, membro da ELCOS - Sociedade de Feridas e da European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP) que se deslocou à ESEnfAH. Hoje, em reunião de conclusão dessa formação, ficará assente uma sistematização do que é preciso implementar nessa valência da SCMAH. Certificação de Qualidade A criação de mecanismos e comportamentos preventivos da UPP enquadra-se igualmente numa lógica, mais alargada, de certificação de qualidade da própria instituição. “A SCMAH” está, neste momento, interessada em entrar num processo de certificação da qualidade e um dos aspectos também passa por essa problemática muito presente e que exige muita atenção”. Assim, e segundo a necessidades apuradas, Rosa Carvalhal refere que, entre outras medidas, é preciso criarem-se guide-lines de prevenção das UPP para o lar de idosos; que é necessário melhorar as condições ambientais, com melhoramentos, por seu turno, nos circuitos dos materiais limpos e dos contaminados; que é preciso apostar na disseminação do uso de materiais que evitam as UPP, como colchões adaptados, almofadas de apoio, protecções de proeminências ósseas; e que, ao nível do tratamento, é preciso optar-se por produtos à base de alginatos, prata, carvão, entre outros. A enfermeira recorda, contudo, que as UPP, apesar de terem maior incidência e prevalência nos idosos, não são exclusivas desta faixa etária: “não é uma patologia exclusivamente dos idosos. Qualquer pessoa, desde a pediatria, e mesmo na neonatologia, até à geriatria que tenha, por qualquer razão, um processo de imobilidade corre o risco, se não houver cuidados de prevenção adequados, de desenvolver UPP”. Reduzir taxas de incidência Rosa Carvalhal recordou o importante instrumento criado pelo ICE1, um manual de boas práticas para evitar as UPP “distribuído a todos os enfermeiros do Serviço Regional de Saúde”, que foi recentemente reeditado com o apoio da secretaria regional da Saúde. A especialista também relembra que do estudo de fundo feito no âmbito do ICE1, os Açores detinham uma taxa de prevalência de cerca de 7%: “uma média considerada muito boa e inferior às médias nacionais e mesmo dos países da Europa do Norte”. Contudo, o seu alerta vai no sentido de se aperfeiçoarem mecanismos e condutas que “reduzam ainda mais esse valor”. Até porque o estudo principal que, no actual ICE2 vai ser desenvolvido pelos parceiros do projecto da Macaronésia, vai para, disse, “o estudo do impacto económico das UPP” tanto ao nível dos cuidados prestados pelas famílias, como nos centros de saúde e nos hospitais. (in Humberta Augusto haugusto@auniao.com)

Nuvem radioactiva chega a Portugal


Pelos céus dos Açores já circulam partículas de gases radioactivos oriundas da central nuclear de Fukushima, Japão. A ‘nuvem radioactiva’ deve atingir Portugal continental nos próximos dias e evoluir para o resto da Europa, Norte de África e Médio Oriente.

Mas Félix Rodrigues, investigador e perito em poluição da Universidade dos Açores, que previu a chegada das partículas através de um estudo de modelação da circulação atmosférica, desdramatiza a presença dos gases. "Estão a muita altitude e a quantidade milhões de vezes inferior ao que se passa em Fukushima. É uma radiação residual, com níveis semelhantes aos emitidos pelas rochas e solos", explicou ao CM. O secretário regional do Ambiente e do Mar, Álamo Meneses, assegurou que não foram registadas alterações nos valores de radioactividade no arquipélago. O gás xénon 133 foi o primeiro a ser previsto, a 2500 metros de altitude, mas a quantidade projectada é tão ínfima que deve desfazer-se na atmosfera em poucos dias, caso seja real. Mais perigosos são o césio 137 e o estrôncio 90, que podem permanecer nos solos durante décadas. "Ainda há vestígios de césio e de estrôncio no Japão, nas regiões de Hiroshima e Nagasaki, onde foram lançadas bombas atómicas na II Guerra Mundial", explica Félix Rodrigues. No entanto, acrescenta, não é previsível que estes gases cheguem ao nível do solo. A exposição prolongada a grandes doses de radioactividade pode provocar vários tipos de cancro.

PLUTÓNIO NO SOLO NO FUKUSHIMA A empresa japonesa TEPCO detectou, pela primeira vez, vestígios de plutónio no solo em cinco locais diferentes no perímetro da central nuclear de Fukushima, mas garantiu que se trata de quantidades residuais e não constituem perigo para a saúde. Os vestígios foram detectados em análises ao solo realizadas na semana passada, adiantou fonte da empresa que gere a central. A TEPCO anunciou ainda que os elevados níveis de radiação detectados no domingo na água do reactor 2, que chegaram a ser 100 mil vezes superiores ao normal, se deveram, provavelmente, à fusão parcial das varetas de combustível no interior do reactor, mas assegurou que a situação "está controlada".

DISCURSO DIRECTO "SEM MOTIVO PARA ALARME": Félix Rodrigues, Investigador da Univ. Açores Correio da Manhã – Há motivos para alarme com a presença da ‘nuvem radioactiva’? Félix Rodrigues – Não há qualquer motivo para alarme. A presença de partículas na atmosfera é residual, é inferior às radiações do nosso Verão. – Mas os vários componentes radioactivos não são perigosos para a saúde humana? – Toda a radiação é prejudicial à saúde. Quando andamos de avião apanhamos radiação. No entanto, a concentração destas partículas é ínfima. Seria perigoso se atingisse o solo num só ponto, mas não é esse o caso. – Se algum reactor de Fukushima explodir, o risco não aumentará em consequência? – É preocupante no Japão e na costa ocidental dos EUA. O que é expectável a longo termo é que as partículas tenham distribuição global e que as maiores concentrações se situem na América do Norte e Ásia. A Europa será das zonas menos afectadas.

(In Correio da Manhã)

Leite açoriano tem muito mais para dar

José Matos, especialista em leite e laticínios.

A lavoura açoriana está a protestar cada vez mais contra o preço do leite à produção e entretanto a lavoura da Terceira acaba de reunir em jornadas técnicas, que se repetem ano após ano, desde há muitos anos. O que importa hoje discutir no setor? Realçaria a questão da sustentabilidade, menor dependência de fatores externos à exploração - cujos preços sobem ao ritmo do preço do petróleo e do aumento dos consumos mundiais - como por exemplo os adubos e os cereais. Que técnicas produtivas utilizar para diminuir a dependência destes fatores (?): por exemplo, maior investimento em tecnologias associadas à produção de forrageiras, valorizando-se sempre mais a captação dessa fonte inesgotável de energia que é o Sol. A lavoura garante que não sobrevive por muito mais tempo com os atuais preços do leite à produção. Mas os industriais teimam em não pagar mais. Entretanto, o Governo vai compensando... Este triângulo funciona numa espécie de jogo de máscaras... Quer comentar? Os preços pagos pelo leite à produção, em todo o Mundo, e na Europa em particular, têm estado em alta, já há alguns meses, sendo certo que, com ritmos diferentes de país para país, e de indústria para indústria, refletindo o tipo de produtos em que o leite é transformado. Não conheço, de todo, as dificuldades que a nossa indústria possa ter atualmente na venda dos seus produtos - que são, essencialmente, o queijo e o leite em pó. Num contexto de crise económica é natural que as famílias portuguesas, e não só, sejam mais comedidas na aquisição dos alimentos mais caros, tradicionalmente os proteicos, como é o caso do queijo. De qualquer forma este diálogo, entre quem vende e quem compra, é muito antigo e será eterno. De há muito que sugiro que a indexação dos preços do leite, a valores de referência do mercado, poderia facilitar este diálogo, introduzindo mecanismos que levem ao ajustamento mais frequente, refletindo os preços de mercado. Outro aspeto será a necessidade dos agentes reguladores intervirem, sempre que se verifiquem, situações de monopólio, ou de concorrência desleal nos mercados, nomeadamente ao nível das cadeias de distribuição. Muitos analistas afirmam que o nosso leite tem muito mais rendimento para dar do que aquele que os industriais tiram dele. Qual a sua opinião? A nossa indústria transforma, e bem, a matéria-prima que recebe - geralmente de boa qualidade - essencialmente em queijo e em leite em pó. Duas formas de se livrarem da água, concentrando os sólidos, o que permite depois enfrentar, com maior facilidade, prazos de armazenamento mais prolongados e os custos elevados de transporte. Felizmente o leite é uma matéria prima extraordinária, que pode ser transformada numa variedade imensa de produtos. Certamente que há espaço para a diversificação na transformação do leite açoriano, em bebidas lácteas fermentadas; leites enriquecidos; leites modificados; leite acidófilo; novos queijos; bebidas à base de soro; alimentos liofilizados destinados ao consumo de grupos etários específicos, promotores do bem-estar e saúde - idosos, atletas, crianças; gelados, colostro liofilizado, etc. Lavoura deita forarendimento garantido As importações, para os Açores, de bens de primeira necessidade, desde couve a alfaces, passando por repolhos, tomates, etc., atingem valores exorbitantes. A nossa lavoura, ao não produzir esses bens - ao menos para auto-consumo - não estará a perder uma importante fonte de rendimento complementar face ao leite? Certamente. Os atuais desafios da agricultura - nossos, nacionais e mesmo globais - passam por encarar o desafio de uma maior sustentabilidade alimentar, investindo na agricultura. Segundo os multimilionários, Jim Rogers e Warren Buffet (um dos homens mais ricos do Mundo), há cinco boas razões para investir na agricultura: as reservas mundiais de cereais estão a atingir o nível mais baixo em 40 anos; o consumo de bens agrícolas, particularmente os cereais, está em franca ascensão; a quantidade de terra arável por pessoa, a nível global, tem diminuído drasticamente; o uso de cereais para a produção de biocombustíveis aumentou a pressão sobre os preços; a menor disponibilidade de água irá reduzir a produtividade agrícola. É fácil então predizer que os preços dos alimentos irão subir, ainda mais, e que, os nossos agricultores, terão boas oportunidades de sucesso, apostando nos produtos que melhor sejam valorizados pelo mercado.

(In Diário Insular)

Vestígios de radioactividade de Fukushima chegam a Portugal, sem riscos para a saúde

A nuvem de radioactividade lançada pela central nuclear de Fukushima já estará sobre Portugal, mas em quantidades vestigiais, sem riscos para a saúde. Este é o resultado indicado por um modelo de dispersão atmosférica aplicado por investigadores portugueses, com base em dados disponíveis no Japão e noutros países. O arquipélago dos Açores é o primeiro a ser atingido pela nuvem, mas apenas em altitudes elevadas. O modelo sugere a presença dos elementos radioactivos xenon 133 e césio 137 a mais de 2000 metros de altitude. “Na pior das hipóteses, o que estará a chegar aos Açores é milhões de vezes inferior ao que se observa no Japão”, afirma o investigador Félix Rodrigues, acrescentando que não há quaisquer riscos para a saúde humana ou para os ecossistemas. Segundo Félix Rodrigues, tanto o modelo utilizado pela Universidade dos Açores, quanto outros que têm vindo a ser empregues em outros países, sugerem que quantidades vestigiais de elementos radioactivos também já terão chegado a Portugal continental, assim como a boa parte da Europa. Um exercício semelhante realizado na semana passada pela agência francesa de meteorologia mostra a expectável dispersão da radiação de Fukushima por praticamente todo o hemisfério Norte (ver aqui). Em França, o resultado dos modelos foi confirmado por análises a partículas atmosféricas, que revelaram a presença de vestígios de iodo radioactivo em Paris – mas igualmente sem riscos para a saúde. No caso dos Açores, Félix Rodrigues afirma que as simulações não apontam para valores anormais de radiação ao nível do solo. A Rede de Alerta de Radioactividade no Ar, da Agência Portuguesa do Ambiente, não registou, desde 11 de Março – data do sismo e tsunami que causaram o acidente nuclear de Fukushima –, qualquer variação significativa na radiação no ar na estação de Ponta Delgada. Os valores registados – 0,13 microsieverts por hora – correspondem à radiação natural encontrada na região.“Não há alterações, nem é expectável que venha a haver, dada a distância a que os Açores se encontram do Japão”, disse à Lusa o secretário regional do Ambiente e do Mar, Álamo Meneses. “A região, em conjunto com a Agência Portuguesa do Ambiente, estão a efetuar as monitorizações adequadas”, acrescentou Meneses. Estão a ser feitas medições em duas estações na ilha de São Miguel. Segundo Félix Rodrigues, somente uma detecção muito precisa conseguirá identificar uma alteração na radioactividade no ar que corresponda à situação revelada pelos modelos. O investigador chama também a atenção para as incertezas associadas à modelação. A simulação da evolução da pluma nuclear de Fukushima foi feita com base em dados reais de concentração de elementos radioactivos no Japão, Havai e costa Oeste dos Estados Unidos. A maior parte da radiação, diz Félix Rodrigues, tende a ficar pelo caminho. Elementos como o césio 137 – mais preocupante, dado que persiste no ambiente por três décadas – precipitam mais junto à fonte. Outros, como o iodo e o xenon radioactivos, têm uma meia-vida bem mais curta, de poucos dias.

(In Público)

segunda-feira, março 28, 2011

Radioatividade em Portugal: qualidade do ar mantém-se nos parâmetros habituais

Há uma nuvem radioativa sobre os Açores

Os níveis de radiação detetados até agora não comprometem, no imediato, a saúde humana. Esta nuvem é proveniente de fugas radioativas das centrais nucleares no Japão. Félix Rodrigues, perito em poluição da Universidade dos Açores, declarou esta manhã à Antena 1 Açores que não há razões para alarme."Estamos a detectar gás, Xénon 133, os gases são os primeiros a chegar. Têm um ciclo de vída que os deve levar a desaparecer num mês. Não creio que deva haver qualquer nível de preocupação, é uma radiação com níveis comparáveis aos emitidos pelas rochas ou pelo solo, são níveis muito residuais, não têm qualquer significado em termos de saúde pública". Félix Rodrigues vai continuar a analisar as concentrações radioativas nos céus das ilhas, provenientes do Japão.

(in Antena 1 Açores)

Caça ao Coelho: Turismo e Sustentabilidade

Félix Rodrigues (Opinião)
A caça é hoje em dia vista mais como um desporto do que uma actividade que garante a sobrevivência humana ou alimentação humana. A ela está associado o denominado “Turismo Cinegético”, com adeptos a nível regional, nacional ou internacional e que visitam destinos ou localidades onde é permitida a prática da caça de fauna silvestre. A caça é uma oportunidade de negócio dentro da área do turismo sustentável. Os países nórdicos, por exemplo, apostam nesse tipo de turismo a nível interno e externo, na medida em que o reconhecem como tendo grande potencial para o desenvolvimento rural. Curiosamente, a maior procura turística internacional da caça é fora dos períodos venatórios, como referem alguns investigadores da área. Apesar do turismo cinegético poder ser um sector do turismo sustentável, a caça como actividade produz conflitos pelo facto haver perspectivas sociais distintas sobre essa prática. A população de coelho bravo (Oryctolagus cuniculus) em São Jorge, cresceu de tal modo que os agricultores jorgenses têm referido avultados prejuízos em muitos hectares das suas explorações agrícolas. Pelas descrições feitas e tornadas públicas, parece estarmos perante uma praga do coelho bravo nessa ilha. Designa-se como praga “o surto de determinadas espécies nocivas ao desenvolvimento agrícola ou que destroem a propriedade humana, perturbam os ecossistemas, ou que provocam doenças epidémicas no homem ou noutros animais”. Estamos neste momento, na ilha de São Jorge, perante uma praga, dado que os prejuízos agrícolas são extensamente observados. Assim sendo, há que controlá-la com estratégias adequadas. Nem todas as formas de controlo dessa praga de coelhos em São Jorge são ambientalmente adequadas, e a sua gestão, não tem que gerar prejuízo. Tudo depende da forma como olhamos para o problema ou para a solução. Controlar a praga de coelhos em São Jorge com “veneno” (combate químico) ou por combate biológico com agentes como a myxomatosis ou o vírus da doença hemorrágica de coelhos não é de todo adequado porque isso terá impactos em toda a cadeia alimentar, atingindo também alguns dos seus predadores naturais. O coelho europeu não é uma espécie que se constitua uma praga permanente daí que o aproveitamento temporário da caça ajudará a controlar a sua população cujos impactos negativos na agricultura de ilhas, como as dos Açores, estão devidamente documentados. A sua introdução nos Açores cumpria os seguintes objectivos: alimentação e caça. Ora, sendo a caça um vector de promoção turística associada ao turismo rural, porque não promovê-la em São Jorge, garantindo o controlo da praga agrícola à medida que se gera riqueza pelo turismo? A caça é geradora de riqueza e de mão-de-obra, além de promover o desenvolvimento sustentável das populações rurais que daí podem retirar dividendos, escoando produtos regionais e oferecendo alojamento e alimentação a quem as visita. Para tal, há que organizar rapidamente serviços logísticos e turísticos que facilitem a prática desse desporto na ilha, e monitorizar adequadamente a população de coelhos de modo a que se garanta a sustentabilidade dessa espécie silvestre, ou seja, há que perceber quando temos ou deixamos de ter turismo cinegético. Por outro lado, há que adaptar rapidamente a legislação regional, de modo a responder eficazmente a problemas pontuais, como por exemplo os problemas legais derivados do comércio da caça. O controlo químico ou biológico do coelho é perigoso, pois pode levar à sua extinção, produzindo impactos negativos na fauna endémica difíceis de prever. O mesmo se passa com o seu crescimento descontrolado, pois ameaça a flora endémica e a produtividade agrícola. Parece-me claro que é preciso equilibrar rapidamente a população de coelhos em São Jorge, minimizando os impactes agrícolas negativos na ilha e os custos associados ao seu combate. Para a realização de campeonatos de caça, ou provas de caça que permitam controlar o coelho bravo jorgense há necessidade de adaptar os períodos venatórios para a caça a essa espécie. Os calendários venatórios são aprovados, para cada ilha, por portaria do Secretário Regional da Agricultura e Pescas, ouvidas as respectivas comissões venatórias ou, na falta destas, as associações de agricultores e de caçadores, quando existam. Os agricultores jorgenses já manifestaram publicamente o seu interesse no controle do coelho bravo na ilha. Uma intervenção que recorra à caça como forma de controlo da população de coelhos, minimiza os prejuízos agrícolas e os gastos em armadilhas ou venenos, revelando-se a criação de zonas de caça na ilha, um correcto aproveitamento económico dos recursos cinegéticos, garantindo também a prestação dos serviços turísticos adequados. De acordo com a legislação regional, são zonas de caça turísticas as que se constituem com vista ao aproveitamento turístico dos recursos cinegéticos, garantindo, para além da exploração da caça, a prestação dos serviços turísticos adequados. Ainda de acordo com a legislação regional, “as zonas de caça turísticas serão constituídas de preferência em terrenos do sector privado, mas poderão sê-lo também em terrenos do sector público, quando os serviços competentes considerem vantajosa a sua criação nestes terrenos”. Por outro lado, “a exploração de zonas de caça turísticas pode ser levada a efeito pela Região, pelas autarquias, por empresas turísticas, por sociedades dos titulares e gestores dos respectivos terrenos ou por outras entidades de reconhecida capacidade para o efeito”. Ainda se afirma no Decreto Legislativo Regional Nº 11/1992/A de 15 de Abril que “a exploração das zonas de caça turísticas é concedida por períodos renováveis e a sua área poderá ser limitada em função do plano turístico regional, caso exista, das espécies a explorar e das potencialidades cinegéticas do terreno”. Nesse contexto, temos em São Jorge uma espécie com potencialidade cinegética, cuja caça turística está sujeita ao pagamento de taxas. Por essa via combatemos um problema agrícola que muito rapidamente se pode tornar também um problema ecológico. Afinal o que nos falta? Parece faltar-nos a capacidade de transformarmos um problema numa solução positiva.

(in A União)

Programa de Verão nos EUA/Fulbright

Está aberto até dia 31 de Março o concurso para a bolsa “Institute on Education in the 21st Century” que faz parte do programa “2011 Summer Institutes for European Student Leaders”. O curso Institute on Education in the 21st Century destina-se a estudantes do primeiro ou do segundo ano de licenciaturas do ramo de formação educacional, ou seja, estudantes que no futuro venham a ser professores do ensino básico ou secundário. Este curso irá aprofundar o conhecimento dos participantes sobre o sistema educativo norte-americano através do debate sobre a história do ensino público nos EUA, as políticas de ensino actuais nos EUA, e a integração e diversidade nas escolas americanas. Todos os custos serão suportados pelo Departamento de Estado dos EUA. Os participantes irão viajar para os EUA em meados de Julho e aí permanecer durante cinco semanas. Todos os estudantes participarão num encontro final em Washington, D.C. antes do regresso à Europa. Os participantes não poderão permanecer nos EUA para lá da data final do programa. Requisitos de candidatura Os candidatos deverão: · Ter disponibilidade para frequentar o programa do princípio ao fim; · Ser estudantes do primeiro ou segundo ano de licenciatura (ou do terceiro, no caso de licenciaturas de quatro anos); · Ter no mínimo 18 anos de idade em Julho deste ano; · Possuir bons conhecimentos de inglês; · Querer continuar os estudos em que estão inscritos em Portugal depois do programa nos EUA; · Possuir bom desempenho académico confirmado por notas da universidade e ensino secundário e cartas de recomendação; · Não ter viajado anteriormente para os EUA; · Ser maturo, responsável, independente e possuir abertura de espírito; · Querer e ter capacidade para participar integralmente no programa de estudo que implica assiduidade total, realização de trabalhos nas aulas e participação nos debates. Candidatura O formulário de candidatura está disponível para download em formato Word no site http://www.fulbright.pt/articles/programas-especiais/education-in-the-21st-century-2011-summer-institutes-for-european-student-leaders e deve ser preenchido e enviado por e-mail juntamente com os seguintes documentos: · certificado com descriminação de disciplinas e notas · certificado de conclusão de ensino secundário com média final · Cópia do Bilhete de Identidade/Cartão de Cidadão · Cópia do passaporte; · Prova de ajuda financeira, se for caso disso; Para mais informações consulte o site http://www.fulbright.pt/articles/programas-especiais/education-in-the-21st-century-2011-summer-institutes-for-european-student-leaders O concurso termina no dia 31 de Março de 2011. Estão incluídos em anexo os seguintes documentos: - Application form (formulário de candidatura); - Descrição da bolsa - Poster 2011 Dúvidas sobre o programa deverão ser dirigidas a: Centro de Informação Fulbright Edifício da Reitoria da Universidade de Lisboa Alameda da Universidade, Cidade Universitária Campo Grande 1649-004 Lisboa Portugal Tel. +351 21 761 11 30 Fax. +351 21 011 34 29 fulbright@fulbright.pt www.fulbright.pt

sábado, março 26, 2011

Estudantes queixam-se de falta de condições de estudo


Um grupo de estudantes do polo interdepartamental de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores queixa-se de falta de condições de estudo. Os alunos juntavam-se à noite no estabelecimento de ensino para pôr a matéria em dia e deixaram de ter uma sala em condições onde o pudessem fazer.
Segundo explicaram a DI, o grupo de estudo noturno já existe há dois anos e nesse espaço de tempo deu frutos. "Gostamos de estudar juntos: partilhamos conhecimentos, esclarecemos dúvidas e a verdade é que somos bons alunos, temos bons resultados", disseram.
Ainda assim, a sala de que dispunham para estudar à noite foi-lhes retirada, dado o aumento de turmas que se verificou este ano. Ao mesmo tempo, o espaço que normalmente serve para estudo é, simultaneamente, biblioteca e encerra às 17 horas.
"Deram-nos depois duas salas: uma com computadores, que nunca está disponível e outra que tem uma mesa tão pequena que não dá para todos", explicaram. É que o grupo, normalmente constituído por 15 pessoas, chega a agregar cerca de 40 quando a época é de exames.
De acordo com os alunos da academia açoriana, o problema foi reportado à Associação de Estudantes e ao reitor. Ninguém terá feito nada.
Em declarações a DI, o presidente da Associação de Estudantes do pólo interdepartamental de Angra do Heroísmo, João Silva, disse não ter recebido nenhuma queixa formal, mas sabe que o problema já se arrasta desde o ano passado. "As regras da sala de estudo foram alteradas porque os alunos danificaram o material", disse, justificando, assim, as razões que levaram ao encerramento da sala/biblioteca às 17horas.
João Silva, defende um alargamento dos horários de abertura dos espaços, mas admite que os recursos financeiros e humanos são escassos. "Para que tudo funcionasse em condições seriam necessários mais três funcionários", frisa.
Mas o presidente da Associação de Estudantes da UAç em Angra do Heroísmo vai mais longe e diz que "o dinheiro que foi investido no novo polo fazia adivinhar melhores condições". O responsável acredita que era possível fazer melhor.
O espaço que agora está a ser construído para as Associações de Estudantes e tunas parece ser pequeno, sobretudo se vierem juntar-se os alunos da Escola de Enfermagem. "Não haverá espaço para mais alunos", disse.
Na quarta edição do festival de tunas masculinas Ciclone VII, que decorreu no fim de semana passado em Angra do Heroísmo, antigos elementos da T.U.S.A. - Tuna Universitas Scientiarum Agrariarum, levaram ao palco do Teatro Angrense uma cantiga sobre as novas instalações do pólo da UAç em Angra do Heroísmo, sobre as bolsas de estudo e o desemprego. Ao som da música "Movimento perpétuo associativo", dos Deolinda, os universitários cantaram as quadras que DI publica agora.


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Agora sim, vou contar-vos uma história
Das que não têm remuneração compensatória
Esta é uma história de verdade
Que se passou na nossa Universidade

Por onde já passaram tantos "mânfios"
Ilustres homens deste nosso povo
E ao cabo de mais de 20 anos
Viu surgir um polo novo

Agora sim é que isto vai para a frente
O que não falta é gente inteligente
Agora sim, há condições para aprender
Agora sim, já não há nada a temer

Agora não, que ainda não está pronto
Agora não, que já li o relatório
Agora não, que o arquiteto é meio tonto
A modos que o material não entra no laboratório

Agora sim, que o polo está construído
E acabou por ficar bem colorido
Agora sim esta questão tem um busílis
Usaram todas as cores do arco-íris

Agora não, que até faz mal à vista
Agora não, oh mas que grande manobra
Gostava de saber quem foi o artista
Que pintou aquela obra

Agora sim, que a vista é bem porreira
Agora sim, para se escrever no papel
Dá para ver as gajas boas na Silveira
E os soldados lá em cima no quartel

Agora não, que o sol até pela
Dentro desta grande instituição
Se te sentares bem junto à janela
(Houve um gajo que escolheu umas cortinas cor-de-laranja)
Ainda apanhas um escaldão!

Agora sim, que o senhor doutor
Alfredo Borba candidatou-se a reitor
Agora sim, seremos apoiados
Haverá muitos mais jovens formados

Agora não, que isto parece um embrulho
Agora não que vai haver revolução
Os novos cortes nas bolsas de estudo
Vamos andar com as cuecas na mão

Agora sim, que tu não és nenhum urso
E procuras um pouco de sossego
Quando acabares o teu curso
O mais certo é ires parar ao desemprego

Agora não, que és um gajo porreiro
Nunca vi ter pinta como tu
Se quiseres ganhar algum dinheiro
Só se fores apanhar... a urbana

(In Diário Insular)

DA SANTA CASA DE ANGRA Enfermagem em formação por boas práticas junto de idosos


Cerca de duas dezenas de enfermeiros da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo receberem, ao longo de três dias, a acção de formação “A Incidência e Prevalência das Úlceras por Pressão num Centro Geriátrico”. A iniciativa contou com a presença da especialista de renome internacional, Kátia Furtado, membro da ELCOS – Sociedade de Feridas e da European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP).
Terminou ontem uma acção de formação destinada aos profissionais de enfermagem da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo (SCMAH).
Trata-se de uma acção enquadrada no âmbito do projecto ICE2- Investigação científica em enfermagem que contou com a presença da especialista de renome internacional, Kátia Furtado, membro da ELCOS - Sociedade de Feridas da sua congénere europeia, a European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP).
Ao todo, receberem formação cerca de duas dezenas de enfermeiros envolvidos neste projecto de investigação-acção promovido pela Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo (ESEnfAH) da Universidade dos Açores (UAç).

Melhorar qualidade do apoio geriátrico

O objectivo desta acção de formação é o desenvolvimento de melhorias da qualidade dos cuidados de enfermagem aos idosos.
A acção de formação teve a duração de três dias e decorreu nas instalações da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo.
O tema do projecto e da referida formação foi subordinado ao tema “A Incidência e Prevalência das Úlceras por Pressão num Centro Geriátrico”.
Depois de terem desenvolvido diversas iniciativas com a primeira edição do ICE, nomeadamente congressos, encontros e dois estudos sobre a prevalências das úlceras por pressão nos Açores e na Macaronésia, bem como de um manual de boas práticas, inclusivamente adoptado pela Secretaria a Regional da Saúde que apoiou uma segunda edição desta publicação, a Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo/Universidade dos Açores desenvolve agora, até 2012, o ICE 2.

ESEnfAH liderou investigação

Recordamos que o Projecto ICE (Investigação Científica em Enfermagem) foi um projecto da convocatória 2005-2007 do Interreg III B, que teve como chefe de Fila a Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo – Universidade dos Açores sendo parceiros, a Escola Superior de Enfermagem da Madeira – Universidade da Madeira e o Departamento de Enfermería da Faculdad de Ciências de la Salud – Universidad de Las Palmas de Gran Canária.Este teve como finalidade, promover e desenvolver a Investigação Científica em Enfermagem nos três Arquipélagos compartilhando metodologias de trabalho em Investigação resultando daí vários produtos.
Na sequência do sucesso e resultados obtidos no projecto, surgiu o Projecto ICE2 que tem também como finalidade impulsionar a Investigação Científica em Enfermagem na vertente das Úlceras por Pressão (UPP), apostando de forma pioneira na inovação e no desenvolvimento tecnológico e tal como o primeiro projecto, mantendo os mesmos parceiros.
Neste sentido, irão realizar-se experiências piloto que contribuam para a eficácia da intervenção dos cuidados de enfermagem nas áreas de prevenção e tratamento das UPP de forma a contribuir para a qualidade de vida dos utentes/clientes e suas famílias.
Com vista à maximização dos recursos e tendo em conta a gestão do projecto ICE2, as experiências piloto realizar-se-ão em regiões específicas sendo depois aplicadas pelos restantes parceiros.
(In Humberta Augusto haugusto@auniao.com )

sexta-feira, março 25, 2011

Acção de formação - "De uma árvore se faz ciência"

Realizou-se no dia 21 de Março de 2011, uma acção de formação para os docentes do primeiro ciclo do Ensino Básico da escola básica do Porto Judeu, no Concelho de Angra do Heroísmo. Essa acção de formação foi da responsabilidade do professor Félix Rodrigues do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores. Os objectivos da acção foram:

-Promover a construção do conhecimento científico para o desenvolvimento de competências que permitam aos alunos o exercício da crítica e reflexão;
-Promover o valor da ciência como processo de construção do conhecimento ou forma de compreensão da realidade;
-Reconhecer a relevância do pensamento científico na actualidade, na qualidade de vida da sociedade e na sua organização;
-Promover a construção de uma literacia científica pelos alunos do primeiro ciclo do ensino básico através de um ensino experimental próximo da sua realidade natural e social,
-Introduzir no vocabulário dos alunos do primeiro ciclo termos e conceitos científicos como reacção química, velocidade de reacção, termosensibilidade, detecção, ebulição, ponto de ignição, aerossol, celulose, densidade, carbono negro, etc.
Entende-se por ensino experimental o “trabalho referente a investigações, que os alunos podem desenvolver recorrendo a recursos variados e constituindo-se experiências significativas que permitem a construção, no seio de comunidades de aprendizagem, de significados de conceitos próximos dos que são aceites pela comunidade científica” (Oliveira, 1999 in Fonseca, 2005).

Jornadas Agrícolas da Praia da Vitória


As IV Jornadas Agrícolas da Praia da Vitória começam hoje na Casa do Povo do Cabo da Praia, dando destaque à produção de mel, a preparação da terra para as sementeiras de milho, a alimentação do gado, do nascimento ao abate, e a comercialização da carne IGP dos Açores. Até domingo, técnicos de várias disciplinas da Agropecuária vão debater conceitos, práticas e soluções para o quotidiano dos empresários agrícolas da ilha Terceira. A abertura dos trabalhos está marcada para as 20h00 de sexta-feira, numa sessão presidida pelo Presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Roberto Monteiro, e onde serão também oradores os presidentes da Associação Agrícola da Ilha Terceira (AAIT), Paulo Simões, e da Associação de Jovens Agricultores da Terceira (AJAT), Anselmo Pires, além do Director Regional do Desenvolvimento Agrário, Joaquim Pires.

Entre as 20h30 e as 21h00, César Medeiros, da Secção Apícola da AAIT, falará sobre "As Abelhas e o Homem: O valor dos produtos das abelhas". Entre as 21h00 e as 21h30, "As Sequências Operacionais da Preparação da terra para a Sementeira do Milho" serão abordadas por António Melo e Paulo Monjardino, da Universidade dos Açores.

Na meia hora seguinte, Carlos Cortes e Elisabeth Gouveia analisarão o "Ciclo Alimentar do Bovino Leiteiro: do nascimento do vitelo ao abate da vaca". A última palestra da primeira noite das Jornadas Agrícolas da Praia da Vitória estará a cargo de Jorge Pereira, da Cooperativa Verd'Atlântico, que fará um ponto de situação da comercialização da Carne dos Açores - IGP. Seguir-lhe-á um debate, onde cada empresário agrícola poderá esclarecer dúvidas, colocar perguntas e opinar sobre as palestras apresentadas.

A segunda noite da quarta edição das Jornadas, a 26, abre, às 20h30, com a apresentação dos prós e dos contras da estabulação dos bovinos leiteiros, um confronto assegurado por Jerónimo Pinto, António Barão e João Fagundes. A partir das 21h30, Célia Coelho, da Inspecção Regional do Trabalho, analisa o enquadramento legal de contratos de trabalho e seguros de acidentes na Agropecuária, explicando os direitos e deveres dos empregadores e dos trabalhadores.

Meia hora depois, Alexandra Pamplona, também da Inspecção Regional do Trabalho, abordará as normas básicas de segurança no âmbito da prevenção de acidentes de trabalho. A noite termina com um debate.

A última noite das IV Jornadas Agrícolas da Praia da Vitória é dedicada à Política Agrícola Comum (PAC) e ao seu futuro no período entre 2013 e 2020. O painel de conferencistas será moderado por Jorge Meneses, representante da Região Autónoma dos Açores na REPER - Comissão Europeia, estando agendadas intervenções de José Diogo Santiago, da Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural da Comissão Europeia, que falará sobre "O Futuro da PAC no Horizonte de 2020", e de Luís Alberto Caiana, da REPER Portugal na União Europeia, que falará sobre "No Horizonte da PAC: o futuro do sector do leite e lacticínios na União Europeia", seguindo-se um debate.

As Jornadas encerram após esse debate, sendo presididas pelo Secretário Regional da Agricultura e Florestas, Noé Rodrigues.

(In A União)

Jornadas Agrícolas sobre conhecimento técnico


As IV Jornadas Agrícolas da Praia da Vitória, que começam hoje na Casa do Povo do Cabo da Praia, vão abordar a aplicação de conhecimentos técnicos e científicos em áreas como a produção de mel, preparação da terra para as sementeiras de milho, alimentação do gado, do nascimento ao abate e a comercialização da carne IGP dos Açores.
Até domingo, técnicos de várias disciplinas da agropecuária vão debater conceitos, práticas e soluções para o quotidiano dos empresários agrícolas da Terceira.
A abertura dos trabalhos terá lugar hoje, pelas 20h00, numa sessão presidida pelo presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Roberto Monteiro e onde serão também oradores os presidentes da Associação Agrícola da Ilha Terceira (AAIT), Paulo Simões, da Associação de Jovens Agricultores da Terceira (AJAT), Anselmo Pires, além do diretor regional do Desenvolvimento Agrário, Joaquim Pires.
"As Abelhas e o Homem: O valor dos produtos das abelhas" (César Medeiros), "As Sequências Operacionais da Preparação da terra para a Sementeira do Milho" (António Melo e Paulo Monjardino), Ciclo Alimentar do Bovino Leiteiro: do nascimento do vitelo ao abate da vaca" (Carlos Cortes e Elisabeth Gouveia) e "ponto de situação da comercialização da Carne dos Açores - IGP (Jorge Pereira) são as palestras previstas para a primeira noite do programa das IV Jornadas Agrícolas da Praia da Vitória.
A segunda noite terá lugar amanhã sábado, com início pelas 20h30, com a apresentação dos prós e dos contras da estabulação dos bovinos leiteiros, um confronto assegurado por Jerónimo Pinto, António Barão e João Fagundes.
De seguida, Célia Coelho, analisa o enquadramento legal de contratos de trabalho e seguros de acidentes na agropecuária, enquanto Alexandra Pamplona vai abordar questões relacionadas com as normas básicas de segurança no âmbito da prevenção de acidentes de trabalho.
A última noite (domingo) das IV Jornadas Agrícolas da Praia da Vitória será dedicada à Política Agrícola Comum (PAC) e ao seu futuro no período entre 2013 e 2020 com um painel que vai contar com conferências de Jorge Meneses, representante da Região Autónoma dos Açores na REPER - Comissão Europeia, de Diogo Santiago, da direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural da Comissão Europeia e de Luís Alberto Caiana, da REPER Portugal na União Europeia, seguindo-se depois um debate sobre o tema a anteceder o encerramento dos trabalhos.

(In Diário Insular)

quinta-feira, março 24, 2011

Nuvem radioactiva originária de Fukushima atingirá os Açores no próximo dia 26 de Março

Félix Rodrigues (Opinião)
Os primeiros vestigíos de isótopos radioactivos resultante do acidente da central nuclear de Fukushima (Japão), atingirão os Aores a 26 deste mês de Março de 2011.
Os níveis de radioactividade associados a essa núvem são muito baixos e não é expectavel que possam produzir qualquer impacto negativo na saúde das pessoas.
Parículas finas de césio 137 e Iodo 129, com diâmetros aerodinâmicos inferiores a um milésimo de milimetro começarão a depositar-se sobre a superfície das ilhas, entrando deste modo na cadeia alimentar. A radiação associada a essa nuvem será cerca de 10 milhões de vezes inferior ao registado nas proximidades da central de Fukushima aquando do acidente.
O filme aqui incorporado, produzido pela METEO FRANCE, ilustra essa dispersão.

Mudança na academia assente na proximidade

ALFREDO BORBA é doutorado em Ciências Agrárias, especialista em nutrição animal e professor catedrático desde 2006.
Alfredo Borba, professor catedrático na Universidade dos Açores, formalizou ontem a sua candidatura ao cargo de reitor da academia açoriana. Se for eleito, promete uma mudança assente numa cultura de proximidade, da reestruturação do ensino e da promoção da internacionalização da Universidade. Em declarações a DI, o candidato disse que estes são os três eixos essenciais da mudança. O projeto, sustenta, tem alicerces de curto e médio prazo, capazes de responder aos novos desafios da sociedade. Por um lado, sustentou, urge implementar uma cultura de diálogo e de proximidade entre saberes, entre os vários corpos que integram a escola, nomeadamente entre alunos e professores; e entre a universidade e o arquipélago. Neste âmbito, será fundamental, por exemplo "a criação de equipas de investigação com bolseiros adstritos aos diversos projetos com vista à futura inclusão dos mesmos na comunidade académica, permitindo, assim, a renovação do corpo docente e a perenidade do saber", pode ler-se no programa de ação desta candidatura. Em segundo lugar, Alfredo Borba defende uma reestruturação do ensino através, por exemplo, do estabelecimento de áreas científicas devidamente consolidadas e transversais a toda a universidade. Depois, acredita, será necessário repensar Bolonha, apostar em práticas de avaliação continuada e em centros de investigação. Urge proceder a uma revisão da oferta de ensino disponibilizada pela UAç, racionalizando as estruturas, reduzindo o número de unidades curriculares oferecidas, promovendo a interdisciplinaridade", adianta ainda. O outro eixo prende-se com a internacionalização da academia açoriana através do aumento da mobilidade dos estudantes, da ampliação das redes de formação ibero-americana ou do estabelecimento de parcerias. BIOGRAFIA Alfredo Borba, natural da ilha do Pico, é licenciado em Engenharia Zootécnica pela Universidade dos Açores e doutorado no ramo de Ciências Agrárias pela mesma academia. Especialista em nutrição animal, é docente da UAç desde 1983 e professor catedrático desde 2006. Foi diretor do curso de Engenharia Zootécnica, membro do senado da UAç, diretor do Centro de Investigação de Tecnologias Agrárias dos Açores, diretor do departamento de Ciências Agrárias da UAç, responsável pelo Centro de Informação Rural dos Açores, pró-reitor para a coordenação das atividades no campus de Angra do Heroísmo e membro eleito do Conselho Geral da universidade. Tem desenvolvido trabalho de investigação na área da Nutrição Proteica, na área da valorização nutritiva das forragens tradicionais dos Açores e na influência da produção animal na poluição. Outro dos nomes que poderá estar em cima da mesa na candidatura ao lugar ainda ocupado por Avelino Meneses, que não se recandidata por ter atingido o número limite de mandatos, é o de Jorge Medeiros, atual vice-reitor da academia açoriana. O Conselho Geral da UAç elege o novo reitor no próximo dia 31 de maio.

Contornar a crise levando a UAç às bocas do mundo

A Universidade dos Açores, tal como o resto do país, vai entrar numa fase difícil de crise, não só económica, mas também no ensino, que é preciso contornar. Para Alfredo Borba, esse vai ser o maior desafio da academia açoriana nos próximos tempos. "Temos de nos preparar para o futuro", afiançou. A estratégia, defende, terá de passar pela promoção do nome da academia no exterior. Para o candidato, "nestes tempos de crise, de alguma instabilidade e de escassez crescente de recursos, ao projetar-se para o exterior a Universidade dos Açores conseguirá superar os obstáculos, os constrangimentos e as ameaças decorrentes da exiguidade do território e da população do arquipélago, da insularidade, da dispersão oceânica e da fragilidade económica, características da Região onde se insere e, sobretudo, ganhar unidade e identidade num serviço de excelência", pode ler-se no seu programa. Assim, para o candidato, "na fronteira entre os espaços europeu e americano, a Universidade dos Açores tem que se estabelecer, de uma forma muito clara e evidente, como ponte e placa giratória de saberes entre os dois continentes". Neste sentido, o programa de Alfredo Borba propõe-se à criação de parcerias que impulsionem a UAç para a linha da frente.
(in Diário Insular)

quarta-feira, março 23, 2011

CANDIDATURA DE ALFREDO BORBA Repensar ensino, investigação e instituição universitária


Depois da fundação, instalação, construção e da consolidação, o candidato a quinto reitor da Universidades dos Açores (UA), Alfredo Borba, fala numa nova fase de “afirmação” que quer implementar na academia insular.
Formalizada ontem, esta primeira candidatura refere que “em tempos de crise”, é preciso redefinir a organização da UA, obter mais meios financeiros, equilibrar o quadro de pessoal e promover a internacionalização.

Ao longo de 44 páginas, Alfredo Borba, actual pró-reitor da Universidade dos Açores (UA), explica a sua candidatura ao cargo de reitor da academia açoriana, ontem formalizada com a entrega do documento ao Presidente do Conselho Geral da UA.

O primeiro candidato a apresentar-se ao acto eleitoral do próximo dia 31 de Maio, decorrendo até 20 de Abril o prazo de candidaturas, considera que “nestes tempos de crise, de alguma instabilidade e de escassez crescente de recursos” a UA “conseguirá superar os obstáculos, os constrangimentos e as ameaças decorrentes da exiguidade do território e da população do Arquipélago, da insularidade, da dispersão oceânica e da fragilidade económica, características da Região onde se insere”.

O docente universitário candidata-se a ocupar o lugar do quinto reitor desde a criação da academia, em 1976, depois da aprovação dos novos Estatutos da UA resultantes do novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (REJIES).

Residência na Horta e livrarias

A par de uma visão mais enquadradora da UA, Alfredo Borba tem já delineadas propostas concretas para algumas das infra-estrtuuras que compõe a sua estrutura tripolar. Entre elas, a construção da residência universitária, no Campus da Horta, a conservação e restauro do parque de edifícios do Campus de Ponta Delgada, bem como a conclusão do complexo desportivo; a conclusão das obras dos arranjos exteriores, bem como a construção dos edifícios polidesportivo, Ciências da Saúde e Residência Universitária do Fanal, do Campus de Angra do Heroísmo.

Alfredo Borba quer, entre outros projectos, criar uma Universidade de Verão, e promover, em parceria com a Associação Académica e com as Associações de Estudantes, a criação de uma livraria da UA em Ponta Delgada e em Angra do Heroísmo.

“Nova fase de afirmação”

“Passadas as fases da fundação, da instalação, da construção e da consolidação, a Universidade dos Açores tem de entrar numa nova fase de afirmação como instituição geradora de mudança social e económica, num posicionamento que só pode ser de excelência, na formação, na investigação, na projecção internacional do seu saber, mas assegurando sempre a sua inserção regional e garantindo, internamente, a unidade na diversidade científica e territorial”- este é o pressuposto de base da candidatura do actual pró-reitor.

“Há quatro fases fundamentais que se podem identificar nos trinta e cinco anos da sua existência: a) a da fundação, identificada com o reitorado do Professor Doutor José Enes, com a criação do Instituto Universitário dos Açores e o lançamento das bases do ensino superior no arquipélago; b) a da instalação, identificada com o reitorado do Professor Doutor Machado Pires, com a estruturação Departamental, o fim do regime de

instalação, a adopção de um Estatuto e da democraticidade interna com as primeiras eleições para reitor; c) a da construção, identificada com o reitorado do Professor Doutor Vasco Garcia, com a construção dos novos edifícios do Campus de Ponta Delgada, a aquisição do edifício do antigo Hospital Walter Bensaúde, no Campus da Horta e o lançamento do futuro Campus de Angra do Heroísmo; d) a da consolidação ou da coesão, que se identifica com o reitorado do Professor Doutor Avelino Meneses, com a construção dos novos Campi da Horta e de Angra do Heroísmo e o desenvolvimento da tripolaridade sinérgica”- explicou.

“Pretende-se, agora, dar mais um passo, prosseguir uma nova fase, a da afirmação”, assenta.

“Exige-se maior contributo da investigação para financiamento”

Segundo o Alfredo Borba “torna-se necessário repensar o contributo da investigação para o financiamento da Universidade dos Açores”.

O candidato explica: “sem pretender que as unidades de investigação sejam inteiramente auto-financiadas, exige-se da investigação um maior contributo para o financiamento da Universidade dos Açores. De igual modo, exige-se, também, que a gestão dos projectos desenvolvidos por docentes e investigadores se faça dentro da própria Instituição – Administração, ou Fundação Gaspar Frutuoso – de modo a que os overheads adequados possam ser efectivamente cobrados e acreditados à instituição”.

Trata-se de uma orientação assente no facto de, pormenoriza, ser “necessário actuar sobre a forma como se organiza o ensino, a investigação, a extensão à comunidade e a própria estrutura da instituição”.

Uma forma, refere, de se “levar ainda mais longe este contributo, tirando partido do imenso processo de saber criado, acumulado ao longo de décadas, e adoptando um novo paradigma que oriente o desenvolvimento do saber, também, para o saber fazer com perspectivas de que se venha a fazer”.

Não à investigação “duplicada e desleal”

Outra orientação que Alfredo Borba quer alterar, caso vença as eleições, está na proibição de investigação “duplicada” e “desleal”: “urge dotar a Universidade de condições e de instrumentos que viabilizem a actividade fundamental de investigação científica, não permitindo a duplicação nem a concorrência desleal e assegurando que toda a investigação desenvolvida pelos seus quadros seja acreditada à UA”.

“É necessário colocar o produto da investigação ao serviço de toda a comunidade. Para tal, diligenciaremos na promoção do Repositório da Universidade dos Açores, de modo a integrar, on-line, todas as publicações dos membros da academia”.

Rever organização da Universidade

“Será durante o mandato do Reitor agora a eleger que irá decorrer a primeira oportunidade de revisão dos actuais Estatutos da Universidade dos Açores. Torna-se, pois, necessário analisar, de uma forma esclarecida e aberta, a questão da estrutura orgânica da UA”, explicou, dizendo que esta é uma matéria que “não colhe
unanimidade na instituição”.

“No entanto, foram os Estatutos possíveis, quase numa lógica de controlo de perdas. A Assembleia Estatutária agiu limitada por vários factores, dos quais destacamos o tempo, a novidade da tarefa, os constrangimentos financeiros, a tripolaridade e alguns fantasmas do passado.

Outro instrumento organizativo que diz ser “urgente” é a criação de um “Código de Ética”, já previsto nos Estatutos da UA: “um Código de Ética que norteie as relações humanas no interior da Universidade e que contemple tanto princípios universais quanto recomendações específicas das instituições de ensino superior”.

(In Humberta Augusto haugusto@auniao.com )

terça-feira, março 22, 2011

"Os Açores são uma terra de oportunidades"

O coordenador do Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores defende que a Região tem dos melhores sistemas de incentivos ao empreendedorismo da Europa.
João Crispim estará em Angra, a nove de Abril, para a "Conferência Internacional de Empreendedorismo"

Que importância tem o empreendedorismo neste cenário de crise?Com crise ou sem crise, o empreendedorismo é importante. O empreendedor é aquele que deteta oportunidades, que consegue interpretar os problemas e encontrar soluções para os desafios. A criação de empresas é fundamental para qualquer economia, uma vez que possibilita a criação de riqueza e a criação de postos de trabalho, ou seja, é um fator determinante para o desenvolvimento e para o progresso. Em cenários de crise há, teoricamente, mais dificuldades em perseguir estes desígnios, pelo que o papel dos empreendedores reforça a sua importância. Muitas e boas oportunidades surgem em alturas destas e é necessário que apareçam esses visionários e as aproveitem, as potenciam e impulsionem, deste modo, as economias. O empreendedorismo não é a panaceia, mas faz, certamente, parte da solução.
A crise tem a dimensão que lhe tem vindo a ser dada ou trata-se também de um sentimento generalizado?Segundo os dados socioeconómicos que vão sendo conhecidos, existe de facto uma crise económica generalizada. O que se poderá discutir é a profundidade dessa crise e se a mesma está a ser exagerada, nomeadamente nos Açores. Todavia, aquilo que mais importa é perspetivar soluções, identificar oportunidades e assumir rumos de ação.
Que maiores áreas com potencial para iniciativas empreendedoras existem nos Açores?Ao contrário do que muitas vezes se faz crer, os Açores são uma terra de oportunidades, como tem sido recorrentemente vincado, por exemplo, pela APIA. O turismo é, desde logo, uma das áreas com maior potencial ainda por explorar, com nichos de mercado que se poderão tornar extremamente atrativos O mar é, porventura, a maior riqueza da Região e está muito longe de ser totalmente capitalizado. A modernização das pescas e da agricultura representa um grande potencial de oportunidades, da mesma forma que o ambiente e o setor da Saúde e bem-estar. Podemos considerar ainda as tecnologias de informação e comunicação e a investigação aplicada, nomeadamente com a perspetiva de surgimento dos parques tecnológicos.
Considera os incentivos financeiros disponibilizados pela Região aos novos empresários satisfatórios?Nos Açores, temos dos melhores sistemas de incentivos a nível europeu. Existem vários programas, de acordo com enquadramentos específicos, mas todos eles apresentam taxas extremamente atrativas para novos empresários. Por exemplo, através do sistema Empreende Jovem, poderá chegar-se a montantes de financiamento de 80 por cento do investimento elegível, partindo de uma base de 50por cento. Outros programas existem e que conferem condições igualmente interessantes, como o SIDER ou PRORURAL. Para além disso, foi apresentado no início de 2011 o primeiro fundo de capital de risco dos Açores, o FIAEA - Fundo de Investimento de Apoio ao Empreendedorismo dos Açores, que é mais um elemento que tem o verdadeiro mérito de possibilitar o financiamento a iniciativas empreendedoras, com a oportunidade de ser cumulativo com os sistemas de incentivo anteriormente referidos.
Que trabalho concreto está a ser desenvolvido pela UA neste campo?Em 2006, foi criado o Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores com o intuito de abordar a problemática do empreendedorismo. Este Centro, para além de ser um veículo de estímulo ao surgimento de PME (pequenas e médias empresas) de fomento à inovação, constitui-se igualmente como um elo de ligação entre o meio académico e o meio empresarial.É um facto que a transferência de conhecimento e tecnologia da Academia para o mercado é um fator de diferenciação que confere normalmente uma vantagem competitiva às empresas que o conseguem e favorece o surgimento das empresas de valor acrescentado. O Centro de Empreendedorismo tem-se empenhado fortemente nesta tarefa, procurando criar as condições para que tal aconteça e estimulando os alunos, os docentes e os investigadores a implementar as suas ideias e os seus projetos Para além de ter sido criada a Marca Spin-off Universidade dos Açores/Centro de Empreendedorismo, recentemente foi apresentado publicamente o Projeto InCUBE, desenvolvido em parceria com o Governo Regional dos Açores, que tem por objetivo a construção de uma incubadora de empresas e de uma júnior empresa na Universidade dos Açores, garantindo-se assim mais uma valência no apoio à inovação e ao empreendedorismo tecnológico e científico. Ainda nesta vertente, em parceria com o Millennium bcp, foi criado o Prémio Melhor Ideia de Negócio, em 2009, dirigido exclusivamente a alunos da Universidade dos Açores, procurando incentivar este público a pensar em projetos e a arriscar o seu planeamento.Desde 2008, o Centro de Empreendedorismo oferece Cursos de Formação em Empreendedorismo, que visam dotar qualquer indivíduo com as ferramentas básicas da gestão empresarial. Este curso já foi oferecido em várias ilhas da Região, incluindo Santa Maria, São Miguel, Terceira, Pico e Faial, totalizando 385 formandos. Já se começam a registar casos de sucesso, como a Táxi Menu e a Digital Media Network. A recente reformulação do Sistema de Incentivos Empreende Jovem inclui uma majoração de 5% para projetos cujos promotores tenham este tipo de formação.O Projeto Educação Empreendedora: O Caminho do Sucesso! é um dos grandes projetos em que o Centro de Empreendedorismo se encontra envolvido, levando o conceito de empreendedorismo e a cultura empreendedora às salas de aula do 2.º ciclo, 3.º Ciclo, Ensino Secundário e Ensino Profissional de 26 escolas da Região. São mais de 1.000 alunos e 60 professores envolvidos direta e indiretamente neste projeto, que promove uma aprendizagem através do conceito learning by doing e que tem como objetivo preparar as gerações futuras e incutir-lhes um maior sentido de iniciativa e dinamismo.Numa valência mais académica, o Centro de Empreendedorismo desenvolve também trabalhos de investigação sobre esta temática. Neste momento, está a participar no maior estudo internacional sobre empreendedorismo, o Global Entrepreneurship Monitor, que inclui pela primeira vez a Região Autónoma dos Açores. Os resultados finais serão apresentados no segundo trimestre do ano.
Que importância atribui à conferência que decorre em abril na Terceira?A conferência que irá decorrer na Terceira é naturalmente de grande importância, na mesma medida que todos os eventos que se têm desenvolvido sobre a temática do empreendedorismo nos últimos anos nos Açores. Todas as iniciativas deste género são fundamentais para continuar a estimular o espírito empreendedor regional e para manter este tema na ordem do dia. É imperioso que se crie uma mentalidade que favoreça o surgimento de mais empresas, sobretudo as que incluam algum tipo de inovação e que apresentem potencial de crescimento.Nos últimos anos, têm sido vários os eventos a focar estes assuntos, partindo de diferentes entidades que estão empenhadas neste trabalho, onde se inclui o Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores, a Direcção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade, a Cresaçor, as Câmaras do Comércio e a APIA.Assim, percebe-se a pertinência desta conferência e o seu papel de fomento ao empreendedorismo no contexto regional.

(in Diário Insular)

segunda-feira, março 21, 2011

Universidade dos Açores presente na Futurália


Entre os dias 16 e 19 de Março, a Universidade dos Açores esteve presente na “Futurália”, na Feira Internacional de Lisboa (FIL), no Parque das Nações.
A “Futurália” é a maior feira de educação, formação e orientação educativa que se realiza em Portugal, tendo contado no ano passado com cerca de 68000 visitantes, representando 524 escolas e Norte a Sul do país.

Argentarismo Autóctone

Félix Rodrigues (Opinião)
O êxodo rural tem levado a um aumento da fixação de pessoas junto ao litoral e a um crescimento desordenado das cidades, e, como consequência disso, assistimos a uma desertificação humana das zonas rurais. Assim, nas últimas décadas, o êxodo rural tem crescido a um ritmo mais acelerado, com consequências nefastas em vários quadrantes da sociedade. A realidade geográfica das ilhas açorianas faz com que a noção de êxodo rural seja diferente daquela que subjaz à explicação desse fenómeno no território continental português, sendo mais adequado o termo "êxodo insular", que corresponde à migração de pessoas das ilhas mais pequenas para as ilhas maiores. Esse facto coloca entraves ao desenvolvimento regional se não for eficazmente gerido.Se por um lado, a concentração de pessoas pode favorecer o desenvolvimento económico e industrial, por outro, assistimos a uma revalorização do espaço rural e das vivências rurais, num novo pensamento social intitulado de "Novo Paradigma Ambiental". Se a componente laboral, tem grande importância na explicação da busca de novas oportunidades de vida fora dos espaços periféricos e ruralizados, também teve um efeito perverso: o de alimentar dois mundos ou realidades geoeconómicas de características distintas e assimétricas. É por isso que aqui no arquipélago falamos de desenvolvimento harmónico dos Açores, de Ilhas de Coesão, entre muitas outras denotações para designar estratégias políticas de combate ao êxodo insular. Se por um lado a diversidade de espaços povoados é um problema, por outro, pode ser uma potencialidade. É nos locais mais remotos do mundo rural que se encontram as mais belas paisagens do mundo, e é também aí, que faz sentido introduzir a ideia de "argentarismo autóctone" como estratégia de desenvolvimento ético e cultural das sociedades rurais, permitindo-lhes tornar-se mais participantes na economia global. Uma estratégia possível de desenvolvimento de comunidades rurais pode passar pela capitalização do seu património natural e cultural, especialmente no domínio turístico. Na tese de mestrado da Mestre Eva Vidal, sobre as perspectivas de desenvolvimento de um comunidade rural insular da ilha Terceira, torna-se claro que as propostas de medidas de desenvolvimento, e as iniciativas de intervenção da Junta de Freguesia dessa localidade, revelam a necessidade de partilhar os pontos de vista da comunidade autóctone para a definição do rumo que deve seguir o processo de desenvolvimento local, isto é, essa população sente a necessidade de projectar as suas aspirações nas mais variadas esferas da vida comunitária da ilha (saúde, qualidade de vida, ambiente, património, infra-estruturas, emprego, economia, educação e cultura, entre outras), pois, caso tais estratégias lhes sejam impostas, prevê-se que sejam descontextualizadas e resultem em incompatibilização de interesses. É interessante verificar que as necessidades da comunidade rural desta ilha, referida anteriormente, são semelhantes aquelas que os nativos do Alasca apresentam no seu plano de desenvolvimento turístico, onde afirmam: "Queremos partilhar com os outros a nossa singular cultura, a nossa paisagem, a nossa história e a nossa relação íntima com a natureza, preservando os nossos valores, a nossa cultura e a nossa espiritualidade".Assim, perspectiva-se aqui, que o desenvolvimento do turismo rural nos Açores tem potencial para contrariar o êxodo insular desde que as estruturas governamentais ou de liderança (por exemplo Câmaras de Comércio), sejam capazes de diferenciar eficazmente "turismo rural" e "turismo da natureza". As estratégias de promoção de um e outro tipo de turismo não são equivalentes: visam turistas diferentes e mercados diferentes. Na potenciação das nossas características autóctones, não basta legislar ou licenciar, é também necessário criar fóruns, comissões ou outras organizações sociais que permitam integrar as perspectivas de desenvolvimento regional e local. No fundo, a forma de agir para promover o desenvolvimento sustentável das comunidades rurais já é preconizada na Agenda 21 Local, que é "um processo através do qual as autoridades locais trabalham em parceria com os vários sectores da comunidade na elaboração de um Plano de Acção por forma a implementar a sustentabilidade ao nível local".Os principais obstáculos à aplicação da Agenda 21 Local encontrados, numa sondagem elaborada em 2006, responsabilizam: "principalmente o cidadão, pela falta de hábito de participação nas decisões locais ou regionais e insuficiente informação sobre os temas que envolvem o desenvolvimento sustentável. O medo e o hábito das pessoas em cargos de decisão, também foram umas das causas apontadas como obstáculo à aplicação da Agenda 21 Local".Parece-me óbvio que temos bons valores culturais, vivências impares e belezas naturais incomparáveis. Afinal o que nos falta?Capacidade de dialogar, planear e integrar perspectivas.As empresas turísticas locais que incorporem os valores culturais autóctones entrarão certamente no "mercado cultural" e contribuirão para o bem-estar das suas populações.Os jovens precisam de emprego. Nós temos trabalho. Temos todos que nos esforçar para pôr a render os nossos talentos.
(In DI XL)